Postado originalmente por
leopoldo
Djunior.
Quando eu tenho alguma dúvida, vou até uma oficina de concessionária e pergunto ao chefe dos mecanicos. É muito mais fácil resolver algumas dúvidas com alguém que provávelmente fez um curso profissionalizante tecnico naquele produto. De vez em quando vc se poupa uma série de dúvidas, dores de cabeça e tentativa e erro.
Sobre conversores de torque, eu posso te adiantar que é necessário muito, mas muito cuidado com mistura de peças, principalmente entre motores, volantes e cambios. Veja que o volante de um 4 cilindros é muiiiito maior (em massa) que o de um 6 cilindros. Entenda que essa proporção de diferença de massa progride também para o cambio automático. Isso não é enfeite e sim uma necessidade estrutural que é para o virabrequim do 4 cilindros não desmanchar por causa de um fenomeno, uma característica chamada vibração torcional. É por isso que NãO se deve misturar algumas coisas de 4 com de 6 cilindros, principalmente em relação a volantes e cambios automáticos. Sem levar isso em conta, o seu girabrequim pode literalmente desmanchar em uma certa rpm. Isso é fato.
Eu promovo vc a desconsiderar a opinião de quem fez mistureba, mesmo que com toda a boa vontade, e diz que deu certo. Funciona, mas num dado momento a coisa desmancha na sua cara e vc fica com o prejuízo ou pior.
Não escolha o cambio baseado no motor e sim o motor baseado no cambio que vc tem.
Outra coisa que arrepia é quando simplesmente algúem, na maior boa vontade diz para usinar aqui ou alí. Para usinar peças produzidas em série, até é possível desde que vc esteja de posse do conhecimento de como a peça funciona, como ele sofre esforços, como ele dilata e contrai e como é em termos do aspecto vida em fadiga.
Usinar um girabrequim ou mesmo um conversor de torque pode ser a ruina de ambas as peças. O girabrequim pode fraturar ou o conversor simplesmente romper e o pior ... despalhetar e mandar uns pedaços para dentro da cabine.
Esse site tem muita coisa boa mas tem muita gente que vive na história dos outros e copia erro após erro e perpetua-se uma série de crendices sem embasamento tecnico algum, fora o "sempre fiz isso e deu certo", ou ... meu bisavo ensinou meu pai, meu pai fazia assim e eu também faço". São 100 anos de burrice.
Fora que muitas soluções "estratégicas" advém da época da guerra quando as pessoa se viravam com o que tinham e como podiam, para uma situação muito particular e entendida <Temporária>. não é a nossa realidade (de hoje). Não estamos em cuba ou no iraque.
Como eu presenciei
em outro tópico, o pior é que tem gente que acredita no erro e cobra do bolso dos outros, insiste em empurrar inverdades e acha que tem que ser assim.
De novo, alguns são movidos pela emoção e nem tanto pela má intenção, mas existem casos ..... e casos.
Bom, algumas até podem-se deixar para lá, porque não oferecem risco catastrófico além de pequenas dores de cabeça.
Bom, voltando ao seu problema, se eu fosse fazer isso, iria em um desmanche ou balcão de loja de auto peças e examinaria oque é diferente entre o girabrequim do motor auto do mecanico. Uma retifica de motores também é um lugar legal de estar e conversando com essa turma, vc pode matar a charada.
Esse cuidado é importante para vc concentrar a $ no tiro certo e não se arriscar a sucatear algo que seja funcional desnecessáriamente. Eu já matei peça boa e sei como doi e a frustração de ter feito a maior burrada.
E
u estou falando tudo isso porque acho muito estranho coisas que leio de vez em quando. A minha experiência é com o V8 ford, que eu posso te garantir que é tudo praticamente plug&play, portanto acho muito estranho quando alguém fala em mexer em certos componentes que teóricamente a engenharia de produto não criaria como fantasminhas e não intercambiáveis por várias razões inteligentes.
Veja bem, tudo isso eu explico porque trabalho em uma área onde quando alguém pensa em ter uma ideia mirabolante, mesmo que seja mudar o tipo de liga ou geometria do material que a fabrica usou num certo produto, tem que provar por A+B, por comprovação de calculo, por ensaios e mais ensaios, durante semanas ou meses, não só em corpos de prova mas em equipamentos em escala real que a modificação é tão boa, tão segura, tão vantajosa que o projeto original.
Eu convivo neste ambiente e já estou acostumado a em paralelo raciocinar assim. É por isso que, por exemplo, não incentivo ou costumo incentivar a venda de algumas soluções tipo kits, pelo menos aqui no brasil, onde cada um faz o que quer e da forma como quer e que todo mundo se dane. Óbviamente nesses anos, e até neste site, vejo pessoas que fazem coisas já com o pé no chão. Para aqueles que chutam no bolso dos outros, vai bater de frente comigo. Não vamos citar nomes porque não estou me referindo a uma pessoa ou oficina ou kit, em particular.
Quando dizem para vc levar lá para dar um jeitinho, desconfie mesmo que pode ter coisa errada aí.
Eu já ví varias dessas soluções "interessantes", que sempre o são, quando não é o filho do cara que fez a pilotar a máquina!
Dá até vontade de listar .... hehehe.