A Chevrolet confirmou que começará a vender neste ano o SUV Trax na Argentina, onde receberá o nome de Tracker, igual ao de outro utilitário da marca que foi fabricado na década passada naquele país, que era "irmão" do Suzuki Gran Vitara. No comunicado divulgado nesta segunda-feira (15), a General Motors não informa, no entanto, onde serão fabricadas as unidades do Trax para a Argentina. O novo utilitário é feito na Coreia do Sul e no México -não há informações sobre uma possível produção sul-americana.
A GM já afirmou ter interesse na venda do modelo também no Brasil, mas vê dificuldades tanto para produzir o carro no país quanto para importá-lo. No último Salão de Detroit, em janeiro passado, o presidente interino da filial brasileira e chefe da GM América do Sul, o colombiano Jaime Ardilla, afirmou que a produção no Brasil de modelos recém-lançados, como Onix e Cobalt, já não atendia à demanda e que era necessário aumentá-la. Naquele mês, a GM anunciou a ampliação da produção na planta de Gravataí (RS), onde é feito o Onix e onde passou a ser fabricada a sua versão sedã, batizada de novo Prisma, lançada em fevereiro último.
A importação do modelo esbarraria em custos e medidas do governo. Há 1 ano Brasil e México restringiram o comércio de carros entre os dois países, a pedido do primeiro. O governo brasileiro reclamava de importar muito mais automóveis de lá do que exportava, então foram criadas cotas renováveis anualmente. A GM já traz daquele país a Captiva e o Sonic, e as cotas estão, segundo Ardila, abaixo da demanda. Assim, seria difícil "espremer" mais um modelo no "bolo", ainda que as cotas tenham sido alargadas neste ano, como previsto.
Para importar o Trax da Coreia do Sul, o problema seriam os custos da operação e o fato de que carros trazidos de outro países, fora os do Mercosul e o México, tiveram o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentado em 30 pontos percentuais no ano passado.
Por outro lado, o novo regime automotivo, que começou a vigorar neste ano, abriu brechas para que as montadoras e importadoras pudessem trazer uma cota de veículos sem o imposto "inflado", desde que atinjam algumas metas do programa.
Quem se encaixar poderá trazer de outros países uma cota de até 4.800 carros ao ano sem o IPI aumentado. E também é permitido importar, por um tempo, se houver a intenção de fabricar aquele veículo no país -neste caso, ele poderá ser trazido de fora enquanto a fábrica local se adequa à produção.
Ainda em Detroit, a "novela" Trax teve um episódio saia-justa: a GM teve que pedir a retirada de um cartaz em seu próprio estande, que apontava que o Trax seria fabricado também no Brasil. Segundo a montadora, tratou-se de um equívoco. O mesmo cartaz já apontava o SUV na Argentina, além de México e do Canadá.
Fonte: G1