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wilsonb
O colega diz que andou lendo blogs nos EUA. Veja o que a imprensa especializada americana anda dizendo:
Manutenção - "Eu odeio a Honda"
Julio Cabral - Estado de Minas
Em lista bem-humorada, a dupla de mecânicos-apresentadores Tom e Ray Magliozzi, do show norte-americano Car Talk, elege os carros mais odiados por não darem defeitos
Fotos: Marlos Ney Vidal/EM/D.A. Press
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Os irmãos Tom e Ray Magliozzi são famosos nos Estados Unidos pelo programa Car Talk, um talk show radiofônico no qual falam sobre automóveis e tiram dúvidas dos ouvintes. Em uma pesquisa feita pelos apresentadores, foram listados os 10 carros que os mecânicos mais odeiam no mercado norte-americano. Do outro lado do balcão, a relação de ódio não se dá pelo número de problemas que os carros apresentam e sim porque estes modelos não costumam dar dor de cabeça aos donos e, por isso mesmo, não dão lucro aos donos de oficinas. Uma enquete bem-humorada, claro, sem o tom de queixume. É um Top 10 que entrega as suas intenções leves até no número de carros listados – 13, na verdade.
A lista é encabeçada pelo Honda Civic, que, segundo eles, raramente costuma quebrar e, quando apresenta problemas, são fáceis de diagnosticar. A marca também faz a sua parte nos Estados Unidos, com peças baratas e acessíveis. Tal como o Accord, médio-grande que segue o Civic na lista. Uma opinião que é compartilhada por especialistas brasileiros. “Realmente, o Civic é um carro que dá pouco defeito. Uma qualidade que é meio assustadora, pois o carro é bom demais. Alguns clientes têm modelos Accord mais antigos, como um 2003, que só vêm para serviços de verificação de rotina, a exemplo de alinhamento, pastilhas de freio e óleo”, afirma Vicente Guimarães, da Alinha Rodas.
ATAQUE SAMURAI Os japoneses dominam a seleção do Car Talk, com maioria absoluta. Dos 13 citados, 12 são da Terra do Sol Nascente. São quatro da Toyota: Corolla, Camry, Sienna e Prius. Este último, inclusive, é “odiado” não exatamente por não dar problemas, mas sim por não fazer serviços fora da concessionária, dada a alta complexidade do híbrido. Seguem na lista outros Honda: o CR-V, vendido por aqui, que só apresenta um eixo de transmissão um pouco vibrante na versão 4X4; a minivan Odyssey; e o curioso crossover Element, baseado sobre o CR-V. “Todos os carros japoneses com os quais tive contato são bons, sem exceção, até os que tem 15 anos de uso contínuo”, assegura Fellippe Chiari, da Oficina Base.
Também são citados dois Subaru: o Impreza e o Forester, ambos importados para o Brasil. “Normalmente, esperamos ganhar muito dinheiro com carros com tração integral, graças ao sistema de transmissão com componentes adicionais. Infelizmente, este não é o caso do Impreza. Muito obrigado, Subaru”, alegam com ironia. Ainda há o Nissan Altima, grande sedã que não é trazido para o nosso mercado, mas que, segundo eles, “é capaz de rodar para sempre, além de proporcionar dirigibilidade prazerosa”.
UM NORTE-AMERICANO É sabido que a indústria norte-americana se preocupou com a invasão japonesa e criou produtos que espelhassem a qualidade e projeto dos nipônicos a partir da década de 1990. E não é que a qualidade foi equiparada em pelo menos um modelo? Ao menos é o que alegam Tom e Ray, que destacam o Ford Fusion como único representante do país. “Em nossa humilde opinão, trata-se de um dos poucos carros americanos que se iguala aos japoneses”, diz a matéria, que também adiciona como um alerta brincalhão: “Ray é um acionista da Ford, além de ser um antigo e insatisfeito acionista da General Motors”. Um retrato que Vicente Guimarães, da Alinha Rodas, não endossa completamente: “Não acredito que seja o mesmo patamar de construção. No contato que tive, ouvi barulhos da suspensão, mas nos Estados Unidos pode ser diferente, pois o piso das vias é melhor e assim o problema não é detectado”.
Mas também tem os carros que são os párias para os donos e a alegria de toda oficina. Por lá eles exemplificam alguns modelos da Fiat, Alfa Romeo, Lancia e Peugeot, além da AMC (companhia que foi comprada pela Chrysler em 1987), mas são marcas que estão fora do mercado norte-americano há mais de duas décadas. Ou seja, nada mais natural do que estes automóveis se tornaram visitantes frequentes e lucrativos de oficinas. “Nós poderíamos suportar todos os carros da lista se tivéssemos uma dúzia de clientes com alguns desses modelos. Caras, voltem por favor! Sentimos falta de vocês!”