O problema vem sendo a baixa confiabilidade dos produtos. Parece estar havendo uma tendência desnecessária por motores mais potentes para satisfazer talvez o agroboy da cidade que compra picape para levar o cãozinho no PET tomar banho e se exibir no trânsito.
Porque sobra potência nestes motores atuais, e este tipo de veículo nem foi concebido para receber tanta potência. A Frontier ainda tem algumas características que favorecem a utilização de motorizações mais potentes, principalmente pela modernidade do projeto de suspensão, controle de estabilidade, etc. Mas, ela precisa mais do que os 190CV que tem hoje?
Mesmo carregada ela já acelera mais que muitos sedãs e SUVs vazios que tem por aí, e o objetivo dela nem é esse.
Agora, adianta entrarem nessa corrida de ficarem aumentando potência de motores e reduzindo a durabilidade? Tem motor que não está aguentando nada, abrindo o bico no primeiro ano de uso quando não antes. O reclameaqui está cheio de exemplos.
E quanto vai custar abrir um V6 um dia?
Mesmo no caso da Hilux, ela sempre teve um motor muito bem dimensionado para as suas necessidades, e ninguém nunca reclamou. Agora vem com o argumento de precisar alcançar as outras em potência e vai trazer um novo motor 2.8 mais potente? Para que? O pior é que pelo que andei lendo, será só um remapeamento de um motor que é atualmente muito confiábel, coisa que alguns doidos estão fazendo em várias caminhonetes hoje. Conhecemos um colega que fez remap na Frontier e vai de 0 a 100 em pouco mais de 8 segundos. Para que isso? Com todo respeito, até porque ele é amigo meu e eu já chamei ele de maluco no grupo também.
Isso vai acabar com a durabilidade dos motores. Se fosse bom assim, todas já sairiam remapeadas de fábrica nesse guerra de potência.
A Frontier ganhou um V6 3.8 lá fora na versão antiga que ainda é vendida no mercado americano (bem vendida diga-se), mas isso é coisa de americano que compra picape como carro e anda em rodovias que são verdadeiros tapetes num trânsito que funciona.
Então, Ciro, eu acho que o problema não é só a falta de interesse nesses motores desnecessariamente potentes, mas nos problemas que eles vêm apresentando e fazendo gente se assustar com orçamentos de mais de 100 mil reais para consertar um motor desses. Acho que quem quer uma caminhonete para brincar, então faça o remap por conta própria e assuma os riscos. Mas sair de fábrica assim, não acho que é algo que vai vingar. Espero que a Nissan não entre nessa com a Frontier, porque ela tem muita folga para um remap e a estabilidade até ajuda um pouco, mas será que a confiabilidade e a durabilidade do motor será a mesma? Eu duvido.
Ciro, eu sou mais otimista do que você e acredito bem mais na Frontier em terceira posição de vendas até o final de 2021 se a concorrência continuar ignorando os problemas crônicos de suas opções, porque a fama está correndo.
É como foi dito aqui, a quantidade de caminhonetes novas hoje em cima de guincho tem aumentado muito, o que é inadmissível. Caminhonete tem que rodar centenas de milhares de quilômetros sem encher muito o saco, e não pode ficar parando à toa, no máximo em um caso mais crítico entrar em modo de segurança e boa.