Só passando para assinar o tópico e acompanhar, não que eu não esteja acompanhando a placa suja e o farol queimado.....
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Só passando para assinar o tópico e acompanhar, não que eu não esteja acompanhando a placa suja e o farol queimado.....
Show de bola!! Eita saudades!!!! Preciso voltar pra TDP e pegar tempo bom... foram 2 dias tenebrosos quando estive lá..
Hahaha, obrigado Enasor. Acabamos de voltar e deu tudo certo, foi uma viagem maravilhosa, como eu esperava. Não me arrependi de nenhuma decisão e o clima nos ajudou muito. Ainda tenho muito conteúdo para publicar no tópico e vou fazendo assim que possível, pois é meio trabalhoso.
Abraços.
Guilherme eu li o seu relato todo até aonde publicou. Inclusive me ajudou demais para montar o roteiro do meu, junto com o Jefferson. Vi mesmo que teve um tempo bem difícil quando chegou lá. Nós fizemos o trekking W em TDP e tivemos a sorte de pegar tempo bom durante os 5 dias que ficamos no parque. Foi perfeito.
Até pegando tempo bom eu gostaria de voltar lá, é um espetáculo.
Abraços.
Dia 11) Torres del Paine/CHI (Glaciar Grey)
O chamado “Macizo Paine” possui altitude máxima de 3.050 metros, emergindo quase do nível do mar, e uma superfície de 400 km quadrados. Se formou principalmente por conta das ações erosivas dos glaciares, por meio dos seus avanços e retrocessos. Possui diferença de cores por causa de dois tipos de rochas, granito (claro) e sedimentar (negro), o que deixa as torres mais bonitas ainda.
Apesar do forte vento dormimos muito bem. A caminhada do dia seria para avistarmos o Glaciar Grey, sem mochila pesada pois seria ida e volta pelo mesmo caminho, para dormir novamente em Paine Grande. Acordamos com o despertador e fomos fazer o café da manhã. Enquanto esquentamos o chá mate com pêssego observamos o sol nascendo e iluminando as torres do Paine Grande, um laranja cor de fogo, destacando ainda mais as duas cores da montanha. Avistávamos as nuvens lenticulares sobre o Paine Grande, muito típico aqui da Patagônia.. Era uma das curiosidades que eu gostaria de ver ao vivo. Fui com os amigos até o vento descomunal e frio horripilante para tirar fotos da montanha. Valeu a pena, sem dúvidas.
"Quando ar estável e úmido flui sobre uma montanha ou cadeia de montanhas, uma série de ondas estacionárias podem se formar à sotavento da mesma. Se a temperatura na crista da onda descer abaixo do ponto de orvalho, o vapor de água em suspensão se condensará formando a nuvem lenticular. Na continuação do fluxo de ar, ao descer em direção a depressão da onda, a nuvem pode evaporar-se, razão para suas bordas características."
Anexo 547448
Terminamos de tomar o café e saímos para a caminhada por volta de 9h. Muito frio e ainda pensávamos como seria andar com aquele tanto de roupa, se seria calor ou não. Rapidamente já estávamos tirando as roupas de baixo, pois suar naquele frio não seria nada agradável, principalmente na hora do descanso em que o vento batia contra o suor gelado. Então monitoramos isso. Depois de poucos quilômetros chegamos à Laguna de los Patos, um lago muito bonito e vento mais forte ainda, com as montanhas gélidas como de pano de fundo.
Anexo 547449
Depois das fotos continuamos. As paisagens apareciam e tiramos muitas fotos. No meio da trilha chegamos ao primeiro mirante, e avistamos todo o glaciar grey. É surpreendente a sensação de estar próximo de um glaciar daquela relevância. Tiramos muitas fotos, comemos um pouco e seguimos, afinal o dia estava previsto para uns 25km de caminhada.
Anexo 547450
Após o refúgio grey chegamos bem próximo do glaciar grey, perto da laguna, aonde havia enormes blocos de gelo boiando, que se soltaram da geleira e pudemos chegar bem perto. Estava um pouco nublado, mas o sol apareceu no glaciar e as fotos ficaram ainda mais impressionantes. Comemos e iniciamos o retorno, com a sensação de que aquele trekking estava só começando e iria nos deixar impressionados com o que viria para frente.
Anexo 547451Anexo 547452Anexo 547453
O retorno foi cansativo, estávamos há dias sentados em banco de carro, um pouco enferrujados de atividade forte como essa. Joelhos doíam e os pés também. Chegamos ao camping cansados, tomamos banho e fizemos o jantar. Tiramos fotos do entardecer e as nuvens lenticulares estavam lá, em formato diferente. Cansados, dormimos muito bem.
Anexo 547454Anexo 547455
Caro Gustavo, vizinho de cidade, deixo meus parabéns à sua determinação nessa expedição e que ótimas fotos.
Esse é um sonho que tenho para um futuro, fazer uma expedição ao sul da América do Sul.
Uma dúvida, pelos caminhos que passaste, encontrou diesel S10 ou S50 ou somente diesel normal?
Excelente relato.
Tem ideia em quanto aumentou o consumo com essa barraca?
Obrigado Fred! Vizinhos sim, que legal. Não desista do sonho porque realmente vale a pena. Nenhuma foto é capaz de descrever a beleza do lugar, por melhor que ela tenha sido tirada. De verdade.
Encontrei S10 e comum em quase todo o percurso, diria que em 90% dos postos. Um ou outro é que tem só comum ou só S-10 (eles chamam de euro diesel). Se for esporádico acredito que os motores novos não tem problema com o uso do comum, inclusive já relatos por aqui de ter usado ele sem problemas.
Abraços.
Geovanih, nesse carro eu não cheguei a verificar a diferença. Em outro carro que eu tinha, um Sandero, tive uma perda de rendimento em 0,5 km/L. Mas o Sandero não tem muita força e o teto do carro é curto, a barraca fica de cara para o vento. No caso da Pajero eu joguei a barraca bem para trás, permitindo que o parabrisa forme um pequeno vácuo na resistência do ar.
Mas vale a pena essa barraca, te dá muita flexibilidade.
Abraços.
Dia 12) Torres del Paine/CHI (Mirador Britânico)
Apesar do forte vento a noite bem dormida. Acordamos cedo porque o dia seria longo de caminhada. Estava previsto 7km com mochila pesada até o camping italiano mais 15km com mochila de ataque até o mirador britânico. Enquanto fazíamos o café da manhã novamente aproveitei o fenômeno das nuvens lenticulares para fotografar o Paine Grande. Estava ainda mais bonito.
Anexo 547503
Começamos a caminhada, desta vez sentindo o peso da mochila nas costas. Já nos primeiros metros encontramos Ângela, uma baiana de Salvador simpática que rapidamente se entrosou com o grupo e fez parte até a chegada no camping italiano. Marcus é de Coromandel mas também mora em Salvador, então era uma companhia “meio” conterrânea.
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O dia foi mais quente que os anteriores, me lembro de ter visto isso na previsão dias antes. Eu tinha anotado a previsão em uma folha, mesmo sabendo que o clima ali muda constantemente, podendo registrar as 4 estações em um dia. Utilizei o aplicativo Windy que registra as informações de estações meteorológicas, em Torres Del Paine haviam umas 6 estações. Achei o app muito preciso.
A paisagem continua muito bonita, diferente pois o sol estava de frente, subindo atrás do Paine Grande. Achei a caminhada leve, mas a mochila pesou. Chegamos no camping italiano e armamos as barracas imediatamente para seguirmos com mochila de ataque até o mirador britânico. Ângela não esperou armar as barracas pois teria que seguir adiante para outro camping, então teria que andar mais.
Após barracas armadas seguimos em frente. Mata fechada, as cores do outono em tons de amarelo e vermelho preenchem o cenário. O horizonte era o Paine Grande e estávamos entre ele e o morro Los Cuernos, que considerei o mais bonito deles. No Paine Grande havia blocos de gelo na sua formação e avistamos duas avalanches na montanha. O som era fantástico!
Anexo 547506Anexo 547507
Era somente subida, até chegarmos no mirador francês. Encontramos Ângela, que foi somente até ali e já iria voltar. Eram quase 14h e estávamos preocupado se daria tempo de chegar até o mirador britânico.
Anexo 547508Anexo 547509
Miguel e eu decidimos ir, em ritmo mais forte. Marcus que estava com dores no joelho decidiu voltar. Ricardo e Dayane decidiram ir junto conosco, mas mais à frente desistiram e voltaram. O caminho até o mirador era um pouco longo, mas espetacular. O Rio descendo entre as árvores coloridas e os panoramas que tínhamos do maciço Paine. No caminho encontramos Loïc, que estava um dia avançado na nossa frente, mas decidiu descansar no italiano nesse dia. Para chegar no mirador fizemos uma pequena escalada e chegamos ao topo da pedra, eram quase 16h. A composição da imagem do mirador é uma das coisas mais fantásticas que já vi. Cercado pelas montanhas descia um rio de cor esmeralda e em todo o vale, chamado de francês, havia árvores com coloração vermelha, típica do outono daqui. Um espetáculo! Comemos, tiramos fotos e voltamos em ritmo bem acelerado, para chegar de dia no italiano.
Anexo 547510Anexo 547511Anexo 547512Anexo 547513
A Patagônia tem várias belezas, mas o aspecto que mais engrandece suas paisagens é o movimento do sol. Por estar no trópico de Capricórnio o sol não gira em cima de nós, 90º, como é em regiões mais próximas da linha do equador. Ele gira em um ângulo de final de tarde, tipo sol de 16h em nossa cidade, com alturas menores, principalmente quando se aproxima do inverno. Por esse motivo a luz por aqui é sempre colorida, sombra clara, dá contorno para as montanhas e o céu com um azul mais claro.
Chegamos, tomamos banho de gato com lenços umedecidos, pois não havia água quente no camping. Fizemos janta, conversamos bastante e fomos dormir.
A noite seria perfeita se não fosse um rato invadindo a varanda de nossa barraca e futricando nas comidas. Rasgou minha mochila de ataque e o saldo foi negativo: dois pães de forma violados e um torrone, além do buraco que ficou na minha mochila. Fiquei degladiando com o rato a noite toda.
A noite estava muito fria, até então achamos a mais fria, principalmente porque ficava ao lado do rio. Dormimos com o barulho da correnteza. O mais legal era que de tempos em tempos ouvíamos o barulho das avalanches no Paine Grande. Muito legal. O dia foi muito bom.
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Parabéns pela iniciativa, relatos e fotos.
Estou rascunhando a minha, para quem sabe 2018...
Grande Abraço!