Alguma dica de cuidados com o motor na altitude?
Vi relatos de gente colocando "anti-congelante", mas em motores à dísel, o meu é gasolina. Tenho que me preocupar com o óleo do motor?
Vou levar uma lona pra cobrir o Jeep, aliás.
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Alguma dica de cuidados com o motor na altitude?
Vi relatos de gente colocando "anti-congelante", mas em motores à dísel, o meu é gasolina. Tenho que me preocupar com o óleo do motor?
Vou levar uma lona pra cobrir o Jeep, aliás.
Duas considerações:
1. Em grandes altitudes, notadamente acima dos 5.000 metros, o motor perde potência devido ao ar rarefeito. Eventualmente você pode ser obrigado a utilizar a reduzida em pisos e inclinações onde normalmente não usaria.
2. Fique atento também a temperatura do motor, pois a água ferve abaixo dos 100 graus, devido a redução da pressão atmosférica.
Mais uma dica, que não tem nada à ver com o motor.
Fique atento as embalagens nas bolsas (xampu, pasta de dentes, potes com café, etc). pois a variação de pressão faz com que vazem, fazendo aquele melê, ou fiquem "pressurizadas internamente", causando incidentes muitas vezes hilários ao abri-las, mas também eventualmente perigosos, se pequenas tampas voadoras atiungirem os olhos, por exemplo...
um abraço
Finalmente voltei de viagem. Foi incrível.
Assim que organizar as fotos e conseguir escrever os melhores momentos do percurso todo, coloco aqui meu relato.
Obrigado a todos que ajudaram antes e, da próxima vez (sempre tem próxima), quem sabe a gente não combina de ir junto.
Show cara, que bom que correu tudo bem.
Ficamos no aguardo.
Abs
Bem difícil arranjar tempo pra fazer o relato da viagem, mas comecei e aqui vão algumas impressões iniciais.
Não passei pelo Chile no final das contas, então passei pela Bolívia, Argentina e Uruguai. Na Argentina e Uruguai as estradas são asfaltadas e muito boas, algumas até duplicadas. Então estava preparando um relato detalhado sobre as estradas da Bolívia, a verdadeira aventura. Ainda não terminei, mas aqui já vai um gostinho.
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Bolívia- saindo de Corumbá, ou Porto Suarez, em direção a Santa Cruz, a estrada é de asfalto, muito boa. Não bate muito com o GPS, porque é nova e vai cortando as fazendas, mas passa pelas cidades que aparecem nos mapas. Dos dois lados, só fazendas. As poucas cidades pelo caminho se encontram longe da estrada, saindo por estradinhas de terra. Abasteci em Roboré antes de chegar em San José de Chiquitos no primeiro dia.
nota sobre postos de gasolina (estaciones de servizo): pegamos alguns sem gasolina, alguns fechados para almuerzo (das 12 às 15h), alguns só abrem às 10h da manhã. É importante se programar em relação ao abastecimento e garantir que terá o suficiente pra chegar à próxima cidade.
nota sobre a gasolina: a gasolina e o diesel tem o mesmo preço na Bolívia, aproximadamente R$1,00 por litro.
De San José até Santa Cruz ainda tem mais de 50km de estrada asfaltada antes de começarem as obras. Tem um pequeno trecho do caminho na estrada de terra antiga, cheia de curvas e pelo meio das fazendas, mas mesmo o trecho da estrada nova "em obras" é relativamente bom. Muitos trechos você tem que dirigir em uma estrada marginal à estrada em obras e tem muita areia, mas qulaquer carro passa por ali.
Ruim mesmo é que tem muitos caminhões nos dois sentidos, indo muito devagar e levantando enormes nuvens de poeira, dificultando muito as poucas chances de ultrapassar (adelantar).
Do jeito que eles estão trabalhando, logo esta estrada toda estará pronta.
De Santa Cruz pra Cochabamba, nos aconselharam pegar o caminho por Montero, depois até Villa Tunari. Até aqui, a estrada é plana e passa por vários povoados lindeiros. Todos parecem iguais, com uma fileira de barracas à beira da estrada, parecendo uma feira, seguidos por uma série de tendas e lojinhas. Muito lixo no chão, antes, durante e depois de cada povoado. Em Villa Tunari começa a subida. Esta estrada é ruim, com trechos de pedra batida que trepidam muito e podem estourar o amortecedor, estrada estreita e com tráfico intenso nos dois sentidos, de carros, peruas, caminhões e ônibus. É uma área onde ocorrem muita erosão (derrumbes), o que pode bloquear ou destruir a estrada. A subida é íngrime e é impossível manter a velocidade em 3ª marcha, só primeira e segunda. Aconselhável ter paciência e subir devagar.
No dia que eu subi, ainda estava garoando e com uma forte neblina.
Nos preparamos para outra subida de Cochabamba até Oruro, mas a estrada é ótima e pegamos um lindo dia de sol. Também fizemos bem cedo e não tinha quase ninguém na estrada. A paisagem é linda, com poucos povoados andinos no caminho. O triste mesmo é ver a gigantesca quantidade de lixo que se acumula na montanha nas proximidade de cada micro povoado.
Oruro é uma cidade bem feia, uma versão maior das ouras que vimos pelo caminho, com barracas, lojas, "tallers" à beira da estrada. Tem um centrinho charmoso, uma praça bonita e uma estação de trem bacana, mas quem passa só pela estrada acha aquilo horrível e fica feliz em deixá-la pra trás. É bom abastecer em Oruro, pra garantir a viagem até o Uyuni. Tem postos em outras cidades no caminho, mas não muitos e com grande chances de não ter combustível (gasolina, principalmente).
Dali até Challapata a estrada é asfaltada e boa e ali começa a aventura.
Até aqui tudo super certo com o GPS.
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Vou tentar escrever a restante do trecho da Bolívia, que foi incrível.
Assim que puder, coloco também algumas fotos.
Só digo uma coisa: é uma região que todos deviam conhecer. Lindo mesmo.
"até aqui tudo super certo como GPS"
Gabriel,
vc estava usando o mapa do "Viajeros" ?
Tô ancioso pra saber +, ...ehehehehe
Abraço,
Estava com o mapas do Viajeros e o Conosur também. Um deles não tinha a Bolívia, o outro sim. Só não posso informar com exatidão porque roubaram meu GPS no retorno da viagem, na garagem do hotel em Curitiba (vê se pode).
Na Bolívia, as estradas principais estavam todas lá e dentro das cidades, algumas ruas principais também. Era mais fácil se perder dentro de grandes cidades como Santa Cruz do que pequenas como Oruro ou Uyuni. Cochabamba estava bem mapeada.
Os mapas do GPS na Argentina são super completos, cheios de indicações de postos e demais serviços. Não tudo, mas muita coisa. Melhor que muitos lugares no Brasil (Corumbá é uma vergonha).
Mas é um trabalho adimirável, tendo em vista que os mapas são feitos por colaboradores.
Não tive mais tempo de continuar este relato depois que voltei, mas nunca esqueci esta viagem.
Ainda vou colocar tudo aqui... além de morrer de vontade de fazer outra viagem.
Só falta mesmo é tempo.
Gabriel
Não tinha lido seu post ... muito legal sua viagem ...
Tô indo em grupo pro Peru / Chile /Argentina e pensei na Bolívia, mas ninguém do grupo quer ir e só não quero me arriscar kkk
Termina o relato quem sabe convenço alguém a seguir comigo kkkkk
Abs
A Bolívia é bem mais tosca e com infra estrutura mas precária que o Chile e Argentina, um pouco pior que o Peru também, mas as paisagens são lindas. O passeio pelo Salar do Uyuni é incrível.
Os peajes (pedágios) nas estradas parecem improvisados e nós temos já o costume de não confiar na polícia, mas não são caros e no final existe uma lógica de cobrança por distância/destino. Não tive problema algum, somente uma pequena propina na fronteira de Corumbá e Porto Suarez (é uma fronteira muito movimentada), mas entrando mais no país, não acontece nada, é bem tranquilo.
Com tempo, eu continuo o relato daquela viagem por aqui.
Mas seu você tiver tempo, eu passaria pela Bolívia sim.