Creio que ainda vamos ver mais coisas inéditas no russinho.
O que ocorre, muitas vezes, é que o camarada vai enfeitando o carro com uns acessórios, pinta ou dá um polimento na lataria, coloca uns pneus novos e só mantém aquilo que é mais visível. O que não se vê ou não se conhece, fica lá esquecido... até uma hora.
É idêntico às pessoas. Quando novas, sobem uma ladeira correndo numa arrancada só, o torque é poderoso, não ficam doentes, nada as abala. Depois, com o passar dos anos, podem até usar Botox, pomada de urso, cremes milagrosos e comprimidinhos azuis... A aparência fica rejuvenescida mas o desempenho fica, por vezes, a desejar.

No Pangaré, por exemplo, as pinças de freio, que ficam bem visíveis e é algo sempre lembrado (pelo menos para trocar pastilhas) estavam em petição de miséria. Quando as abri dentro delas não tinha óleo de freio e sim lama de freio, não tinham mais as coifas (guarda-pó), um dos sangradores de cada pinça (para quem não sabe, tem dois) estava quebrado, os flexíveis estavam se desfazendo. Aí a pergunta, como pode alguém dizer que o freio do NIVA é ruim? Ou melhor, como pode alguém querer que o NIVA freie?
Agora imagina como está o resto... Eu mesmo não tinha noção de como as coisas estavam ruins. Aliás, tinha coisas que eu nem sabia que tinha.

Aí o camarada compra um NIVA, todo empolgado enche o tanque, chama a galera e diz alto e bom som; "VOU FAZER TRILHA". Dois quarteirões adiante quebra não sei o quê. O cara reboca o carro, conserta ou remenda o que quebrou. No outro dia, lá vai ele de novo todo feliz. Outra coisa quebra. E assim uma após a outra. (Casos parecidos já aconteceram aqui, com colegas nossos, não foi?).
Lá pela quarta ou quinta quebra, o nosso NIVeiro começa a creditar (não, não escrevi errado, quis dizer "dar crédito") as quebras ao azar, zica, macumba, olho gordo, bozó, ...
Na sétima ou oitava, ele conclui: "ESTE CARRO É UMA M&RD@".