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Ver Versão Completa : De diesel a gás - É possível?



João Pedro
14/06/2005, 02:54
Pode parecer loucura mas do jeito que andam às coisas especular não é problema.
Algum dos colegas do forum saberia dizer se já ouviu sobre a possibilidade de adaptar-se GNV a picapes à diesel?
Presumo uma penca de problemas, principalmente face a taxa de compressão, o tipo de "inflamação" peculiar de cada combustível. Sem citar, ainda, que carro com motores a diesel teriam um quase insuperável problema com a bomba injetora.
Mas seria possível?
Os experts se pronunciem, por favor. :lol:

SJKCaio
14/06/2005, 08:41
A questão é mais de matemática pois a parte mecanica teria que projetar um motor novo (inviavel).

SJKCaio
14/06/2005, 10:07
O certo é criarmos perfis de utilização e analisar o custoXbeneficio e amortização.

Wallace
14/06/2005, 10:09
Nunca parei para ver como são os onibus bi combustivel, Diesel GNV.
Mas voce pode pesquisar.
Sei que a Mercedez faz este tipo de motor.

SJKCaio
14/06/2005, 10:21
Opa!!!!!

Já projetaram então :D :D

Wallace
14/06/2005, 10:36
Aqui em São Paulo tem varios rodando!
O principal beneficio é a poluição, pois parece que rodar em Diesel é mais barato.
Aparentemente as empressas são obrigadas a ter uma % da frota com combustivel alternativo.
Que pode ser o Diesel Eletrico também.

ricardolm
14/06/2005, 14:01
apenas como cultura inutil :D em SP sao chamados de onibus Hibridos (Gas e Diesel, Diesel e eletricidade, etc...) :wink:

Veja abaixo o texto que tirei da internet:
VIALE HÍBRIDO É TESTADO EM SÃO PAULO

Veículos produzidos pela Eletra, com carroceria Marcopolo, serão utilizados em substituição aos trólebus

O ônibus Viale Híbrido, veículo desenvolvido pela Eletra e Marcopolo, está sendo testado desde o final de agosto, também na cidade de São Paulo. Dois modelos foram adquiridos pela Secretária Municipal de Transportes da capital (SPTrans) e serão testados por 60 dias na Linha 6500 (Terminal Santo Amaro - Terminal Capelinha), em substituição aos trólebus (ônibus elétricos com fios).

O Viale Híbrido é cerca de 70% menos poluente que um ônibus convencional e permite economia de combustível de até 30%. Esse desempenho é possível graças à tecnologia aplicada no conceito híbrido, em que o motor diesel acoplado a um gerador, alimenta o motor elétrico, responsável pela tração do veículo, ou acumula energia nas baterias.

Esse conjunto fornece a energia necessária nas acelerações, subidas e em trechos de velocidade. Nas desacelerações e quando parado, os propulsores elétricos não consomem energia e as baterias continuam a ser alimentadas. Este processo exige menor potência e possibilita a adoção de unidades motrizes mais compactas, que consomem menos combustível e geram baixos níveis de emissões e de ruídos.

O motor trabalha aplicado a um gerador de energia, responsável pela alimentação do conjunto de baterias e motores elétricos que impulsionam o veículo. Além de reduzir o valor de investimentos para infra-estrutura viária (dispensa rede elétrica aérea), a utilização do sistema híbrido proporciona maior durabilidade e custo operacional menor. Outras vantagens são a maior vida útil do veículo, cerca de 15 anos, e nível de ruído reduzido.

Veículo versátil, de fácil manuseio e baixo custo operacional, o Viale é ideal para o transporte de passageiros em centros urbanos. Com capacidade para transportar 36 passageiros sentados, o modelo se destaca também por seu visual diferenciado, seguindo tendências mundiais de design, com linhas e formas arredondadas.


[]s

Luca
14/06/2005, 18:28
... saberia dizer se já ouviu sobre a possibilidade de adaptar-se GNV a picapes à diesel?...

João,

Os ciclos são distintos, desconheço a adaptação que é feita em ônibus. Mas transformar definitivamente de diesel para gás, sim a adaptação é possível.
Algo semelhante foi oferecido nos idos do pró-álcool. Adaptava-se motor diesel para álcool. Só álcool. Não era bi-combustível. Cortava-se o pistão (ou punha-se virabrequim com curso menor, não lembro), de forma a trazer a taxa de compressão para próximo de 12:1. No lugar dos bicos injetores punham-se velas de ignição. Na entrada do coletor havia a instalação do carburador, e no lugar da bomba injetora, instalava-se o distribuidor. A mesma adaptação pode ser usada com GNV. Mas é caminho de ida, ou seja, num tem volta. Com álcool nunca foi economicamente viável. Veja você, que usineiro até hoje só usa diesel, e não álcool.
Penso que também não vale a pena trocar diesel x GNV.

[]´s

João Pedro
14/06/2005, 18:42
As respostas de todos tem a essência do que já imaginava. Ou seja, impossibilidade na dualidade de combustíveis. Mas ficou uma dúvida quanto aos ônibus.
De qualquer maneira ainda (ainda) há enormes vantagens no Brasil de se ter um carro a diesel. Maior durabilidade do conjunto propulsor, torque de sobra, e a economia (se colocado na balança o peso médio dos veículos e a força produzida) gerada pelo relativo preço do combustível.
Uma pena as inviabilidades técnicas, pois no uso do trânsito, ou ate mesmo em alguma recreativa incursão off-road (do tipo bem ligth), até que ia bem com gás.

Wallace
15/06/2005, 14:30
Onibus a GNV:

http://www.mercedes-benz.com.br/veiculos_comerciais/onibus/urbano_oh1623lg.htm

Achei que era bi conbustivel, mas aparentemente não é.

ricardolm
15/06/2005, 17:42
Tem o Hibrido (com fotos) em :

http://www.inee.org.br/down_loads/PortalVE/28%20A%20M%2009%2000%20Ieda%20Oliveira%20ELETRA.pp t

[]s

ricardolm
15/06/2005, 17:44
Este é o que eu vejo rodando em SP:

ricardolm
15/06/2005, 17:46
Reparem que tem 4 rodas na frente, eu so tinha visto onibus assim na NASA uma vez que eu fui la! :D Agora esta rodando em SP!

João Pedro
15/06/2005, 21:38
Interessante essas 4 rodas à frente. Será que o "bicho" é diesel/elétrico? Isto justificaria as 4 rodas nessa posição (pelo fator peso das baterias). Caso contrário, não onsigo imaginar o porque dessa configuração. Não vejo explicação em sendo "tração".
Para desvendar o mistério o jeito é matar esse meu tempo vago a noite em uma pesquisinha na internet.
Se encontrar informo.

Wallace
16/06/2005, 13:29
Tem muitos onibus rodoviarios mais novos com dois eixos dianteiros.
Assim como tem muito caminhão antigo (FNV e Fiat) com dois eixos dianterio.
E é sim pela maior carga que precisa ser distribuida.
Pelo que me lembro eixo dianteiro simples pode levar no maximo 6T.
O duplo deve ser 10 T.

cbridi
16/06/2005, 19:52
Complementando o Wallace...
Aqui no sul tem vários caminhões novos Ford, MB e principalmente VW na configuração 8x4, com dois eixos direcionais, realizando o serviço de transporte de concreto (betoneira) e de combustível.

Tanto para os ônibus, quanto para os caminhões, o segundo eixo direcional é fabricado e instalado pela Tuttotrasporti em Caxias do Sul. Para quem deseja mais informações: www.tuttotrasporti.com.br

[]'s

Engels Kbça
18/06/2005, 10:14
Sim é possível . Já coloquei gás natural num motor Caterpilar estácionário, para acionar um compressor de gás.O motor trabalhava em rotação constante. Colocamos uma valvula para regular a pressão de entrada de gás e regulamos a bomba injetora com um corte de 50% do diesel. Mas é o resultado não foi muito satisfatorio. Os cabeçotes rachavam constantemente. Não valeu a pena pelo custo /benefício.

Um abraço Engels "Cabeção" :idea:

Edintruder
18/06/2005, 22:51
O problema maior é a grande perda de potência, a temperatura do motor tenderá a ser mais alta, a bomba injetora nunca poderá girar sem fluxo de óleo diesel, a injeção de gás nunca será no momento certo pois entrará já misturada com o ar admitido e o custo de adaptação deve ser muito alto tendo em vista que não existem parâmetros já calculados para pôr em prática.

Walter L. L. Casitta
19/06/2005, 00:09
Será que injetar gás natural ao diesel não poderia trazer os mesmos benefícios que injetar o gás propano?
http://www.atsturbo.com/ATSWebsite/ProductsFord/PFPropane.asp

Edintruder
19/06/2005, 09:27
Até Jimo desengripante na admissão funciona, mas é caro demais :D
E funciona em qualquer motor!!! :D
Se instalar um rodagás e passar 1 mês tentando acertar vazão e mistura até deve funcionar.

Flash
22/06/2005, 10:12
Sim, mas é claro que é possível e totalmente viável, sendo o processo muito simples...vamos lá...
Para o motor diesel funcionar com gás, o píncípio é que a injeção do óleo ( este óleo sendo qualquer um ex: girassol, soja, diesel, etc ), funcione apenas em marcha lenta de maneira que produza a combustão, pois fará o papel da vela de ignição igual ao motor a gasolina. Até aqui, a ignição para o gás está perfeita, mas o gás não pode ser injetado diretamente para o coletor à frio, ou seja, diretamente do reservatório para o motor como acontece nos veículos GNV comuns, sendo que sendo assim, acontecerá o afogamento ou o mesmo que o exesso de combustível em relação ao ar.
O gás antes da injeção ( injeção essa pela pressão do cilindro ), deve ser expandido, deve ser aumentado o seu volume, quanto mais melhor ( é o mesmo processo do carro movido a água, onde quando é separado as moléculas da água oxigênio e hidrogênio, este gás deve ser expandido ), enfim, é preciso simplesmente aquece-lo antes de entrar no coletor de admissão.
Feito isso, com o aumento de seu volume, torna-se muito mais viável que o diesel que hoje não é barato, e não há perda de torque ou desempenho do motor e polui muito menos.
É tudo muito simples, mas o governo quer é mesmo vender o seu óleo diesel subsidiado...

Valeu !!!



Os experts se pronunciem, por favor. :lol:[/quote]

Eriksom Teixeira Lima
23/06/2005, 13:31
A coisa é muito mais complicada do que parece.

Minha mulher faz doutorado em economia da regulação na área petróleo e gás, e concluiiu recentemente uma pesquisa sobre Corredores Azuis no Mercosul (instalação de postos de gás com equipamentos de altíssima presão para uso por caminhões e ônibus). A conclusão "aponta" para imensas dificuldades, e "antevê" boas perspectivas apenas para uso urbano (conversão da frota de ônibus urbanos).

Ano passado, estivemos em Buenos Aires em um seminário sobre esse assunto. Eu só fui acompanhá-la, no último dia da feira ela me pediu para ir com ela para entender o que os caras falavam (papo técnico e eu traduziria para ela). Estavámos juntos com uma pesquisadora venezuelana, engenheira, professora titular, das mais conhecidas na América do Sul, especialista nesses motores. Bem, resumindo:

- motores bi-combústiveis são SEMPRE bi-combustiveis, não dá para rodar só com diesel (pelo menos as tecnologias sérias apresentadas (inventores, há aos montes :wink: ) A Cummins já tem um motor perfeito, mas só o lançará no ano que vem, pois está terminando a adpatação para as normas Euro 2007. A MBB também, mas não há mercado.

- conversão ou ottorizacion, como dizem os hermanos, é nada mais do que converter o motor para o ciclo Otto. O cabeçote é trocado, a alimentação idem. Ou seja, é mono-combustivel. Já existem no Brasil fornecedores para essa adaptação, mas quem quer fazer?

Notem que o Brasil já "consome" muito mais gás do que dispõe, mesmo importando da Bolívia (o "consome" é porque os contratos de compra são superiores ao disponível, mas tem gente que compra, paga e não usa, mas quando quiser usar, vai faltar. Complicado, político e impróprio para discutir aqui, :evil: mas é bom saber). Essa situação só será superada TALVEZ em 2008/2009 com a entrada em operação do gás da Bacia de Santos, logo ..... é muito risco fazer conversão ou acreditar em "Corredores Azuis". :mrgreen:

Eriksom