Postado originalmente por
Eduardo Ramires
Olá pessoal.
Conforme combinei aqui eu desci para castelhanos no dia 28. Fiz a trilha de ida com o Caio de quadriciculo. Nos encontramos no posto Ale as 8 da manhã.
Na ida deu tudo certo sem problemas. Chegamos lá, achamos um local para armar acampamento e ficamos numa boa.
Eu e meu companheiro não aguentamos os borrachudos que estavam em número absurdo, tomamos picadas no corpo todo, usamos todos os repelentes de todas as marcas e nada adiantou, inclusive complexo B.
Resolvemos desmontar o acampamento no dia seguinte 29/12.
Subimos a trilha mais ou menos umas 5:30 da tarde porque descobrimos que tinham 3 carros subindo e então resolvemos alcançar eles.
No meio da subida encontramos com um troller todo original acabado de ser comprado na Trilha 23 com um rapaz sua mulher e filha.
O rapaz se chama Ricardo, não me lembro de onde ele é enfim.
Algumas pessoas estavam ajudando ele com o guincho porque ele não sabia como fazer nada na trilha. Porém o carro estava muito original e os facões estavam muito altos para os pneus originais.
Resultado, teve que subir 100% no guincho o que levou uma eternidade.
Com isso eu acabei forçando muito o meu troller porque eu tinha que ficar esperando ele andar alguns metros para eu andar também.
Chegamos a conclusão de que ele teria que deixar o carro dele porque senão ninguém sairia da trilha antes de anoitecer.
Nesse ponto a mulher dele e a filha já estavam chorando de desespero.
Todo mundo me pediu para levar eles, mas eu estava com bagagem no carro e não tinha espaço, consegui espaço para a mulher e a filha.
Acabei levando elas, porém depois de tanto desgastar o carro nessa coisa de vai não vai com o outro troller minha embreagem queimou toda.
Fiquei preso no meio da trilha.
Elas acabaram subindo a pé a trilha a contra gosto e eu e meu amigo ficamos no meio da trilha esperando por ajuda.
Passamos a noite no meio da trilha com o carro preso na lama.
Depois de algum tempo o alternador resolveu quebrar também e não pude nem dar partida no carro só para piorar o problema.
Durante a madrugada o rapaz do troller original voltou com um outro jipe, ele contratou um mecânico chamado Chico para tirar ele dali.
O tal do Ricardo me ignorou no meio da trilha, passou pelo meu carro e desceu até o jipe dele e veio trasendo pra cima.
Quando chegaram com o jipe dele perto do meu eu pedi ajuda, mas nenhum deles me deu atenção e o tal do Ricardo ficou calado e nem falou comigo direito, como se nada tivesse acontecido.
Eles passaram com o troller do Ricardo do lado do meu carro e foram embora sem dar nenhuma atenção ou assistência.
Depois que eles passaram ficamos no breu total por varias horas até que passou mais um jipe de turismo descendo com compras para os bares da praia.
O rapaz queria passar de qualquer jeito e foi bastante agressivo comigo como se o fato do carro quebrar ali fosse proposital.
Ele disse que o carro iria ter que sair da frente de um jeito ou de outro e então ele começou a bater o parachoque dele no meu para me empurrar para tras e me tirar do caminho.
Não conseguiu porque eu estava fundo na lama.
Ele acabou abrindo o mato envolta de mim e passou pela minha lateral e foi embora.
Novamente fiquei no breu total dentro do carro.
Passei a noite inteira nessa situação, não consegui dormir porque meu nível de stress e tensão estavam além da conta, meu amigo por outro lado dormiu no banco do passageiro.
Acabei então passando a noite inteira sozinho acordado no carro.
No dia seguinte de manhã eu resolvi tomar uma atitude e desci a trilha até a praia a pé para pedir ajuda.
Encontrei lá o jipe que quis passar por mim de qualquer maneira. Acabei criando amizade com o cara que pediu desculpas pela situação toda.
Encontrei lá com o Luciano, um outro motorista de jipe de Turismo da praia.
Subi devolta com os dois jipes e com a ajuda dos dois eu consegui tirar o meu troller do meio da trilha, encostei ele no canto e subimos para fora da trilha para encontrar um mecânico.
Conseguimos encontrar um, que cobrou exatos 3200,00 para tirar o carro de lá e substituir a embreagem por uma nova. Nesse preço estava incluso o serviço dos dois jipes de turismo que teriamos que levar o mecânico devolta ao meu carro e ajudar a subir com o troller já funcionando.
Porém não deu certo, chegando lá eles tiveram que empurrar o troller devolta para a praia para trocar a embragem e ai então os três carros subiriam a trilha novamente.
Acabram conseguindo subir com o Troller enquanto me deixaram na casa de um dos jipeiros de turismo que alias fui muito bem tratado.
Acordei no dia 31 com o carro estacionado na porta da casa desse jipeiro onde dormimos.
Como o alternador estava com problema poderiamos apenas fazer uma única partida no carro para ir embora e foi o que fizemos, ligamos o trollere viemos para São Paulo sem desligar o carro até aqui.
Inclusive na balsa ficamos com o troller funcionando.
Quando cheguei aqui em casa e descarreguei o carro todo percebi que minha sinta de reboque não estava aqui.
Saldo total da brincadeira, uma sinta de reboque "roubada" (não sei se foi proposital).
3200,00 de troca de embreagem.
Resultado: meu final de ano foi uma bela de uma porcaria.
Foi a primeira vez em toda minha experiência de trilhas que fui largado no meio da trilha pelos companheiros foristas.
Tive uma experiência extremamente decepcionante com o pessoal que eu inclusive ajudei porque levei a esposa do tal Ricardo no meu carro e a filha dele, que nem deveriam estar ali com ele naquele troller original.
Lamentável, ainda estou me recuperando do baque emocional.