Klever Kolberg foi o primeiro brasileiro a desbravar o mítico Paris-Dakar, em 1988. Vinte e dois anos depois, ele surpreendeu o mundo ao disputar a mais importante das competições off road a bordo de um carro totalmente movido a diesel de cana-de-açúcar. A tecnologia sustentável, 100% brasileira, pode reduzir até 82% das emissões de gases causadores do efeito estufa em comparação ao diesel comum. Agora ele trouxe a novidade para a 21ª edição no Rally dos Sertões.
- O diesel de cana-de-açúcar não perde em nada para o vendido nos postos. O diferencial é que ele agride muito menos o meio ambiente - explicou o único piloto do mundo a correr com combustível verde.
A tecnologia nacional vem mostrando que sustentabilidade e competitividade podem andar lado a lado. Klever terminou a oitava etapa na terceira colocação, ficando atrás apenas da dupla Stephane Peterhansel/Jean-Paul Cottret e dos brasileiros Cristian Baumgart/Beco Andreotti - a prova teve percurso de 666 km entre Palmas, no Tocantins, e Minaçu, em Goiás.
De acordo com o piloto, assim como o motor de quatro cilindros e 240 cavalos de potência do protótipo T-Rex não precisou de qualquer adaptação para se adequar à nova tecnologia, também não será necessário fazer modificações para que os carros normais recebam o diesel de cana-de-açúcar. Alguns ônibus nas maiores capitais do país já operam com uma pequena porcentagem do produto misturada ao combustível comum.
- Este diesel tem uma capacidade de se misturar ao comum com grande facilidade. Ele até tem propriedades muito estáveis das quais poderíamos nos aproveitar para dar mais potência ao motor, mas não foi isso que aconteceu. O mesmo motor que vinha usando o diesel convencional só trocou de combustível. Nada mais - explicou o piloto.
Como se não bastasse o bem que a redução dos gazes poluentes traz à natureza, o protótipo abastecido com tecnologia nacional tem outra vantagem que afeta os pilotos diretamente.
- O cheiro dele é bem agradável. É meio perfumado. Você sente um aroma quando acelera que é bem mais gostoso do que o diesel normal - completou Klever.
Nesta sexta-feira, os competidores partem para Goianésia, ainda em Goiás, e enfrentarão estradas com subidas, depressões e diversas lombadas. O Rally dos Sertões termina neste sábado, em Goiânia.
Fonte: Globo Esporte