
Postado originalmente por
lfschmitz
O aumento de taxa de compressão não pode levar em consideração apenas a "modernidade" do motor. Ainda que nossa gasolina tenha, desde o ano passado, ótima octanagem (92RON), o motor da Triton é calibrado para ter torque em baixa. Isso passa por desenho dos coletores de escape, perfil dos comandos de válvulas, curva de avanço da ignição, etc. Não se pode esquecer que fazer uma ignição programável "conversar" com o módulo da transmissão seria um desafio.
Pessoalmente, a opção mais atraente seria usar um turbo apenas, não muito grande (um R4449 .63, p.ex.) trabalhando com baixa pressão (0,4 ou no máximo 0,5bar) e usando intercooler. Permitiria manter a taxa original, sem ter de enriquecer muito a mistura e nem atrasar muito a ignição. Muito provavelmente o carro ficaria até mais econômico no uso moderado e com torque abundante em baixas e médias rotações.
Usar dois turbos acaba encarecendo e tornando o projeto mais complicado. Faria sentido se a intenção fosse usar pressão maior, pois com os turbos mais perto do cabeçote permitiria usar turbinas maiores sem tanto lag.
A escolha depende da intenção e do orçamento.
Máximo de potência e orçamento gordo? Biturbo intercooler a 1-1,2bar no etanol (e muito cuidado com a transmissão, pois vai passar longe de 60kgfm de torque).
Aumento vigoroso do torque em baixa e média sem comprometer o consumo? Turbo único a 0,4bar, com intercooler.
Porém, se a intenção é apenas melhorar a eficiência e aproveitar melhor o potencial do 6G74, há espaço para bons ganhos sem tantas adaptações. Injeção programável, curva de ignição agressiva, velas "frias", aumento de taxa para 10:1 (ainda permitiria usar gasolina, mas cuidado pra não abastecer porcaria, senão tem pré-ignição) e principalmente coletor de escape tubular bem executado, mas não de diâmetro excessivo. Tranquilamente passaria de 230cv numa rotação apenas pouco superior à original, com consumo e durabilidade bem razoáveis. Como é quase impossível encontrar pistões "cabeçudos" (tipo dome) para esse motor e não se pode rebaixar muito os cabeçotes devido à abertura das válvulas e enquadramento dos comandos, dificilmente seria possível aproveitar todo o potencial para o uso do álcool aspirado, com taxa de 13,5 ou até 14:1... Se isso fosse feito, certamente passaria dos 250cv e com MUITO torque.