Postado originalmente por
aeroboero
Apenas como contribuição: Costumo viajar para esses lugares, e meu carro tem uma autonomia baixa, cerca de 450-520 km. Não possuo tanque extra, nem penso em colocar.
O que eu sempre fiz foi andar com galões dentro do carro. Comecei andando com aqueles galões de 20 litros, mas abandonei logo na primeira expedição, pois é pesado para ficar segurando em uma determinada posição de abastecimento e, mesmo com toda atenção do mundo, o diesel escorria pela boca e sujava todo o recipiente por fora, além de nossas mãos.
Pode parecer frescura, mas segurar 20 kg na posição de encher o tanque por alguns minutos acaba com o braço quando se tem que colocar quase 50 litros no tanque. E esse diesel que escorre, suja todo o interior do carro com aquela mistura de diesel e poeira.
Aí comecei a optar por uns galões de 7 litros, que são extremamente fáceis de manusear. Consegui 8 galões desse, e aumentei meu reservatório de 48 para 104 litros. E assim minha autonomia foi para 1.100 km aproximadamente. Além disso encho os galões com bem mais facilidade, eles não se sujam, não sujo minha mão e não fico mais fedendo diesel.
Além disso, não coloco eles pendurados na lataria do carro, deixo eles no piso traseiro, sob um compartimento de madeira escondido de todos, porém de fácil acesso. Nesse lugar não prejudico o cg do carro, como prejudicaria deixando o galão em uma posição alta, e fica protegido dos ladrões (um amigo em uma mercedes classe G teve seu galão externo furtado na Guatemala).
O único problema que tive (mas aí foi descuido meu) foi que um dos galões "cuspiu"a tampa no meio da viagem. Pois tínhamos abastecido o diesel numa altitude baixa, com pressão atmosférica alta e eu não rosqueei bem o galão. Aí, ao chegar na baixa pressão dos 5 mil e poucos metros de altitude, um dos galões mal rosqueados "cuspiu"a tampa e perdemos 7 litros de diesel, sem falar na cagada que foi dentro do carro sujando tudo. rsss
Mas aprendido o erro, isso nunca mais voltou a acontecer. Sempre rosqueávamos com toda a pressão necessária e resolvido o problema.
Aliás, um problema parecido acontecia quando descíamos dos 5 mil para nível do mar. Os galões ficavam completamente amassados, pois eram fechados vazios na alta altitude e chegava no nível do mar e não suportavam a pressão alta, aí tínhamos que encher de ar os mesmos para voltarem ao formato correto. Mais uma lição aprendida. Ao descer dos 5 mil para nível do mar com galão vazio, deve-se dar uma aliviada na pressão pelo menos uma vez, a uns 3 mil metros de altitude.
Sei que alguns países não permitem transitar com galões cheios dentro do carro, porém nas 5 expedições que fizemos, em nenhuma tivemos problema com fiscalização da polícia, e olha que fomos parados n vezes. Nem na fronteira dos E.U.A. tivemos problema.
E esse sistema simples nos ajudou a economizar um dinheirinho. Antes de sair do Equador por exemplo, onde o diesel custava míseros 20 cents (S 500), enchemos o tanque, todos os 8 galões e ainda alguns outros extras que conseguimos. Assim nossa autonomia ficou superior a 1300 km, com diesel a 20 cents! Ao entrar na Colômbia, deparamos com o diesel tão caro como o nosso brasileiro. Rodamos quase que o país todo com diesel do Correa, de 20 cents!
Abraço e parabéns pela viagem e pelas fotos!
Mandaram muito bem!!
Álbuns de fotos de Marcel Cambraia Lippelt MG no Flickr