Postado originalmente por
Vichi
Nem fala Augusto, foi uma loucura o que aconteceu. Anexo aqui o relato do Fernando "Vitarabravo", ele relatou muito bem o que aconteceu, mais cada vez que achávamos que tinha acabado o problema surgia um novo, depois de passar o rio Braço os carros já ficaram com problemas, deu para passar o rio rebocados mais apesar de não ter entrado água no filtro de ar a eletrica sofreu muito. Cada um deve ter uma estoria para contar com certeza, muito mais os casais que levaram crianças no que parecia um passeio bem tranqüilo.
Na volta eu estava o primeiro e tinha ficado sem hidráulica na direção, eu ia puxando andava e aguardava o pessoal me alcançar, de repente fiquei sozinho, o carro morreu e depois de aguardar uns 30 minutos tentei ligar o carro para voltar, NADA o carro não pegava. Ao longe não dava para ver nenhuma luz dos outros carros, cagaço total, eu liguei o inversor de corrente no carro para ligar a lampada que tenho e depois de dar umas olhadas no motor e não ver nada de diferente, insisti e o caro pegou. Desliguei a lampada e reparei que os ponteiros do painel não mostravam nada, tinha ficado sem energia o painel. Achei que o melhor era ir para a frente por se o carro morrer de novo estar o mais perto da RJ para ser guinchado. De repente começou um fedor de queimado no carro, parecia que estava queimando alguma coisa dentro da carro. Cagaço muito maior, ai que enfiei o pé e desci que nem doido até a RJ.
Quando cheguei lá parei e dei uma olhada com um pouco mais de tranqüilidade o meu carro estava cheio de água dentro e quando liguei o inversor que fica no chão embaixo do banco do carona, deu algum curto dentro de ele e estava começando a sair uma fumaça fedorenta, desliguei ele e depois de alguns minutos parou. Comecei a andar devagarzinho sem direção e com os pneus com 12 libras, o posto Cascatinha estava fechado e com o compressor do carro e muito tempo consegui encher os pneus e tentar chegar na Dutra, achei que um guincho ia demorar muito em chegar e queria chegar em casa logo. Ai com muita paciência e muitas paradas e ninguém na estrada consegui chegar no Rio, nem sei a hora porque estava morto. A PRF no pedágio estava parando todos os carros e me pararam mas não deram muitos problemas.
Hoje tentei ligar o carro e nada, acho que vou ter que dar um jeito para poder tirar ele da garagem para o guincho legar ele para reparar.
Concordo com o Fernando totalmente, a Bocaina com chuva NÃO DA para ir está muito complicada.
A todos os que foram parabéns e muito obrigado porque sem o trabalho de todos não teríamos conseguido sair de lá, especialmente ao Didi que deu show com o trator dele para nos atravessar no rio.
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Caro Trovão Verde e amigos do JCM, fomos na trilha da madeireira, na
Bocaina, subindo por Rio Claro no sábado.Estavam presentes:eu e
esposa(vitarabravo), Mau, mulher e cachorro(hilux), Inigo(cherokee),
Paulo Barbosa, esposa e sobrinha(Camper), Renatão esposa e filha
(Pajerinho), Camoi esposa e filhos(Pajerinho), Alexandre e esposa
(vitara) e Cleber e namorada(Ranger).
Entramos na trilha por volta de 12H de sábado, com muito sol,
seguimos até o rio do braço que estava com o nível um pouco acima do
que vi em novembro, mas de águas cristalinas e ainda fácil de
atravessar.Logo depois continuamos a trilha, passamos pelo bosteiro
e quando chegamos na subida da joaquina nos deparamos com a trilha
bem destruída, com enormes erosões.Enxada e picareta nas mãos
perdemos algumas horas ali mas conseguimos passar.Mais acima o Mau
tentou passar no "piscinão" e não conseguiu, tendo de ser
puxado.Continuando a trilha nos deparamos com um trecho com muita
lama e neste momento o Inigo que estava a frente caiu num enorme
buraco a esquerda coberto de água, ficando literalmente afundado
ali.A partir daí começou o perrengue, desabou a chuva!Neste local há
um pequeno aborto a direita do buraco, mas fica muito difícil
passar, pois sempre o jipe escorrega para dentro do trilho.Muita
chuva e vento nos fazia tremer de frio, começou a escurecer e por
colta de 23h o grupo todo conseguiu avançar deste trecho.
Chegamos então naquele trecho mais amplo que tem muitas madeiras no
charco.A seguir dali tem uma subida estreita que está completamente
destruída, cheia de erosões e com o temporal que caía, descia um rio
por ali.Muito tensão no grupo, decidimos dormir ali e quando
clareasse veríamos se conseguiríamos subir ou iríamos voltar.De
madrugada a chuva não parava e era tão forte o barulho nos vidros do
jipe que assustava e nos deixava tensos.Por volta de 3:30 a chuva
parou e consegui cochilar até 6H quando clareou.Cenário assustador,
voltara a chover.Reunimos o grupo e decidimos tentar voltar pq.
subir não dava com a cachoeira que descia pela enorme erosão que se
formou.Estava muito preocupado pq. levamos horas para vencer o
trecho anterior, a chuva não dava trégua e tínhamos q passar lá de
novo.Por volta de 9H a chuva parou e com muito trabalho conseguimos
fazer um trilho para os pneus do jipe passarem desviando do buraco
fundo, o problema é que o trilho era perto do barranco e tínhamos
que calcular o perigo.Por volta de 13H passamos esse trecho e fomos
descendo,ao chegar na Joaquina, tudo que havíamos feito para subir a
enxurrada tinda destruído e aberto uma enorme e assustadora
cratera.Todos estavam muito cansados, mas não desistíamos, cavamos
desbarrancamos, colocamos pedras e +- as 18H todos passaram.
Ao chegar no rio do braço nos deparamos com o Didi, Tom e outros de
Volta Redonda-Jipeiraço num grupo de 5 jipes sendo 2 engesa curtos
(acho que era isso).Eles haviam acabado de passar o Rio, depois de
horas esperando baixar o nível um pouco.Muita correnteza, rio
barrento e alto, só o engesa conseguia passar.Contamos a eles o que
passamos e eles resolveram desistir de subir.O Didi com o engesa se
prontificou a atravessar um a um puxando com a cinta, quem tinha
snorkel, com motor ligado.O primeiro a ser puxado foi o Camoi na
pajerinho, depois de pensarmos muito se era seguro aquilo.Não
tínhamos mais comida e água para um terceiro dia.A pajerinho chegou
a levantar a traseira, boiando e apontando para cima do rio, mas o
engesa do Didi o atravessou e fez assim com todos, incrível, aquele
engesa bem alto atravessando o rio com água no capô e ainda puxando
outros jipes.Quando chegou a minha vez,já de noite,fizemos um trem
com o Didi puxando, eu com o motor ligado e o alexandre no outro
vitara desligado, pois não tinha snorkel.Quando entramos no rio a
água foi acima do capô e a traseira do vitarabravo foi navegando,
mas passamos.Se o pessoal de Volta redonda não estivesse lá não
teríamos como atravessar o Rio, tendo que dormir lá mais um dia, sem
ter o que comer e beber, teríamos que atravessar a precária ponte
para pedestres que existe lá e procurar abrigo.
Voltei pro RJ e cheguei em casa às 3h da madruga de hoje, segunda-
feira, completamente esgotado.Mau, Renatão, Cleber e Paulo foram
dormir em Volta Redonda, guiados pelo Didi.Camoi, Inigo e Alexandre
tb voltaram.
Conclusão:Se estiver chovendo NÃO DÁ PRA IR, fica intransponível e
perigoso, a trilha está muito destruída na subida da joaquina e no
trecho em que dormimos, sem falar no rio do braço, e não sei como
está acima no trecho que não passamos.
Se o tempo estiver bom, é preciso que todos estejam preparados,
Pneus MUD, disposição para trabalhar, equipamentos, alimentos e
bebidas de sobra, agasalhos.Tenho algumas fotos de antes da chuva,
porém o Paulo Barbosa da Jipenet-RJ fez muitas fotos mesmo na chuva
e depois vai postar.
É isso, mando esse relato para planejarmos bem a ida lá no dia 23.
O que vivemos lá foi inesquecível, mas a sensação de fome e de que
não iríamos conseguir voltar foi preocupante.Nenhum celular funciona
lá e não tem como pedir ajuda.
Abs ainda exausto e cheio de dor no corpo,
Fernando Sales
Vitarabravo - RJ