Como comprar um Willys

[musch]

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Olá pessoal.


Goastria de algumas dicas para me ajudar a comprar um Jeep Willys sem "cair do cavalo". Qual modelo e ano vocês recomendam?


Murilo SCH

[Sidnei]

Murilo,

Comprar um Jeep Willys 100% ok é muito difícil mesmo. Tem muitos tipos de adaptações que podem (e devem) ser feitas, uns fazem bem outros fazem cada gambiarra que dá até medo....
Eu demorei cerca de 1 ano para comprar o meu, sempre procurando, testando, comparando, até que achei um que para meu bolso era compatível e não tinha nada grave para fazer ou consertar.
O problema é que os preços é que variam muito dependendo do que tem na viatura (pneus, motor, cambio, freios, guincho, acessórios tubulares, bancos, etc....).
Tem um tópico que se não me engano é do leopoldo que explica cada ítem a ser checado antes de fechar negócio (vazamentos, soldas no chassi, trincas, freios, etc....).
Eu acredito que o principal é ter "paciência" e procurar muito.
Um abraço,

ah... já ia me esquecendo.... tem um amigo meu que está vendendo um cj aqui em Campinas e a viatura está bem original e revisada... se quiser eu posso passar o tel dele....

Um abraço,

[musch]

Tenho interesse sim. Me passa o telefone.

murilo_sch@yahoo.com.br



Murilo SCH

[p.peleje]

Pesquisar muito. Muita paciência. Dirigir jeep de um amigo pra sacar se é isso que vc quer de verdade. Vasculhar os principais tópicos do fórum, sobre os principais assuntos que envolvem adaptações, por exemplo: as peculiaridades de cada motor, câmbio, direção, suspensão, segurança, pneus e tentar imaginar qual seria a configuração ideal pra vc, de acordo com o uso que vc fará do jeep.

[]s


Peleje

[valmor]

Autor gvogetta

Data Ter, 26 Abril 2005


Cuidados na hora de adquirir um veículo 4x4 usado
Recomendações sobre os detalhes a serem observados na hora de avaliar e comprar um veículo 4x4 usadoAdquirir um veículo usado é sempre um exercício de atenção a detalhes que muitas vezes fazem toda a diferença. No caso de um veículo 4x4 usado, além desta atenção exercita-se também a paciência, já que é maior ainda a quantidade de detalhes a serem observados antes da compra para que estejamos adquirindo uma fonte de prazer e não de dores de cabeça.

Com este artigo pretendemos orientar os usuários, especialmente os novatos em 4x4, na reincidente questão de como proceder e o que observar na compra de uma viatura 4x4 usada.


1 - Chassi/carroceria:

Comecemos pelo óbvio que não é tão óbvio. A lataria deve estar em bom estado, de preferência sem corrosões, soldas, emendas ou amassados, demonstrando que o veículo foi bem tratado. Bem tratado não significa que ele não foi usado em trilhas mas que teve sua manutenção e limpeza executados corretamente. Desconfie de veículos muito limpos e cujos proprietários insistentemente afirmam nunca ter feito trilhas: nestes eu presto muito mais atenção do que nos outros Às vezes basta uma trilha na mão de um sujeito sem prática alguma para literalmente "detonar" um jipe. O fato de um 4x4 ter feito trilhas não é de forma alguma desabonador, contanto que seu proprietário saiba o que faz.

Uma boa conversa com o atual propretário do veículo pode revelar seu carinho ou não pelo veículo. Por exemplo, fuja daqueles sujeitos que não sabem sequer que óleo foi usado nos diferenciais na última troca ou que sequer sabe quando ela foi feita... Este é um fator que me leva muitas vezes desconsiderar os veículos que são vendidos em lojas, nas quais os vendedores geralmente desconhecem o histórico da viatura.

Outro detalhe preliminar: um veículo cuja lataria e interior da cabine apresentam-se bem cuidados revelarão que seus proprietários anteriores eram cuidadosos. Verifique o painel, se tem fios à mostra, relógios trincados, se existem pontos de ferrugem. Isso é sinal de relaxo que pode estar refletido em outras partes menos aparentes do veículo, como o motor, câmbio e eixos. Essa história de que a "lataria e cabine estão feias mas a mecânica eu garanto" é conversa para trouxas. Quando o sujeito cuida da viatura, cuida por inteiro...

No chassi comece observando o seu alinhamento, procurando por amassados, pequenas trincas e soldas, o que indica uma provável fadiga de material, que pode comprometer a estrutura do chassi. O ideal é se sujar mesmo e se enfiar embaixo do carro para uma boa inspeção. Se conseguir uma plataforma para erguer o veículo, destas que existem nos postos de gasolina, melhor ainda. No caso dos jipes com chassi aberto, as trincas ocorrem com mais freqüência nas regiões próximas à fixação de molas e jumelos. Vale lembrar que os jipes fabricados no sistema monobloco, como os Nivas, devem ser observados com maior cuidado ainda, uma vez que as rachaduras, caso existam, irão se apresentar na lataria e serão mais difíceis de consertar, exigindo um bocado de recursos ($). Verifique se as alavancas de engate do bloqueio de diferencial e reduzida estão trepidando muito. Isso costuma ser forte indício de trinca no monobloco. Outra fonte de trincas são as buchas de fixação da carroceria, quando substituídas por modelos não-originais feitos de poliuretano, que por ser mais duro que a borracha, transfere com maior intensidade as trepidações do chassi para a carroceria, forçando e podendo ocasionar mais trincas. Uma boa "balançada" com o veículo parado pode revelar estalos e rangidos "ocultos".

Verifique também as travessas do câmbio e caixa de transferência. Veja se elas apresentam sinais de pancadas, entortados ou descascados na pintura, o que pode denunciar uso muito intenso e descuidado do veículo em condições off-road. Nestes locais também costuma-se descobrir se o veículo nunca fez trilha mesmo, pois costumam acumular muito barro das trilhas.


2 - Suspensão:

Além da costumeira "balançada" para checar os amortecedores, analise o estado das molas. Se forem do tipo "feixe", observe a curvatura: pouco curvada, com os jumelos "abertos", pode indicar feixe "cansado". O estado geral das lâminas pode ajudar a definir se vale a pena rearquear ou não. Também as garras que abraçam o feixe devem estar bem ajustadas. Observe os jumelos e as buchas. Buchas secas podem estar há muito tempo sem cuidados, o que fatalmente causará problemas, além de revelarem o real cuidado que a viatura tem por parte do dono. Em conjuntos com molas helicoidais, observe se não há marcas entre os elos das molas, o que indicam molas cansadas, "batendo" os elos. Observe as buchas nos braços e barras da suspensão e nas bandejas (se existirem). E não se esqueça de dar uma última olhada no alinhamento. Ao rodar com o veículo, procure enfrentar algum trecho com buracos e faça o veículo passar em cheio sobre eles (com cuidado, claro) numa velocidade baixa, a fim de sentir possíveis folgas e barulhos "estranhos" na suspensão, que podem denunciar algum tipo de problema.


3 - Motor:

Abra o capô e observe o aspecto geral. Procure por vazamentos, fios desencapados, mangueiras ressecadas etc. Um veículo com boa aparência geral indica que o veículo foi bem cuidado, mas cuidado: motor muito limpo pode ter sido lavado recentemente apenas para melhorar sua aparência, por isso não ligue muito para a limpeza. Fios desencapados ou mal isolados, mangueiras ressecadas (fissuradas), braçadeiras enferrujadas e outros sinais demonstram relaxo na conservação do veículo e são pistas que geralmente levam a problemas piores. Manchas ferruginosas, próximas à bomba d'água e elementos do arrefecimento, indicam vazamento de fluído! Já vazamento de óleo na parte superior do motor pode indicar junta defeituosa. Em veículos a diesel pequenos vazamentos (gotas) de óleo motor são relativamente comuns mas verifique o estado da turbina (normalmente veículos diesel são turbinados). Ela deve estar funcionando sem estalos e convém verificar se não existem vazamentos nela, o que pode ser feito através de uma verificação na sua mangueira: basta desconectar a mangueira e passar o dedo em seu interior. Um resíduo (leve) de óleo é normal mas se ela estiver ensopada é porque a turbina esta com vazamento e provavelmente em breve solicitará manutenção.

Observe o conjunto de alimentação (bomba de gasolina ou bomba injetora, carburador, filtros e mangueiras): vazamentos nestes componentes podem ser perigosos. Observe junto aos coletores de escape, se não há manchas escuras, que mostram vazamento de gases.

Verifique se os coxins estão em ordem e ligue o motor. Muita fumaça pode ser folga nos anéis. O motor deve se manter em marcha lenta sem engasgar ou variar a rotação. Acelere forte e escute se ele sobe o giro de forma constante e se não ocorrem "pipocos" no escapamento. Isso indica algum furo no sistema de escapamento. Se tiver servofreio, pise no pedal e veja se o motor não morre. Ar-condicionado e direção hidráulica também devem ser testados com o motor em marcha lenta. Se tiver ventoinha elétrica, veja se ela liga quando a temperatura da água passar do normal.

[valmor]

4 - Transmissão:

Comece a verificação pelos diferenciais, câmbio, tração e reduzida, eixos e cardãs, à procura de vazamentos. Em veículos que não sejam de eixo rígido, observe as coifas das juntas homocinéticas. Uma "chacoalhada" ajuda a verificar possíveis folgas. Se tiver roda-livre, acione-a para checar se engata com suavidade. Se possível, levante o carro, coloque a tração em neutro e gire uma das rodas com as mãos, checando se o diferencial está em ordem. A roda deve girar um pouco (bem pouco!) até que faça um suave "clunck" e comece a girar o cardã. Repita a operação tanto na traseira quanto na dianteira. Na dianteira, lembre-se de engatar as rodas-livres dos dois lados, antes do teste. Verifique as cruzetas e luvas dos cardãs e não esqueça de um detalhe: veículo 4x4 sem graxa nas cruzetas normalmente é sinal de relaxo, neste caso um relaxo grave, mas cuidado, existem também cruzetas que não são lubrificadas!

Depois do teste estático procure andar com o veículo pelo menos uns 5 Km. Se possível, opte por um trecho acidentado, com buracos e lombadas para verificar barulhos na suspensão e nos componentes da transmissão. Procure "sentir" o volante e o veículo. Veja se não ocorrem estalos, ruídos de metal "batendo" ou trancos, especialmente quando você troca de marchas. Verifique também se elas entram com relativa suavidade (digo "relativa" porque os câmbios de 4x4 geralmente são mais "duros" do que aqueles dos veículos de passeio). Se os engates forem muito difíceis ou derem a sensação de "rasparem" em algo é sinal de problemas na caixa de câmbio ou na regulagem da embreagem. Pare o veículo e engate a tração nas 4 rodas, rodando uns 300 m em linha reta e veja se não surgem ruídos estranhos. Não esqueça que a 4x4 só deve ser acionada no asfalto para teste e em linha reta, sob risco de danificar diferenciais. Faça o mesmo teste com a reduzida engatada.

Neste percurso de teste procure também por um trecho que tenha pelo menos uma subida forte. Experimente parar o veículo no meio da subida e depois experimente arrancá-lo, procurando controlá-lo pela embreagem. Veja se nesse procedimento a embreagem patina, fazendo o veículo perder força ou se ele arranca de maneira natural. No primeiro caso a embreagem provavelmente está gasta e seus componentes possuem pouco tempo de vida útil.


5 - Direção:

Verifique se existem folgas na direção. Qualquer coisa acima de 1/16 de volta é para ter cuidado. Observe os pivôs nas barras de direção, barras estabilizadoras (se existirem) e terminais de roda bem como os amortecedores de direção (se existirem).

No test-drive, após acostumar um pouco com o veículo, faça curvas fechadas para ambos os lados para verificar se o volante responde bem ou se ocorrem estalos ou o volante fica excessivamente pesado em fim de curso, o que pode indicar problemas na caixa de direção.

Conclusões:

Adquirir um 4x4 é um belo exercício e exige um mínimo de conhecimento de mecânica. Se mesmo após estas dicas você não se sente capacitado ou não está disposto a se sujar, sugere-se que procure alguém da família que conheça este tipo de veículo ou um mecânico de confiança que entenda de 4x4 para acompanhá-lo quando for ver os seus "candidatos". Este sem dúvida será o melhor caminho para adquirir uma fonte de muitas alegrias e não de problemas.

Boa Sorte !!!!

[]´s

Valmor

[José Augusto]

musch, para comprar um jipe depende muito do que se pretende fazer, tanto no uso, quanto na condição final (pneus, motor, acessórios, ..., etc).

Se vc quer ter um jeep original, deve-se procurar muito, é importante verificar o estado geral, ficar atento a vazamentos e folgas, escutar o motor, verificar o estado dos coxins e os pontos de maior STRESS no chassi (próximos dos apoios da suspensão), muitas vezes pode-se até pagar mais por uma viatura conhecida de algum colega que por outra de qual não se conhece a procedência.

Quando se pretende "ter" uma viatura não original, com mecânica atual (motor novo, injetado ou diesel), pneus grandes, cambio "moderno", ..., etc, como vai trocar a maioria das coisas, o importante é mesmo o estado geral do chassi e diferênciais e pagar menor preço possivel por isso.

Outra situação, vc procurar uma viatura o mais próximo possível do que se considera o ideal, essa é uma compra que exige mais cuidado e normalmente deve ser feita acompanhada de algum colega com bastante experiência em veículos 4x4 e adaptações, mas que via de regra é a que mais vale a pena pois normalmente se paga apenas uma fração do que foi gasto.

De toda maneira mesmo que se compre uma viatura impecável, "ideal", pronta é bem provável que vc gaste em alguma coisa não prevista, tenha isso em mente.