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    Usuário Avatar de guskow
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    24/04/2017
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    Cool Salar do Uyuni, Atacama e Jujuy via Paso Sico de Toyota Bandeirante 4x4




    EXPEDIÇÃO 4x4 - Curitiba a Uyuni e Atacama via Jujuy e Paso Sico (15 dias em Novembro de 2018)

    Após ir de São Paulo a Fortaleza via Jalapão e Lençóis (relato aqui), foi vez de se inspirar neste blog e se aventurar de Toyota Bandeirante rumo a Bolivia, Chile e Argentina. Se estiver ruim pra ver as fotos ou imagens, também postei aqui






    • Principais pontos: Argentina: Jujuy (Tilcara, Purmamarca, Humahuaca) e Cafayate. Bolívia: Salar do Uyuni e Chiguana, Deserto de Siloli, Reserva Eduardo Avaroa, Lagunas, Geiser Sol de la Mañana. Chile: San Pedro de Atacama e atrações
    • Duração: 15 dias e 6.854 km, 700 L de diesel
    • Veículo: Toyota Bandeirante 4x4 jipe curto, ano 2001, motor diesel 14B com Turbo (K16) e intercooler, pneus AT 32", jumelos conforto, A/C e DH, guincho
    • Equipamentos: Pá, macaco hi-lift, esteira de desatolagem, 45L diesel adicionais em galões, bomba encher pneus, extenso kit de ferramentas e peças sobressalentes
    • Viajantes: Gustavo e meus pais Eli e Joel (idades: 33, 60 e 62 anos, respectivamente)
    • Navegação:Aplicativo “maps.me” com mapas offline e bookmarks previamente anotados
    • Hospedagem: pousadas via booking.com, porém estávamos preparados para dormir no carro e de fato o fizemos 1 noite
    • Fronteiras: Dionísio Cerqueira-SC (BRA) - Bernardo de Irigoyen (ARG); La Quicaca(ARG) - Villazón(BOL); Hito Cajon (BOL-CHI); Paso Sico (CHI-ARG)
    • Obs: Viagem para 4x4 apenas. Requer pneus resistentes devido ao terreno e pedras. Usamos bastante creme labial e hidratante, protetor solar, e ÁGUA.


    Parte A – Curitiba a Jujuy (2.128 km em dois dias)
    Dois dias de bastante estrada. Saímos bem cedo para cruzar o Paraná e pegar a fronteira de Dionísio Cerqueira-SC, que é menos movimentada que a de Foz, além de encurtar caminho para nós. Os trâmites foram rápidos e feitos de dentro do carro. Carta Verde foi solicitada duas vezes no processo, acho que mudou uma regra e não rola mais fazer o seguro após cruzar para a Argentina. Após entrar, pediram para estacionarmos o carro e irmos fazer mais um trâmite em outro prédio, foi tranquilo. Saímos com carimbo em uns pequenos papéis (boletas) que depois nos pediram várias vezes em hotéis e fronteira.
    Já na Argentina, sacamos uns pesos em um caixa automático e avançamos até Posadas onde dormimos em um lugar excepcional chamado Irová Apart Hotel. Cruzamos o retão do Chaco em uma pegada de 1.200km que surpreendentemente não foi tediosa. Pelo contrário, achamos a paisagem agradável e o dia foi gostoso, acumulamos centenas de insetos no parabrisa e encontramos dois passarinhos atropelados: preso um na grade dianteira, e outro no guincho.





    Passamos por dezenas de barreiras policiais. Quase todas as vezes nos perguntavam origem e destino, e frequentemente nos paravam para pedir documentos e olhar o carro. Porém correu tudo bem. Vimos uma cobra grande morta na estrada, e outra viva que fez menção de “morder” nosso pneu. Vimos um tucano, muitas maritacas, e infinitos passarinhos. Estrada é ótima (com exceção de pequeno trecho no fim) e pouco movimentada. Dormimos em um apartamento em San Salvador de Jujuy, que é bastante urbana, desviando Salta pois nosso objetivo era avançar rumo a Bolívia.


    Parte B – Jujuy (ARG) e passagem para Bolívia
    Fomos a Purmamarca logo cedo. Além de simpaticíssima, a cidade é cercada por morros coloridos que propiciam vistas incríveis. Essa foto abaixo requer subir um mirante a pé por uns 20 minutos, valeu a pena. Há uma praça central com artesanato, e bastante fluxo de turistas.





    De lá fomos a Tilcara, onde almoçamos no centrinho na companhia de cães sarnentos e uma geladíssima cerveja – uma das poucas da viagem. Conhecemos as ruínas de Pucará de Tilcara que foram medianamente interessantes. Seguimos para Humahuaca, onde dormimos, e fomos conhecer a serra de Hornocal onde está o mirante das 14 cores.





    Esta estrada é bem íngreme e leva a 4350m, nos propiciando os primeiros episódios de Soroche – mal da altitude. Nós sentimos basicamente perda de fôlego, que era facilmente resolvida com pausa + respiração profunda. A Toyota sobreaqueceu na subida da serra, exigindo que parássemos duas vezes. Na segunda parada, percebemos que o sistema de arrefecimento estava bem vazio e com pouco aditivo, o que assustou bastante pois havíamos completado o radiador com água pela manhã do mesmo dia. Na volta, o posto YPF tinha os aditivos (refrigerantes) que precisávamos para o radiador já que eu só carregava um litro no carro.





    Acordamos no dia 4 e encaramos 481km até a cidade de Uyuni, parando apenas na Duan Huancar (lagoa e duna interessante para visitar) e na fronteira em La Quiaca – Villazón onde a burocracia foi rápida, apesar da confusão com as diversas “janelinhas” onde deveríamos passar (inclusive acho que pulamos uma). Aqui tem o detalhe de pegar a declaração juradae tratar como um filho. Fizemos fotocópias dela e tiramos fotos de todos os celulares. Já saindo da imigração, um policial parou e ficou fazendo firula, aí pediu o equivalente a uns 20 reais por um carimbo... fui embora fingindo que nem escutei.
    Trocamos uns dólares e seguimos para a cidade de Uyuni, que é bastante seca e sem graça porém é o último lugar (semi-)civilizado pelos próximos 3 dias da viagem. Visitamos o cemitério de trens (sem graça) e ficamos em um baita hotel legal (Cristales Joyas de Sal) – nosso parceiro durante as crises noturnas de Soroche. Falando nisso, compramos uma garrafinha de oxigênio e umas pílulas aqui, que acabamos não usando. Enchemos o tanque naquele preço bacana para estrangeiros (8,8 versus 3,4 para locais) e ficamos prontos com 65+20+25 litros de diesel (isso é muito importante pois não há mais infra até San Pedro de Atacama, e maioria dos carros locais é a gasolina então precisa mesmo se garantir.


    Parte C – Salar do Uyuni e Chiguana
    Se ir pra Bolívia sem muito planejamento nem experiência já era uma baita cag*ada, partir para o Salar do Uyuni em um jipe antigo próprio, sem guia nenhum, levando os pais sexagenários para passar 3 dias isolados, sem infra e incomunicáveis era realmente o ápice da irresponsabilidade!


    Tínhamos lido na internet o suficiente para saber que muita coisa poderia dar errado. Os relatos de perrengues homéricos e fatalidades são abundantes. Mas bah, o dia clareou e adentramos no Salar sem pensr muito, só com o frio na barriga. A euforia foi grande ao ser engolido por aquela imensidão branca! Chegamos nos monumentos (Dakar, Bandeiras, Palácio de Sal) cedo e já quebramos a regrinha de 10 fotos por dia que queríamos tentar respeitar como máximo. O solo estava bastante rígido como uma highway, e o track do GPS coincidia com marcações de pneus pelo trajeto. Paramos pra tirar fotos e vimos apenas um ou dois carros no horizonte durante toda a manhã.






    Dirigimos uns 65km rumo a ilha de Incahuasi (cactos gigantes), com a curiosidade de que a pequena ilha já era visível desde uns 25 km antes como se estivéssemos chegando! Visitar a ilha foi bem bacana, tanto pela infraestrutura impecável como pelo visual show do Salar, das demais ilhas, e dos antigos cactos gigantes. Muitas agências turísticas somente vem até aqui e retornam a Uyuni, porém nós seguiríamos por mais duas noites sem muita clareza do caminho então pegamos logo “a estrada” com a Toyotona, desta vez rumo extremo sul do Salar do Uyuni.





    Ao avistar “terra firme”, sentimos grande alívio de que a tenebrosa e incerta fase da viagem estava prestes a ser vencida. Chegamos a dizer que o Salar não era tão macabro e que “dá pra vir de fusca tranquilamente”... mas é claro que mordemos a língua e os últimos 200 metros tinham atoleiros profundos que freavam a Toyota muito melhor que seu próprio freio e exigiram alguma perícia no 4x4 para sairmos ilesos do outro lado. Agora sim, em terreno firme, achamos uma sombrinha de pedra e cozinhamos um strogonoff pra comemorar!
    Próxima parada seria a noite para dormir no alojamento da Laguna Hedionda, para onde íamos seguindo um track do Wikiloc que passava por dentro um outro extenso Salar (de Chiguana), paralelamente a um trilho de trem. De fato, precisávamos cruzar o trilho mas ele estava em um morro muito alto, até que achamos um ponto onde os locais ajeitaram o morro para poder passar de carro. Cruzamos o trilho e voltamos pro track do Wikiloc, porém o terreno já não estava tão rígido e a Toyota ia dando o melhor de si de atoleiro em atoleiro, até que entramos em um trecho onde o sal simplesmente quebrava e dava lugar a um lodo super mole que foi freando, freando, freando até que freou completamente nossa pesada Bandeirante.Atolamos!





    Bom, nem deu tempo de lembrar daqueles relatos macabros de viajantes que passaram 3 dias atolados e isolados, morrendo de frio nas noites do deserto... pegamos a pá e começamos a tirar os toletes de barro que bloqueavam nossos diferenciais, jumelos, sapatas, etc. Coletamos uns pedaços rígidos de areia e fomos colocando junto aos pneus, além de pequenas tábuas que carregávamos conosco. Tudo parecia ok, “vamos tentar sair?” mas o jipe apenas patinava as 4 rodas de uma vez sem se mexer sequer 1 cm. Já passava das 17hs e logo cairia a gélida noite. Não havia a menor possibilidade de encontrar alguém por ali, e a cidade mais próxima estava a dezenas de quilômetros, então o jeito era continuar trabalhando sem dar menor atenção ao Soroche que provavelmente nos tentava assolar.
    Enquanto Seu Joel retirava meia tonelada de barro de baixo da Band, Dona Eli rodou o perímetro a pé e encontrou uma carcaça de pneu estourado que serviria para calçar uma das rodas traseiras. Na outra roda, usaríamos nossa esteira de desatolagem. Para levantar a traseira e desenterrar o diferencial, usamos o macaco Hi-lift.





    Baixamos o macaco e a situação parecia melhor: com as rodas traseiras agora apoiadas, havia menos coisas presas no barro. O terreno a frente já começava a ficar mais rígido, então bastava vencer uns 2 metros de atoleiro. Porém pouco conseguimos avançar, ainda patinavam as 4 rodas repletas de barro. Repetimos a operação. O pouco progresso, no entanto, já permitia andar um pouco de ré para pegar embalo, avançando uns centímetros a cada iteração. O incansável trabalho com a pá continuava abrindo espaço para o jipe se movimentar para frente, até que as 18 hs nós conseguimos sair do buraco!





    Gritei um milhão de palavrões e xinguei muito “Cochabamba” (não sei da onde me surgiu essa palavra na hora) pra comemorar. Decidimos voltar para o outro lado do trilho e seguir no caminho mais seguro (e longo) que levaria a uma cidadezinha chamada Avaroa, e de lá iríamos no dia seguinte para as Lagunas. Ainda dirigimos pela parte traiçoeira novamente no caminho de volta, quaaaase atolando.


    Já que não dava mais pra chegar no alojamento em prazo razoável, pesquisei no maps.me e vi 4 hotéis perto de Alvaroa com boa avaliação. Chegamos lá as 19h15 e encontramos uma baita placa de "ADUANA": a bendita cidade com 4 hotéis ficava no Chile, aquilo era - inesperadamente - uma fronteira!
    Estávamos em um vilarejo Boliviano que basicamente só tinha os containers da imigração e aduana, mais nada. Era desolador pensar em passar a noite ali, resolvemos tentar a todo custo atravessar a fronteira apenas para dormir bem do outro lado e voltar na manhã seguinte. Bati no container e um oficial boliviano me confirmou que já estava tudo fechado. Chorei um pouco alegando que não tinha onde dormir, que ia fazer muito frio a noite, e que eu sabia que do outro lado haveria hotéis, e o oficial simpaticamente fez uma exceção e nos recebeu. Após cancelar nossa declaração juradae cancelar os papéis que ganhamos na fronteira de La Quiaca, ele carimbou os passaportes saindo da Bolivia e mandou seguir. Sucesso!!


    Quer dizer, mais ou menos. Andamos 3 km e nos deparamos com a imigração Chilena fechada. Bem fechada, aliás, pois lá já eram 20h30 no horário deles. Encontrei um moço da Interpol e outro chileno que disseram que não havia a menor possibilidade de entrarmos na cidade para dormir e que seríamos presos imediatamente se não retornássemos. Ou seja, ficamos largados entre os dois países em um verdadeiro limbo, no meio de uma noite que já estava esfriando muito rápido.
    Me arrependi profundamente de ter tentando cruzar para o Chile, pois agora estava sem declaração juradae ia ter que me explicar mil vezes pra conseguir retornar oficialmente para a Bolívia no outro dia, sendo que poderia simplesmente ter estacionado em qualquer lugar e dormido sem nada dessa loucura. Como não tinha nada a perder, voltei para os containers bolivianos tentar fazer imigração novamente no meio da noite. Me informaram que eu só ia poder voltar pra Bolívia depois de entrar no Chile, pois já tinha dado baixa da Bolívia.


    Só que no dia seguinte já não me adiantava nada entrar no Chile, pois o caminho continuava pela Bolívia. Sei lá qual foi o chororô que funcionou, mas o pessoal começou gentilmente a me ajudar... refizeram a declaração juradapra eu entrar de novo, mas só iam me dar quando eu apresentasse carimbo de entrada no passaporte. Isso era no outro container onde ninguém me atendia. Já estava muito frio e tarde, e algum dos caras da aduana foi gentil ao ponto de ir buscar o oficial de imigração no alojamento dele no meio da noite e convencer ele a fazer nossa papelada. Esse cara apareceu fora de controle querendo me matar, batendo na mesa e gritando loucamente comigo... mas acalmaram ele, – como num passe de mágica – desfizemos toda a cagada e voltamos a estaca zero!
    Eram umas 21hs quando voltei pro lado Boliviano, parei o carro atrás de uma mureta (pra parcialmente abrigar dos fortes ventos), e dormimos o três dentro da Toyota como se fosse o melhor hotel do mundo – e, naquela situação, era!!!





    Parte D – Lagunas, Deserto de Siloli, Reserva Andina Eduardo Avaroa
    Acordamos enrolados em todas nossas roupas, saco de dormir e cobertor de emergência. Temperatura era negativa, mas por alguma razão nós dávamos muita risada e fazíamos piada da situação. Bora seguir caminho, pois este dia era talvez o mais lindo da viagem: primeiro, as lindíssimas Lagunas Cañapa, Hedionda, Chiar Kkota, Honda.







    Então cruzar o deserto de Siloli por um trajeto espetacular, seguindo uns fios de água com vistas de tirar o fôlego (ou seriam os 4.950 metros que atingimos nesse dia?), e chegar na esplêndida Laguna Colorada.





    Na Colorada, fizemos nosso almoço com uma vista indescritível e nos ajeitamos no pobríssimo alojamento. Para o banho, tínhamos que ficar pelados primeiro, aí gritar “listoooooo”para que o antipático senhor abrisse a água. Só o cup noodlesque cozinhamos no fogareiro salvou do frio que senti depois do banho gelado que o véio me concedeu!! Dia seguinte acordamos sem pressa e fomos conhecer os Geiser Sol de la Mañana, uma cena realmente de outro planeta:




    Toda água mineral que levamos para os 3 dias fora da civilização tinham acabado e estávamos usando pastilhas de Clorin para purificar o que íamos beber. Na rota para San Pedro de Atacama, ainda tomamos banho em piscina termal (Thermes de Polques) na laguna Chilviri e passamos pelas belas lagunas Blanca e Verde. Chegando a fronteira com o Chile, nova supresa: “a aduana boliviana foi embora naquela Hilux senhor, eles não voltam mais hoje. Você precisará ir a Pachaca a 70km (ou 170, não lembro) fazer documentação de saída do seu veículo então retornar aqui”. Esse foi o anti-climax total.. eram 13hs, já tínhamos usado nosso galão reserva de 25L, e aquelas estradas péssimas iam comer horas e horas pra fazer esse trâmite. Decidimos ignorar o conselho e seguir para o próximo checkpoint boliviano, onde encontramos um casebre de imigração fechado para almoço.


    Como mágica, seu Joel enfiou a cara numa janela e viu alguém lá dentro que, muito gentilmente, nos atendeu e carimbou os passaportes. Seguimos embora sem o trâmite aduaneiro, agora em rodovia extremamente bem asfaltada e sinalizada assim que o território virou chileno. No chile, fomos tratados com um profissionalismo absurdo nos procedimentos e verificaram bastante o conteúdo das nossas bagagens (por segurança alimentar/agrícola). Pegamos então a descida incrível que vai no Hito Cajon até a cidade de San Pedro do Atacama.


    Parte E – San Pedro de Atacama, Paso Sico, Cafayate-ARG
    Passamos 3 noites excelentes em SPA fazendo os passeios tradicionais que nem vou detalhar pois são bem documentados no site. Gostamos muito das Lagunas Escondidas de Baltinache. Nosso retorno para Argentina foi pelo desconhecido Paso Sico e não sei como descrever as paisagens nesse trecho, são absolutamente incríveis! No caminho estão as lagunas Miñique e Miscanti que são top!!





    O trâmite aduaneiro costumava ser feito em SPA antes de pegar estrada, porém informaram que agora se faz tudo no próprio Paso Sico. Aduana integrada (CHI/ARG) onde fomos bem tratados, falaram que só passam uns 4 carros por dia ali. Estrada no lado argentino muito pior porém igualmente linda e interessante. Chegamos em San Antonio de los Cobres para dormir (cidade de pior custo benefício da viagem), e no dia seguinte pegamos a Ruta 40 rumo a Cafayate para passar uns dias de qualidade relaxando por lá.





    A Ruta 40 neste trecho é inteirinha de costelas de vaca e despenhadeiros. Paisagens surpreendentes que nos faziam parar fotografar de 10 em 10 minutos mas, ao final do dia, os 380km de costela de vaca já tinham acabado com nosso humor (e quebrado um amortecedor dianteiro). Demos carona para 3 locais no pouco espaço que tínhamos, foi divertido! Fizemos uma feijoada Vapsa em uma sombra de árvore, vimos senhoras locais pastoreando ovelhas, chegamos a maior altitude da viagem (4.992m) e começamos a ver paisagens verdes após muito tempo de secura.





    Por fim, chegamos em Cafayate que foi um oásis de conforto perfeito por duas noites para concluir esta aventura. Preços excelente de acomodação e alimentação, pratos deliciosos, vinícolas abundantes, e um estilo muito charmoso.





    Visitamos a quebrada e ainda pegamos uma bela cena por cima das nuvens no caminho para Tafi del Vale.




    Fechamento
    Fizemos a volta em três pernas: Cafayate – Resistência – Pato Branco – Curitiba. Não tivemos nenhum problema de saúde nem mecânico, embora as condições do ambiente e da estrada sejam extremas, e por isso muito gratos. Mais fotos no instagram @botija4x4.
    Agradeço aos viajantes que deixam relatos inspiradores, em particular ao toyoteiro Guilherme Adolf que acredito ter plantado, através de suas histórias, o embrião dessas nossas expedições.


    Resumo dia-a-dia
    Origem Destino Kms
    Dia 1 Curitiba Posadas 923
    Dia 2 Posadas San Salvador de Jujuy 1205
    Dia 3 San Salvador de Jujuy Humahuaca 195
    Dia 4 Humahuaca Uyuni 481
    Dia 5 Uyuni Avaroa (não há alojamento) 272
    Dia 6 Avaroa Laguna Colorada 165
    Dia 7 Laguna Colorada San Pedro de Atacama 166
    Dia 8 San Pedro de Atacama SPA 146
    Dia 9 SPA SPA 212
    Dia 10 SPA Santo Antônio de lós Cobres 381
    Dia 11 Santo Antônio de lós Cobres Cafayate 312
    Dia 12 Cafayate Cafayate 130
    Dia 13 Cafayate Resistência 991
    Dia 14 Resistência Pato Branco-PR 801
    Dia 15 Pato Branco-PR Curitiba 475
    Total 6854
    4X4 Brasil
    Toyota Bandeirante Jipe 2001, CJ3-A 1950, Prado 2007; ex-Troller 2010; @botija4x4

  • #2
    Equipe de Apoio Avatar de hercilio.neto
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    12/07/2008
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    Muito legal, Gustavo.
    Essa é uma viagem que pretendo fazer, provavelmente, em fevereiro de 2020.
    Nosso planejamento está pronto e o trajeto é bem parecido com o seu.
    Faríamos a viagem em fevereiro de 2019, mas minha habilitação foi suspensa até maio de 2019 e tivemos que mudar os planos.
    O seu relato e o do Guilherme serão muito úteis nas questões de quilometragem, combustível, aduanas, etc.
    Parabéns aos seus pais, demonstraram disposição de jovens.
    Grande abraço.
    HERCÍLIO NETO (Uncle Stan)
    トヨタ Bandeirante 93 Imortal - OM364 Turbo - 5M
    ATÉ MAIS DO QUE AQUILO QUE SIMPLIFICA, PREFIRO O QUE JÁ É SIMPLES

  • #3
    Usuário Avatar de PPaulo
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    Bela viagem!
    E é muito legal você a ter compartilhado conosco aqui no forum.

  • #4
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    21/11/2015
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    Sensacional!!! ainda bem que acharam aquele pneu velho para ajudar rsrsrs
    Projeto Szk GV3! Pneus 245/70/17 MUD, Proteções RudeBoy! e para-choque de aço!

  • #5
    Muito legal Gustavo! Viagem sensacional e ótimo relato também!
    Farei o Salar e Atacama em Julho do ano que vem e seu relato ajudará bastante no meu roteiro de viagem!

    Obrigado por compartilhar sua experiência!!

    Abraços
    Daniel Pita
    Land Rover Defender Tdi 2001

  • #6
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    Agradecimento: 1
    Show Gustavo, lindo relato, já fiz parte deste trajeto mas não passei o que você passou kkkk.
    Obrigado por compartilhar.
    Abraços.
    Carlos Feitosa.
    LAND CRUISER PRADO 2009
    EX - SW4 3.0 TD 2002

  • #7
    Fala Gustavo,

    Conforme falei, vou fazer essa viagem em Julho e já estou traçando parte do roteiro, porém estou com algumas dúvidas sobre o Roteiro na Bolívia e gostaria de sua ajuda rsrs.
    Eu pretendo entrar pela Bolivia por La Quiaca (argentina) e seguir até o Uyuni, lá fico em algum hotel perto da cidade e no dia seguinte saio para rodar no Salar.
    Depois disso pretendo ir para algum lugar que seja perto da entrada da estrada para visitar as lagunas...Você mencionou uma cidade chamada Avaroa, porém não consegui localizar ela no Google Maps... Por acaso ela fica próximo a divisa de Ollagüe (chile)?
    Outra dúvida é sobre a Laguna Colorada, você dormiu nela? Tem hotel ou estrutura para dormir ou você dormiu no carro?

    valeuu
    Land Rover Defender Tdi 2001

  • #8
    Usuário Avatar de guskow
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    24/04/2017
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    Sao Paulo, Curitiba/SP
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    Citação Postado originalmente por d_a_n_51 Ver Post
    Fala Gustavo,

    Conforme falei, vou fazer essa viagem em Julho e já estou traçando parte do roteiro, porém estou com algumas dúvidas sobre o Roteiro na Bolívia e gostaria de sua ajuda rsrs.
    Eu pretendo entrar pela Bolivia por La Quiaca (argentina) e seguir até o Uyuni, lá fico em algum hotel perto da cidade e no dia seguinte saio para rodar no Salar.
    Depois disso pretendo ir para algum lugar que seja perto da entrada da estrada para visitar as lagunas...Você mencionou uma cidade chamada Avaroa, porém não consegui localizar ela no Google Maps... Por acaso ela fica próximo a divisa de Ollagüe (chile)?
    Outra dúvida é sobre a Laguna Colorada, você dormiu nela? Tem hotel ou estrutura para dormir ou você dormiu no carro?

    valeuu
    Que legal, Daniel! Lembre de pesquisar o clima, pois viajarás no meio do inverno enquanto fui no verão. O itinerário que você mencionou é o mesmo que fizemos.

    Avaroa fica sim anexa à Ollague (5km), só que não tem nenhuma pousada nem restaurante nem nada. Ollague tem, mas precisaria cruzar a fronteira que fecha no fim da tarde, acho que não vale a burocracia.

    Opções de pernoite Saindo do Salar do Uyuni rumo ao sul
    a) Para ganhar tempo, seria dormir na própria Laguna Colorada. No entanto, acho que teria que correr muito pra conseguir chegar no mesmo dia que saiu de Uyuni, não sei se dá
    b) Melhor opção (e mais comum entre os tours), é dormir na região antes de San Juan onde estão o Hostal Don Carlos e Hostal Michelin, também mais a frente Hostal Samarikuna e Hostal Desierto Branco. Isso tornaria o dia do Salar bem tranquilo. Você encontra esses locais no aplicativo maps.me.

    No dia seguinte, evite ir para as Lagunas pelo "atalho" que cruza diagonalmente o Salar de Chiguana (é onde atolamos). Prefira seguir reto rumo a Avaroa, sempre paralelo ao trilho do trem, e de Avaroa seguir viagem por estradas de terra.

    Nesta segunda noite, a Laguna Colorada tem um par de albergues um pouco precários onde o pessoal dos tours dorme. Lembre-se de levar saco de dormir extra para o frio da noite, e saiba que dificilmente conseguirá tomar banho quente. Não tem restaurante, apenas quartos com beliches compartilhados.
    As lagunas seguintes também tem albergues, pesquise Flamingo Ecolodge e outras opções que tem até wi-fi. Em nenhuma delas é viável reservar antes, então precisa estar com bom humor para pesquisar na hora, e sempre preparado pra dormir no carro se der algum rolo.
    4X4 Brasil
    Toyota Bandeirante Jipe 2001, CJ3-A 1950, Prado 2007; ex-Troller 2010; @botija4x4

  • #9
    Citação Postado originalmente por guskow Ver Post
    Que legal, Daniel! Lembre de pesquisar o clima, pois viajarás no meio do inverno enquanto fui no verão. O itinerário que você mencionou é o mesmo que fizemos.

    Avaroa fica sim anexa Ã* Ollague (5km), só que não tem nenhuma pousada nem restaurante nem nada. Ollague tem, mas precisaria cruzar a fronteira que fecha no fim da tarde, acho que não vale a burocracia.

    Opções de pernoite Saindo do Salar do Uyuni rumo ao sul
    a) Para ganhar tempo, seria dormir na própria Laguna Colorada. No entanto, acho que teria que correr muito pra conseguir chegar no mesmo dia que saiu de Uyuni, não sei se dá
    b) Melhor opção (e mais comum entre os tours), é dormir na região antes de San Juan onde estão o Hostal Don Carlos e Hostal Michelin, também mais a frente Hostal Samarikuna e Hostal Desierto Branco. Isso tornaria o dia do Salar bem tranquilo. Você encontra esses locais no aplicativo maps.me.

    No dia seguinte, evite ir para as Lagunas pelo "atalho" que cruza diagonalmente o Salar de Chiguana (é onde atolamos). Prefira seguir reto rumo a Avaroa, sempre paralelo ao trilho do trem, e de Avaroa seguir viagem por estradas de terra.

    Nesta segunda noite, a Laguna Colorada tem um par de albergues um pouco precários onde o pessoal dos tours dorme. Lembre-se de levar saco de dormir extra para o frio da noite, e saiba que dificilmente conseguirá tomar banho quente. Não tem restaurante, apenas quartos com beliches compartilhados.
    As lagunas seguintes também tem albergues, pesquise Flamingo Ecolodge e outras opções que tem até wi-fi. Em nenhuma delas é viável reservar antes, então precisa estar com bom humor para pesquisar na hora, e sempre preparado pra dormir no carro se der algum rolo.
    O clima me preocupa sim, principalmente nas fronteiras com Argentina e Chile que costumam fechar se a neve for muito intensa. Porém, eu não consigo alterar a data (É minha viagem de lua de mel hehe), sairei de SP dia 22 de Julho e voltarei em meados agosto... espero que o clima esteja bom.

    Inicialmente minha ideia é:
    Dia 1/2 - Salar - Quando eu entrar na Bolivia, pretendo dormir em algum lugar próximo a cidade de Uyuni, no dia seguinte acordo e visito o salar e sigo em direção as Lagunas (sempre pelo caminho mais fácil), porém parando para dormir no Flaminco Eco Hotel.
    Dia 3 - No dia seguinte acordo com calma e vou para as Lagunas ao sul, porém não sei se consigo chegar em San Pedro de Atacama no mesmo dia, pois pelo que vi a velocidade média de deslocamento nessas estradas é de 25 km/h e demoraria muito para chegar.
    Caso eu não chegue, esse dia terei que dormir em uma das lagunas.. provavelmente a Laguna Colorado ou as lagunas mais ao Sul e próximas a fronteira com o Chile (laguna blanca e verde).

    - O que você acha? É muita pressa no dia 1?
    - E quanto ao dia 2, você acha provável sair do Flaminco Hotel e chegar no mesmo dia no Atacama?

    Faz sentido o que eu falei? hehehe

    Obrigado pelas informações fornecidas! Estão ajudando muito para traçar meu roteiro.
    4X4 Brasil
    Land Rover Defender Tdi 2001

  • #10
    Salar do Uyuni, Atacama e Jujuy via Paso Sico de Toyota Bandeirante 4x4-capturar.jpg

    Para ilustrar, cada ponto vermelho desse seria uma noite.. o ponto 3 que talvez seja necessário caso eu não consiga fazer do ponto 2 até San Pedro do Atacama.
    Land Rover Defender Tdi 2001

  • #11
    Usuário Avatar de guskow
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    Citação Postado originalmente por d_a_n_51 Ver Post
    O clima me preocupa sim, principalmente nas fronteiras com Argentina e Chile que costumam fechar se a neve for muito intensa. Porém, eu não consigo alterar a data (É minha viagem de lua de mel hehe), sairei de SP dia 22 de Julho e voltarei em meados agosto... espero que o clima esteja bom.

    Inicialmente minha ideia é:
    Dia 1/2 - Salar - Quando eu entrar na Bolivia, pretendo dormir em algum lugar próximo a cidade de Uyuni, no dia seguinte acordo e visito o salar e sigo em direção as Lagunas (sempre pelo caminho mais fácil), porém parando para dormir no Flaminco Eco Hotel.
    Dia 3 - No dia seguinte acordo com calma e vou para as Lagunas ao sul, porém não sei se consigo chegar em San Pedro de Atacama no mesmo dia, pois pelo que vi a velocidade média de deslocamento nessas estradas é de 25 km/h e demoraria muito para chegar.
    Caso eu não chegue, esse dia terei que dormir em uma das lagunas.. provavelmente a Laguna Colorado ou as lagunas mais ao Sul e próximas a fronteira com o Chile (laguna blanca e verde).

    - O que você acha? É muita pressa no dia 1?
    - E quanto ao dia 2, você acha provável sair do Flaminco Hotel e chegar no mesmo dia no Atacama?

    Faz sentido o que eu falei? hehehe

    Obrigado pelas informações fornecidas! Estão ajudando muito para traçar meu roteiro.
    Olá! No primeiro diavocê pode dormir na própria cidade de Uyuni mesmo (não "algum lugarpróximo"), pois é onde tem opções... fora isso, só tem uns 2 ou 3 hoteisde sal na entrada do Salar, mas que são super caros.

    O caminho do dia 1vai até a ilha Incahuasi no sentido leste-oeste, depois segue para o sul pornorte-sul. Portanto teu desenho em vermelho está otimista, ele é a hipotenusa de um triângulo reto.

    O Flamingo Ecolodgeé apertado chegar no mesmo dia, se planeje pra sair bem cedo então... ou anota no mapa aqueles 4 albergues no meio do caminho (te mandei na mensagem anterior) e decide na hora baseado no horário que você estiver chegando.
    Olhe no Wikiloc que tem muitas pessoas que gravam o trajeto das agências de turismo, geralmente algo como "Uyuni 3 day tour", aí poderá ver onde o pessoal dorme no caminho.

    Blanca e Verde não sei se tem alojamento, a Colorada tem dois.

    Mas teu plano está corrido sim. O mais comum é quebrar em 3 noites (Uyuni, fora do salar, laguna colorada, e aí SAP na quarta noite). É o trecho mais bonito e interessante da viagem, vale a pena percorrer com mais calma. Por exemplo, vai precisar cozinhar sua comida todos os dias, então acha uma laguna bacana e faz as coisas com calma curtindo a paisagem.

    Abraços
    4X4 Brasil
    Toyota Bandeirante Jipe 2001, CJ3-A 1950, Prado 2007; ex-Troller 2010; @botija4x4

  • #12
    Obrigado mesmo pelas dicas Gustavo! Ajudou demais!
    Vou considerar esse dia extra em meu roteiro.
    Land Rover Defender Tdi 2001

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