
Postado originalmente por
Walter da Camper
O consumo mais elevado dos motores flex não se deve à programação da central, pois ao detectar o combustível através da sonda lambda e do sensor de detonação, ela escolhe a programação (mapa de injeção) de melhor rendimento (consumo x emissões) de acordo com o que tem no tanque (gasolina, alcool ou mistura).
O motor flex consome mais do que o monocombustível devido à taxa de compressão. Se para determinado motor com gasolina a taxa ideal for 9:1 e com álcool 13:1, o projetista do motor flex terá que adotar uma taxa intermediária, por exemplo 11:1, que não é boa nem para álcool e nem para gasolina, mas funciona meia-boca nos dois combustíveis.
Para que um carro flex tenha o mesmo consumo da versão monocombustível, é preciso alterar a taxa de compressão, trocando pistões (mais altos=alcool; mais baixos=gasolina) ou alterando espessura da junta do cabeçote (mais grossa = gasolina), ou rebaixando o cabeçote se for ficar só no álcool.
Apesar de tudo isso, existem gambiarras que podem ser feitas na central para economizar, mais isso implica em risco para a vida útil do motor, pois a única coisa que pode ser feita é o empobrecimento da mistura, fazendo com que o motor trabalhe em temperaturas bem mais elevadas.
Um exemplo disso é a cagada que a Honda fez na moto XRE300. Programou a injeção para trabalhar com mistura pobre e ficar econômica, mas criou um problema crônico de trinca no cabeçote devido à alta temperatura da câmara de combustão.
No caso da Dakar V6, é preciso verificar qual foi a modificação que a Souza Ramos fez no motor 6G74 para transformá-lo em flex.
Se tiver mudado para pistões mais altos, basta trocá-los pelos pistões da Pajero Sport fabricada até 2008 (mod. 2009)
Se tiver rebaixado o cabeçote... aí ferrou. Comprar 2 cabeçotes novos da 2008 vai sair mais caro do que a economia.