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  • #1

    Elétrica 4x4 - Instalações Off Road




    Pesquisei e não encontrei um tópico sobre as instalações elétricas ideais em nossas viaturas. Portanto decidi abrir um novo por aqui...

    Algumas considerações iniciais sobre as instalações elétricas de um 4x4, que considero essenciais:

    1-) Dimensionamento correto
    2-) Distribuição correta dos chicotes
    3-) Necessidade de ser a prova d'água
    4-) Facilidade de reparos
    5-) Peças de "balcão"

    Agora vamos às dúvidas...

    1-) Sobre os conectores: qual o melhor tipo? Onde é aconselhável usá-los?
    2-) Melhor prensar ou soldar os terminais de bateria?
    3-) Como fazer os novos chicotes que os acessórios extras exigem? Como fixá-los?
    4-) Onde instalar o isolador de baterias?
    5-) Como fazer o correto dimensionamento dos fios utilizados? Alguma especificação em especial?

    Acho que está bom para começar!!!

    Vou refazer parte das instalações elétricas da Defender em breve, por isso a curiosidade.

    Cavalcaaaaante, QAP?

    Abraços,
    Ricardo A. I. Loureiro

  • #2
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    Cavalcante QAP. Algum QTH no seu QRU?

    Vamo lá...

    Primeiro as "considerações iniciais", como você apropriadamente diz.

    1) Dimensionamento

    Vou usar aqui exatamente os mesmos conceitos que se usam em instalações elétricas prediais, sejam residenciais, comerciais ou industriais. Não tem muita mágica não, instalação elétrica é sempre instalação elétrica.

    São quatro componentes básicos de uma instalação elétrica embarcada: alternador, bateria(s), cargas e cabeamento/manobra.

    Pra podermos dimensionar isso, temos de partir das cargas, atuais e futuras, prevendo uma certa sobrevida ao trabalho. Uma bela tabela com equipamentos e potências (ou correntes consumidas por eles) é fundamental. Equipamentos de uso esporádico (guinchos e compressores, por exemplo) têm de estar de fora disso, senão não há cabo ou alternador que comporte sua instalação.

    O total das cargas agora deve ser demandada, ou seja, temos que aplicar um fator sobre essa soma, coerente com a real utilização dos equipamentos, afinal não usamos tudo de uma vez. Esse fator vai depender do uso da viatura e do tipo das cargas instaladas (faróis de milha são usados mais raramente, mas geladeiras são usadas por todo o tempo), e só o dono dela vai poder orientar o projetista sobre qual fator utilizar. Pode-se fazer isso de modo subjetivo ou criar uma metodologia pra isso.

    Agora, com as cargas demandadas, partimos para o alternador. Ele deve ser capaz de suprir com folga o total das cargas demandadas. Porque com folga? Para que também possa recarregar a(s) bateria(s).

    Agora, a(s) bateria(s). Bom, primeiro, vamos definir pra que serve uma bateria. Ela tem de, pela ordem: alimentar o motor de arranque do carro por tempo suficiente para que se dê partida no veículo (carros que têm dificuldade de arranque em clima frio têm de ter baterias mais parrudas); suprir a alimentação de cargas básicas (iluminação de posição – lanternas e pisca-alerta - rádio comunicador, telefone) em situações de emergência por um tempo decente E AUXILIAR o alternador em situações de emergência (uso de guincho ou compressor). Bom, quanto tempo é um tempo decente? Para viaturas que vão se meter em encalacradas como expedições, eu diria coisa de 8 horas. Então pra manter 4 lanternas (40 W) e 4 luzes de posição (84 W) por 8 horas precisamos de uma bateria de pelo menos 90 A.

    E o guincho? Bom, pro guincho, bateria é igual dinheiro. Quanto mais melhor! Qualquer Ah que se conseguir a mais são mais uns minutinhos de uso do guincho, justamente o que falta pros 5 centímetros de enrosco que faltam pra sair... Aí o sujeito $decide$ se vai usar uma ou mais baterias.

    2) Distribuição dos chicotes
    Bom, agora que já temos as cargas, dimensionamos o alternador e a(s) bateria(s), chega a hora dos cabos e componentes de manobra.

    Primeiro, alguma coisa sobre a bitola dos cabos: um cabo deve ser dimensionado em função da corrente que passa por ele. A corrente máxima suportada varia em função, principalmente, da temperatura. Existem outros fatores, mas como em um carro os circuitos são muito curtos e em corrente contínua, esses fatores podem ser desprezados. Vou adotar como temperatura de operação 100ºC. É um valor muito alto mas, como estamos fazendo a instalação de 1 só carro, e não de uma série, o aumento no custo total não vai fazer muita diferença. Pra dimensionar as bitolas dos cabos, de uma maneira que facilite a compra dos materiais (ninguém vai querer ficar comprando 3 metros de 60 cabos diferentes, né?), podemos dividir os circuitos em grupos, em função da corrente máxima, algo do tipo: desprezível (circuitos de comando), até 5 A, de 5 a 10 A, de 10 a 15 A, de 15 a 25 A. Para facilitar a conectorização, vamos adotar que o menor cabo utilizado será de 0,75 mm² (cabos finos são mais chatos de conectar). Uma boa distribuição seria então 0,75 mm² para os circuitos de comando, 1,00 mm² para os até 5 A, 1,5 mm² para os de 5 a 10 A, 2,5 mm² para os de 10 a 15 A e 4 mm² para os de 15 a 25 A. Circuitos acima de 25 A devem ser dimensionados na unha.

    Agora, mãos à obra. Pegue uma folha de papel, de preferência grande, e faça um desenho em planta do carro. Desenhe todos os equipamentos do carro e saia fazendo as ligações, de modo a consumir menos cabo e com os chicotes de maneira mais organizada possível. Tem um anexo com um diagrama elétrico de Niva, pra servir de exemplo. Claro que para isso o cara tem de saber como são acionados todos os equipamentos do carro, mas aí são outros 500...

    Desse desenho devem sair todos os cabos, conectores e chicotes, e por onde eles passam. É importante também fazer as coisas de modo a facilitar futuras expansões ou alterações (a gente nunca tá satisfeito...)

    3) A prova d’água?

    Bão, aí temos de separar o que realmente tem de ser a prova d’água, o que deve ser protegido, e o que não requer proteção. No primeiro grupo, tem muito pouca coisa. E estas geralmente são instaladas dentro do habitáculo (som, rádios, equipamentos de navegação, instrumentos, alguns módulos de controle, etc...). No segundo grupo, temos relés, faróis, etc. No último, temos alternador, bateria, motor de arranque, guincho, etc.

    Sobrou pra proteger o segundo grupo, já que se entrar água no habitáculo a ponto de atingir o que está lá dentro, é porque a vaca foi pro brejo mesmo, literalmente... Se houver espaço físico para instalação de todos os comandos dentro do habitáculo, a coisa está resolvida. Eu prefiro instalar tudo no cofre do motor, em área alta, por questão de acesso para manutenção (ficar se contorcendo embaixo de banco pra achar o relé é um saco...). E aí é uma boa a utilização de caixas estanque, com prensa cabos, as caixas com IP55 e os conectores prensa cabos com IP66 (IP é um índice que indica a proteção contra líquidos e sólidos, o primeiro dígito para sólidos e o segundo para líquidos. 5 indica proteção contra poeira e areia sem depósito prejudicial nos sólidos e indica proteção contra jato de água em qualquer direção – mangueira de bombeiro, por exemplo – para os líquidos. 6 é proteção total contra poeira para sólidos e proteção contra projeção de água – vagalhões – para líquidos, normas IEC144 e IEC529). Estou terminando começando a instalação do meu carro e assim que tiver com a caixa montada posto fotos. Para as saídas dos faróis eu também uso conectores prensa cabos na saída dos faróis, pra evitar o efeito aquário .

    4) Facilidade de reparos
    Você percebeu que até aqui tudo foi pensado para facilitar alterações e manutenções. O uso de mangueiras com folga ao invés de enrolar os chicotes com fita isolante (eca) ou braçadeiras, usar conectores em tudo, o que facilita desligar ou substituir algo com defeito, PROIBIR O USO DE FITA ISOLANTE, usar barramentos para distribuição de circuitos, etc, ajudam em muito na hora do enrosco no meio do nada. E não adianta falar que “eu fiz muito bem feito, é impossível falhar”. Isso não existe. Se está funcionando, vai pifar. Pode demorar mais, mas vai pifar. E nessa hora é bom ter tudo claro e bem distribuído, de modo a facilitar a correção do defeito.

    5) Peças de balcão
    Isso é fundamental. Não adianta nada você usar um relé especialmente desenvolvido para uma função e nunca mais encontrá-lo. Ou usar o sistema de ignição da Ferrari sei lá qual. Quando pifar, vai ter que colocar o do fusca no lugar. Mas isso não quer dizer que você não possa “importar” materiais utilizados em instalações elétricas prediais, desde que sejam encontrados com facilidade.

    Sobre as dúvidas agora:

    1) Conectores
    Tipo: cara, tem um sem número de conectores diferentes, com mais ou menos terminais, para cabos mais ou menos grossos, feios, bonitos, etc. Só a AMP tem na linha automotiva mais de 5 mil itens em catálogo. Utilize os conectores que conseguir, mas sempre do tipo alojamento/terminal. Os terminais são avulsos, você climpa o cabo ao terminal e depois coloca no alojamento.
    Onde usar: em tudo, absolutamente tudo. É muito mais fácil soltar um conector do que desfazer uma emenda.

    2) Terminais
    Todos os terminais em uma instalação desse tipo devem ser prensados. A solda tem três desvantagens: é rígida, e numa instalação desse tipo não se pode ter acoplamentos rígidos; uma conexão soldada tem maior resistência entre o cabo e o terminal do que uma conexão prensada; refazer uma conexão soldada requer um ferro de solda e uma tomada, já uma conexão prensada precisa de dois alicates, um pra decapar o cabo e outro pra climpar o terminal.

    3) Chicotes
    O ideal é usar tubos para distribuição dos chicotes. Isso facilita a instalação, e se os tubos tiverem uma boa folga (25%), permite a implementação de novos equipamentos com facilidade. E pra fixar, utilize braçadeiras plásticas. Eu uso braçadeiras em “U”, que permitem soltar os tubos sem uso de ferramentas.

    4) Isolador de baterias
    Depende de onde forem instaladas as baterias. O ideal é que ele esteja a meio caminho das baterias, ou seja, os cabos dele para cada uma das baterias tenham mais ou menos o mesmo comprimento.

    5) Dimensionamento dos condutores
    Já falamos sobre isso lá em cima. Mas faltou uma coisa importantíssima: a proteção. Fusíveis e disjuntores são para proteção dos CABOS e não das CARGAS. Uma boa causa de incêndio é o sujeito aumentar o tamanho do fusível que cisma em queimar... Para o dimensionamento do fusível um método prático, partindo do pressuposto de que o cabo está corretamente dimensionado, é escolher o fusível comercial imediatamente acima do valor da carga, mais 20%. Por exemplo, a carga é de 9 A e o cabo é de 1,0 mm². Somados 20%, vai para 10,8 A. O fusível comercial disponível é de 15 A. Este é o fusível. Opa! Mas tínhamos definido lá em cima que só usaríamos cabos de 1,0 mm² para correntes de até 10 A. Só que o fusível vai ter de ser de 15 A, então vamos ter de subir a bitola do cabo para 1,5 mm². Pegou?

    Por hoje é só.
    4X4 Brasil Razão: S

  • #3
    Usuário Avatar de Marcelo R. A. da Cunha
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    Caramba, que aula!!!



    []'s

    Marcelo
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  • #4
    Na hora que eu li o post inicial, pensei: "Deixa eu dar a minha contribuição"....mas o Cavalcante mandou bala em quase tudo !!! Sabe aquele cara que leva embora a bola do campo ? Brincadeira....
    Concordo mesmo com o que ele disse, mas vai ser difícil organizar a idéia do Loras por aqui...que alías, acho muito conveniente e oportuna.
    Quando os assuntos mais específicos começarem a surgir, prometo colaborar com certeza.

    Abs.

  • #5
    Usuário Avatar de Cavalcante
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    Pois é Leo, a hora em que ele começar a quebrar a cabeça com os comandos é que o negócio vai ficar engraçado.

    Bão, esqueci de colocar alguns exemplos de diagramas.
    Seguem um de Rural, um de Niva e um de Sidekick (esse é bem mais completo e complexo, destrincha tudo, mas é mais confuso de ler), todos completos. Vejam a diferença de lá pra cá...
    Miniaturas de Anexos Miniaturas de Anexos -diagrama-eletrico-niva-lr.gif   -diagrama-eletrico-rural.jpg  
    Arquivos Anexos

  • #6
    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    Pois é Leo, a hora em que ele começar a quebrar a cabeça com os comandos é que o negócio vai ficar engraçado.

    Bão, esqueci de colocar alguns exemplos de diagramas.
    Seguem um de Rural, um de Niva e um de Sidekick (esse é bem mais completo e complexo, destrincha tudo, mas é mais confuso de ler), todos completos. Vejam a diferença de lá pra cá...
    Pois é, é dessa parte que eu gosto

    Uma dica que sempre usei é ter sempre a mão o diagrama elétrico do veículo seja ele qual for, mesmo que vc não entenda muito bem do assunto. Um dia vc pode precisar de um eletricista no meio do nada e com o diagrama na mão, se o eletricista for razoável, ele não vai apanhar "tanto" se ele não estiver habituado com o seu veículo.
    Outra coisa, com o diagrama na mão, vc poderá incluir adaptações, alterações que fizer....isso ajuda bastante, principalemente no futuro, quando a mémória vai "branqueando", alíás, nunca confie nela....

    Abs.

  • #7
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    Cavalcante, parabéns por dividir seu conhecimento conosco. Suas palavras estão salvas no PC.

  • #8
    Usuário Avatar de ESPANHOL
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    Muuuito bom..... Nada como consultar quem entende da coisa não é?

  • #9
    Eita!!!!

    Lascou-se!!! Onde fui me enfiar...

    As vezes a ignorância é a melhor sabedoria...

    Bom, novamente uma aula sobre elétrica. Como essa outra aqui, sobre alternadores e baterias:

    http://www.4x4brasil.com.br/forum/sh...light=isolador

    Agora de volta à questão dos fios...

    Minha idéia inicial não é refazer TODO o sistema elétrico da Defender. Não tenho tempo, $$ e nem conhecimento no momento para isso.

    Somente arranquei toda a instalação do som, PY, travas elétricas, vidros elétricos e alarme. Ou seja, fora os pontos de interseção com os antigos acessórios, que tive de voltar ao original, tudo permanece como saiu de fábrica... além do conta-giros.

    Tenho alguns acessórios novos que deverão ser instalados para a Expedição de 2008. Por isso, já que ainda estão fora da viatura, sua instalação terá de ser o mais perfeita possível (de acordo com uma provável revisão elétrica "full" no futuro).

    Quando resolver desmontar toda a Endurance para restauro e reformas mais "agressivas", refaço o cabeamento original (faróis, solenóide, ar condicionado, etc). Mas aí não pretendo mexer novamente no que será feito agora...

    Como pretendo usar 02 baterias, o chicote original ficará ligado na primeira e TODOS os novos acessórios serão ligados em um chicote NOVO na segunda...

    Que acham? Tem futuro?

    Os acessórios que já tenho em mãos:

    Isolador de baterias Warn
    Par de Faróis de milha Dianteiros IPF 900XS
    Rádio PY Kenwood TM241
    Toca CD MP3 Sony
    02 Pares (diant/tras) de Caixas de Som Pioneer 100w
    Giroflex (liga no acendedor de cigarros, mas pretendo modificar)
    Luz de Leitura de Mapas Hella (liga no acendedor de cigarros)

    Os acessórios previstos, mas que ainda não tenho:

    Bateria Extra (92A Moura Inteligente)
    Inversor 12v/110V
    Par de Faróis de Milha no Teto Hella 500
    Par de Faróis de Manejo no Teto Hella 500
    Faról de Manejo Traseiro
    Compressor Elétrico ARB RCKA

    Em dúvida ainda:

    Módulo para som (?)
    GPS Garmin 276C (?)
    Geladeira Engel (?)

    O guincho será substituído por um mecânico. Por enquanto fica. Warn 9500HS

    Vou pesquisar os dados deles, para dimensionar corretamente o sistema. O que preciso saber? Potência? Consumo?

    Tenho mais algumas considerações a fazer, mas agora preciso sair...

    OBRIGADO Cavalcante!!!

    Abraços,
    Ricardo A. I. Loureiro

  • #10
    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post

    Agora, com as cargas demandadas, partimos para o alternador. Ele deve ser capaz de suprir com folga o total das cargas demandadas. Porque com folga? Para que também possa recarregar a(s) bateria(s).
    OK! Pelo que já conversamos no outro tópico, meu alternador está subdimensionado. Isso foi uma solução paliativa que achei, devido às limitações de comércio em Boa Vista...

    De qualquer jeito, concluímos que os deslocamentos diurnos seriam possíveis, e os noturnos também, com algumas restrições.

    Futuramente, um upgrade do alternador será necessário. Mais uma tarefa para a lista.

    Conversando esses dias com o pessoal da Clube Land Rover, notei que meu conta-giros está descalibrado. Contiuo usando a polia original, no novo alternador. Pode ser esse o motivo? Com o alternador antigo, eu tinha o mesmo problema... Qual as diferenças de usar uma polia menor / maior em relação à original?


    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    Agora, a(s) bateria(s). Bom, primeiro, vamos definir pra que serve uma bateria. Ela tem de, pela ordem: alimentar o motor de arranque do carro por tempo suficiente para que se dê partida no veículo (carros que têm dificuldade de arranque em clima frio têm de ter baterias mais parrudas); suprir a alimentação de cargas básicas (iluminação de posição – lanternas e pisca-alerta - rádio comunicador, telefone) em situações de emergência por um tempo decente E AUXILIAR o alternador em situações de emergência (uso de guincho ou compressor). Bom, quanto tempo é um tempo decente? Para viaturas que vão se meter em encalacradas como expedições, eu diria coisa de 8 horas. Então pra manter 4 lanternas (40 W) e 4 luzes de posição (84 W) por 8 horas precisamos de uma bateria de pelo menos 90 A.

    E o guincho? Bom, pro guincho, bateria é igual dinheiro. Quanto mais melhor! Qualquer Ah que se conseguir a mais são mais uns minutinhos de uso do guincho, justamente o que falta pros 5 centímetros de enrosco que faltam pra sair... Aí o sujeito $decide$ se vai usar uma ou mais baterias.
    O compartimento de baterias da Endurance é limitado. No máximo 02 x 92A... além disso, terei muitas "tralhas" elétricas nela... somado às diferenças entre os modelos de guincho...

    Decidi trocar pelo mecânico mesmo. Portanto podemos deixar ele de fora. Somente a luz de advertência de guincho ligado, no painel, será instalada... mas o consumo dever ser desprezível, não?


    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    2) Distribuição dos chicotes

    Agora, mãos à obra. Pegue uma folha de papel, de preferência grande, e faça um desenho em planta do carro. Desenhe todos os equipamentos do carro e saia fazendo as ligações, de modo a consumir menos cabo e com os chicotes de maneira mais organizada possível. Tem um anexo com um diagrama elétrico de Niva, pra servir de exemplo. Claro que para isso o cara tem de saber como são acionados todos os equipamentos do carro, mas aí são outros 500...

    Desse desenho devem sair todos os cabos, conectores e chicotes, e por onde eles passam. É importante também fazer as coisas de modo a facilitar futuras expansões ou alterações (a gente nunca tá satisfeito...)
    Rapaz, estudei eletrônica 03 anos na Federal, em SP... há looongos 07 anos atrás. Tenho alguma noção, mas certamente minha capacidade atual para isso é um tanto limitada...

    Bom, de qualquer jeito, para tornar as coisas mais práticas, eu pretendi puxar "instalações" isoladas para cada acessório direto da bateria (facilitando manutenção e isolamento do circuito em caso de necessidade).

    Isto é, o PY, o SOM, a geladeira, tudo teria ligações independentes que se uniriam apenas no "borne" da bateria. Isso é correto?

    Logo cada fio deveria respeitar as características de cada acessório isoladamente...

    Como concordo que os tubos são mais práticos, facilitaria "juntar" os fios que passam no mesmo caminho posteriormente.

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post

    3) A prova d’água?

    Se houver espaço físico para instalação de todos os comandos dentro do habitáculo, a coisa está resolvida. Eu prefiro instalar tudo no cofre do motor, em área alta, por questão de acesso para manutenção (ficar se contorcendo embaixo de banco pra achar o relé é um saco...).
    Na Defender a caixa de fusíveis fica em frente a alavanca de câmbio, no túnel central. Seria possível acrescentar alguns relês lá, mas não muitos... os do faróis está instalado em cima dos paralamas...

    Não pretendia mexer nesses agora... por isso talvez uma caixa isolada, exclusiva para os relês dos acessórios, embaixo do banco do carona (junto ao compressor de ar e inversor) seria o ideal... agora, ali entra água esporadicamente.

    Quais dos acessórios listados precisam de relês? O fusível posso colocar em qualquer ponto do circuito?

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    E aí é uma boa a utilização de caixas estanque, com prensa cabos, as caixas com IP55 e os conectores prensa cabos com IP66 (IP é um índice que indica a proteção contra líquidos e sólidos, o primeiro dígito para sólidos e o segundo para líquidos. 5 indica proteção contra poeira e areia sem depósito prejudicial nos sólidos e indica proteção contra jato de água em qualquer direção – mangueira de bombeiro, por exemplo – para os líquidos. 6 é proteção total contra poeira para sólidos e proteção contra projeção de água – vagalhões – para líquidos, normas IEC144 e IEC529). Estou terminando começando a instalação do meu carro e assim que tiver com a caixa montada posto fotos. Para as saídas dos faróis eu também uso conectores prensa cabos na saída dos faróis, pra evitar o efeito aquário .
    Tem fotos da caixa e dos conectores? Ou pelo menos o tamanho da caixa?

    Sobre a prensa dos terminais. Existe alguma ferramente especial para prensá-los? Já ouvi falar em um alicate. Alguma marca / modelo recomendado?

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    4) Facilidade de reparos
    Você percebeu que até aqui tudo foi pensado para facilitar alterações e manutenções. O uso de mangueiras com folga ao invés de enrolar os chicotes com fita isolante (eca) ou braçadeiras, usar conectores em tudo, o que facilita desligar ou substituir algo com defeito, PROIBIR O USO DE FITA ISOLANTE, usar barramentos para distribuição de circuitos, etc, ajudam em muito na hora do enrosco no meio do nada. E não adianta falar que “eu fiz muito bem feito, é impossível falhar”. Isso não existe. Se está funcionando, vai pifar. Pode demorar mais, mas vai pifar. E nessa hora é bom ter tudo claro e bem distribuído, de modo a facilitar a correção do defeito.
    Compartilho a impressão sobre fitas isolantes!!!!

    Que acha de uma outra fita, lisa, que não tem cola? Acho que o nome é autofusão...

    O que são barramentos?

    Como vou fazer para conectar tudo na bateria?

    A idéia é justamente fazer e já comprar algumas peças reservas para a expedição. Quais os pontos que normalmente quebram? Conectores? Fusíveis? Fios?


    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    5) Peças de balcão
    Isso é fundamental. Não adianta nada você usar um relé especialmente desenvolvido para uma função e nunca mais encontrá-lo. Ou usar o sistema de ignição da Ferrari sei lá qual. Quando pifar, vai ter que colocar o do fusca no lugar. Mas isso não quer dizer que você não possa “importar” materiais utilizados em instalações elétricas prediais, desde que sejam encontrados com facilidade.
    Os faróis de milha IPF já vieram com todo o conjunto de instalação pronto. Botão, chicote, fusível... uso o mesmo?

    Não são peças de balcão...

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    3) Chicotes
    O ideal é usar tubos para distribuição dos chicotes. Isso facilita a instalação, e se os tubos tiverem uma boa folga (25%), permite a implementação de novos equipamentos com facilidade. E pra fixar, utilize braçadeiras plásticas. Eu uso braçadeiras em “U”, que permitem soltar os tubos sem uso de ferramentas.
    Como são fixadas essas braçadeiras em U?

    Tamanhos diferentes para tubos diferentes? Como é feito o acesso ao interior do tubo? Ele é todo cortado transversalmente?

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    4) Isolador de baterias
    Depende de onde forem instaladas as baterias. O ideal é que ele esteja a meio caminho das baterias, ou seja, os cabos dele para cada uma das baterias tenham mais ou menos o mesmo comprimento.
    Foi recomendado instalar no cofre do motor. Vi que ele precisa ficar num lugar ventilado, para resfriamento. O próprio corpo dele tem aletas... a idéia era instalado dentro do compartimento das baterias debaixo do banco do motorista.

    Mas acho que vou abortar...

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post

    Já falamos sobre isso lá em cima. Mas faltou uma coisa importantíssima: a proteção. Fusíveis e disjuntores são para proteção dos CABOS e não das CARGAS. Uma boa causa de incêndio é o sujeito aumentar o tamanho do fusível que cisma em queimar... Para o dimensionamento do fusível um método prático, partindo do pressuposto de que o cabo está corretamente dimensionado, é escolher o fusível comercial imediatamente acima do valor da carga, mais 20%. Por exemplo, a carga é de 9 A e o cabo é de 1,0 mm². Somados 20%, vai para 10,8 A. O fusível comercial disponível é de 15 A. Este é o fusível. Opa! Mas tínhamos definido lá em cima que só usaríamos cabos de 1,0 mm² para correntes de até 10 A. Só que o fusível vai ter de ser de 15 A, então vamos ter de subir a bitola do cabo para 1,5 mm². Pegou?
    O melhor modelo de fusível para carros seria aqueles plásticos mesmo?

    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post
    Outras opções?

    Por hoje é só.


    Mestre, mais uma vez, OBRIGADO.

    Abraços,
    Ricardo A. I. Loureiro

  • #11
    Citação Postado originalmente por Cavalcante Ver Post

    Bão, esqueci de colocar alguns exemplos de diagramas.
    Seguem um de Rural, um de Niva e um de Sidekick (esse é bem mais completo e complexo, destrincha tudo, mas é mais confuso de ler), todos completos. Vejam a diferença de lá pra cá...
    Eita!!!

    Santa evolução... isso se deve à injeção eletrônica?

    Num carro diesel as coisas devem ser mais simples... somente o fio da bomba injetora, certo?

    Abs,
    Ricardo A. I. Loureiro

  • #12
    Citação Postado originalmente por Leo - Beethoven Ver Post
    Pois é, é dessa parte que eu gosto

    Uma dica que sempre usei é ter sempre a mão o diagrama elétrico do veículo seja ele qual for, mesmo que vc não entenda muito bem do assunto. Um dia vc pode precisar de um eletricista no meio do nada e com o diagrama na mão, se o eletricista for razoável, ele não vai apanhar "tanto" se ele não estiver habituado com o seu veículo.
    Outra coisa, com o diagrama na mão, vc poderá incluir adaptações, alterações que fizer....isso ajuda bastante, principalemente no futuro, quando a mémória vai "branqueando", alíás, nunca confie nela....

    Abs.
    Leo,

    Já que você gosta dessa parte... que tal fazer a de uma tal 110 por aí? Por diversão...

    Vou tentar o diagrama elétrico da Defender 200tdi. Se conseguir, posto aqui.

    A idéia é aprender o básico, e entender pelo menos 90% das instalações do meu carro, logo não precisar mais de eletricista...

    O trampo mais pesado, como refazer a instalação toda daqui uns 10 anos (após restauro minucioso da viatura), posso deixar numa tal oficina especializada em elétrica que ouvi dizer alguém estar montando...

    Mas não digo quem é!!

    Abraço,
    Ricardo A. I. Loureiro

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