Apresentado há alguns dias em Madrid, onde o LusoMotores teve oportunidade de realizar um primeiro teste de estrada ao volante, o novo Nissan Qashqai 1.6 dCi revelou-se como uma proposta particularmente interessante para o segmento dos SUV, abrindo mesmo um subsegmento para os modelos entretanto apelidados de Crossover, no qual o Nissan Qashqai é, sem qualquer dúvida nem favor, referência clara para o mercado. No seio da marca, e porque estamos perante um modelo com níveis de emissões de CO2 de apenas 119 gramas por quilómetro, estamos assim perante mais um modelo da família Pure Drive.
Perante as novas metas que é possível alcançar com esta variante do Qashqai, percebe-se o motivo pelo qual Trevor Mann, vice-presidente Senior da Produção e Gestão de Cadeia de Fornecimento da Nissan Europa assume com inteira propriedade que no momento em que o primeiro Qashqai foi lançado, em 2007, “rapidamente reescreveu as regras do segmento C, proporcionando inovação e carácter num mercado anteriormente conservador”.
Segundo Mann, a combinação que um Qashqai permite entre “o aspecto e a robustez típicos de um SUV com uma manobrabilidade dinâmica, um forte desempenho e um grande espaço interior, captou a preferência do público comprador”. “Após pouco mais de quatro anos e meio, construímos mais de um milhão de modelos Qashqai e Qashqai+2 de sete lugares na nossa fábrica de Sunderland, na qual três turnos trabalham 24 horas por dia para acompanhar a procura. Fabricamos em média 1.200 exemplares todos os dias, com mais de 80% da produção a ser exportada do Reino Unido”, disse.
Já em relação especificamente ao novo Qashqai Pure Drive 1.6 dCi, pelas opções que introduz na gama, como o sistema de Stop/Start e o Monitor de Visualização da Área Circundante, nome dado ao conjunto de câmaras de vídeo que, através da sua acção conjunta, permite uma visão a 360 graus em redor do veículo, os responsáveis da Nissan Europa acreditam que serão argumentos capazes de “solidificar a liderança no segmento Crossover”.
Ponto forte desta proposta da Nissan é, claramente, o novo motor e o sistema Stop/Start, ambos desenvolvidos pela Aliança Renault Nissan, de forma conjunta entre a Europa e o Japão, com a Renault, a concentrar-se no motor e a Nissan a aperfeiçoar o sistema automático de interrupção do funcionamento. Surge assim este Qashqai 1.6 dCi inserido na estratégia “Pure Drive” da Nissan, na qual o campeão é, ainda assim, naturalmente, o eléctrico Nissan Leaf, modelo que permite 100% de emissões zero, surgindo depois o recentemente introduzido Nissan Micra DIG-S como líder entre os automóveis alimentados de forma convencional. Sobre este último caso, aliás, o motor 1.2 a gasolina de três cilindros usado no Micra, tido como tecnicamente avançado, utiliza injecção directa e um compressor para fornecer o máximo desempenho, com excelente consumo de combustível e emissões de CO2 de apenas 95 g/km.
Refira-se que a designação Pure Drive é dada a todos os produtos Nissan que emitam 130 g/km de CO2 ou menos. Ao ser introduzido, o Programa Verde Nissan possuía um limite máximo de 140 g, mas fazer parte deste clube exclusivo é cada vez mais complicado, até porque o programa irá instigar uma descida adicional de 120 g em 2013.
Aposta na inovação e na eficiência
Olhando em pormenor para este novo motor agora aplicado ao Nissan Qashqai, começamos por verificar tratar-se de um bloco construído a partir de uma arquitectura “quadrada”, formato que permite o alojamento de válvulas de grande diâmetro na cabeça para um enchimento mais eficiente das câmaras de combustão. Estamos assim perante uma técnica inspirada na competição e raramente encontrada nos modernos motores diesel de automóveis de estrada. Depois, a presidir à construção do motor esteve a necessidade de reduzir o seu peso, baixando as perdas mecânicas e reduzindo as forças dinâmicas, obtendo-se com isso um melhor balanço entre consumo de combustível e desempenho.
Sobre o sistema Stop/Start, este permite reduzir o volume de CO2 emitido nos gases de escape para 119 g/km. Combinado com a regeneração pelo alternador, aquele sistema utiliza a energia gerada na desaceleração para carregar a bateria, valendo característica, por si só, a redução de 3% em CO2. Por outro lado, este motor é o primeiro a ser desenvolvido na Europa utilizando uma recirculação dos gases de escape de baixa pressão em circuito frio. Ao reciclar os gases de escape a uma temperatura mais baixa, as emissões de óxidos de nitrogénio e CO2 são reduzidas.
O sistema utiliza ainda uma válvula localizada no circuito de arrefecimento antes da cabeça do cilindro e do bloco do motor. Quando o motor arranca a frio, a válvula é fechada evitando a circulação da água em volta das câmaras de combustão. Isto permite ao motor atingir a sua temperatura ideal de funcionamento mais rapidamente, optimizando a eficiência de combustão. A fricção interna também é reduzida devido ao rápido aquecimento do óleo, conseguindo-se com isso mais potência, menor consumo de combustível e menores emissões.
“Este é um motor notável, o melhor na sua categoria em inúmeros aspectos. Proporciona um desempenho de condução dinâmico esperado de um dieselde 2.0 litros, mas produz valores de consumo de combustível e emissões melhores que as da unidade dCi de 1.5 litros”, afirmou Jerry Hardcastle, vice-presidente para o Desenvolvimento e Design de Veículos da Nissan Europa.
A realidade da gama Qashqai
Desde o seu lançamento em Março de 2007, o Nissan Qashqai redefiniu o mercado europeu dos dois volumes de médias dimensões. Concebido e construído na Europa, o Qashqai – o Crossover original – adoptou uma nova abordagem para um sector tradicional e conservador do mercado. Com isso, em menos de cinco anos, as vendas europeias do Qashqai e do seu irmão de sete lugares, o Qashqai+2, somaram mais de um milhão de unidades, com mais de 80% das vendas a recaírem sobre novos clientes para a Nissan, revelando-se este modelo também um veículo de conquista para a marca nipónica.
Mais tarde, em Março de 2010, assistiu-se à primeira grande alteração ao Qashqai, uma introdução que surpreendeu muitos concorrentes que, na altura,ainda estavam a tentar acompanhar e ainda tinham que trazer os seus próprios crossovers para o mercado.
No pacote de mudanças foi possível verificar alterações estilísticas como um novo capot, grelha, pára-lamas, novos faróis na dianteira e novas luzes traseiras e uma nova porta da mala. As alterações foram realçadas por umas jantes de liga leve com um novo design. Melhoramentos aerodinâmicosdiscretos, incluindo a adopção de painéis ao longo da parte inferior da carroçaria, contribuíram para menores valores de resistência aerodinâmica.
No interior, a Nissan apostou em novos materiais de maior qualidade, novas cores e outros toques subtis para uma sensação de maior sofisticação.
Mecanicamente, um número de pequenas alterações melhorou ainda mais a dinâmica do veículo, diminuindo o ruído de rolamento e melhorando a sensação de condução. Ainda assim, a disposição mecânica básica manteve-se inalterada, com tracção frontal ou integral Nissan All Mode e suspensão completamente independente através de barras montadas numa estrutura secundária na dianteira e multi-link na traseira.
Agora, com a chegada do novo motor 1.6 dCi, a gama abre a oferta disponível para dois modelos a gasolina e três modelos a diesel. O motor de 1.6 litros a gasolina desenvolve 117cv enquanto o 2.0 litros a gasolina produz 140cv.
O motor diesel de entrada é o 1.5 dCi com 110cv, enquanto a unidade de 2.0 litros dCi de 150cv continua a marcar presença mas apenas nas versões de tracção integral e com caixa automática. Tal como anteriormente, a gama continua com as especificações Visia, Acenta e Tekna com este grau mais alto a possuir um equipamento de alto nível assim como um design exterior de crossover reforçado.
Fonte: Luso Motores