Do Ceará ao Maranhão (Jericoacoara, Parnaíba, Lençois e outras)

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Vou descrever aqui um pouco do que foi a minha viagem ao Nordeste no período de 28 de dezembro a 23 de janeiro de 2011, mais especificamente do Ceará ao Maranhão, e sempre que possível, pela praia. Minha intenção é que este registro sirva como auxílio aos futuros expedicionários da região. Nos tópicos seguintes postarei também os arquivos de GPS que gravei e os vídeos que fiz da viagem.

Considerando que fiz a viagem sozinho (apenas 1 carro) e com esposa e filhas pequenas, alguns cuidados eram necessários para que a viagem transcorresse com segurança. Vale lembrar ainda que não sou experiente em trilhas de 4x4 e tinha andado em areia apenas uma vez no trecho que fiz em 2010 entre Natal e Timbau do Sul. Meu carro é uma pickup L200 Triton completamente original.

Portanto, pesquisei muito na internet sobre o trajeto e conversei com pessoas que já haviam feito o mesmo passeio. Tive o GPS como um constante e importante companheiro de viagem, tanto é que cheguei a levar um GPS de reserva. Recebi muitas informações da turma off-road do Ceará, mais especificamente da “Rapaziada 4x4” que tem um tópico aqui no fórum. Além de me passarem informações e dicas, ainda me deram alguns tracklogs que foram muito importantes em todo o trajeto. Eles me levaram ainda para fazer uma trilha em Fortaleza, nos cataventos, quando então eu tive oportunidade de adquirir um pouco de experiência e verificar os limites de meu carro e os meus limites também. O que eu mais temia era ficar atolado no meio do nada ou então acontecer comigo o que sempre vemos em vídeos do youtube, quando o sujeito atola e seu carro é levado pelo mar.

Fui com cinta, pá, ferramentas e ainda instalei um rádio PY por recomendação da “Rapaziada 4x4”, já que na região o pessoal de 4x4 usa PY e não PX. Levei ainda dois GPS, notebook com mapas da região (mapsource e trackmaker), calibrador, celular com acesso a internet, inversor de voltagem veicular dentre outros apetrechos. Levei impresso também uma cópia das Tábuas da Maré por onde passaria. Pesquisei ainda na internet os locais onde o transito na praia é permitido e os locais onde não são. De qualquer forma, por onde passei havia sempre alguma placa identificando os trechos onde não era permitido o trânsito de veículos. Obedeci a todas estas placas e nem por isto minha viagem perdeu a graça. Sem contar que o que não faltava eram carros da polícia nestes locais, fazendo com que qualquer esquecido se lembre rapidamente que está transitando por local não permitido.

Na definição do trajeto, preferi fazer um número maior de paradas, de forma a que os trajetos que fossem percorridos fossem sempre curtos, o que me daria tranqüilidade e segurança, já que teria muito tempo para percorrê-los. Fora que são belos locais turísticos, propiciando diversão à família em cada estadia. Desta forma as férias não seriam somente minha e sim de toda a família. Em cada localidades reservei de 2 a 5 dias, dependendo do atrativo da localidade. Sendo assim, antecipadamente, fiz reservas nas seguintes localidades: Canoa Quebrada, Praia da Fontes, Fortaleza, Lagoinha, Jericoacoara, Camocim, Parnaíba, Barreirinhas e São Luis.

Meu planejamento inicial era ir de avião com a família no dia 28 de janeiro e mandar o carro de cegonha. Porém o transportador que tratei este trajeto cancelou o serviço no dia 25/12, quando entregaria o carro pra ele. Tive então de antecipar minha ida em dois dias e subir de carro já no dia 26 de dezembro, uma vez que são quase 2,4 mil km até lá. Somente a família foi de avião. A estrada até que estava boa, porém demasiadamente movimentada. Mesmo assim, dia 27/12 no final do dia eu já estava em Fortaleza para receber a família no dia 28 e ir direto para Canoa Quebrada, nossa primeira estadia.

Tinha ido a Canoa Quebrada pela última vez em 1995. Foram muitas mudanças. Hoje se tem uma estrutura melhor pra receber o turista em relação a que existia naquela época, mas em minha opinião perdeu um pouco do charme. Nas ruas por onde passei vi também muito lixo jogado, demonstrando a falta de educação dos turistas e moradores locais, bem como a provável ausência de estrutura do município na retirada deste lixo e na limpeza das ruas. Mas a praia continua linda como sempre. Ficamos nesta pousada http://www.hotelcanoaquebrada.com. Pousada confortável e recomendada pelo guia 4 rodas. Quartos amplos, novos e limpos. Se não tivesse tanto mosquito no café da manhã seria melhor ainda.

No dia 30/12, de Canoa fomos para praia das fontes onde passaríamos o réveillon. Fomos pela praia seguindo um dos tracklogs que conseguimos da Rapaziada 4x4. Porém, em determinado momento, a trilha entrava pras Dunas. Como percebi que a areia estava mais frouxa, não havia mais marcas de pneus no caminho e dado a minha falta de experiência, dei meia volta e fui pelo asfalto mesmo. Apesar de parecer frustrante, não foi. O passeio foi bacana e valeu a tentativa.

Na praia das fontes ficamos em um hotel bem bacana. Uma piscina enorme que a criançada não queria nem saber de praia. O site do hotel está fora do ar, mas da pra ver como ele é neste outro aqui http://www.sigibrasil.com/hotel_coliseum_port.html

Mesmo assim me aventurei por passeios nas praias, mas especificamente na lagoa de Uruaú. Vale o passeio tanto pela sua beleza quanto pelo trajeto. Fomos ainda por dunas até o alto das falésias de morro branco. Bem legal por sinal. Em 1995 lembrava de caminhar por entre pequenos corredores entre as falésias. Passados 16 anos estes corredores não são mais estreitos, pelo contrário. Segundo nos informaram no local, a chuva, o turismo e a retirada de areia colorida pelos artesãos tem alargado estes corredores. Mas nada que desaconselhe alguém a conhecer o local. Muito bonito também, principalmente em um fim de tarde ensolarado.

No dia 2 de janeiro, saímos da praia das fontes seguimos pra Fortaleza. Novamente tentei ir pela praia/trilhas. Seguimos por dunas até morro branco e depois de atravessar o asfalto o caminho seguia novamente por Dunas, porém estas, assim como as de Canoa, sem qualquer marca de trânsito de veículos. A areia foi afrouxando e junto dela eu também. Retornei e fui pelo asfalto. Como bom mineiro que sou, melhor prevenir do que remediar.

Chegamos em Fortaleza passando por Aquiraz. Neste pedaço o rádio PY, que até então estava silencioso, não ficava mais calado. Fui saber mais tarde que era a turma fazendo a trilha dos cataventos, bem próximo de onde estava. Em Fortaleza tive uma grata surpresa. A cidade, que já me fez ir ao Ceará por 4 vezes, está ainda mais bonita. Eu já era um fã de carteirinha desta cidade, e depois da viagem consegui inscrever minha mulher neste fã clube também. Ela que sempre gostou muito de Salvador, teve de tirar o chapéu pra Fortaleza. E estando com crianças em Fortaleza, não tem como não ir ao Beach Park. Portanto, dos 5 dias que fiquei por lá, 3 foram no Beach Park. Como eu já conhecia bem Fortaleza, não acho que perdi por não ter ido a outros locais. A alegria e divertimento das crianças valeram o sacrifício.

E quem for a Fortaleza, não deixe de fazer a trilha dos cataventos, de preferência com alguém da região que conheça bem o local. A trilha é muito boa e o pessoal da Rapaziada 4x4 também. Foram 3 a 4 horas de muita diversão. Só esta trilha já valeu a viagem de carro até lá. Recomendo.

Continua....

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Depois que sai de Fortaleza, no dia 7 de janeiro, fui direto pra Lagoinha pelo asfalto, já que no horário que saí pra viajar a maré estava cheia. Dos locais por onde passei o que menos gostei foi Lagoinha. Pra ficar claro, não é que eu não tenha gostado. Gostei sim. Mas foi o que menos gostei. Fiquei em uma pousada que segundo o guia 4 rodas é a melhor de lá. Apesar de simples, é uma pousada com quartos novos, bem decorados, ar condicionado silencioso, varanda de frente pro mar, um bom café da manhã, restaurante, etc.. Mas todo dia parava na porta da pousada um “bando de ônibus” de turismo que lotavam a praia e tinham ainda o restaurante da pousada como local de turismo receptivo. Uma confusão só. Já na parte da noite era tudo uma tranqüilidade só. O site da pousada é este aqui:
http://www.vivamarhotel.com.br/

Em Lagoinha meus passeios de 4x4 foram reduzidos apenas a uma ida a lagoa de Almécegas. Como fui lá ao final da tarde de um dia chuvoso e fiquei muito pouco tem, não posso recomendá-la ou “desrecomendá-la”. Mas o trajeto é bacana e tirei belas fotos por lá. Lá em Lagoinha fui em um restaurante muito bom. Ele é o único constante no guia 4 rodas e me foi muito bem recomendado pelo pessoal do Rapaziada 4x4, tanto é que o Jeff, integrante do grupo, me deu o prazer de sua companhia em um dia que estávamos por lá. Ele saiu de Fortaleza e foi até lá pra almoçar com a gente e ainda levou a esposa e 3 filhos. Muito boa a comida. Comi um espaguete com frutos do mar que seu paladar ainda está na memória.

A partir daí, segui viagem quase sem ver o asfalto. Foi só praia, areia e duna. O próximo tiro era a ida de Lagoinha até Jeri no dia 9 de janeiro. No início a praia estava bem movimentada e com muitos carros, até porque esse trajeto foi percorrido em um domingo (09 de janeiro). Mas à medida que ia me afastando de Lagoinha, a movimentação foi diminuindo. Fomos com a maré baixando, o que deu tranqüilidade, pois caso ocorresse algum problema, haveria tempo suficiente (espero eu...) para sua solução. Logo na saída passamos pela barra do rio que na maré baixa não apresentava problema. Seguimos por Guarajiru, Flexeiras, Embuaca e Mundaú, onde tínhamos de atravessar a balsa. Na hora que eu vi aquele barquinho tive vontade de dar meia volta e ir pelo asfalto. Fora a esposa falando no meu ouvido “Vc vai por seu carro nesta canoa?” Mas como quem está na chuva é pra se molhar, lá fomos nós. Logo após passarmos pela balsa, encontramos um gol bolinha enterrado na areia quase até o farol... !! Era um cara bem novinho com duas meninas, que com certeza ele levou pra praia de carro pra poder tirar onda na areia. Parei a pickup, peguei a cinta e fui lá ajudar. Custamos pra arrumar um local pra prender a cinta no carro dele. Logo quando arrumamos e eu já ia todo satisfeito puxar o cara apareceu um troller que por estar mais próximo do gol acabou fazendo o serviço. Minha mulher já estava até posicionada pra filmar o mineirinho rebocando o cearense, mas não deixaram....que pena hehehe !!

Mas como diz o dito popular, “toda arrogância será castigada”. E a minha não demorou muito. Continuamos passando por Baleia e Tremembé. Logo após Caetano tinha um pedaço com pedras na praia. Resolvi então passar por cima, na areia fofa. A areia estava muito solta, mas dava pra andar sem problemas. Porém em determinado local tinha de subir um morrinho e logo após uma curva pra esquerda. Não fui com embalo suficiente e no meio desta curva o carro parou. Tentei dar ré, mas ele não saiu, e pra frente também não ia. Pronto!! Fud...eu!! E já estávamos em um local sem movimento. Mas foi a conta de descer do carro pra avaliar o que eu poderia fazer que apareceu um cearense. Não aquele do gol, mas outro em um bugue. Pra minha salvação era um bugueiro experiente. Em menos de 5 minutos, e com a ajuda dos tapetes, eu já estava livre, e bem mais humilde...hehehe!!!

Seguimos passando por Icaraí de Amontada e depois mais uma balsa. Achei esta mais sinistra que a anterior. Nem motor ela tinha. E se não bastasse isto, como a maré não estava alta, no meio da travessia a balsa agarrou no fundo do rio. Ai o cara disse pra mim: “Chegamos, é aqui”. Respondi:“Como assim chegamos? A margem é lá na frente ainda?”. Aí ele falou:“Mas a balsa só vai até aqui. Ai o Sr desce com o carro e vai com ele até a margem...”. Faltavam ainda, no mínimo, uns 20 metros até a margem. Desci a pé e fiz todo o percurso pra ver se tinha buraco e se o piso era firme. Perguntei ainda se mais alguém tinha passado por lá no dia. A resposta não foi animadora, pois eu era o primeiro do dia. Mas já tava lá mesmo....então fui à luta!! E foi até bem fácil. Ainda bem.

Logo após a balsa entramos em um mangue. E era poça pra todo lado. Marca de carros atolados e pedaços de pau marcando alguns caminhos. Eu só não sabia se essas marcações informavam se era pra passar ou pra não passar. Ai pedi a esposa pra ir na frente andando pra que eu pudesse ver se era fundo e pra ela me falar como era o piso. Depois da primeira poça ela quase pediu o divórcio. Ficou atolada no mangue “cheiroso”e quase fica sem os chinelos. Tive de descer eu mesmo e ver cada poça por onde deveria passar. O cheiro do local é inesquecível...só de escrever eu já sinto o cheiro. Mas correu tudo bem e passamos ilesos pelo mangue (apesar do pedido de divórcio...).

Aí depois deste ponto eu achei que meu dia já estava bem animado e não precisava correr mais riscos. Passei por Patos e fui pela CE 085 (asfalto) até a entrada para o Prea. E de Prea a Jeri foi bem rápido e fácil. Em Jeri ficamos na pousada Jujuju. http://www.jujuju.com.br . Voltando a Jeri não me hospedaria novamente nesta pousada.

O porre em Jeri é só aquele tal de estacionamento que agora funciona janeiro inteiro. Você é obrigado a deixar o seu carro no estacionamento, pagando, se não me falha a memória, R$ 10 por dia. Só que o estacionamento fica longe da cidade e se você precisar do carro pra algum passeio tem de ligar pro estacionamento pra irem te buscar. Porém em Jeri não são todas as operadoras de telefonia que funcionam. Segundo me falaram, apenas TIM e OI. Vivo e Claro não pegam. E como a minha é Claro, fiquei a pé, literalmente. Por duas vezes tive de caminhar a mais de 20 minuto debaixo de um sol de rachar a moleira pra buscar o carro. E o que dava mais raiva é ver a velocidade que os bugueiros e motoqueiros locais credenciados transitam pela cidade. Um absurdo.

Apesar de ter escutado a mesma reclamação de outros dois amigos que estiveram em Jeri no final de janeiro de 2011, não posso deixar que um fato isolado tire toda a beleza do local. Jeri é sem dúvida uma das mais belas praias do Brasil. Eu já tinha ido até lá por 3 vezes, mas nenhuma de 4x4. Pois posso garantir, Jeri de 4x4 é bem mais bonito e barato que Jeri sem 4x4. Eu digo isto pois de 4x4 você vai a todos os lugares da região, o que estando à pé só é possível com a contratação de passeios de bugue que estão longes de ser uma opção barata. Eu rodei pra tanto lado em Jeri que mais um pouco eu iria virar um “local” e estaria vendendo passeios a turistas em meu carro.

No dia 13 de janeiro a viagem era de Jeri pra Camocim. Passeio muito bacana, passando pela lagoa de Tatajuba, duna do skibunda, etc. Neste percurso há também uma travessia de balsa. Depois desta travessia tem uma trilha pela praia que é muito bacana. Você vai andando pela areia, por entre as árvores, cujas raízes estão pra cima da areia. Parece um floresta mal-assombrada. Antes de chegar a Tatajuba, eu parei pra ajudar a desatolar um Civic que também já estava bem enterrado. Quando eu parei já tinha alguns carros parados, mas enquanto não chegou um bugueiro a coisa não se resolveu. Os caras são muito experientes. Em cinco minutos eles fazem o que 20 não fizeram em 1 hora.

Neste passeio eu contratei também um guia, que segundo ele, era filho da D. Delmira Assis, a contadora de história da velha Tatajuba. Eu só não sei se todos os guias são filhos dela.. . Este guia andou cerca de 30 km pendurado no estribo do carro por entre dunas, praias e trilhas. Ele se chama “De Assis” e fez um belo trabalho de guia, não só pelas dicas e informações que nos deu, como pela sua simpatia e simplicidade. Me cobrou R$ 40,00 pelo passeio, mas acabei pagando mais por conta própria.

Pra se chegar em Camocim tem que atravessar mais uma balsa. Porém é uma balsa maior. Não que fosse um balsa grande. Era apenas maior que as anteriores por levar dois carros por vez.

A cidade de Camocim não tem muitos atrativos. Mas como estávamos em um bom e confortável hotel, as crianças puderam se divetir e usufruir de um pouco de conforto, coisa que não tivemos em nossa estadia em Jeri. Segue site do hotel: http://www.boavistaresort.com.br

Estando em Camocim, aproveitamos e fomos pela praia até a divisa do Ceará com Piauí, na famosa Barra dos Remédios. Foi um bate e volta muito tranqüilo. Tiramos belas fotos e aproveitamos bem o dia. Compensa o passeio, apesar de não ter a mesma beleza da região de Jeri.

Continua

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Após Camocim, deixamos o estado do Ceará e fomos para o Piauí, mais precisamente para a Cidade de Parnaíba. A intenção inicial era seguir por asfalto até que chegássemos perto do litoral e pudéssemos voltar para a praia, já que nas pesquisas que fiz sempre ouvi relatos que o litoral do Piauí é um litoral curto, apenas 60 km, porém muito bonito. Porém o único incidente de nossa viagem ocorreu em uma estrada de terra, já próximo a Luis Correia, quando nos dirigíamos para a praia na tentativa de seguir o passeio pela orla. Quando estávamos nesta estrada, há cerca de 2 km da praia, nos deparamos com um veículo que havia batido em um poste e rodado. Neste veículo estavam uma mãe e dois filhos entre 10 e 7 anos. Uma das crianças estava com o rosto todo ensangüentado e necessitava ser encaminhado a um hospital. Na condição de pai, não consegui, e nem podia, negar um favor deste.Coloquei todo mundo dentro do carro, e fui em direção a Luiz Correia. Porém, ainda na estrada de terra, e antes de chegar ao asfalto, encontramos com um veículo de familiares dos acidentados que se dirigiam ao local para socorrê-los. Paramos então os carros na estrada e fizemos a transferência dos acidentados para o outro veículo. Me pediram então que levasse a irmã da motorista até o carro batido para que ela ficasse tomando conta do veículo até a chegada do reboque. Me dispus prontamente mais uma vez. Chegando lá, pra encurtar a conversa, um imbecíl que foi ajudá-la a tirar o carro do local, passou com o veículo em cima de um fio de alta tensão do poste que havia caído, fazendo com que o fio “estilingasse” e acertasse a cabeça da infeliz, que caiu no chão com convulsões. Ela foi levada ao hospital, e até onde fiquei sabendo, não havia morrido mas estava com queimadura de terceiro grau no cabeça e nos dois pés. E tudo isto a 3 metros de distância de onde eu estava. Minhas filhas, que já estava assustadas com a criança ensangüentada que socorremos, assistiram tudo de dentro do carro e entraram em pânico. Com isto, passamos pelo Piauí sem nem ver a cor do mar. Faltou astral.

Mesmo assim, quando estávamos no Piauí, fizemos o passeio de barco pelo Delta do Parnaíba, o único das Américas. São mais de 73 ilhas. Passeio bacana também, mas mais parecido com passeios de tiozão turista.

De Parnaíba fomos para barreirinhas. A opção de ir por asfalto tornaria a viagem muito longa, e mesmo “não gostando” de trilha, fui “obrigado” a ir por mais uma. Sendo assim escolhi o trajeto que passa por Paulinho Neves, pequenos lençóis e chega em Barreirinhas. Até Paulinho Neves o trajeto é por asfalto e depois já começa o areião. Já de cara eu vi que a coisa não seria fácil. Muito trilho pra tudo quanto é lado e muita imensidão sem nem uma alma viva. Depois de alguns quilômetros, vi que o caminho constante no track que eu acompanhava estava cercado por uma cerca e por uma poça de água mais funda. Então tive de voltar ao início da trilha. Fiquei então esperando alguém passar pra poder ir acompanhando, já que tive a informação que aquele trajeto era rota de algumas toyotas bandeirantes. Menos de 20 minutos depois veio uma Toyota que não iria até barreirinhas, mas ia até metade do caminho. E lá fui eu seguindo o cara. Tava indo até bem quando começou a aparecer os alagados. O cara passava pelas beiradas e mesmo assim a água estava alta. Eu ia devagarzinho atrás dele e seguindo o mesmo caminho. Teve uma ponto específico que seu eu tivesse um pouco de juízo não teria atravessado. Mas deu tudo certo. Vencido esta etapa, chegamos em um ponto em que a Toyota não iria mais e tive de fazer um passeio solo!!! E pra minha sorte a trilha que eu estava encontrou o track que estava seguindo no início, o que me deu mais segurança em seguir a viagem. Só que era uma trilha estreita, de areão, com rastros fundos das toyotas que transitam pelo local e que fizeram o meu carro ir raspando o fundo em vários locais. Este trecho era interminável. Mas como sou persistente, seguimos até Barreirinhas, até porque não dava pra voltar de onde eu estava....hehehe!

E valeu a pena, não só pelo passeio/trilha, como também pelos lençóis. Mas não aconselho pra quem tem carro pequeno. A altura do solo tem de ser muito boa pra passar nestes locais. O carro sofre um pouco...

Chegando em Barreirinhas fiquei até assustado com a cidade. Que me desculpem os locais, mas Barreirinhas é uma cidade muito feia e mal cuidada. Terra, lama, buraco e poeira pra tudo quanto é lado. Ao ver a cidade desta forma, pensei logo que realmente os lençóis deviam ser maravilhosos, pois como era possível um lugar ter a fama que tem com uma cidade tão sem estrutura como aquela.

Eu estava certo, o lugar vale qualquer sacrifício. Muito bacana mesmo. Fizemos o passeio de lancha rápida pelo rio preguiça, passeio de bóia pelo rio, e passeio aos grandes lençóis. Todos estes passeios com crianças, sendo a menor com apenas 6 anos. Excelente, Um dos locais mais bonitos que já fui.

Quanto a Barreirinhas ficou claro que tem de haver uma mudança na cidade pra melhorar a qualidade do turismo. Da forma com que é hoje, transparece que o turismo na região é um turismo exploratório. Todo mundo chega, fica dois ou 3 dias e vai embora. Talvez se a cidade fosse mais aconchegante, mais estruturada seria possível segurar o turista por mais tempo. Lá é tudo corrido. De manhã o passeio da bóia, de tarde o dos grandes lençóis, no outro dia o passeio de lancha rápida até caburé. Depois tem o passeio até Tutoia e só. Aí já tem um ônibus parado na porta da pousada esperando o turista pra levá-lo de volta a São Luis.

Nestes passeios que fizemos em lençóis fui sempre nas toyotas, pois em Barreirinhas eu resolvi aposentar a pickup. Pra esta viagem, acho que ela já deu o que tinha de dar e merecia este descanso. Aí saímos de Barreirinhas e fomos pra São Luis por asfalto mesmo.

Mas ela que não pense que foi o último passeio. Pois gostamos tanto que já estamos querendo programar outra aventura. Vamos ver... Quem sabe Atacama, Ushuaia,...sei lá...vamos ver e acompanhar as dicas e informações do 4x4brasil!!

Nunca tinha tirado umas férias tão longas em toda a minha vida (29 dias) e só fui lembrar o porque quando cheguei em casa. Quando cheguei tive dificuldades em abrir a porta de casa. A porta estava até emperrada de tanta conta vencida e a vencer que jogaram debaixo da porta. Agora é trabalhar pra por as contas em dia, tendo as próximas férias como incentivo!!

Abs

[Dfpf]

Depois desta viagem eu produzi os seguintes 4 videos:

Percurso de Canoa Quebrada, passando por Paria das Fontes e até Fortaleza. VIDEO1

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=4MCvM58SKDw[/ame]


Percurso de Lagoinha até Jericoaocara VIDEO 2

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=9evKsfcjsHk[/ame]

Percurso de Jericoacoara até Camocim VIDEO 3

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=kdoU1n9YLSA[/ame]

Percurso de Camocim até São Luis, passando por Parnaíba e LENÇÓIS VIDEO 4

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=Qg3TXo5KX_w[/ame]

Videos da Trilha dos Cataventos

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=ISJ7lqOhRmE[/ame]

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=RP3itj3-8WI[/ame]

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=aZgx-gz3Ws4&feature=related[/ame]

[ame]http://www.youtube.com/watch?v=IEP6emZFAKs&feature=fvwrel[/ame]

[Dfpf]

Tentei colocar aqui os tracklogs da viagem que fiz, mas não consegui. Não sei se é um problema temporário ou se realmente este tipo de arquivo não é permitido. Mas de qualquer forma, se alguém tiver interesse nestes tracks, é só se manifestar

abs

[JEFFCATUNDA]

Grande Dalton.

Não estava sabendo desta parte trágica do seu passeio, isso realmente deve ter baixado o astral da turma, lamentável....

Mas acho que está faltando muito recheio nesse bolo, em nosso topico você foi mais "detalhista" em relação as aventuras, Tem até filmagem....heheheheheh....

Grande abraço colega, qualquer dia vou por ai para conhecer as pedras da região...

[JEFFCATUNDA]

Falei cêdo demais, olha os vídeos ai genteeee.....

[Dfpf]

Jeff

A turma lá de casa me atormentou pra montar os videos da viagem, para que pudessem mostrar a todos. Mas foram tantos bons momentos que foi difícil montar um video só. Virou quase um DVD...hehehe!!

E quanto ao episódio foi tragico mesmo. Minhas filhas não podem ver um fio pendurado na rua que ficam com medo, ainda mais depois do incidente que aconteceu aqui em minas quando um fio de alta tensão caiu na multidão que acompanhava um trio elétrico e matou 15 de uma vez só.

Mas a vida continúa e nós que estamos bem temos de fazer por merecê-la. E eu faço a minha parte. Então, pode falar com a Vera e trazer a pequena Lygia que teremos imenso prazer em recebê-los.

forte abraço

[Dfpf]

Nova tentativa de anexar os tracklogs...

Agora foi!!

[Punch]

Dalton, parabéns pela viagem e obrigado pelos relatos detalhados! Quero fazer essa viagem em breve (andando um pouco mais, saindo daqui de SC...) e tenho certeza que vai me ajudar muito!

Grande abraço!

[JEFFCATUNDA]

Dalton, parabéns pela viagem e obrigado pelos relatos detalhados! Quero fazer essa viagem em breve (andando um pouco mais, saindo daqui de SC...) e tenho certeza que vai me ajudar muito!

Grande abraço!

Passando por aqui, não esquece de avisar antes, para a gente organizar alguma coisa!

[Aurélio]

Opa.

Parabéns pelo relato e pelas informações, Dalton.
E obrigado pelos tracklogs.
Show de bola.
Abs