Pois bem, senhores. Ainda não me conformei com o consumo da Ranger impedindo-me de comprar uma.
Como resultado da minha indignação, fui pesquisar. E cheguei à conclusão de sempre: o Brasil é um país atrasado e onde os consumidores são tratados como tolos.
Eis o que acontece:
Os motores Duratec são na realidade um projeto da Mazda (da qual a Ford é dona - lembram que o famoso conversível Miata/MX5 usava motor semelhante ao Duratec 2.0 + câmbio M5R1 igual ao das Ranger? Dizem que o filtro de óleo que vinha de fábrica tinha a estampa "Ford"). Além dos Duratec, derivam dessa família de motores também os EcoBoost 2.0 usados no Fusion e na Land Rover Evoque.
Então, fui atrás do que a Mazda tem de bom. O "Duratec 2.5" deles é chamado de série L5-VE, lançado em 2001 (de fato, trata-se essencialmente do mesmo projeto, com diâmetro x curso de 89 x 100mm e taxa de 9,7:1). Entre 2011 e 2012 foi aprimorado e deu origem à série SkyActive G (altíssima taxa de compressão, injeção direta e tal).
Resultado: 184hp@5700rpm e 250Nm@3250rpm, com taxa de compressão de 13:1 para uso de gasolina de 87 octanas RON (americana). Há versões com taxa de 14:1 (!!!) que, suponho, seriam compatíveis com nossa gasolina "alcoolizada" (mínimo de 91 octanas, grande benefício da adição de álcool).
Usando essa versão com taxa 13:1, um teste de fevereiro o Mazda6 (que pesa 1500kg) acelerou de 0-60mph em 7,6s com câmbio automático!!! Em uma regra de três (é grosseiro, mas dá uma idéia) uma Ranger de 2t faria essa aceleração abaixo de 11s.
Em termos de rendimento, os testes que li mostram que o mesmo carro equipado com a versão "antiga" do motor (taxa de 9,7:1 e injeção MPFI) teve diminuição de consumo da ordem de 16-18% após passar a usar a nova geração do motor.
Então, a conclusão: poderíamos ter à disposição um motor com quase 20hp a mais e consumindo pelo menos 15% menos. Com essa taxa de compressão, provavelmente ficaria relativamente econômico até mesmo rodando com álcool, se fosse estuprado e transformado em "FREX" (lixo).
Para tanto, imagino que bastaria a Ford procurar na prateleira da subsidiária. O carro ficaria mais caro? Certamente. Mas um kit gás G5 custa R$5-6mil, é um estorvo e deixa o carro manco. Pra mim, seria muito vezes melhor um carro R$4-5mil mais caro e com um motor excepcional: forte e econômico.
Enfim, sonhar não custa nada, né? Quem sabe daqui a uns 20 anos, quando essa linha de motores sair de linha no primeiro mundo, ele venha a ser usado aqui na Brasilônia. Afinal, coisas obsoletas parecem agradar aos fabricantes brasileiros, que tiram aqui lucro líquido de 10%, contra 3% nos EUA e 5% na Europa...
Como resultado da minha indignação, fui pesquisar. E cheguei à conclusão de sempre: o Brasil é um país atrasado e onde os consumidores são tratados como tolos.
Eis o que acontece:
Os motores Duratec são na realidade um projeto da Mazda (da qual a Ford é dona - lembram que o famoso conversível Miata/MX5 usava motor semelhante ao Duratec 2.0 + câmbio M5R1 igual ao das Ranger? Dizem que o filtro de óleo que vinha de fábrica tinha a estampa "Ford"). Além dos Duratec, derivam dessa família de motores também os EcoBoost 2.0 usados no Fusion e na Land Rover Evoque.
Então, fui atrás do que a Mazda tem de bom. O "Duratec 2.5" deles é chamado de série L5-VE, lançado em 2001 (de fato, trata-se essencialmente do mesmo projeto, com diâmetro x curso de 89 x 100mm e taxa de 9,7:1). Entre 2011 e 2012 foi aprimorado e deu origem à série SkyActive G (altíssima taxa de compressão, injeção direta e tal).
Resultado: 184hp@5700rpm e 250Nm@3250rpm, com taxa de compressão de 13:1 para uso de gasolina de 87 octanas RON (americana). Há versões com taxa de 14:1 (!!!) que, suponho, seriam compatíveis com nossa gasolina "alcoolizada" (mínimo de 91 octanas, grande benefício da adição de álcool).
Usando essa versão com taxa 13:1, um teste de fevereiro o Mazda6 (que pesa 1500kg) acelerou de 0-60mph em 7,6s com câmbio automático!!! Em uma regra de três (é grosseiro, mas dá uma idéia) uma Ranger de 2t faria essa aceleração abaixo de 11s.
Em termos de rendimento, os testes que li mostram que o mesmo carro equipado com a versão "antiga" do motor (taxa de 9,7:1 e injeção MPFI) teve diminuição de consumo da ordem de 16-18% após passar a usar a nova geração do motor.
Então, a conclusão: poderíamos ter à disposição um motor com quase 20hp a mais e consumindo pelo menos 15% menos. Com essa taxa de compressão, provavelmente ficaria relativamente econômico até mesmo rodando com álcool, se fosse estuprado e transformado em "FREX" (lixo).
Para tanto, imagino que bastaria a Ford procurar na prateleira da subsidiária. O carro ficaria mais caro? Certamente. Mas um kit gás G5 custa R$5-6mil, é um estorvo e deixa o carro manco. Pra mim, seria muito vezes melhor um carro R$4-5mil mais caro e com um motor excepcional: forte e econômico.
Enfim, sonhar não custa nada, né? Quem sabe daqui a uns 20 anos, quando essa linha de motores sair de linha no primeiro mundo, ele venha a ser usado aqui na Brasilônia. Afinal, coisas obsoletas parecem agradar aos fabricantes brasileiros, que tiram aqui lucro líquido de 10%, contra 3% nos EUA e 5% na Europa...