Florianópolis - Argentina - Chile

[Guibb]

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Glaicon,

Quando possível, conte um pouco mais sobre o custo dessa viagem. Estou me programando e levantando informações sobre essa parte financeira. E parabéns pela viagem, muito legal!

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Glaicon,

Quando possível, conte um pouco mais sobre o custo dessa viagem. Estou me programando e levantando informações sobre essa parte financeira. E parabéns pela viagem, muito legal!

Guibb, o que posso dizer é que não passamos fome, sede, nem frio.
Os hotéis em Ushuaia e El Calafate, que somavam seis diárias, mais o passeio de barco pelo Glaciar Perito Moreno, com deslocamento do hotel (ônibus), eu reservei e paguei antecipadamente, não entrando na conta dos gastos durante a viagem.
Fora isto, incluindo os hotéis nos percursos de ida e volta, combustível, lanches no lugar do almoço, para render a viagem, mais as lautas refeições noturnas, aí sim com vinho, cerveja, sobremesas, lembranças, museus, passeios, parques, tiveram um gasto mediano.
Considerando que estávamos em quatro pessoas, casal com dois filhos de 14 e 11 anos, acho que ficou bem aceitável.
Posso arredondar o custo em U$ 5.500,00.
Destes, calculando os 10.900 Km´s rodando a aproximados 11 KM/l, devo ter gastado perto de U$ 1.100,00 em diesel, pois lá paguei pouco mais de R$ 4,00 o litro.
Houve jantares com a conta entre R$ 350,00 e R$ 400,00.
A noite de réveillon pagamos U$ 280,00 pelo jantar completo (com bebidas) num restaurante.
Caro, mas excelente.
Daria para fazer mais barata a viagem?
Sim, daria.
Entretanto, aí fica uma história com alguns desgostos.
Não trazer lembranças ou presentes é algo inaceitável para minha esposa.
Por isso, tive que descarregar uma boa quantia de pesos nas mãos dela, e ainda me afastar, para não sofrer tanto.
Resumindo, a viatura sempre volta mais cheia e pesada do que quando partiu.

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Bom, senhores, finalmente um domingo com vento, chuva e, nenhum compromisso marcado.
Posso me dedicar a escrever um pouco sobre a viagem.
Quero começar pelo fim do relato, respondendo à seguinte pergunta:
- "Vale à pena ir até Ushuaia de carro?
- Sim, vale muito!"
Mesmo vendo o GPS lhe avisando que faltavam 14 horas para o próximo destino durante o percurso, ainda assim posso dizer que vale.
Como disse em postagens anteriores, o deslocamento foi feito entre as seguintes cidades: Fpolis>Uruguaiana, Santa Rosa (La Pampa), Comodoro Rivadavia, Río Gallegos e, Ushuaia.
No terceiro dia, ao longo dos 1.200 Km´s a serem vencidos, estava eu me perguntando: "o que é que eu estou fazendo aqui?, E: se esse carro pifar neste deserto, sem nada pela frente?
Confesso que deu um breve pânico.
Mesmo pensando "ah, é um carro à diesel, não precisa de energia elétrica para funcionar, motor funciona por impacto do combustível, é só rodar e pronto", mesmo assim, eu pensava em seguida: "eh, é só rodar, mas ele é cheio de dispositivos eletrônicos, que podem pifar e entrar em modo de segurança."
Enfim, um turbilhão na minha cabeça!
Mas, fomos e voltamos.
Seguimos viagem por esses primeiros cinco dias, estando todas as reservas devidamente confirmadas.
Ou seja, nenhuma falha dos sites de reservas on line.
A dica que dou e foi necessário apenas é levar o voucher devidamente impresso.
Isto facilita a localização da reserva.
Apenas tenham cuidado de investigar bem o hotel antes de confirmar a reserva.
Posso dizer que as fotos publicadas, infelizmente, enganam muito.
Em Uruguaiana ficamos no hotel Kathib.
Fujam!
Dois andares para chegar até o quarto e sem elevador.
Malas e bolsas gigantes para carregar. Sem ajudante, claro.
Descarregado o carro e feito o check-in, fomos jantar no restaurante Casarão. Recomendo!
Principalmente, porque tinha ar condicionado. E isto faz diferença numa região muito quente.
Depois da janta, cama!
No dia seguinte, viatura abastecida, cambiei um pouco de dólar no próprio hotel, comprei o adesivo de 110 Km para colocar no vidro traseiro, por recomendação, e ingressamos na Argentina.
Parei em alguns postos de gasolina para comprar a caixinha de primeiros socorros, para acidentes, bem como a mortalha (pano branco para cobrir cadáver), que, disseram, agora é obrigatório na Argentina.
Antes diziam que era lenda.
O cambão disseram que não precisa mais. Ainda bem, pois esqueci o meu em casa.
Feito isto, pegamos estrada e tão logo parado no primeiro posto policial argentino, na região de Santa Cruz, lá veio o policial com conversa mole de olhar documentos, itens obrigatórios, e ainda reclamando do calor.
Olhou os acessórios e pediu para ver o extintor. Vencida a validade...
Tem multa!
Onde está o cambão?
Não é mais obrigatório, respondi.
Sim, sim, não é, mas "recomendamos, e tal, assim como o colete reflexivo".
Mas tem a multa do extintor.
"Queres pagar multa cheia lá na frente, ou a mínima, aqui?"
A mínima, né, seu guarda?
Vamos ao postinho.
Quanto?
600 reales!
Quê?
Não senhor! pago 200 pesos, o que daria R$ 24,00.
Nom, nom se puede aceitar, muito poco.
1.000 pesos, disse ele, que daria R$ 120,00.
Trato feito! Fui no carro, peguei o dinheiro e parti.
É chato, mas como ele tinha razão sobre o extintor, aceitei.
No posto seguinte comprei um extintor novo, e seguimos viagem.
Deixem eu parar aqui e abrir outra postagem, pois já está muito longa.

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Seguimos viagem rumo a Santa Rosa, província de La Pampa, com destino ao Hotel Piedras Blancas.
Fica na Ruta 5, pouco antes de chegar na cidade.
A estrada já era repleta de retas infindáveis, mas ainda com vegetação bem verde e abundante; diferente do restante das outras regiões, pois a Argentina é, na verdade, um grande deserto.
Opto por reservar hotéis bem próximos das rodovias, por conta da facilidade de acesso, não perdendo tempo com o trânsito local.
Que hotel!
Bem estilo boutique, com poucos quartos, totalmente horizontal e voltado para uma piscina.
Camas gigantes, banheira, e ainda com quartos separados para os filhos.
Minha filha de 11 anos ama banheira.
Aproveitou muito.
Eu, satisfeito com viagem longa, mesmo incluindo os atrasos com o policial e postos de combustíveis para achar os acessórios, fui para o restaurante, enquanto a esposa se arrumava.
Pão, queijo, salame e, vinho.
Eu mereço!
Depois, janta e, cama!
Seguem fotos.

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Amanheceu o dia, tomamos café, partimos para Comodoro Rivadavia.
Igualmente ao percurso entre Uruguaiana e La Lampa, também seriam 1.200 Km´s a serem vencidos.
E aqui começou a mudança radical da paisagem, desaparecendo a vegetação farta, partindo para arbustos baixos e retas com visão de até 15/20 Km´s, na medida que variava alguns metros a topografia, permitindo uma visão bem longa da estrada.
Já se via até aquelas máquinas de tirar petróleo, o que eu considero uma coisa muito louca.
É estranhos vê-la subindo e descendo, sabendo que está tirando algo com milhares de anos de idade, fruto da decomposição de materiais.
Troço lôco!
Aqui já conseguia manter uma velocidade real de constantes 105 Km/h, marcada pelo GPS, no piloto automático.
Paradas rápidas para abastecer, banheiro e comprar lanches.
Se comia dentro do carro enquanto dirigia, permitindo um ótimo rendimento da viagem.
Eu sempre rodava ligeiramente abaixo da velocidade permitida, não tendo preocupação com polícia ou radar.
Aliás, vi um único policial com radar móvel, e foi no segundo dia de viagem.
Radares fixos não existem.
Como já estávamos mais próximos do sul do mundo, os dias já eram mais longos, dando uma sensação muito engraçada, pois você olhava para a rua, extremamente claro o dia, mas o relógio já marcava 22:00h, e não era horário de verão!
Na foto abaixo da parede de um pequeno prédio, eram 21:43h, e ainda tinha sol.
Já a foto seguinte do mesmo prédio, sem sol, foi tirada às 22:24h, mantendo uma claridade de fim de tarde.
Neste momento as roupas de verão já foram pro fundo da mala.
Começou o frio e vento forte constante.
Mais uma janta acompanhada de pão e vinho.
Eu mereço!

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Amanhecido o dia, tomado café, cambiei dólar no próprio hotel.
Em seguida partimos para Río Gallegos.
Apesar dos poucos 750 Km´s pela frente, sabíamos da existência das aduanas da Argentina para o Chile, da balsa pelo Estreito de Magalhães e, nova aduana do Chile para a Argentina.
Diante da experiência desagradável de 2013, quando entramos no Chile pela Cordilheira dos Andes, e que demorou duas horas, achei que novamente seria assim.
Felizmente, eu estava enganado.
Tudo mais tranquilo e rápido.
A travessia do Estreito de Magalhães foi muito bonita, pois você pode sair do carro e subir numa estrutura para apreciar o passeio.
Feito isto, seguimos viagem até Río Gallegos.
No hotel, apesar de bom, o restaurante fechava cedo.
Fomos à pé até um restaurante, bem próximo.
Comemos carne e pizza.
Não lembro da bebida.

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Quinto dia de viagem, finalmente, Ushuaia!
Diante do gelo e montanhas, a paisagem mudou novamente, com a presença de vegetação elevada, água, parques, estrada sinuosa e, muito frio!
Antes da cidade, você atravessa as montanhas com os picos ainda com a neve do inverno, parques de ski (fechados), passa por baixo de teleféricos, bem como costeia lagos gigantes.
Vale a parada para apreciar e bater fotos, inclusive da viatura, pois se comportou muito bem.

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Chegando na cidade, já fizemos um pequeno tour pelo centro, ainda de carro, e fomos para o hotel.
O nome é Hotel Ushuaia.
Fica no alto da cidade, com vista para as montanhas e toda a baía de Ushuaia.
Recomendo!
Local amplo, confortável, com salão de estar com vários sofás, além do café da manhã, que era bom.
As duas primeiras fotos abaixo são da vista do hotel.
Muito agradável.
Depois fomos passear, bater fotos e, jantar.
Fomos a um restaurante muito antigo, junto ao porto e avenida beira-mar.
Se chama Volver, e tem toda a decoração com motivos navais, tipo cais de porto mesmo.
Casa com uns 100 anos de idade, chão de madeira, muita decoração e tralhas.
Muito legal.
No dia seguinte caminhamos pela cidade e fomos até um trapiche, também no centro, onde tinha veleiros de várias partes do mundo.
Um ambiente muito bacana.
Como era dia 31, buscamos também um local para reservar passar o réveillon.
Conseguimos uma casa de eventos, de frente pro mar, com tudo incluso.
Marcamos encontro também com uma amiga para este local, sendo ela daqui de Florianópolis, que estava sozinha.
Ficou conosco.
Depois dos aperitivos, janta, vinhos, à meia-noite, contagem regressiva e Feliz Ano Novo!
Não seu viu um foguete na cidade.
Coisa estranha.
Deu pena foi de um casal e uma filha, colombianos.
A Colômbia tem duas horas de atraso em relação ao fuso horário da Argentina.
Eles todos paramentados, com chapéu gigante e roupas de gostos duvidosos, velas faíscantes, e nada de dar o horário de meia-noite da Colômbia.
O povo já indo embora perto da uma e meia da manhã, e eles ainda esperando para festejar.
Enfim, rolou muita música desde a meia-noite, inclusive brasileira, com dancinha na boca da garrafa.
Nossa amiga, uma morena muito bonita e sozinha, com camisa da seleção brasileira, puxou todo mundo para dançar.
Gente do mundo todo.
Na foto da festa no salão dá para identificar os colombianos facilmente.
Um barato!

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Nos dias seguintes passeios pela cidade, Museu do Presídio, Museu da Casa do Governador, Bar de Gelo e, o principal, passeio de Catamarã pelo Canal de Beagle, visitando diversas ilhas, inclusive com reserva natural de pinguins.
Durou seis horas esse passeio.
Recomendo muito!

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Vocês sabiam que no paiol da terceira fileira de bancos da Full cabe um stand-up inflável?
Pois é.
Eu sempre saco fora o banco, para aliviar peso e ganhar espaço.
Antes de partir, perguntei aos filhos: "que tal levarmos o stand-up pra Ushuaia?
-Naquele frio?
-Sim!. Pensem nas fotos, vocês na prancha e, a neve ao fundo. Vamos levar?
- Siiiiimmm!
Eis o resultado.

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Feitos os passeios pela cidade e de catamarã, foi dia de, finalmente, ir até o fim da estrada, onde, em tese, termina a possibilidade de se locomover com um automóvel.
Depois disto, somente ilhas, montanhas, mar e, o pólo sul, que estava a 1.100 Km´s de distância.
Fomos até a Baía de La Pataia, onde tem o Parque Nacional Tierra del Fuego, muito bem estruturado e, a última agência de correios ao sul do mundo.
Minha filha se deliciou com as florzinhas do local.
Muito legal.

[Alexandre David]

Glaicon. Sensacional relato. Já copiei o roteiro na cara dura ! 2020 to lá!