Postado originalmente por
Samuel Dias
Boa tarde senhores,
Acompanho muito as mensagens dos amigos neste fórum, mas devo ter postado umas raras vezes e nem me recordo mais meu login e por isso criei um novo.
Sou apaixonado por jipes, mas atualmente vivo somente nas estradas de asfalto em razão de minhas obrigações profissionais, mais dois anos eu me aposento e aí vão me aguentar muito por aqui, e provavelmente com um Troller 2018, assim sonho.
Mas o meu objetivo hoje é outro. Estive há 10 dias nos EUA a trabalho e acabei um dia saindo para almoçar com o pessoal da empresa que fui visitar, e qual a minha surpresa vi que um deles possuía uma Frontier novo modelo. Infelizmente, não fomos almoçar com a Frontier dele e não tive a oportunidade de experimentar a nova máquina, mas pude conhecê-la de perto.
Como lembrei que muitos estão curiosos sobre o novo modelo resolvi comentar aqui as minhas impressões do utilitário.
Inicialmente dizendo, ela é realmente linda e chama muito a atenção. Muito grande e bastante encorpada, diria que até mais que a minha Hilux já modelo novo. É, não tenho Frontier e acho que nunca terei, pois sou fiel a marca Toyota e a Hilux nunca me deixou nas mãos em muitos anos que só compro o modelo. Eu sei, é cara, roubam muito (já tive uma roubada), seguro caro e blá blá blá... mas eu não troco por outra.
Mas, fiquei bastante impressionado positivamente pela nova Frontier, realmente uma bela caminhonete que vai deixar seus fãs de queixo caído. É outra caminhonete, nada a ver com a atual.
Quando o dono da caminhonete a abriu para pegar uma blusa, tive a oportunidade de ver o interior dela. Muito bonito, bem acabado e luxuoso. Confesso que é até mais bonito que o painel da nova Hilux, com aquele multimidia feio que parece perdido no painel que é muito estreito, e poderia ser mais imponente.
A Frontier que vi era uma vermelha, sem acessórios (americano adora enfeitar as suas caminhonetes) pois havia sido adquirida há poucos dias.
Não entrei em detalhes da mecânica, mas o dono dela me disse que é uma boa caminhonete para o dia a dia e que tinha dirigibilidade de um automóvel grande, muito estável e potente.
Ele elogiou muito a caminhonete.
Mas a minha surpresa veio quando eu perguntei onde ela era fabricada, e a resposta foi MÉXICO !!!!!!!!
Depois de ler alguns comentários sobre a fábrica mexicana aqui nesta discussão, isso me impressionou. Mas ele me respondeu que a maioria que estava chegando lá era do México, pois eles acham que é melhor construída e mais robusta.
Alguém aqui pode me explicar isso?
Eu apreciei muito a caminhonete e no dia seguinte quando retornei ao escritório para continuarmos as negociações, encontrei novamente ela no estacionamento e fui dar outra espiadinha.
Me pareceu ainda mais bonita que na primeira vez, mas uma coisa me chamou ainda mais a atenção. A pintura dela realmente não é igual aquelas feitas pelas modernas montadoras brasileiras. Não se compara. Ela é muito melhor !!!!!
Me lembrou um carro importado que tive há alguns anos e que me cativou pela sua pintura.
É impossível compará-la a estas pinturas robotizadas em que a tinta parece um pozinho jogado sobre a lataria.
A impressão é de uma pintura feita com gel, muito brilhante e aparentemente bastante espessa. Nenhuma falha, absolutamente nada a mencionar. Para quem já havia se acostumado com os pequenos detalhes e o parachoque fosco na Hilux, a Frontier mostrou que o nossos amigos mexicanos sabem o que estão fazendo.
Comento isso porque também achei curioso como se pode criticar algo que não viu e desvalorizar o trabalho alheio sem conhece-lo.
Para quem vive da ilusão de que tecnologia é sinônimo de qualidade, compartilho da opinião de alguns amigos aqui que dizem que o trabalho artesanal ainda pode render os melhores frutos, e esta foi mais uma prova disso.
Também sou apaixonado por áudio de qualidade, aposentei meus disquinhos prateados e investi um valor considerável num sistema de vinil (os velhos bolachões), com um toca discos de correia fabricado artesanalmente. Aliás o que tem ocorrido na Europa, onde o CD está agonizando e os toca discos de vinil e os bolachões voltaram com tudo, trazendo uma qualidade que somente os amigos audiófilos que também participam deste ótimo fórum conhecem.
Mas respeito quem compra um prato congelado feito com um molho industrializado com maquinário de alta tecnologia, e acredita que o sabor deste prato pode ser melhor que um artesanal parmegiana do chef do Degas gratinado num forno a lenha.
Aliás, imagino que para estes uma boa pizza feita no melhor microondas computadorizado ficará bem mais saborosa do que aquela feita num forno que ainda usa lenha. Que coisa ultrapassada !!!!!!
E que tal um sapato fino feito por robos?
Gostaria de ver um bom vinho de verdade produzido em máquinas de última geração, deve ser realmente "uma coisa", ou quem sabe uma canção composta por um computador, ou um quadro pintado por um "robo artista".
Acho que para os mais "modernos", estes nossos gostos de ultrapassados consumidores de qualidade tudo isso deve parecer "coisa de velho".
Mas, eu quero continuar obsoleto, pois qualidade na minha opinião não se mede pela tecnologia utilizada, mas pela "arte" aplicada. Quem conhece a vida sabe disso.
Um grande abraço para todos, e não são de braços mecânicos.
Quando eu voltar ao Brasil conto mais.
Samuel
P.S. não sou contra a tecnologia e dependo dela em meu trabalho, mas não desprezo a qualidade artesanal quando bem produzida. Cada qual com o seu valor.