Postado originalmente por
Julio_ASRJ
Fabio, o que muita gente desconhece, é que a fábrica troller tem um pessimo controle de qualidade. É mais confiável pegar um troller semi-novo do que um zero km.
As montadoras garantem o nível de água até a primeira polia do motor, alternador, respiros ou entrada de ar (o que vier primeiro).
No troller original (pneu 30"), a fabrica garante 80 cm. Os respiros de cambio, transferencia, diferenciais, tanque ficam há mais de 1 metro de altura, bem como entrada de ar (com uma baita caixa de ar) e alternador. Pra dar entrada de água em transmissao, caixa, tanque, bomba injetora (se for motor mecânico) e diferencial traseiro num troller com a mecanica em dia, tem que encobrir completamente o capô do veículo. No troller, só é comum a entrada de água no diferencial dianteiro, em profundidades maiores que 80 cm até mais de 1m, pelo retentor do semi-eixo. Pra evitar isso, basta usar alguns esquemas com mais retentores, que resolve completamente. Mas, ainda assim vale salientar que esse problema não acontece em travessias rasas, de 50, 60, 70 ou 80 cm - se acontece, tem coisa errada. É comum a troller fazer inclusive passeios com travessias de 80 cm nos trajetos, e não ocorre entrada de água nos veículos dos clientes. 80 cm é apenas altura de um pneu de troller. O eixo, com o movimento do veículo nem fica totalmente encoberto. As travessias de agua devem ser de quase 1 metro ou mais pra dar entrada - do contrário tem algo errado.
Na defender original (pneu 32"), os respiros nem mesmo possuem caixa. Sao elevados apenas ate a altura do chassi e dobrados para baixo. O limite na defender é apenas 50 cm. Mesmo com snorkel, essa é a garantia que a fábrica daria. Claro que é ridículo 50 cm num defender. Assim como 80 cm num troller. Assim como a maioria dos veículos a diesel, devidamente preparados, podem virar um submarino.
E para usos severos, onde anda-se com água acima do capô o tempo inteiro, como as expedições nas cheias do pantanal, esses detalhes não fazem diferença. Todos os respiros da mecânica são encobertos de água ao encobrir o capô. Poucos são os que fazem a preparação de elevar a caixa de respiro até a cabeça do snorkel. E ainda assim, não tem como evitar a entrada de água pelas tampas dos reservatórios do capô. Reservatório de direção hidráulica, freio, embreagem, motor de partida e uma séries de outros itens que "respiram" e sugarão água ao serem completamente encobertos. Por isso, é comum os veículos nessas incursões nas cheias do pantanal levarem galões de óleo para toda a mecânica. Em alguns casos, as trocas são feitas diariamente, inclusive o óleo do motor. Já fiz uma expedição dessas e levei 6 litros de Dexron III (Cambio-3,5, Transferencia-1,5 e direcao hidraulica-1,0), 4 litros de 85W-140 (Diferencial dianteiro-1,6 e traseiro-1,6), 2 litros de DOT4 (freio e embreagem) e 10 litros pro motor. Isso só dá pra 1 troca. Acabei precisando usar óleo dos amigos pra concluir a expedição, do contrário ia ter que rodar com água na mecânica. Pegamos água chegando até metade do parabrisa, e precisamos ficar parados em água pra efetuar resgates e verificar o caminho a frente. Não tinha o que fazer. O jeito era rodar de dia, e trocar os óleos a noite. Foram 2 dias assim. Meus óleos duraram apenas 1 dia. No dia seguinte, usei óleos dos amigos. E obviamente, não foi só no meu troller que aconteceu isso. Bandeirante, Defender, F75, todos, seguiram o mesmo esquema. Leva vantagem quem usa o mesmo óleo na maior parte da mecânica, pois facilita. Tinha uma pajero glsb diesel por exemplo, que usava o mesmo óleo em câmbio, transferencia, diferencial dianteiro e diferencial traseiro. Levou uma galão de 20 litros e ficou de boa.