Sou grande admirador da Serra da Canastra e ao menos uma vez por ano vou até lá rodar com meus velhos off-roads. A idosa e bem conservada Hilux 1998 já rebocou um Buggy-Gaiola VW 1600, depois um VW BAJA 1600 e já levei para lá algumas vezes um JIPÃO Bandeirante. A Gaiola tem coroa/pinhão 8x35 (relação mais curta) e saiu-se otimamente bem nas trilhas de Vargem Bonita, São Roque de Minas e São João Batista do Glória. Idem para o BAJA e o Bandeirante. A Gaiola tem freio de mão seletivo, recurso que pode me auxiliar a sair de um atoleiro. O JIPÃO Bandeirante tem motor diesel OM314 turbinado. Fora isto, são veículos antigos, bem conservados e bastante aptos para off-road. Mas para vencer as estradas e trilhas mais difíceis o piloto precisa trabalhar rápido com a mente, as mãos e pés, manipulando o volante, o acelerador, o freio, a embreagem, a alavanca de câmbio, a tração 4x4 e por vezes a reduzida. Estes meus veículos apenas se deixam guiar pelo piloto, pois eles mesmos não têm sensores nem outras engenhocas e parafernálias tecnológicas para superar terrenos difíceis. Quando eu venço uma trilha difícil na Canastra ficou muito feliz pela valentia do meu veículo e também por ter acertado na arte de pilotar. Quando o veículo quebra ou tem uma pane fico triste, pois a mecânica não foi tão robusta quanto eu imaginava. Quando não consigo vencer um desafio (possível) na Canastra percebo que preciso aprender mais a arte de pilotar na terra, na lama, nos atoleiros, nos alagados, nas subidas e descidas íngremes e escorregadias, etc.
Mas por favor, não imagine que estou desfazendo do seu MIT Pajero Sport, que deve ser um ótimo veículo. Apenas não consigo me imaginar pilotando um veículo off-road "com vida própria" e que supera quase todas as dificuldades da trilha para mim. Mas gosto não se discute!
Parabéns pelo seu Pajero. Desejo-lhe ótimos passeios. A Serra da Canastra foi uma bela escolha.
Abraços,
Capt. Gottlieb