Pesquisando na net, da Best cars:
Sou proprietário de um Opala Comodoro 92 e por motivos de viagens terei de deixar este carro parado por aproximadamente 2 anos. Gostaria de saber o que vocês recomendam para não haver danos ao veículo durante este período. É preciso deixá-lo suspenso em cavaletes?
Daniel de Lima
daniel.de.lima@uol.com.br
Limeira, SP
Quando há necessidade de ser guardado, o veículo deve ser preparado para que se conserve em bom estado e não seja um transtorno colocá-lo em movimento mais tarde. Alguns cuidados farão com que o veículo não sofra o desgaste pela ação do tempo.
O ambiente onde o veículo será guardado deve ser seco, sem calor ou frio excessivos, e permitir renovação do ar. O motor deve ser limpo internamente, utilizando-se algum produto com características detergentes, espécie de óleo de limpeza, com propriedades de dissolver depósitos e borras (adiciona-se ao óleo velho, deixando o motor funcionar por três minutos em marcha lenta), devendo ser escoado logo depois. Coloca-se óleo novo, especificado pelo fabricante.
O sistema de alimentação deve operar com combustível aditivado. Pode-se borrifar pelo corpo do carburador ou corpo de borboletas um pouco de óleo protetor em spray ou utilizar um frasco de desodorante em spray com o óleo citado, diluído em combustível. O propósito é manter lubrificadas as partes altas do motor.
Não é recomendável manter o tanque cheio, pois o combustível se oxidará, formando depósitos e gomas, o que dificultará o seu funcionamento futuro, gerando entupimentos no sistema. O adequado é deixar o motor funcionar até que termine todo o combustível (parada seca). Alguns profissionais optam por soluções químicas de eficácia duvidosa, como encher o tanque com 50% de gasolina aditivada e 50% de querosene.
Quanto ao sistema de arrefecimento, de acordo com o material aplicado em sua confecção, teremos procedimentos diferentes. Se for de cobre ou latão, deve-se optar por encher o sistema com óleo solúvel, para manter o sistema isolado da oxidação e lubrificado internamente; nos radiadores de alumínio, depois de bem lavados em água corrente, uma solução bem concentrada de etilenoglicol possui ótimas propriedades anticorrosivas, proporciona boa proteção aos materiais ferrosos e às borrachas do sistema.
Retiram-se as velas de ignição, derramando pelo orifício das velas duas ou três colheres de sopa de óleo de motor (o mesmo utilizado no cárter). Deve-se girar o motor de forma manual (engrenando uma quarta marcha, por exemplo, e rodando o veículo) para que o óleo se encarregue de untar as paredes dos cilindros, os anéis de segmento, válvulas e sedes, criando assim uma película protetora. Ao serem reinstaladas as velas de ignição, suas roscas devem estar limpas e lubrificadas com óleo protetor em spray.
A bateria deve ser retirada do veículo e os bornes -- do veículo e da bateria -- untados com vaselina. Se não houver ninguém que possa mantê-la carregada periodicamente, o ideal é guardá-la sobre uma superfície sem umidade (no chão, nem pensar), cobrindo sua parte superior com uma manta de borracha (um pedaço de câmara de ar resolve) a fim de evitar ionização entre os bornes e posterior oxidação.
Partes metálicas (pintadas ou não e cromados em geral) podem ser untadas, pulverizadas, impregnadas com vaselina líquida (pura, comprada em farmácia). Nos orifícios de caixas de estribo, reentrâncias de caixas de roda, baú de estepe, interior de portas, pode-se pulverizar óleo mineral, o que retardará o processo corrosivo.
O veículo deve ser guardado sobre cavaletes, apoiados sobre os braços de suspensão (com a proposta de manter os amortecedores no seu curso nominal, ou o mais próximo disso), as rodas devem ser retiradas e os pneus devem ser desmontados, para que não se deformem com o tempo e com o contato com o solo.
O interior deve ser protegido com produtos antimofo (sachês, por exemplo) e algumas bolinhas de naftalina são bem vindas para evitar o aparecimento de traças.
Ao voltar, executam-se os procedimentos necessários para colocar o veículo em funcionamento, retirando-se os excessos (óleos, aditivos), e muito provavelmente o veículo funcionará normal e corretamente. O usuário tem que ter a noção de que alguns componentes poderão sofrer alguma inoperância devido ao longo tempo de inatividade, tais como bomba d'água (selos de vedação interno, rolamentos), bomba de combustível mecânica (deterioração do diafragma) e elétrica (rolamentos grimpados, por exemplo), sendo pontos a que devem ser reservadas atenções especiais e certa reserva financeira, para não ser pego de surpresa e ficar com o veículo enguiçado logo depois de seu funcionamento.