Desculpem o tamanho do relato, mas precisamos nos precaver para evitar passar por essa desagradável experiência.

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Caros ALLmigos,
Um cidadão comum na maioria das vezes fica totalmente refém dos espertalhões que se aproveitam da incompetência de determinados órgãos “competentes”, tendo em vista que esses órgãos “competentes” não têm competência suficiente para executar seu trabalho com a devida acurácia, de maneira a evitar que os cidadãos que pagam pela manutenção desses órgãos “competentes”, tenham prejuízos financeiros e/ou principalmente passem por constrangimentos desnecessários.
Como a maioria sabe, passei um longo tempo procurando por um Engesão diesel que se enquadrasse no meu gosto/orçamento. Finalmente encontrei, negociei, vi fotos, e fui visitar o proprietário em Londrina, para constatar o achado.
Bom, chegando em Londrina, fui verificar a viatura e checar todos os detalhes relativos a documentação. O dono me apresentou a nota fiscal do motor, onde comparei o número constante do documento com o impresso no motor, não verifiquei nada de anormal, tudo ok!!
Ainda com um certo receito, tendo em vista que conheço a rigidez da Cordenadoria de Polícia Especializada aqui de Brasília (CPE), que é o primeiro lugar onde se tem que levar um veículo de outro estado que esteja sendo transferido para cá, pensei vou combinar com o proprietário para fazermos logo uma vistoria no motor ainda em Londrina para fazer constar o nr. do motor no documento e transferir o carro logo para o meu nome antes de levar para Brasília, assim, se houver qualquer problema, o Detran de Londrina juntamente com o INMETRO (órgão “competente” que fez a inspeção) irão logo recusar a transferência.
Fiz as devidas vistorias, e já sai de Londrina com o carro no meu nome e o nr. do motor constando no documento do carro, dessa forma voltei para casa feliz da vida, curtindo o novo companheiro.
O pesadelo começou no dia 18/03/05, quando resolvi transferir o carro para Brasília. Levei o BRUTU na CPE para a vistoria preliminar, ao terminal a vistoria o agente me entregou uma Intimação para que no dia seguinte eu trouxesse o carro às 08:00h para uma Perícia e disse o seguinte “se o senhor não vier nós iremos buscá-lo”.
Às 07:00h eu estava lá aguardando o meu horário e, após a perícia o outro agente me pediu as chaves do carro e me informou que o veículo estava apreendido porque o NIV tinha 2 números rebatidos, além do motor e eixo posterior gravados por puncionamento manual em superfície-suporte submetida a lixamento e que eu deveria me dirigir junto com o escrivão à presença do delegado da DRFV (Delegacia de Repressão ao Furto de Veículos) para que esse arbitrasse se eu teria idoneidade suficiente para ficar com o carro como “Fiel Depositário”.
Apresentei ao delegado todos os documentos que possuía da transação inclusive as cópias autenticadas da nota do motor e do laudo técnico do INMETRO de Londrina. Com isso provei ser, como eles dizem, um “terceiro de boa fé” e me foi concedido um prazo de 60 dias para ficar com o carro, depois deveria entregar o motor e o eixo na CPE. Durante esse período a CPE iria investigar todo processo de licenciamento do veículo e verificar se poderia continuar rodando ou deveria ser definitivamente recolhido.
Bem, a análise é a seguinte, quanto ao NIV (chassi), não é problema, pois como todos sabem, os Engesas eram feitos artesanalmente, de forma que esse tipo de falha é totalmente admitido, como o próprio perito admitiu.
Com relação aos números regravados em superfície lixada, eu afirmo que a ‘olho-nú’ não dá para constatar a irregularidade, somente após a aplicação de um produto que o perito utilizou e a sobreposição de uma lente de aumento foi possível ver as ranhuras provocadas pela lixadeira.
Constatou-se, então que houve uma falha na perícia realizada pelo INMETRO de Londrina, já que, além da remarcação, o número gravado refere-se ao ano de 1995, enquanto que no n° de lote diz que o motor foi fabricado em 1992.
Dessa forma, segundo instrução do delegado eu poderia inclusive entrar com uma ação por perdas e danos e inclusive por danos morais contra o Detran e Inmetro de Londrina. Mas como todos sabem, uma ação desse tipo iria rolar durante décadas, e não tenho saco para isso.
Graças a Deus, comprei o carro de uma pessoa de boa índole, e que está se desdobrando para resolver os problemas, mas fica o alerta para todos nós, muito cuidado ao comprar carro com o motor trocado, principalmente se for transferir para Brasília.
Grande Abraço Enlameado