Olá Galera. Estou postando esse tópico, muito mais pra ajudar a quem possa se encontrar (espero que nunca) na mesma situação em que estive.

Era um feliz proprietário de uma Pajero Sport 2002 2.8 AT. Maravilha de carro, robusto confortável, boa relação de consumo de combustível x conforto, já fiz viagens nela, inclusive relatadas aqui pro Jalapão e outra mais.

Não mais que de repente, pra ser mais preciso, no dia 04/10/11, havia acabado de encher o tanque da 1113 (carinhosamente como a chamo) pra pegar a estrada rumo a Maceió no dia seguinte bem cedinho. Saí do posto, e depois do 2º semáforo, ao dar saída, ela não entrou 2ª marcha e depois deu um tranco forte, passando pra 3ª, passando a piscar o "N" no painel. Já tinha lido sobre isso, que, apesar não ser windows, os mitsubishi, entram em "modo de segurança", quando alguma anomalia é detectada no câmbio. Ao levar pra oficina que sempre faço a revisão, veio a surpresa: até então não havia dado ré e ao chegar lá pra manobrar, cadê a dita cuja? a marcha engatava, motor girava, mas nada de sair do canto. Senti um arrepio na espinha. Bom, resolvemos derramar o óleo do cárter da caixa para verificar se havia algum resquício de metal/limalha. Havia. Não restava nada mais a fazer a não ser abrir. Ao abrir, percebemos que o conjunto acoplamento "planetário", que fica logo na frente da caixa, havia sido o responsável pela quebra. Ao que entendi (não sou expert em caixas AT), ele é quem faz a inversão do sistema para mudar de frente a ré. Mas a grande pergunta era: como poderia ter ocorrido isso? Sou dono cuidadoso e sempre defendo os cambios AT, e isso foi ocorrer justo comigo? Os cambios MIT, principalmente os da minha versão de Pajero (INVECS II) são muito bons.
Bom pra nossa surpresa, o câmbio já havia sido aberto e o antigo dono fez uma grande "gambiarra", como se diz aqui. Soldou as fixações das 3 engrenagens dos planetas e aí, uma delas rompeu a solda, deixando a engrenagem "fora de órbita" e quebrando tudo em efeito cascata.
Menos mal por um lado: agora sabia que a culpa não havia sido minha, nem do carro (continuo com a imagem de que é muito robusto), mas por outro lado sabia que o conserto não seria barato. Aí perguntava: o que fazer? Quanto irei gastar? Juro que pensei em jogar tudo no lixo! Justo agora que havia acabado de por 4 pneus zero km e trocado discos e pastilhas de freio!!??! É muito azar!!! Se fosse vender a ferro velho, perderia mais dinheiro, num carro que só tem 114.000km rodados. Passar pra mecânica, daria, mas iria gastar mais. Então o jeito era reparar ou trocar por uma nova.
Bom, depois de muita procura por uma pajero 2002-2003 num ferro velho sem sucesso, tentamos ver quanto sairia a recupração, trocando as peças. Não valeria a pena. Só de peças, gastaria mais de R$6.000,00. Então, descobrimos que o câmbio usado nas TRITON é exatamente o mesmo das pajero 2.8. Procurei em ferro velho e achei algumas, mas de origem dividosa, com caixas vazando e tals. Resolvi pegar de uma que achamos em Campinas-SP, que havia sido capotada com apenas 2 semanas de uso. Resumo da ópera: R$7.000,00 pela caixa nova AT, 200,00 de frete e mais R$1.000,00 de mão-de-obra.
Incrível: funciona perfeitamente, sem nenhuma diferença. Basta trocar alguns plugues de encaixe dos chicotes eletrônicos. Afora isso, até o calço é igual. Aliás, tem uma diferença sim, ela não tem o overdrive final que a antiga tinha. O que quero dizer é que quando estava em 4ª marcha, a uns 80 km/h, ao aliviar o acelerador, ela reduzia o giro, um pouquinho. Essa ainda não percebi isso, mas percebi que ela já entra no giro mais baixo, ficando na mesma.
Bom pessoal, agora pretendo rodar com a "1113" até o último pistão parar. Nem precisa mandar que já tenho no carro uns galhinhos de arruda e um pacotinho de sal grosso. Já marquei a próxima viagem: em MAR irei até o MS e se der, até o Paraguai.
Se alguém tiver alguma dúvida, fiquem à vontade. Ainda não viajei com ela pra ver se mudou algo em relação a consumo ou relação final de giro em alta velocidade, mas assim que perceber algo diferente, eu posto aqui.