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Tópico: Um dia de merd@!

  • #1
    Anunciante Avatar de Giovani
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    12/03/2003
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    Um dia de merd@!




    Um Dia de Merd@!
    Por Luiz Fernando Veríssimo....

    Aeroporto Santos Dumont, 15h30min, senti um pequeno mal estar
    causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma
    barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria
    para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas.

    Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. "Chegando lá,
    tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo."

    O avião só sairia as 16h30.

    Entrando no ônibus, sem sanitários.

    Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha
    gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim
    que entrasse no banheiro do aeroporto.

    Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: "Cara,
    mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso
    largar um barro."

    Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei
    força de vontade para trabalhar e segurei a onda.

    O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero,
    uma voz disse pelo alto falante: "Senhoras e senhores, nossa viagem entre
    os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido a obras na
    pista."

    Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo! Fiz um
    esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na
    estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

    Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para
    tirar um sarro.

    O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando
    que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado.

    Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um
    banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão
    limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico
    então:
    branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume
    almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi,
    consternado, que havia cagado.

    Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu
    autor.

    Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e
    convidá-los a apreciar na privada.

    Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal.

    Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo,
    procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério:

    - "Cara, caguei."

    Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos
    depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. "Que se dane, me
    limpo no aeroporto."

    - pensei. "Pior que isso não fico."

    Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.
    Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita
    cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez,
    como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando,
    esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha,
    calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora
    líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade. E
    depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o
    que era um peidinho para quem já estava todo cagado?

    Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta
    vez.

    Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que
    resolveu botar Modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas
    viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo
    junto.
    Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha
    menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a
    limpar a sujeirada.

    Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos
    curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no
    bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu
    pudesse trocar de roupas.

    Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de
    papel higiênico em todos os cinco. Olhei para cima e blasfemei:

    - "Agora chega, né?

    "Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para
    analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar
    pela minha salvação, com roupas limpinhas cheirosinhas e com ela uma
    lufada de dignidade no meu dia. Meu amigo entrou no banheiro com pressa,
    tinha feito o "check-in" e ia correndo tentar segurar o vôo.

    Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e
    saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a
    mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola "V".

    A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

    Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de
    algum modo, aproveitáveis.

    Minha cueca, joguei no lixo. A camisa era história.

    As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram
    de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de
    1 a 10.

    Teria que improvisar. A invenção é a mãe da necessidade, então
    transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar.


    Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a
    parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda
    se desprendeu.

    Estava pronto para embarcar.

    Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de
    embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e
    molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver
    gola "V", sem camisa.

    Mas caminhava com a dignidade de um lorde. Embarquei no avião,
    onde todos os passageiros estavam esperando o "RAPAZ QUE ESTAVA NO
    BANHEIRO" e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu
    amigo que sorria.

    A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo. Eu
    cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro
    de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi
    não pedir:

    "Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!!!"

  • #2
    Valeu! Muito legal...ri pra caramba. :

  • #3
    Que Merda!!!

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