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Ver Versão Completa : Kit Gás (GNV) no Engesa



Sobral - ENGESA
13/09/2009, 03:40
Olá pessoal,

To postando uma experiência de um kit gás com capacidade para 16m³ (2 tanques de 8m³), instalado no jipe Engesa F1, ano 1987, com motor 4cc, original a gasolina.

Eu estaria mentindo se falasse que não tinha vontade de instalar um motor a diesel na viatura, rsrs. Mas fiz a conta ($$$)... O que coube no meu bolso, pra uso diário do jipe, a solução do kit gás (GNV) se mostrou a alternativa mais atraente no momento.

To publicando aqui a trajetória da instalação: erros, acertos e calos, rs.

INSTALAÇÃO ORIGINAL: Depois de orçar a instalação, deixei por um dia na empresa que faria a conversão... Lembro de ter sido bem claro pro cara posicionar os cilindros de maneira que o banco traseiro continuasse cabendo... Mas foi a mesma coisa de ter dito assim: "tá vendo aquele banco traseiro? pode jogar ele no lixo e instale os cilindros da maneira mais fácil pra vcs", rsrsrsrs. O primeiro resultado (FOTO 1) foi um dono de engesa, puto da vida, rodando sem o banco traseiro por quase dois meses, sem tempo e sem confiança de deixar o jipe sozinho de novo na instaladora, pra refazer o serviço.

PROJETO: Ok, assumo a minha parcele do erro... Eu deveria ter desenhado antes o meu projeto pro cara da instaladora (FOTO 2).

DETRAN: Enquanto isso, aproveitei pra fazer a vistoria necessária no IMETRO. O sistema foi aprovado com tranquilidade, com ambos os cilindros "deitados" do lugar onde era pra estar o banco. Um amigo disse que esse problema com a falta do banco foi até melhor ter acontecido, pois a vistoria poderia questionar o tal projeto da foto 2. Eu esqueci de perguntar ao vistoriador se ele aprovaria um cilindro em cima do outro, e isso deveria ser esclarecido antes de projetar qualquer coisa.

REVISÃO DA INSTALAÇÃO: Com o projeto na mão, o serviço foi refeito do jeito que eu precisava (FOTO 3). Resultado, coube o banco. Atrás do banco do motorista (eu, espaçoso do jeito que sou, que acabo chegando o banco do motorista todo pra trás), a depender da regulagem sobra pouco espaço atrás pra perna esquerda de um cabra grande que sente atrás, do lado esquerdo... Mas como eu não quero mesmo esse negócio de dar carona a nenum cabra grande, ainda mais que vá no banco atrás do meu, ficou ótimo, rsrs. Atrás do carona sobrou espaço, inclusive com folga no da frente e no detrás, é bom que fica afastado do motorista, rsrs.

REGULAGEM: Regulando a vazão de gás do sistema (por meio de duas válvulas) e, ao mesmo tempo, regulando a "abertura" do carburador, o motor ficou com uma rotação mais baixa quando uso GNV e mais alta quando uso gasolina. Mas essa diferença é insignificante, eu diria que ficou imperceptível.

CONSUMO: O consumo médio é de 9,5 km/m³ de gás na cidade, isso dá uma autonomia de 150 km. Aqui em São Paulo, com o preço do gás em +/- R$1,40, dá um consumo equivalente a 16 km/l (se fosse na gasolina), quase um Fiat Uno, rsrs. Como sou curioso, ao montar uma tabela de registro a cada abastecimento, descobri uma coisa interessante, vale mais a pena só abastecer os cilindros depois que estiverem quase vazios, assim o rendimento é quase 40% maior... Ou seja, quando eu abasteço com o cilindro quase vazio tenho uma economia de 40% em relação às abastecidas com o tanque antes de entrar na reserva. Já na gasolina é o contrário, quanto mais cheio estiver o tanque mais econômico fica abastecer.

DESEMPENHO DO MOTOR: Acho que a explicação pro motor continuar sobrando no jipe é o fato de ser um 2.5 litros. Daí funciona muito bem no gás, subindo qualquer ladeira na cidade (qualquer mesmo, e olha q eu rodava com ele em Salvador-BA com ele, uma cidade com topografia bem acentuada) na 2ª marcha, e em 80% das ladeiras do dia-a-dia ele sobe na 3ª marcha.

VULNERABILIDADE: Como talvez sobre um tempo pra instalar em breve uma capota nova que comprei há mais de 2 meses, rsrs, tenho certeza que a situação atual de vai melhorar, fazendo com que os cilindros (e os demais componentes do interior o jipe) sumam da visão das pessoas na rua. Pra dar mais segurança ao sistema, de repente posso revestir os cilindros com alguma estrutura metélica de proteção contra choques, que precisarei criar, pq não sei se esse tipo de coisa já existe (FOTO 3). Atualmente os cilindros de GNV só estão forrados com um saco resistente e também não atrapalham a visão do retrovisor.

CONSIDERAÇÕES "FINAIS": A estrutura hoje tá tão bem montada que não vibra nada, muito menos faz barulho.
O consumo está bom, a alternativa do gás não prejudica o desempenho do motor (dá até pra cantar pneu subindo ladeira, rs), e cabe no bolso, uma vez que o motor diesel bom custaria o preço de no mínimo 2 ou 3 motores de opala com GNV e tudo mais.

Abração pra todos e vamos dar opinião!

Kim
13/09/2009, 10:32
Sobral!

Mais uma vez, parabéns pelos seus serviços!

Sempre cauteloso e minucioso nos detalhes.

Abraços.

Kim.

Sobral - ENGESA
13/09/2009, 13:03
Opa! Valeu Kim, obrigado.
Vc sabe que quando eu ainda não tinha o engesa consegui aprender muita coisa com a turma daqui do fórum, e eu "estou ligado" que entre os recorditas em publicação no fórum um deles é o Kim, hehehe.
Daí a gente acaba tomando coragem pra mandar bronca tbm, rs, mesmo não tendo a mesma experiência.
Daí não custa nada postar essas besteiras q eu faço de vez enquando, e também vale de experiência (boa ou ruim) pra quem tiver pensando em fazer parecido.
Abração!

Sobral - ENGESA
02/09/2011, 23:32
Pessoal,

Depois de algum tempo, eu mesmo desaconselho utilizar o gás.
Entrei numa fria depois que tive que refazer todo o motor do Engesa. Foi um baita prejuízo, que nem compensou o tanto que eu rodei. Talvez sirva para o uso esporádico, como tanque reserva apenas.

Kim
03/09/2011, 08:47
Opa Sobral!

O que aconteceu que teve que fazer o motor?????

Abraços.

Kim.

sraposo
03/09/2011, 10:33
Sobral,

Lamento o prejuízo que você teve, mas a culpa pode não estar no GNV.

Falando de uma maneira geral, o GNV é o apontado como causador de 'queima' de válvulas de escape e suas sedes, trincas no cabeçote, especialmente nos dutos de saída dos gases queimados, ainda sendo relacionado aos 'backfires' e perda de potência.

Infelizmente, a crença dos malefícios do GNV se disseminou e consolidou. Quem sai perdendo é o dono do carro, que poderia contar com uma opção segura, barata e sem as indevidas consequencias danosas.

Abraços

Sobral - ENGESA
05/09/2011, 22:55
Opa Sobral!

O que aconteceu que teve que fazer o motor?????

Abraços.

Kim.

Sim Kim, tive um prejuízo de +/- R$ 1.500,00 pq eu queria um serviço bem feito. Mas o pior mesmo foi a chateação.
Mas já passou.

Sobral - ENGESA
05/09/2011, 22:58
Sobral,

Lamento o prejuízo que você teve, mas a culpa pode não estar no GNV.

Falando de uma maneira geral, o GNV é o apontado como causador de 'queima' de válvulas de escape e suas sedes, trincas no cabeçote, especialmente nos dutos de saída dos gases queimados, ainda sendo relacionado aos 'backfires' e perda de potência.

Infelizmente, a crença dos malefícios do GNV se disseminou e consolidou. Quem sai perdendo é o dono do carro, que poderia contar com uma opção segura, barata e sem as indevidas consequencias danosas.

Abraços

Beleza Sérgio?
É sempre bom aprender. Realmente a minha opinião foi apaixonada. É que no meu caso devo ter tido azar. Mesmo assim ficou a experiência de "gato escaldado".

sraposo
06/09/2011, 07:05
Infelizmente, você não foi o primeiro nem será o último a ter este azar...

Ainda se instala mal kit-gas... e o gás leva a culpa

Abraços!

Paulo Cesar
06/09/2011, 21:33
Oi Sobral
Minha antiga Camper tinha Kit gás e nunca me deu problema, e atualmente estou para colocar o Kit gás no meu Engesa, enquanto o projeto do meu novo Engesa (a diesel) ainda esta em fase de execução/preparação/projeto.
Não sei se a dica que recebi quando instalei na Camper tinha fundamento ou não, aparentemente deu resultado, o cara da instaladora me falou que o GNV resseca as valvulas, por isso deveria usar um óleo de motor de primeira linha, assim ele vai compensar a falta de lubrificação que um óleo comum dará.
abs.
Paulo

sraposo
07/09/2011, 07:56
Olá, Paulo.

O GNV não resseca nem lubrifica menos as válvulas, como costumeiramente se ouve por aí. Álcool e gasolina não são lubrificantes. Gasolina, inclusive, é solvente de óleo, de forma que vapor de gasolina é um dos fatores de contaminação do óleo do motor. Álcool não dissolve óleo, mas também o contamina.

Vê-se motores que usam GNV frequentemente terem problemas recorrentes que não são observados naqueles que usam gasolina ou álcool? Sim, com certeza! Os problemas ocorrem sim! Mas não por causa de ser um combustível gasoso ou a composição química do GNV! Motores que usam GNV, em sua maioria, operam com o "ponto" atrasado demais para o uso de GNV, fazendo com que os gases de escape saiam mais quentes da câmara do que seria adequado, expondo válvulas de escape, suas sedes e os dutos de saída do cabeçote a um stress térmico, resultando nos conhecidos e característicos danos... e o GNV leva a culpa.
Solução para isso existe há tempos, mas o desconhecimento do dono do carro e gana competitivas de muitas convertedoras leva a este resultado. Economiza-se algumas centenas de reais agora para se gastar muitas centenas de reais depois em uma retífica, sem falar no desempenho sofrível (e evitável) quando se usa o gás...

Abraços

Paulo Cesar
11/09/2011, 19:02
Olá, Paulo.
Solução para isso existe há tempos, mas o desconhecimento do dono do carro e gana competitivas de muitas convertedoras leva a este resultado. Economiza-se algumas centenas de reais agora para se gastar muitas centenas de reais depois em uma retífica, sem falar no desempenho sofrível (e evitável) quando se usa o gás...
Abraços
Sraposo
Vc deve estar falando do "variador de avanço", quando for colocar o GNV no Engesa, vou coloca-lo, e farei isso em breve, pois ficar gastando entre 5 e 6 km por litro da gasolina fica difícil.
abs.
Paulo

sraposo
11/09/2011, 19:20
Oi, Paulo.

O variador de avanço é uma das coisas. Dos problemas relacionados ao cabeçote, o mapa de ignição impróprio é a causa principal.

Atente à qualidade do variador: existe desde as caixas ôcas (sim, isso é verdade) até os que adiantam mais o ponto porém menos do que seria necessário, passando pelos exemplares que avançam bem pouco.

Na linha da Motor Spice existem 3 produtos que fazem o papel do "variador de avanço", além de outras funcionalidades. O Booster e o DIS, por exemplo, avançam até 24 ou 20 graus além do mapa original, respectivamente no caso do motor de 4 e 6 cilindros. O DD alcança mais do que isso, até, porém não é necessário.

Abraços

Paulo Cesar
11/09/2011, 23:49
Oi, Paulo.
Atente à qualidade do variador: existe desde as caixas ôcas (sim, isso é verdade) até os que adiantam mais o ponto porém menos do que seria necessário, passando pelos exemplares que avançam bem pouco.
Abraços

Oi Sérgio (sraposo)
Então me diga, qual as marcas de variador de avanço é mais recomendada, e de quais devo fugir.
abs.Paulo

sraposo
12/09/2011, 07:45
Ol, Paulo.

Marcas eu prefiro não comentar, mas vou te dizer algo que será útil: não acredite na eficácia de um aparelho que custe algumas dezenas de reais, por mais que o vendedor jure que seja verdade.

Um variador que funciona como deve vai gerar diferença imediata e notável na aceleração. Não será um efeito psicológico, algo do tipo "parece que melhorou", mas uma diferença quase impossível de alguém não notar. Sem o devido "variador", a força do motor fica (bem) menor do que com gasolina e é preciso acelerar mais. Com o "variador" verdadeiramente eficaz, a diferença de aceleração entre GNV e gasolina é nula ou quase.
A diferença no consumo somente será percebida depois, claro. E se vai haver ou não estrago no cabeçote/válvulas, somente muito depois.
O que se economiza na compra do "variador" se gasta com (mais) GNV e retífica do motor.

A ação do "variador" é verificável com uma lâmpada de ponto ou com um osciloscópio. E uma diferença em graus pequena é o mesmo que nada.

Há pessoas que, apesar de não terem seus carros devidamente convertidos para GNV, percebem que não houve queda no desempenho, mas parece que confundem a "capacidade de o carro andar nas mesmas velocidades de antes de colocar o kit-gás" com "preservação da potência" do motor. Elas passam a acionar mais profundamente o acelerador e, até certo ponto, compensa a perda real. Geralmente são aqueles que dirigem mais devagar. Também acontece de dizerem por aí que a perda da força só vai acontecer em uma subida e que isso normal, bastando mudar a alimentação de GNV para gasolina. Não é assim que tem que ser, mas esse é o peixe que vendem e isso já se consolidou como verdade.

Considerando que o teu motor é carburado, o " variador de avanço" ou algo que funcione como tal será ligado entre o distribuidor e o módulo de ignição ou entre o módulo e a bobina.

Sugiro consultar um engenheiro mecânico independente para te assessorar na seleção do "variador".

Abraços