Em termos de adaptação para o BF - ou qualquer outro distribuidor que faça uso de platinado - uma solução relativamente simples e que oferece ótimos resultados é a substituição do platinado pelo sensor Hall.
É possível substituir a mesa original por outra que ja tenha o sensor Hall ou então adaptar o sensor na mesa antiga. No mais, é só adaptar o disco comutador (disco com "janelas") no eixo do distribuidor. Evidente que o sistema "doador" terá que ser para o mesmo numero de cilindros e, preferencialmente, utilizar a mesma bobina de ignição do sistema eletrônico, garantindo assim um melhor resultado.
Este procedimento é relativamente simples de ser executado e demanda a mesma mão de obra necessária para "enxertar" um distribuidor novo no eixo e/ou fixação do distribuidor antigo, consequentemente não deve representar grandes variações no custo final do trabalho, e tem como grande vantagem a manutenção dos avanços originais, tanto centrífugo quanto à vácuo.
Tempos atrás a Bosch comercializava kits de ignição eletrônica para equipar distribuidores com platinado, e era composto pelo sensor Hall (com suporte para encaixar no lugar do platinado, sem nenhuma adaptação) rotor com disco comutador incluso, e módulo eletrônico. Ainda tenho guardado um kit desses para motor de Fusca e talvez tenha existido para algum outro modelo de carro. Isso vale mais como referência do que qualquer outra coisa já que encontrar este tipo de kit não deve ser tarefa fácil.
Sobre a "margarida", não conheço este termo mas suponho que seja uma referência ao sensor conhecido por "impulsor" (mais precisamente, sensor de relutância magnética) que equipou por algum tempo alguns carros nacionais.
Embora seja uma ótima solução para a substituição do platinado este tipo de sensor tem uma característica que pode não ser muito interessante para o Off Road: o sinal elétrico do impulsor tem uma amplitude proporcional à rotação do eixo do distribuidor, ou seja, quanto menor for a rotação do motor menor será o nível de tensão gerado. Este sensor é projetado levando em conta uma rotação minima (rotação do motor no momento da partida). Caso a bateria esteja fraca e não consiga fazer com que o motor de arranque atinja a rotação "normal" de partida não teremos o sinal de saída deste sensor com uma amplitude minimamente aceitável, consequentemente não haverá faísca de ignição o que, em última análise, impede o funcionamento do motor.
Com o sensor Hall não acontece este tipo de problema uma vez que a comutação do sinal ocorre de forma adequada até se girarmos o motor na base da manivela.
Quanto ao sensor ótico que foi citado em uma das mensagens, na década de setenta a empresa Lumenition desenvolveu um sistema de ignição baseado neste princípio, só que este equipamento era dirigido ao mercado de competição, onde é possível (para não dizer obrigatório) uma manutenção frequente e altamente detalhada.
Para quem tem motor mais limpo que sala cirúrgica pode ser uma boa opção, caso contrário, acho melhor ficar com o velho e parrudo (porém não muito confiável) platinado!
Abraços,