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  • #1
    Usuário Avatar de Vacaria
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    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba




    Salve, amigos do mundo off road!

    Por meio deste post inicio meu primeiro relato de viagem! O projeto não foi tão audacioso quanto alguns que já vi por aqui, até porque foi a primeira vez que fiz algo com meu veículo, sem contar o fato de que estava acompanhado de minha noiva, cuja experiência em tais aventuras era tão vasta quanto a minha... A idéia era simples: eu sairia de Curitiba e passaria na cidade onde ela mora, no Rio Grande do Sul, de onde partiríamos rumo ao Uruguai, entrando neste país pela fronteira do Chuí, contornando todo o litoral até Colônia de Sacramento; a dúvida era se continuaríamos contornando o país, passando por Mercedes, Paysandu e Salto, voltando pela fronteira de Artigas, ou se cortaríamos o país pelo centro após Colônia de Sacramento, ou seja, passando por Durazno, Tacuarembo e seguindo até a fonteira de Rivera com Santana do Livramento. Acabamos optando por esta última opção.

    O veículo utilizado foi uma Toyota Bandeirante 2001, BJ50LV, motor 14B, turbinado, intercooler, 5 marchas, farol de milha, com alguns confortos: ar quente, ar condicionado, direção hidráulica, PX Cobra, pneus BFGoodrich 31" All Terrain. Como navegador, baixamos no celular um aplicativo pago que recomendamos fortemente; haja vista funcionar off line: Here We Go. A única mudança que fiz na Bandeirante foi a retirada do banco traseiro original para a colocação de dois bancos reclináveis para a lateral (estilo o das land rovers), o que me ajudou muitíssimo na organização do espaço, permitindo que eu empilhasse 6 caixas de feira (aquelas que são encaixáveis uma na outra), amarrando-as com dois elásticos cruzados. Quem tiver interesse, tem um link onde postei fotos dos bancos:
    http://www.4x4brasil.com.br/forum/toyota-bandeirante/126207-bancos-para-bandeirante-10.html

    O projeto inicial incluía alguns dias em camping, o que demandou o preparo de equipamentos relativos à prática: barraca, lonas, comidas (enlatados como molho de tomate, milho, ervilha, creme de leite; açúcar; café; erva-mate; macarrão; leite com tampa de rosca, que dá para fechar depois de aberto, sem risco de vazar dentro do jeep; etc), fogareiro, lanterna, colchões de ar, mantas e demais equipamentos. Tentarei ao final deste post anexar a lista completa de tudo o que levamos, o que pode auxiliar alguns em futuro check list pré viagem.

    O total da quilometragem foi de 3.038 km, os quais se dividiram nas seguintes etapas:

    1) 0 km (Curitiba) a 438 km (Vacaria);
    2) 438 km (Vacaria) a 540 km (Veranópolis), sendo metade do caminho por estrada de chão;
    3) 540 km (Veranópolis) a 940 km (Pelotas);
    4) 940 km (Pelotas) a 1.278 km (Aguas Dulces, Uruguai);
    5) 1.278 km (Aguas Dulces) a 1.458 km (Punta del Este)
    6) 1.458 km (Punta del Este) a 1.760 km (Montevideo);
    7) 1.760 km (Montevideo) a 1.962 km (Colonia del Sacramento);
    8) 1.962 km (Colonia del Sacramento) a 2.472 km (Rivera);
    9) 2.472 km (Rivera) a 3.038 km (Veranópolis).

    Destaco que a quilometragem entre uma cidade e outra abrange os deslocamentos que foram feitos dentro da cidade destino ou em alguns lugares que íamos vendo no meio do caminho. Em escorço: a quilometragem era verificada no momento em que saíamos de uma cidade em direção ao novo destino, não significando, portanto, a exata distância entre uma e outra.

    As estradas uruguaias geralmente são boas, com algumas raras exceções que pegamos na rota 10 (28 km de estrada de chão, mas melhor que muito asfalto nosso) e na rota 2 (esta sim, estrada beeeem ruinzinha). Infelizmente, em decorrência da geografia do país, os uruguaios desconhecem o prazer indescritível de se pegar uma jamanta serra acima, a 20 km/h, durante 10 km, sem qualquer possibilidade de ultrapassagem... Não tivemos o prazer de rememorar tal sensação durante a viagem (caminhões são meio raros, principalmente no trecho do litoral).

    Quanto aos custos, vou tentar postar o quanto foi gasto em cada trecho, conforme o relato for avançando. A ver se o termino ainda hoje! Abaixo, segue uma foto de como ficou a organização do espaço interno da Band:

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-band.jpg

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba Arquivos Anexos
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  • #2
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    Primeiro trecho: de Curitiba/PR a Vacaria/RS
    Saí por volta das 07:00 horas do dia 12/11/2016 pela BR 116. Estrada simples, com bastantes caminhões, o que impacta na qualidade do asfalto em alguns trechos, mas nada que cause muitos transtornos. Há neste trecho 5 praças de pedágio, cada qual num custo de R$ 4,80. Caso haja necessidade de realizar algumas paradas, há postos de combustíveis bem distribuídos durante o caminho, bem como postos de auxílio ao usuário da via (administrados pela concessionária dos pedágios), onde há banheiros, água e café gratuitos.
    Abasteci R$ 100,00 de diesel comum.
    Refeições: casa dos pais!
    Total de custos no primeiro dia: R$ 124,00

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-vacaria.jpg
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  • #3
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    Segundo trecho: de Vacaria/RS a Veranópolis/RS (buscar minha navegadora)
    Continua-se pela BR 116 até o trevo que leva à cidade de Antônio Prado/RS, onde inicia a RS 122.
    Chegado em Antônio Prado, cruza-se a cidade pela Avenida Valdomiro Bochese, pegando a Avenida Camilo Marcantônio no final, à direita. Segue-se por ela até o início da RS 437: cerca de 50 km de estrada de chão até encontrar a BR 470.
    Chegado à BR 470, são cerca de 16 km até Veranópolis/RS.
    Abasteci mais R$ 40,00 de diesel comum.
    Foto abaixo na represa do Rio das Antas.

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-represa.jpg
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  • #4
    Acompanhando Vacaria, tenho vontade de ir de carro até o Uruguai e seu relato será muito proveitoso. Parabéns!

  • #5
    Usuário Avatar de sandro_ventania
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    Vacaria...capricha na parte do interior do Uruguai...estava planejando uma viagem dessa também, mas me desanimou a falta de informações sobre o interior do Uruguai.
    "Numa viagem de carro, mais importante que o destino, é aproveitar ao máximo tudo que há de bom no caminho."
    Toyota Hillux SW4 93...Matilde.

  • #6
    Usuário Avatar de Vacaria
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    Valeu, Bernardo e Sandro! Tentarei ser o mais preciso possível para ajudar futuros viajantes! Desde já antecipo que vale muito a pena viajar de carro para o Uruguai!
    Seguindo o relatório!
    Terceiro trecho: de Veranópolis a Pelotas.

    Saímos de Veranópolis por volta das 07:00 horas, seguindo pela BR 470 até Carlos Barbosa, onde ela passa a se chamar RS 446 e, posteriormente, RS 122, desembocando na BR 116 nas proximidades de São Leopoldo (região metropolitana de Porto Alegre), permanecendo com tal denominação até Pelotas. O trecho de Veranópolis até Carlos Barbosa passou por recente recapeamento, vale dizer, o asfalto está em excelentes condições, faltando apenas a pintura das faixas brancas laterais da pista (dificulta um pouco para quem viaja de noite). Embora novinho, é questão de tempo para o asfalto retornar às condições pré-obras, pois o tráfego de caminhões é forte na região. Sem falar na prodigalidade de curvas bem fechadas nesse trecho de serra, que demanda cuidado especial para quem não conhece a rota...

    Ao se chegar na BR 116 começa a alegria do viajante: pedágios e radares. São 4 praças de pedágio, cada qual custando R$ 4,80, R$ 13,80, R$ 9,70 e R$ 9,70. Abasteci R$ 65,00 de diesel comum nas proximidades de Porto Alegre, coisa que aconselho em razão dos preços serem melhores. Conquanto a pista seja dupla, percebe-se que são poucos os carros que andam na pista da esquerda; haja vista a prodigalidade de radares que há na região. O pessoal prefere andar em velocidade constante na pista da direita a ter de ficar acelerando e freiando a cada 500 m na pista da esquerda. Visando a evitar esse agrado estatal da multinha, baixei um aplicativo pago chamado Mapa Radar. Não que meu intuito fosse correr com a Band, coisa que, aliás, não é o forte dela. Confesso que o que me deixa p... é o fato de andar a viagem toda a 80 km/h (algo que quase ninguém faz) por questão de segurança, conforto e economia e acabar sendo brindado com uma multa por um radar marotamente escondido em um trechinho minúsculo onde a velocidade era de 60 km/h!

    A estrada de entrada para Pelotas está em obras e um pouco mal sinalizada. De início, utilizávamos o Waze como navegador, mas o fato de ele demandar 3G, coisa que não teríamos no Uruguai (exceto pagando o agradável rooming) e em vários trechos das BRs, acabamos achando um aplicativo com vários elogios, chamado Here We Go; trata-se de mapa off line, que indica fielmente as várias opções de ruas, rotas e vias entre as cidades, inclusive no Uruguai. Ficamos hospedados na Pousada do Estudante, pousada familiar, localizada na Rua XV de Novembro, nº 311. Gostamos muito: local silencioso, limpo, bom café da manhã (melhor pão de todas as pousadas/hotéis que ficamos durante a viagem) e na mesma rua do Mercado Central, excelente lugar com restaurantes e barzinhos para o merecido chopp do final do dia! Sem contar as confeitarias com seus maravilhosos doces portugueses, que são uma atração à parte...!!!

    Como nosso intuito era o Uruguai, acabamos pousando em Pelotas apenas para não termos um dia de rodagem muito longo logo no início. Assim que acabamos não pesquisando muito coisas para ver e fazer em Pelotas. Mesmo assim, ficamos impressionados com a arquitetura dos antigos prédios, por detrás de cujas histórias esconde-se um passado de muito dinheiro por conta das antigas charqueadas. Creio que, para quem curte essa parte histórica, vale a pena ficar um dia na cidade para conferir!

    No dia em que aí ficamos havia a divulgada "super lua", fenômeno que irá se repetir daqui a 72 anos. Que Deus nos preserve para essa segunda oportunidade, pois havia nuvens na noite que nos impediu de vê-la... :-/

    Custo da pousada, incluindo o estacionamento: R$ 200,00. Pedágios: R$ 38,00. Diesel: R$ 65,00
    Não vou incluir custos de alimentação, pois acho que isso varia demais para cada um, não tendo como aferir uma média. Até porque, como antecipei em tópico acima, levamos comida e fogareiro para fazermos as refeições em alguns dias, bem como houve lugares em que nos demos ao luxo de almoçar/jantar comidas típicas da região.
    Total do dia: R$ 303,00
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  • #7
    Usuário Avatar de Vacaria
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    Quarto trecho: de Pelotas a Aguas Dulces

    Despertos e com o café da manhã tomado, fechamos a conta na Pousada do Estudante. Ao sairmos, ganhamos de presente dos proprietários alguns doces típicos de Pelotas. Aí está outra coisa que vale em Pelotas, que infelizmente não ocorreu na época em que aí estávamos: a Fenadoce, evento que acontece anualmente entre os dias de final de maio e começo de junho...

    Enfim, saímos de Pelotas por volta das 09:00 horas e enchemos o tanque da Band - R$ 81,00. Passamos por uma praça de pedágio logo após sair de Pelotas: R$ 9,70. Fica aqui uma dica de ouro: encham o tanque ao saírem de Pelotas, pois não há muitos postos de combustíveis até o Chuí. Embora eu tivesse levado uma bombona de combustível com capacidade para 15 L, não a enchi nesta ocasião porque desconhecia esse detalhe. Demos sorte ao encher o tanque... Na ocasião, aproveitei para retirar o engate de reboque da Band, pois ouvi que é proibida sua utilização no Uruguai se não estiveres com o reboque engatado.

    Descendo em direção a Rio Grande, aí pegamos a BR 471, que segue direto até o Chuí. É comum vermos nas estradas aquelas cruzes no acostamento indicando locais onde determinados sujeitos faleceram em decorrência de acidentes de trânsito, seja por excesso de velocidade, seja por imprudência do motorista etc... Algumas dessas cruzes se fazem presentes neste longuíssimo caminho reto, o que nos chamou a atenção. De fato, trata-se de trecho reto e plano, sendo possível ver os carros vindo de muito longe! O que pode trair nossos sentidos é a situação de se andar por horas sem se fazer uma única curva, o que dá sono! Esta, segundo relatos, a maior causa mortis no trânsito desta região! Portanto, caprichem no café e no bom descanso na noite anterior para aproveitarem em segurança...

    Essa longa estrada reta e plana passa pela conhecida reserva do Taim. Embora não haja um acostamento digno de tal nome na via, é possível dar uma encostadinha e tirar umas fotos (cuidando para ver se algum carro ao longe se aproxima): é campo até onde a vista não avista mais nada! Sendo um pouco hiperbólico, o ponto mais alto que se pode ver nessa região é o lombo de algumas capivaras que, infelizmente, aparecem vez que outra atropeladas na pista... Velocidade máxima permitida: 60 km/h. Outro detalhe: o nível da pista é mais alto que o dos campos laterais da reserva; atenção redobrada ao volante por conta disso.

    Chegando ao Chuí tem-se duas opções: entrar na cidade ou contorná-la. Resolvemos encarar a primeira opção e visitar alguns free shops. A fronteira do Chuí é algo peculiar: trata-se de mera rua dividindo um país do outro, rua esta por cuja extensão estão os ditos free shops. Tivemos o azar de aí estar em pleno feriadão do 15 de novembro! Gente demais, carros demais, enfim... Vale a pena comprar algumas cervejas e outras bebidas para ir tomando durante a viagem; fora isto, caso tenham pretensões de passar por Rivera, deixem para fazer comprar mais vultosas em tal cidade. No Chuí abasteci mais R$ 60,00. Aconselho a entrar no Uruguai com tanque e galões cheios; apesar de o diesel deles ser de melhor qualidade que o nosso, o preço é bem mais salgado...

    No Chuí fizemos câmbio de reais para pesos. Algo que verificamos durante a viagem é o fato de que a maioria das lojas, restaurantes, praças de pedágio, hotéis etc aceita pagamento em reais, fazendo cotação, por vezes, até melhor que a própria casa de câmbio. No caso de haver necessidade de troco, este sempre será dado em pesos. Então, caso haja necessidade de realização de câmbio, faça-o em pouco montante.

    Compradas as bebidas do motorista e os chocolates da navegadora, seguimos ao posto policial da fronteira. Pra entrar no Uruguai, aceita-se a carteira de identidade brasileira, desde que expedida há menos de 10 anos. Aceita-se também, por óbvio, o passaporte: a vantagem deste documento sobre aquele é que não há a necessidade de preenchimento de papéis complementares no local, bastando sua apresentação para o carimbo peculiar de entrada. Não há a necessidade de expedição de CNH internacional. Por fim, mas não menos importante, há a exigência do seguro carta verde: trata-se de seguro obrigatório que cobre a responsabilidade civil do proprietário e condutor do veículo que não está matriculado no país de ingresso. Tal seguro é cobrado em dólar, cuja conversão para reais, na época em que fiz, deu em torno de R$ 245,00. O valor varia conforme tempo de permanência e modelo do carro; caso o veículo não seja de propriedade do motorista, é necessário que este obtenha uma autorização de tráfego, com assinatura reconhecida em cartório para posterior encaminhamento ao consulado (em suma: melhor ir com o carro próprio). A única vez que me pediram esse documento foi justamente na entrada do país, onde foi visto a vistas largas...

    Assim ingressados no Uruguai, seguimos em direção à Fortaleza de Santa Teresa pela Ruta 09, distante uns 40 km da fronteira. Ao chegar na parque onde fica a fortaleza, fomos avisados que na terças-feiras a fortaleza permanece "cerrada"!! Deste modo, só conseguimos fazer o contorno da bendita, sem adentrar no local.

    O projeto original para nosso primeiro dia uruguaio incluía acampar no departamento de Rocha, no camping de Punta Rubia, sendo necessário sair da Ruta 09 em direção à Ruta 10. Entretanto, enquanto nos dirigíamos para aí, fomos surpreendidos por uma tempestade, incluindo granizo, que foi magistral para a mudança imediata de nossos planos. Deste modo, e como não havíamos formalizado uma reserva no camping (por ser baixa temporada, não havia tal necessidade), arriscamos entrar na primeira cidade que avistamos: Aguas Dulces.

    Cerca de duas semanas antes de iniciarmos nossa viagem, houve no Uruguai uma tempestade que causou uma ressaca violenta no mar, afetando boa parte das cidades e povoados costeiros. Nas cidades de menor economia, como Aguas Dulces, ainda era possível ver o estrago que a ressaca havia deixado: casas construídas tão próximas ao mar que ainda se mantinham em pé por conta da ilusória insistência de alguns sacos de areia como forma de contenção... Tal cenário se repetiu por alguns lugares por que passamos. Enfim, por conta da tempestade desistimos do camping e fomos procurar alum lugar para dormir em Aguas Dulces.

    O lugar que achamos, de aparência mais aprazível aos olhos, custou 38 dólares. Caríssimo pelo que oferecia; tivéssemos ido ao camping e teríamos tido melhores recordações... Como o tempo se fazia instável, pouco saímos para conhecer a povoado. Após breve passeio pela orla, retornamos à pousada, onde passamos boa parte do tempo antes de dormir matando mosquitos e limpando teias.

    No dia seguinte, logo após o espartano café da manhã, seguimos para Cabo Polônio.

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-forte.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-mapa.jpg
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  • #8
    Usuário Avatar de mali9ski
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    25/05/2010
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    parabéns

    este relato está sendo muito util pra mim

    também vou fazer um tour pelo Uruguai mas em dezembro

    obs: vou fazer outra identidade a minha tem uns 20 anos

    valew
    GAIOLA 4X4 SÓ NÃO PASSA NA BLITZ.................http://www.4x4brasil.com.br/forum/ga...la-4x4-27.html

  • #9
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    Quinto trecho: de Aguas Dulces a Punta del Este.

    Após uma noite mal dormida em Aguas Dulces, fomos ao menos brindados com um amanhecer ensolarado. Arrumadas as malas na Band, seguimos pela Ruta 10 em direção a Cabo Polonio, um parque nacional de preservação ambiental onde há grande população de lobos marinhos. Trata-se de local rústico, propositadamente dotado de pouca infraestrutura e de alma mochileira; as casas e pousadas que aí existem são alimentadas por energia solar; a água provém de pequenos poços artesianos ou de caminhões pipa, pelo que nos disseram.

    A Ruta 10 margeia boa parte do litoral uruguaio, sendo por nós eleita por conta da visão do mar. Embora não seja exemplo das melhores estradas do Uruguai, é bem transitável; não avistamos caminhões por todo o tempo que trafegamos pela Ruta 10.

    A estrutura da administração do parque de Cabo Polonio é bem organizada. Deixam-se os carros num estacionamento do local (pagamos 190 pesos por todo o período), não sendo permitido o ingresso destes no parque, cujo acesso se dá por dois meios: ou a pé (cerca de 7 km em estrada de areia, como denota a foto abaixo), ou por intermédio de caminhões do parque estruturados para o trânsito de turistas. Como não queríamos perder muito tempo com a caminhada, fomos de caminhão, pagando cada qual a importância de 200 pesos (cotação do dia: 1 peso = 0,12 real – preço inclui o transporte e a tarifa de ingresso ao parque).

    Abrindo pequeno parêntese, lá vou eu anunciar outro aplicativo útil: Smart Coin; permite verificar a cotação do dia de qualquer moeda em relação ao real, ao dólar, ao euro etc. Ajuda a saber se os locais estão cobrando muito caro ou não a taxa de conversão de câmbio. Fecho o parêntese.

    Adquiridos os ingressos para o caminhão (estilo pau-de-arara), esperamos todo mundo subir para ver se conseguíamos ficar sentados na parte traseira, o que possibilitaria tirar melhores fotos. Conseguimos coisa melhor: fomos na parte de cima da cabine do motorista, tendo visão privilegiada de tudo o que surgia pelo caminho. Os caminhões que fazem esse trajeto de cerca de 30 minutos são meio antigos, mas cumprem o contratado. Há duas paradas possíveis para desembarque dentro do vilarejo que há no parque: uma logo quando iniciam as pousadas e outra na área central do vilarejo. Para voltar aconselhamos pegar o caminhão nesta área central, pois todo mundo o pega aí. Vale dizer: aqueles que esperam para pegar o caminhão de retorno naquele ponto de entrada do vilarejo quase sempre não obtêm sucesso por conta da ausência de lugares no caminhão, pois já volta lotado... Também atentar para os horários de retorno, que são de 2 em 2 horas.

    Como antecipado acima, trata-se de local de alma mochileira e visitado por muitos turistas. Conforme conversas com o pessoal que aí mora, tivemos sorte de estarmos no local em baixa temporada, pois entre os meses de dezembro e fevereiro o local enche... Pelo que me responderam, não há muito controle de entrada de pessoas no parque nesta época de alta temporada, o que dificulta um pouco o intuito preservacionista. O que a administração do parque cuida é do ingresso permanente de pessoas: há cerca de 70 habitantes locais devidamente cadastrados, sendo impedida a abertura de novos empreendimentos (pousadas, restaurantes etc) e a fixação de novos moradores; não é possível o camping no parque. Àqueles que visam a observar a fauna local, aconselha-se a fugir deste período de alta temporada.

    Vale a pena visitar o parque! Perto do farol há os rochedos no mar onde ficam vários lobos-marinhos “lagarteando” ao sol, sendo possível fotografá-los; trata-se de uma das maiores colônias deste animal no mundo! Também avistamos alguns golfinhos bem próximos da praia. Coisa que nos chamou a atenção foi a quantidade de conchas no local, praticamente impossibilitando a visão da areia; tal se deu por conta daquela tempestade ocorrida cerca de duas semanas antes de nossa viagem, o que fez o mar levar essa quantidade enorme de conchas a locais relativamente altos (cerca de 10 metros acima do nível do mar quando aí estivemos – se derem uma ampliada na foto abaixo verão que não é areia, mas conchas). Almoçamos um excelente risoto de frutos do mar no restaurante La Perla, à beira-mar, ao custo de 1.250 pesos. Regressamos ao local do estacionamento da Band no caminhão das 14:00 horas.

    Seguimos viagem em direção a Punta del Este. Se vocês verificarem a postagem da foto de um mapinha no tópico anterior, verão que a Ruta 10 é interrompida na altura de La Paloma, de onde o motorista é direcionado para regressar à Ruta 09. Como queríamos viajar vendo o mar, passando posteriormente pela Laguna Garzón onde há uma ponte redonda, regressamos à Ruta 10 no local do mapinha onde há a indicação “a la balsa”. Para os que optarem por tal trajeto, serão 28 km de estrada de chão até a ponte redonda da Laguna Garzón. Conquanto seja estrada de chão, está ela muito bem batida; fui trafegando por ela com uma velocidade entre 60 e 80 km/h sem qualquer problema.

    Seguimos até José Ignacio, um promissor balneário filhote de Punta del Este, onde casas de estilo mais contemporâneo estão sendo construídas com certa prodigalidade por aqueles que desconhecem crises financeiras... Para quem tiver uma navegadora arquiteta, como eu, a parada é obrigatória!

    Chegamos em Punta del Este por volta das 19:00 horas. A idéia era ficarmos no Camping San Rafael: após passar pela ponte ondulada que dá acesso a Punta del Este, pega-se a primeira via à direita, seguindo toda vida reto até chegar à entrada do camping (cerca de 1 km da ponte ondulada). Lugar espetacular, com uma infraestrutura muito boa! Indico fortemente! Fica um pouco distante das atrações centrais da cidade, mas é totalmente possível deixar a barraca com todos os equipamentos no local e ir de carro ao centro da cidade. Após se cadastrar no camping, o funcionário fornece um cartão magnético para liberar a catraca de passagem dos carros (pode-se entrar ou sair a qualquer horário), bem como a senha de acesso à internet e as demais regras que devem ser observadas durante a permanência no camping. Caso a estada ocorra e época de temporada há a necessidade de efetuar reserva. Para quem tiver interesse: www.campingsanrafael.com.uy e-mail: consultas@campingsanrafael.com.uy Custo da diária para o casal, com carro: US$ 20,40 (dólares).

    Depois de formalizar o ingresso no camping, parti para armar o acampamento. Estava bem empolgado, pois acampar é um dos meus prazeres! Sem contar o fato de que havia obtido a incrível vitória de conseguir convencer minha navegadora a acampar em Punta del Este. Assim, fui todo esmero: armei todo o acampamento, fiz a janta, arrumei os colchões de ar, lavei a louça... Um garbo de piá! Eis que fomos dormir e os trovões se fizeram anunciar... Caiu um dilúvio! Resumo da ópera: um pouco de água dentro da barraca (lençóis, cobertores e travesseiros um pouco molhados), impossibilidade de sair dela sem se molhar, navegadora beiçuda e deslocamento final para um hotel na manhã seguinte...

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-caminhoes.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-areia.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-conchas.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-polonio.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-band.jpg

  • #10
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    Valeu, Mali9ski! Bom saber que o relato está ajudando (o intuito é esse)!! Vou seguindo...

    Na manhã seguinte ao dilúvio, após reconquistar o sorriso da navegadora com a promessa de que dormiríamos em um hotel, tivemos de levantar o acampamento: tudo ainda meio molhado e secado às pressas. Improvisei um varal dentro da Band atando um fio plástico entre os dois “puta-merdas” traseiros, onde deixei secando os panos. Abasteci 300 pesos de diesel (a cotação em Punta del Este ficou numa média de 1 real = 8 pesos); é aqui que vocês vão se lembrar do conselho que dei de entrar no Uruguai com o tanque e as bombonas cheias...

    Dirigir em Punta é muito tranquilo (ao menos nessa época do ano). Seguindo pela estrada principal (a continuação reta da via logo após se passar pela ponte ondulada de acesso à cidade), a estrada segue margeando a orla; passa-se defronte à escultura da “mano del ahogado” (aqueles dedos que saem da areia) e chega-se a uma rotatória de acesso à Avenida Gorlero, que é a avenida que possui mais comércio, restaurantes e coisinhas afins. Seguimos por ela até a Calle Los Muergos (tem um Mc Donalds defronte a um Burger King nas esquinas), onde conseguimos achar um bom hotel que nos deixou fazer o check in umas duas horas antes do usual: Hotel Florinda. O único porém do hotel (que não foi problema algum) é que a Band não passou pela porta da garagem, que tem altura máxima 1,90 m; tive de deixá-la estacionada defronte à porta do hotel.

    Preço da diária para o casal: US$ 50,00 (dólares), que abrange a utilização da garagem (não utilizada pela Band por conta da altura dela) e um bom café da manhã! A localização do hotel é muito boa, permitindo fazer todo o entorno a pé. Ficamos duas noites.

    Devidamente instalados no hotel, demos um passeio pelas cercanias. Acabamos almoçando num restaurante chamado El Tonel, na Calle Las Focas (perpendicular à Avenida Gorlero): preço justo, porções bem servidas e carnes espetaculares!!!! O Uruguai é um paraíso para qualquer carnívoro!!! Nunca entendi como alguém, por livre opção, se dispõe a viver sem carne! O homem evoluiu durante milhares de anos para ocupar o ápice da cadeia alimentar; não comer carne é uma forma de regredir... Brincadeiras à parte, uma coisa que observei e acabei perguntado para os assadores foi o seguinte: não se trata de hábito, mas de determinação legal, o fato de a comida servida nos restaurantes serem completamente insossas. Por conta do histórico de gastos do governo com remédios para hipertensos, foi determinado que todo restaurante se abstivesse de colocar sal na comida. O saleiro se faz ausente em todas as mesas, sendo ele fornecido somente mediante expressa solicitação do cliente. Experimentem substituir o sal por um molho que geralmente acompanha as carnes uruguaias: chimichurri! Em seguida ao almoço fomos desfrutar uns sorvetes do Freddo na Avenida Gorlero para dar a energia na caminhada pela rambla. Ao final, fomos ao Punta Shopping, onde há um bom mercado para compras (não é cobrado estacionamento). Biso que todo o deslocamento nas cidades foi realizado com o auxílio do aplicativo Here We Go.

    No dia seguinte decidimos ir até Piriápolis, cerca de uns 40 km adiante de Punta del Este e, no retorno, assistir ao pôr-do-sol na Casa Pueblo, em Punta Balena (uns 15 km de Punta del Este). Tudo isso seguindo pela Ruta 10, cuja qualidade é bem melhor neste trecho do que em seu início.

    Em Piriápolis queríamos pegar um teleférico que levava a um dos cumes mais altos que vimos no Uruguai, porém estava desativado (não sabemos se em definitivo ou se só nesta época do ano, por conta da baixa temporada). Fomos com a Band até o topo, sendo presenteados com uma vista muito bonita da região. O local é disputado por vários turistas e ônibus de excursão de estudantes primários, que chegam tão rápidos quanto se vão... Para quem curte, vale a pena ficar por ali um tempinho curtindo o visual.

    Ao retornarmos para Punta del Este pela Ruta 10, entramos no balneário de Punta Balena com o intuito de visitar a Casa Pueblo. De imediato nos deparamos com um grupo que estava saltando de asa-delta e de parapente (venta pra caramba no local), e ficamos ali um pouco assistindo ao show. Depois me disfarcei de uruguaio (térmica debaixo do braço e cuia pequena na mão, fazendo jus ao lema: “una mano basta”) e fomos à Casa Pueblo.

    A Casa Pueblo era a casa de verão do artista plástico e arquiteto Carlos Páez Vilaró, falecido em 2014. No local também funciona um hotel e um restaurante, sendo que na parte aberta ao público são vendidas algumas peças do acervo do artista (tudo em dólar). Quem quiser saber mais da vida deste eminente uruguaio, basta dar um “google” que aparecem diversas referências. O que importa deixar registrado é o seguinte: o pôr-do-sol mais espetacular que vi na minha vida! Cientes disso, os turistas que se vão chegando na Casa Pueblo já começam a buscar algumas cadeiras que ficam dispostas pelo espaço e já se ancoram na beirada da sacada desde as 17:30 horas para assistir ao espetáculo. E não mais saem dali nem a fórceps até que o sol tenha se posto! A luta por um espaço privilegiado é grande, a não ser que estejas hospedado no hotel que há no local, onde as mordomias fornecidas condizem com o preço cobrado...

    Enfim, o espetáculo se inicia com a despedida do sol acompanhada pela gravação de um poema declamado por Carlos Páez Vilaró, cuja duração é milimetricamente calculada com o tempo de sumiço do sol no mar... Não dá para perder um show desses! Preço da entrada na Casa Pueblo: 200 pesos.

    Após o pôr-do-sol, voltamos para o hotel em Punta del Este. No trajeto, passamos por alguns postos de combustíveis com filas monstruosas de carros abastecendo. Fizemos uma analogia: quando isso acontece no Brasil, geralmente é porque os preços vão subir. Assim, entramos na fila de um posto da rede ANP e aí ficamos por 1:30 hora até chegar na bomba, onde obtivemos a informação de que os trabalhadores dos postos de combustíveis e distribuidoras do Uruguai iriam começar uma greve geral no dia seguinte. Iniciou, assim, nosso pseudo-pânico! Tínhamos um longo trecho pela frente e dias contados de férias! Enfim, engole o choro e tenta achar uma solução: enchemos o tanque até o beiço, bem como a bombona de 15 L que tinha levado e garrafas pet de água que estavam dando sopa. Gastamos 1530 pesos com diesel. A greve depois não foi adiante, tendo o sindicato entrado em acordo, mas o susto foi suficiente para eu começar a cogitar um projeto de aumento do tanque de combustível da Band (já li por aqui vários relatos de toyoteiros que fizeram isso e não se arrependem). Atentem para o seguinte quando forem abastecer: não sei se as pistolas das bombas de combustíveis no Uruguai possuem ou não o modo automático como no Brasil, pois presenciamos não uma ou duas vezes a situação de que o frentista largava a pistola ligada para encher o tanque e ia atender a outros veículos, sendo que ao invés de a bomba parar quando o combustível chegava no beiço do gargalo, continuava injetando combustível, vazando-o copiosamente pela lataria do carro e chão do posto...

    Do posto de combustível seguimos ao hotel para o merecido descanso do dia.

    El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-mano.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-vista.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-asa.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-mi.jpg El tour del Uruguay - saindo de Curitiba-fila.jpg
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  • #11
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    Perdeu a chance do camping por que não comprou a barraca certa!
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    "Numa viagem de carro, mais importante que o destino, é aproveitar ao máximo tudo que há de bom no caminho."
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  • #12
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