Instrumentos do painel: úteis, opcionais e inúteis

[CAPT GOTTLIEB]

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Instrumentos usuais do painel são: velocímetro, odômetro e luzes de sinalização, quantidade de combustível, amperímetro ou carga da bateria, indicador da pressão do óleo do motor ou manômetro, temperatura do sistema de arrefecimento e indicador do freio de mão ativo. Mas existem muitos outros instrumentos que podem ser instalados e podem se mostrar úteis, opcionais ou inúteis (meros enfeites). Instalei alguns. Vejamos:


-Bússola – ficou como enfeite no meu JIPÃO, pois nunca precisei usá-la. E se precisasse uma bússola de bolso seria mais prática.

-Inclinômetro – bonito nome para um instrumento que impressiona à primeira vista, mas nunca foi usado no JIPÃO. Somente uma vez na Canastra passei num local de inclinação lateral preocupante e não tirei os olhos do terreno. Se fosse olhar para o inclinômetro meu JIPÃO teria rolado pelo barranco.

-Conta-giros – no BAJA e no JIPÃO se revela de alguma utilidade, principalmente na pista de asfalto. Fiz Amparo-Petrópolis algumas vezes (600 Km) com o BAJA e procuro manter 3.000 rpm. Corresponde a 100 Km/h e é uma garantia de não judiar do motor VW 1600. Dizem que pode ir a 4.000 rpm ou até um pouco mais. Será? Meu BAJA não é carro de corrida e prefiro não arriscar. No JIPÃO o conta-giros ajuda um pouco a não forçar demais o motor, principalmente se tiver sido turbinado. A utilidade no Buggy-Gaiola é bem limitada, principalmente na trilha, pois é incômodo, cansativo e pouco eficiente dirigir na trilha, trocar de marcha a todo instante e ainda tentar vigiar o conta-giros. Em todo caso dá para ter uma noção. A instalação do conta-giros no motor VW e no motor Mercedes-Benz é relativamente simples.

-Manômetro do turbo – só instalei no JIPÃO e a única utilidade foi poder confirmar que não ultrapassei o limite calibrado (0,7 Kgf/cm²). Instalação muito simples.

-Termômetro do óleo do motor – como o motor VW boxer é refrigerado a ar uma boa opção é medir a temperatura do óleo do motor. No BAJA este termômetro se mostra bastante útil, pois na Via Dutra desimpedida eu fui a 110 km/h ou até um pouquinho mais e depois de meia hora a temperatura do óleo chegou perto de 100ºC. Aliviei o pé e preferi rodar com o óleo entre 90 a 95ºC. Alguns experts em motor VW boxer me disseram que poderia ter ido até 110ºC, mas prefiro não arriscar. No Buggy-Gaiola, na Canastra, fiz 50 Km numa estrada de terra bastante ruim e só usei 1ª e 2ª marcha. No final desta odisséia a temperatura do óleo chegou próximo de 100ºC. A velocidade era baixa, mas o terreno ruim me obrigava a usar só as marchas mais curtas, giro elevado e exigia muita força da Gaiola. Resolvi parar por alguns minutos e evitar rodar a mais de 3.000 rpm (algo pouco prático e cansativo). Logo voltou para 90ºC e pude prosseguir sem problemas. O meu JIPÃO só tem marcador da temperatura do sistema de arrefecimento (água) e sempre fica entre 80 e 85ºC, seja na pista de asfalto ou na terra. A instalação do termômetro do óleo no motor VW também é simples, bastando retirar o bujão da válvula da bomba de óleo e colocar no seu lugar o sensor de temperatura (fotos). Alguns mais detalhistas preferem furar a carcaça do motor VW, fazer rosca e colocar o sensor, alegando que assim o sensor fica mais em contato com o óleo do cárter e a medida fica mais precisa. Pode ser, mas a simplicidade de colocar no bujão também permite uma medida razoável da temperatura.

Em suma, a bússola e o inclinômetro são meros enfeites. O manômetro do turbo serve para confirmar o que você já sabe, portanto, opcional. O conta-giros e o termômetro do óleo têm alguma utilidade, pois permitem ao motorista atento não ultrapassar os limites do motor. Veículos de competição são bem diferentes, muito solicitados e precisam ter muito mais instrumentos que os usuais (conta-giros, termômetros, manômetro, sensores, etc.), porém para veículos off-road eu acrescentaria aos medidores usuais apenas o conta-giros e o termômetro do óleo como instrumentos auxiliares.


Bússola instalada no JIPÃO (enfeite)


Inclinômetro instalado no JIPÃO (enfeite)


Conta-giros (útil) e Manômetro do turbo instalados no JIPÃO (opcional)


VW Buggy-Gaiola com conta-giros e termômetro do óleo do motor (útil)


VW BAJA com conta-giros e termômetro do óleo do motor (útil)


Instalação do termômetro do óleo do motor no VW BAJA e VW Buggy (sensor no bujão da bomba de óleo)


Esquema para instalação do conta-giros no motor VW 1600 com ignição eletrônica

[Maggion]

Excelentes considerações Captano. Suas postagens sempre são muito instrutivas e esclarecedoras.

[Walter da Camper]

Minha experiência com instrumentos tem sido um pouco diferente da que foi relatada pelo Capitão.

Quando se roda bastante e se acostuma com o comportamento dos instrumentos, alguns deles podem revelar situações de anormalidade e ajudar a diagnosticar defeitos.

O manômetro do turbo já¡ me ajudou a descobrir que tinha um mangote de turbina com defeito: ele amassava com a sucção e a pressão caia bruscamente. Noutra ocasião, uma falha no circuito de alimentação (filtro de diesel começando a ficar obstruído) não deixava a pressão atingir o que normalmente atingia.

O voltímetro já denunciou uma correia que desgastou precocemente e fazia a voltagem cair sob carga. Noutra ocasião um mal-contato no chicote elétrico fazia o farol baixo apagar, o que foi prontamente detectado pelo voltímetro digital que, com o farol apagado indica 14,2V e com a carga das lãmpadas acesas deveria marcar 13,9V.
Comprei um alternador usado para aumentar a capacidade de amperes e o voltímetro passou a oscilar acima de 15V, denunciando o regulador de voltagem com defeito, cuja troca, ao custo de 30 reais, evitou danos à bateria que era nova.

Recentemente instalei um manômetro para saber a pressão do óleo. Daqui mais uns milhares de km, quando eu me acostumar com as indicações dele em cada situação, espero ser capaz de interpretar o que ele tem a dizer sobre o motor.

[CAPT GOTTLIEB]

Walter da Camper, peço-lhe desculpas por não ter sido mais claro na minha postagem. Os instrumentos que avaliei não foram os usuais e sim aqueles que muitos acrescentam aos seus veículos, esperando obter uma boa informação adicional. Vou tentar corrigir.

O voltímetro, amperímetro ou simples luz indicadora de carga da bateria estão sempre presentes na maioria dos veículos. O indicador da pressão do óleo ou luz da bomba de óleo do motor idem. Até o Fuska tem a luz vermelha (bateria) e a luz verde (bomba de óleo). O meu JIPÃO Toyota assim que ligo a chave de contato acende a luz de bateria (vermelha e a luz da bomba de óleo do motor (amarela). Realmente são medidores muito úteis. No Fuska por exemplo, há a conhecida cebolinha do óleo na carcaça do motor acoplada à luz verde do painel, que não mostra a pressão, mas indica que a bomba está funcionando. É um manômetro rudimentar, pois se a bomba de óleo parar ou funcionar com pressão baixa a luz verde acende e avisa. A mesma coisa para luz de bateria, que pode ser considerada um voltímetro/amperímetro rudimentar, além de avisar a rutura da correia do alternador e ventoinha do motor VW. Em suma, são instrumentos usuais, essenciais e úteis.

O manômetro do turbo é opcional, mas longe de ser inútil. Em algumas situações ajudam. Numa das vezes que retornei da Canastra com o JIPÃO o manômetro do turbo mostrou queda repentina da pressão e ao inspecionar o motor percebi que uma abraçadeira do turbo havia se soltado, a mangueira ficou frouxa e deixava escapar o ar. Improvisei um aperto com um arame e na primeira parada comprei uma abraçadeira e instalei.

Mas a bússola e o inclinômetro a meu ver são meros enfeites. Nos navios a bússola, mas conhecida como agulha (agulha magnética) é o instrumento principal de navegação, mas para off-road eu penso que uma bússola de bolso é bem mais prática.

Abraços

[CAPT GOTTLIEB]

A meu ver a bússola e o inclinômetro são meros enfeites.
Conforme o físico do motorista a câmera de Ré pode ser muito útil. Com o passar da idade (72) a coluna cervical perde a mobilidade e fica mais difícil girar a cabeça para trás. Esta limitação atrapalha muito para estacionar o carro, principalmente se a vaga for um tanto apertada. Nestes casos a câmera de Ré é um grande auxiliar, mas a rigor não é um instrumento para off-road.


JIPÃO com bússola, inclinômetro, câmera de Ré, manômetro do turbo, conta-giros, etc.

[CAPT GOTTLIEB]

A câmera de Ré não ficava ligada com a luz de Ré, tinha um botão próprio, sendo possível ligá-la a qualquer momento.

[hercilio.neto]

No meu jipe além dos instrumentos originais - combustível, pressão do óleo, temp da água, voltímetro, velocímetro, luzes espia (freio de mão, 4x4, farol alto e alternador) - eu instalei velocímetro por GPS, manômetro de turbo, medidor de temperatura mecânico, medidor de temperatura do bloco e conta-giro.
Ainda pretendo adicionar os medidores de pressão dos pneus (wireless) e câmera de ré além de substituir o medidor de combustível por um instrumento mecânico.
Fora isso 2 botões para os dois pares de farol de milha, que não são originais do carro.
Também tem os suportes do GPS, do celular e da câmera onboard, que ficam presos no sobrepainel e no parabrisa.
Hoje é importante também ter tomadas para carregar celular e outros aparelhos, então adicionei mais uma tomada tipo acendedor que uso com 2 entradas USB e mais uma tomada USB no porta luvas.
Dizendo assim, parece que fica poluído o painel, mas até que ficou bem clean e de fácil visualização.

[Sérgio Bambirra]

... - eu instalei velocímetro por GPS, ...
...Ainda pretendo adicionar os medidores de pressão dos pneus (wireless)...

Salve Hercílio!

Tenho interesse em um desses. Gostaria de saber mais sobre esse seu velocímetro por GPS, pois andei procurando e não encontrei. E também desconhecia esses medidores de pressão wireless. Agradeço se puder dar maiores informações.

Abs.

[CAPT GOTTLIEB]

Grande Hercílio! Nota dez para o seu Imortal.
Estes aparelhos que você acrescentou podem ajudar bastante.
O meu novo JIPÃO (o ONÇA) só tem mesmo os originais, mas se for turbinado eu instalarei um manômetro. Bússola e inclinômetro nem pensar, exceto como enfeite. Este medidor da pressão dos pneus wireless eu não conhecia, mas é bem interessante. Só conheço o Rodoar dos caminhões e carretas. A câmera de Ré para mim é importante porque meu "pescoço está um pouco duro".

[ALVARO ANGELO]

Grande Hercílio! Nota dez para o seu Imortal.
Estes aparelhos que você acrescentou podem ajudar bastante.
O meu novo JIPÃO (o ONÇA) só tem mesmo os originais, mas se for turbinado eu instalarei um manômetro. Bússola e inclinômetro nem pensar, exceto como enfeite. Este medidor da pressão dos pneus wireless eu não conhecia, mas é bem interessante. Só conheço o Rodoar dos caminhões e carretas. A câmera de Ré para mim é importante porque meu "pescoço está um pouco duro".

Meu pescoço também !!

[CAPT GOTTLIEB]

Meu pescoço também !!

Alvaro Angelo somos dois septuagenários ainda com disposição para off-road. Eu não faço mais trilhas, mas consigo encarar um passeio pelas estradas de terra da Serra da Canastra uma vez por ano e muitos passeios semanais pelas estradas vicinais da minha região serrana (Amparo). Moro numa chácara, encostado com a área rural e também uso o ONÇA, o BAJA e a Gaiola no dia a dia, para ir à cidade. É uma terapia. Abs