Projeto de Lei federal obrigará oficinas mecânicas a cumprir normas da ANBT

Se o engenheiro quando for trocar a embreagem verificar que existe folga no virabrequim, vai exigir que o dono faça a retífica do motor, pois se sentirá inseguro de fornecer garantia do serviço na embreagem. Depois, quando ele medir o eixo do câmbio com um relógio comparador, vai exigir também a troca, pois o empenamento de 0,01 milimetro pode causar o desgaste prematuro da embreagem, o que pode comprometer a imagem do profissional no mercado. Depois que vc pagar os 9.000 reais mão-de-obra e peças, que só poderão ser originais, mais o custo da ART do serviço (Anotação de Responsabilidade Técnica exigida pelo CREA), então ela manda um zé ruela sem experiência, que ele chama de técnico trainee, fazer todo o serviço.

Acho que vocês estão confundindo alhos com bugalhos. A proposta não fala nada de engenheiro mecanico, mas sim um técnico capacitado, alguém que saiba que não se deve, por exemplo, usar solvente pra remover óleo das mãos ou que há diferença entre a dureza e o torque dos diferentes parafusos que há nas máquinas, entre outras normas e procedimentos que garantam (Seguindo o exemplo do colega) que a embreagem do meu carro seja trocada da forma correta. Não gerando riscos aos trabalhadores, nem causando danos colaterais ao meu veículo.

Conhecendo um pouco como se fazem as leis aqui, com certeza as comissões de análise vão mudar várias coisas nessa lei antes dela ir pra apreciação nas casas (que podem mudar mais ainda).

ZCC, a piada que fiz foi para mostrar (e ridicularizar) como as coisas no Brasil são sempre na base do 8 ou 80.
Um determinada atividade sempre foi exercida sem regulamentação, sem critério, sem fiscalização, cada um fazendo o que quer. De repente as cabeças pensantes que escolhemos para fazer as leis (jogadores de futebol, cantores, palhaços, put...) resolvem, da noite para o dia, transformar o caos numa organização modelo, sem um plano coerente de transição.
Algumas pessoas vão perder o emprego, outras vão gastar uma fortuna para se adequar (e cobrar isso no preço do serviço) e outras vão ficar relagadas à clandestinidade.
Isso acontece em todas as áreas onde o desastrado poder público resolve colocar sua pata... digo mão.

Quer ver um exemplo de regulamentação que só levou em conta as grandes cidades e não pensou na realidade da maioria do País:
A cadeirinha infantil.
Já andei por regiões do interior que o pessoal probre da roça tem a carona como única opção para se locomover para a cidade.
O motorista que estiver andando numa dessas estradas vicinais só vai poder dar carona pros adultos, e a mulher com crianças pequenas terá que seguir a pé porque o motorista não vai se arriscar ser multado por levar criança sem cadeirinha.

No caso das oficinas mecânicas, acho que a normatização do serviço deveria ser opcional, obedecendo algum tipo de classificação que vai desde a máxima excelência até a boca de porco.
Isso tem que ser escolha do dono de acordo com sua necessidade e, principalmente, po$$ibilidade.
Eu tenho um jipe velho que só é usado em trilhas. Se tiver que pagar uma manutenção de "alto padrão" cada vez que volto da trilha, o esporte fica inviável. O mesmo ocorre para um sitiante que tem um fusca velho apenas para ir à cidade de vez em quando.
Por outro lado, o carro que eu uso para viagens tem que estar sempre confiável mecanicamente, neste caso eu concordo em pagar por um serviço de qualidade certificada.
Se tentarem padronizar demais haverá prejuízo para todos, exceto para as empresas que dão cursos e paras que emitem certificação.

Citação:

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Postado originalmente por Walter da Camper

... exceto para as empresas que dão cursos e paras que emitem certificação.

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também alguns fiscais de olho em multar os estabelecimentos e os órgãos de credenciamento cobrando taxas e taxas pra quem for se regularizar.

[]'s

Opa! Não tinha sacado a brincadeira. Mas não fique tão preocupado com os cabeças pensantes, entre eles há técnicos e especialistas que filtram quase todas as atrocidades que eles propoem. Não quero nem imaginar como seria se não tivesse esse filtro. Se hoje ainda é meio bagunçando (que convenhamos, a bagunça parece que tá até diminuindo aos poucos), seria um negócio infernal.

Pro caso da cadeirinha, vale a razoabilidade do agente da lei (que todos nós sabemos que tem muito agente FDP por aí, cometendo abusos das leis).

Quanto a normatização, ainda vai ter muita discussão a respeito, ah pode acreditar. De qualquer modo, acho que a gente não vai ver essa proposta em vigor tão cedo (isso se ela chegar a entrar em vigor), mas que é uma coisa necessária, isso é.