A disputa da categoria motos no Rally dos Sertões 2013 não terá o atual campeão da competição, Felipe Zanol, vítima de um acidente no fim do ano durante treinos para o Rally Dakar. Ainda assim, Zanol é figura presente nos bastidores da competição, a mais importante do calendário off road do Brasil, e promete acompanhar de perto a briga pelo título, que conta com pelo menos quatro favoritos na categoria FIM 450 cc.
A disputa promete ser acirrada, graças às presenças de Marc Coma (espanhol da equipe KTM, campeão do Dakar em 2006, 2009 e 2011 e do Sertões em 2010), Jean Azevedo (piloto da Honda, pentacampeão do Rally dos Sertões), Cyril Després (francês da Yamaha, cinco vezes campeão do Dakar) e Dário Júlio (companheiro de Azevedo na Honda, vice-campeão das motos na prova em 2012). E é Júlio, que passou a competir nos Sertões apenas em 2010 e que seria o “azarão” do quarteto, quem mostra mais animação.
“É sempre um prazer, uma alegria muito grande correr o Sertões – uma prova que sempre foi um sonho quando eu fazia enduro de regularidade. Nossa equipe está muito unida. Essa união fortalece todos os pilotos, fortalece a troca de experiências. Acho que isso vai fazer diferença”, disse, satisfeito com o retorno da competição a Goiás – em 2012, a disputa começou em São Luís (MA) e terminou em Fortaleza (CE).
Para ele, o equipamento da Honda está pronto para o solo mais compacto e seco entre Goiás e Tocantins. “A prova deste ano, nós imaginamos que vai ser um rali muito duro, de muita pedra, de muito trecho sinuoso e de serra. Nós estamos muito confiantes no equipamento e na pilotagem de toda a equipe para disputarmos com os estrangeiros e com os brasileiros”, completou.
Pelo caminho, porém, Júlio terá que superar nomes com Jean, Coma e Després. O primeiro “obstáculo” seria o compatriota, que mostra otimismo com o equipamento. “Temos grandes pilotos competindo aqui no Sertões, mas nós da equipe Honda estamos muito preparados”, disse Jean Azevedo.
O espanhol, por sua vez, disse estar “muito feliz” com a volta ao Brasil, e prevê uma disputa acirrada para repetir seu título de 2010. “A competição não será fácil, mas temos dez dias pela frente. Temos que ir bem na tática. No Brasil, no Sertões, os brasileiros são muito rápidos. Temos que estar concentrados. Tentarei buscar minha segunda vitória aqui, mas temos um longo caminho pela frente”, declarou.
Mesmo sem poder contar com a defesa do título, a organização vê com bons olhos o nível da edição de 2013, a 21ª da história. Para Marcos Moraes, diretor-presidente da Dunas Race (que organiza o Rally dos Sertões), a presença de equipes de fábrica na prova eleva o nível de exigência dos próprios competidores, e ajuda a atrair ainda mais atenção internacional.
“Estou muito contente por tudo aquilo que a gente conseguiu fazer. Foi um ano muito difícil, mas conseguimos um roteiro fantástico. Na categoria motos, temos pela primeira vez três times oficiais de fábrica: Yamaha, Honda e KTM. Temos outros pilotos que não vão ser de fábrica, mas que serão igualmente competitivos”, analisou.
E Felipe Zanol, presente como garoto-propaganda de uma marca de pneus, também mostra otimismo na condição de espectador. “Pela primeira vez, acho que não poderei defender a conquista de um título. Tive um acidente no fim do ano passado treinando para o Dakar. Mas fico feliz de estar aqui para ver a disputa incrível que vai ser”, declarou o ex-piloto da Honda, em breve pronunciamento durante a entrevista coletiva.
Fonte: Terra