O conceito de transmissão continuamente variável não só é antigo como já é utilizado há muito tempo junto à motores de pequena cilindrada, principalmente em motonetas, onde a correia é convencional, de borracha.
Em automóveis, na década de 60 a Fiat chegou a utilizar este tipo de câmbio, desenvolvido por uma empresa européia e já contando com correia metálica, mas não obteve sucesso justamente por causa da pouca durabilidade (desgaste e rompimento da correia).
Neste tipo de câmbio (para uso automotivo) a correia é formada por inúmeras plaquinhas triangulares de aço com as faces unidas entre sí por fios metálicos flexíveis, e ao invés de puxar a carga - como é comum em qualquer correia - a carga é empurrada, com isso a limitação de torque não fica restrita à resistência da correia e sim ao limite de deslizamento. Aumentar este limite é possível, só que isso incorre em maior desgaste e até menor eficiência, já que parte da energia a ser transmitida é perdida em dissipação térmica (via atrito).
Usinagem automatizada barateou custos, gerenciamento eletrônico a melhorou a funcionalidade do conjunto, novos lubrificantes e novas ligas metálicas reduziram o desgaste, mas o ponto fraco deste tipo de câmbio ainda está na durabilidade da correia e no torque limitado que este sistema de transmissão suporta.
Junto à veículos de pequeno porte o limite de torque deixa de ser significativo (e talvez até a durabilidade do conjunto) ficando o resultado final, de uso, muito melhor do que qualquer outro tipo de câmbio, e uma vez respeitado suas limitações não existe nenhuma restrição de uso em veículos 4X4. E diga-se de passagem, se já existem modelos que suportam 36 kgfm, este torque já é mais do que respeitável.
Agora, chamar um câmbio desses de ECOTRONIC é viajar na batatinha. Câmbio ecológico é músculo de perna de cavalo, o resto é delírio de marqueteiro! :lol: