Mini-Test drive do Amarok e novas opiniões
Galera do OFF, Ilmo Dr. Sapo Bomba (Advogado da Acusação da VW), Ilmo Dr. Carlão Rover (Advogado de Defesa) - brincadeirinha para descontrair
Hoje fui ver OUTRA Amarok em outra concessionária fiz um rapidissimo Test Drive por conta do horario (eram quase 6 da tarde), que nada foi que uma voltinha no quarteirão. E confesso que minha opinião, em alguns aspectos mudaram e em outros, permaneceram as mesmas, especialmente nas avaliações "numericas" que eu acabei previamente fazendo e que se mostraram relevantes.
Bom, o primeiro contato é aquele lá mesmo. Carro novo, com cheiro de novo. Bancos confortáveis, achei astante boa as costuras. CD "Touchscreen", ar digital são boas impressões que destoam com o plástico do painel que parece resto do Gol G-IV. Feio pra burro para um quadro de instrumentos (painel de instrumentos, controles de ar e CD) tão bonitos...A diferença mais gritate é perceptivel no volante: Um aro super bem encapado, com um material tão bonito constrastanto com o miolo e aquele famigerado plástico corrugado do Gol.
O motor, bem, o bloco é o nosso velho conhecido EA827/AP, vertido para diesel. Até no fato de ele ficar levemente inclinado! Mas com um trabalho muito bem feito pela VW, ele vibra menos que um AP2.0 a gasolina/alccol! Acho que faz até menos ruido se comparado ao irmão gemeo de ciclo otto
A embreagem merece um capitulo a parte: A primeira que eu entre tinha uma embreagem mais pesada que a minha Ranger de 100 mil km. A de hoje tinha embreagem macia. Um pouco mais macia que a da Ranger e similar as de picapes novas. O Cambio de engates curtinhos também estavam macios. Nem pareciam ZF.
A distância do banco traseiro para o banco dianteiro, na posição que uso para dirigir (tenho 1,73m) é EXATAMENTE o mesmo da Ranger. O diferencial é que o encosto é normal (e não na vertical igual minha Fordona) e as pernas ficam perfeitamente apoiadas no assento, ao contrário da Ranger, da Hilux e da propria Nissan.
A parte eletronica é um capitulo a parte: Controle eletronico da tração traseira (além do diferencial LSD), controle de estabilidade, ABS off road (como a VW diz), etc fazem um serviço e tanto. A parte de eletronica do motor é igualzinha a da Ranger, Hilux e Nissan - Common rail de segunda geração, etc. etc. etc.). O que ajuda o Amarok é que a pressão de trabalho das duas turbinas, pelo que li nos materiais internos de venda da VW é de 2 bar (ante os 1,5 da Ranger - O International NGD/Powerstroke da Ranger com 2 bar chega em 243cv, potencia especifica identica ao da Amarok - 81,5cv/L).
Ao volante, bem, é ai que a minha impressão que tive em relação aos numeros se confirmaram: Ele é anemico abaixo das 1500rpms! Mas você não percebe por causa da eletronica! Ao engatar a primeira e começar a soltar o pé da embreagem, o motor não altera de rotação porque a eletronica não deixa! Mas eu consegui "matar" o motor no reto: Engatei a primera e fui soltando a embreagem no reto, em baixissima velocidade. Eletronicamente, o motor não morre mas quando acabei de soltar o pedal da embreagem, a uns 10km/h e acelerei achando que a velocidade já era compativel para tal...pum: Surpresa! O motor morreu. E ele estava em torno de 1300 rpms! O vendedor mesmo comentou que isso "acontecia mesmo". E isso justifica a necessidade das 6 marchas, justamente para fazer o motor trabalhar sempre acima das 1500 rpms!. Mas ela é bem confortável e esperta. Esperta MESMO! Mas precisa das 6 marchas o que pode deixar o dirigir em perimetros urbanos mais cansativos.
O que estraga na Amarok são justamente as rodas e pneus, mais esportivos do que de fora de estrada: Você olha para eles e eles se pudesem falar te diriam: "Sou perfeito para você que tem uma casa que chama de sitio de 5 mil m2 e que pega no máximo 500m de caminho de terra". Com uma rodagem dessas (aro 18 - os 19 são opcionais) perfil baixo e um jogo de belissimos pneus Continental, o 4x4 Low da Amarok é pura decoração, ninguém jamais vai utilizar. Até porque os pneus não ajudarão em nada.
Valor do brinquedo: R$115.800,00 na Marte Veiculos e na Sorana (ambas em São Paulo)
Impressão final: Picape urbana. Bem urbana. Não sei como sairia se colocasse um jogo de rodas menores e pneus mais condizentes para uso fora de estrada. Mas justifica plenamente os R$115 mil pedidos por ela. E mostra que os R$120 mil de uma Hilux mecanica são exagerados, ousaria dizer que até indecente, especialmente se lembrarmos que a Hilux é identica a Ranger, do ponto de vista de tecnologia embarcada e acabamento.
A grande dificuldade (e essa será a maior delas) será a rede de vendas, acostumada a vender Gol/Parati/Saveiro e Polo, vender um carro de 115 mil Reais, convencer o publico de que é um carro diferente, de outro nivel e isso sem falar na associação da marca VW ao Gol. Seria a mesma coisa de uma loja popular começar a vender algo de griffe: Teria que convencer o consumidor de que, além dos produtos populares, tem algo diferenciado para vender e trazer o publico diferenciado que compra em lojas "chiques" para a loja popular para comprar seu produto diferenciado. Basta ver a dificuldade da VW em vender Bora, Jetta...
Resumo: Gostei da Amarok. Se tivesse R$120 mil no bolso não compraria uma porque não faz meu estilo, mas é uma opção e tanto para quem quer uma caminhonete 4x4 para andar 95% do tempo no asfalto e os 5% restantes, em estradas de terra, bem patroladas e compactadas. Como veiculo, justifica muito mais o preço pedido que a Hilux e a Nissan.
Um abraço e dou por encerrado meu testemunho. Aguardando manifestação da Defesa e da Acusação.