A paisagem era transcendental. Atravessamos salares e montanhas. Chegando a Tolar Grande, às 14h30, a "cidade" estava deserta, com poucas pessoas na rua, com uma fria ventania misturada a areia, a qual cortou a pele de minhas mãos. Parecia filme de faroeste americano.
Em Tolar Grande esvazei um dos galões de combustível que estava no teto do carro. Dormimos na hospedaria Casa Andina.
Dia 13, segunda-feira: Km 3359, saída de Tolar Grande às 08h25 (-4o.C). A estrada de saída de Tolar Grande (RN27), rumo nordeste é de terra, mas estava em boas condições. Foi o momento de maior solidão nossa em toda a viagem. Não tivemos contato com nada, veículo algum, até o salar de Pocitos.
Chegamos em San Antonio de los Cobres (a cidade mais alta da Argentina, na província de Salta) às 13hoo. O clima estava instável, com muita ventania (com areia) e frio. Ficamos no Hotel de las Nubes. À noite a temperatura caiu para -6o.C às 20hoo.
Dia 14, terça-feira: Dia de descanso em SAdlCobres. Ficamos na cidade. Na noite anterior a temperatura deve ter ficado bem abaixo de zero, pois a água em uma garrafa que estava dentro do carro estava parcialmente congelada.
Dia 15, quarta-feira: Km 3574, saída de SAdlCobres às 09hoo (-6o.C). Havia gelo na calçada do hotel. O carro não correspondia quando acelerado. O giro não passava de 2000 rpm. Ele apenas ganhava velocidade "no embalo". Eu não sabia se era por conta do frio, ar seco, rarefeito...
Visitamos o viaduto La Polvorilla, em sua parte de baixo (apenas para ver, nada mais).
Seguimos para Purmamarca, pela RN51 (em rípio) e após, pela RN52 (já com asfalto), com o carro ainda sofrendo. No percurso atingimos 4017msnm.
Descendo para Purmamarca o carro começou a melhorar, bem como a água do limpador de para-brisa, a qual estava congelada e não saía quando acionada.
Chegamos a Purmamarca às 12h30. Visitamos (apenas passeamos de carro) a cidade de Humauaca, mais ao norte, na RN9, cidade histórica, mas mal cuidada.
Dia 16, quinta-feira: Neste dia perdi meu termômetro. Ficamos em Purmamarca descansando. Dia agradável. A quebrada de Humauaca (Puna Jujeña) é mais rica cultural e historicamente que as demais Punas. A paisagem é diferente e menos hostil, mas igualmente bonita.
Dia 17, sexta-feira: Km 3911. Saída de Purmamarca às 08h50. A noite deve ter sido bem fria, pois havia gelo no para-brisa do carro. Este, felizmente, não mais apresentou problemas de partida e aceleração.
Antes de seguirmos para o sul, visitamos o Pucará de Tilcara, uma antigo fortificação inca. Depois fomos para Termas de Reyes, uma grata surpresa e achado. Ficamos em um hotel o qual não admitia pessoas com menos de 16 anos (mas o gerente autorizou a permanência de minha filha). Um hotel muito agradável, com piscina aquecida e spas.
Dia 18, sábado. Km 4030. Saída de Termas de Reyes às 09h30. Foi o início do fim de nossa viagem. Havíamos deixado em definitivo as elevadas altitudes da Puna. Viajamos neste dia até San Salvador de Jujuy, lá chegando às 12hoo.
Dia 19, domingo. Km 4061. Saída de SSJujuy às 09hoo. Fomos para a cidade de Salta pela RN9, la Cornisa, uma estrada estreita e sinuosa, para turistas, visto que existe outra estrada mais moderna ligando aquelas cidades.
Dia 20, segunda-feira. Dia com manhã chuvosa, mas que não atrapalhou (muito) os passeios. Fomos ao topo do cerro San Bernardo pelo teleférico. À tarde, todos já sentindo o cansaço da viagem, decidimos permanecer no hotel (saímos apenas para comprar doces e vinhos).
Dia 21, terça-feria: Km 4161. Saída de Salta às 08h30. Viajamos até Resistência, via RN16, estrada longa, reta e plana. Chegamos ao nosso destino ao final da tarde.
Dia 22, quarta-feira: Km 5000. Saída de Resistência às 09hoo. Fomos até Foz do Iguaçu. A RN12, após Posadas, está sofrível. Muitas interrupções, desvios e semáforos. Sem dúvida a parte mais estressante da viagem. Chegamos ao destino às 17hoo.
Dias 23 e 24. Aproveitamos estes dias para visitarmos as atrações da cidade: as cataratas, a gigantesca barragem e por que não?, atravessamos a pé a ponte da Amizade (onde o Brasil entrou com o dinheiro e o Paraguai com a amizade).
Dia 25, sábado. Km 5738. Saída de Foz do Iguaçu às 09h30. O suplício rodoviário continuou pela BR277, a "grande estrada" até Cascavel. A rodovia está em condições ruins, muito movimentada, com pista simples e desvios, e ainda por cima, pedagiada. A situação ficou menos pior após Cascavel, quando tomamos sentido norte, rumo a Londrina, onde chegamos às 17hoo.
Dia 26, domingo. Km 6276. Saída de Londrina às 08h40 rumo a Santo André. Percurso realizado sem problemas (rodovia duplicada após Ourinhos). Chegamos em casa às 15hoo, após 6883 Km rodados, exaustos mas satisfeitos.