Ver Versão Completa : Usinagem em eixo de aço temperado e cementado.
PessoAll,
1) É possível usinagem em eixo de aço temperado cementado, mantendo-se as características originais de resistência mecânica? E através de eletro-erosão?
2) É possível a retirada de um pedaço (entalhado) de um eixo de aço temperado e cementado e soldagem de um novo entalhado à ele? A solda ficaria frágil? Fragilizaria o restante do eixo.
Pergunto isso pois estou querendo acoplar caixa de câmbio de Ranger à uma caixa de transferência de Hilux. Para isso, terei que retrabalhar o entalhado do secundário da caixa de câmbio da Ranger. Não pretendo alterar a caixa de transferência.
De antemão, agradeço a ajuda dos colegas foristas (copiando o Nero).
[]´s
xadventure
16/11/2004, 04:25
Bem em usinar nem sonhando, o que poderia ser feito é um tratamento termico para retirar a tempera e depois refazer novamente, ou eletro erosão sussegado a maquina é fera, voce teria que fazer um eletrodo de cobre o grafite do jeito que quer
Em relação a solda pode sim fragilizar pois devido a alta temperatura da solda o material pode perder a tempera ou ao contrario ficar tão duro que acabaria quebrando com quaquer pancada o que poderia ser feito é usar um material ferro 1045 usar e abusar dele e logo em seguida ver se tem a necessidade de tempera-lo
Abraço
Leandro
Bem em usinar nem sonhando, o que poderia ser feito é um tratamento termico para retirar a tempera e depois refazer novamente, ou eletro erosão sussegado a maquina é fera, voce teria que fazer um eletrodo de cobre o grafite do jeito que quer
Eletroerosão altera as caracteristicas tanto ou mais quando a usinagem.
Então teria que proceder da mesma forma que a usinagem.
E de toda forma a cementação altera as caracteristicas até uma determinada profundidade, assim com a usinagem ou eletroerosão você estaria tirando o material tratado que tem a caracteristicas desejadas.
Faça um novo eixo, usinando-o num material adequado e dando o tratamento térmico para que se tenha as características necessárias. Creio que o 8620 com cementação na estria seria uma boa solução.
respondendo a 1) SERIA SIM MAS FICARIA MUITO CARO (VOCÊ PDERIA RETIFICAR O EIXO, SÓ QUE A CAMADA DE CEMENTAÇÃO SERIA DIMINUIDA E TERIAS QUE FAZER NOVO TRATAMENTO NO EIXO ) E MUITO DIFÍCIL DE NÃO SE ALTERAR.
2)POSSÍVEL É, MAS EXTREMAMENTE NÃO RECOMENDÁVEL, COM CERTEZA FICARIA MUITO FRÁGIL.
leopoldo
20/11/2004, 09:53
Bom dia Luca.
Respondendo à sua pergunta:
Não estou de férias não . É que só dá tempo de ficar no fórum do CJ.
Só me buscando lá.....hehehe
1) É possível usinagem em eixo de aço temperado cementado, mantendo-se as características originais de resistência mecânica? E através de eletro-erosão?
Usinar, sim....... é possível mas, manter as condições iniciais não
A menos de uma operação: a de corte se for com faca dágua.
O difícil é achar quem tenha esse equipamento.
O certo é recozer, usinar, cementar, temperar e revenir.
2) É possível a retirada de um pedaço (entalhado) de um eixo de aço temperado e cementado e soldagem de um novo entalhado à ele? A solda ficaria frágil? Fragilizaria o restante do eixo.
A remoção da parte, sim......... vide acima.
Agora soldar .... não, pois afeta a estrutura cristalina.
teria que recozer, soldar, usinar, cementar, temperar, revenir e depois, por fim, retificar.
A opção já mencionada de usinar um eixo novo, às vêzes, é mais viável.
... ou eletro erosão sussegado a maquina é fera... Leandro,
Você conhece alguém que faça este serviço? Tô achando o mais viável, mesmo correndo risco.
Faça um novo eixo, usinando-o num material adequado e dando o tratamento térmico para que se tenha as características necessárias. Creio que o 8620 com cementação na estria seria uma boa solução. André,
Idéia é boa, porém fabricar o eixo secundário inteiro novo, custa "mucha plata". É cheio de detalhes. Se não encontrar algo mais viável, acabarei tendo que fazer nova peça. Obrigado.
Este câmbio da Ranger é fabricado pela Mazda, no Japão. Lembra um brinquedo. Os caras dimensionaram no último. Cê num consegue reduzir nada mais. Parece que qq modificação fragiliza muito. Bando de muquiranas.
O certo é recozer, usinar, cementar, temperar e revenir. Caro Leopoldo,
Recomendas alguém aqui em Sampa, ou mesmo aí na terra dos aviões :D .
Agradeço pelas informações e pela boa vontade de vcs.
[]´s
leopoldo
21/11/2004, 14:23
AH!
Tinha me esquecido:
Você tem uma opção para trabalhar com eixos temperados:
Pode ser que você tenha algum sucesso, se achar alguém que faça a união das peças com solda por atrito.
Só que você teria que procurar junto a alguns fabricantes como a Albarus (fabrica homocinéticas, cruzetas, cardãns, etc... essa fábrica tem várias plantas espalhadas pelo Brasil) , a Cinpal (fabrica semi-eixos, fica na zona sul de são paulo) - se eles fazem só na fabrica ou sub-contratados.
Alessandro Henrique
21/11/2004, 15:12
Luca,
É possível utilizar o processo de solda por fricção como mencionado pelo Leopoldo.
Porém é muito difícil encontrar alguém que possua uma máquina de solda por fricção, normalmente estão em grandes empresas e estas não realizam serviços para terceiros. Mas é uma boa opção se conseguires achar quem realize o trabalho. Saliento que provavelmente será necessário confeccionar placas de fixação especiais para ambas as peças à serem unidas.
Neste caso, reserve uns 3 mm de material à mais entre as partes no momento do corte, pois este material excedente vai ser o "metal de consumo", sendo que o comprimento final do eixo será um pouco menor do que a soma das partes iniciais.
Logo após o processo de solda, recomendo que seja realizado o revenimento sob o cordão de solda. O cordão de solda pode ser usinado posteriormente com insertos especiais. Se você encontrar uma máquina e tiver alguma dúvida sobre rotação e forças axiais à serem aplicadas poderei ajudar nos cálculos.
Uma boa alternativa é seguir a dica do Leopoldo que menciona o recozimento do eixo, usinagem e posteriormente novo tratamento térmico, isso é uma prática bastante comum.
Também é possível usinar o eixo temperado, porém é uma usinagem cara e demorada, envolve insertos especiais à base de cerâmica e outros materiais. É difícil achar quem o faça, mas é possível.
De qualquer forma após realizado o trabalho recomendo que seja realizado testes com partículas magnéticas (magnaflux, etc..) ou com equipamento eletrônico MagmaTest ou ultrasom, com o propósito de verificar a integridade da peça. Trincas e microfissuras são bem comuns nestes casos. Também é importante verificar a concêntricidade da peça.
Sds.
... faça a união das peças com solda por atrito.
... reserve uns 3 mm de material à mais entre as partes no momento do corte, ... , Logo após o processo de solda, recomendo que seja realizado o revenimento sob o cordão de solda.
Excelente idéia. Vou procurar a Cinpal. Sei onde é, Leopoldo. Inda mais agora que o Alessandro já me deu até o sobre-material necessário. Hoje fiquei sabendo que a união do câmbio Hilux com a caixa de transferência é feita através de uma luva, que vende na concessionária. Ou seja metade do acoplamento já tá resolvido. Agora somente faltam 90% do trabalho prá fazer. À medida que houver progresso eu vou postando aqui. Com essa consultoria acho que dá prá montar uma fábrica de câmbio prá jipes :D . Valeu muito a ajuda de vcs.
[]´s
Hudson Buck
22/11/2004, 15:02
Luca,
Caso a nova estria seja a mesma da ranger, não seria mais fácil fazer uma flange afastando a cx de tranderência o tanto que você precisaria encurtar o eixo? É assim que é feito na ranger. No meu cj eu acoplei a caixa de redução original neste câmbio. Para isto, utilizei a própria flange da ranger, a qual foi encurtada (cortada e frezada) e recebeu um placa de aluminio de 20 mm de expessura (soldada), onde fizamos a furação para a caixa de redução do CJ.
Abraços.
Alessandro Henrique
22/11/2004, 15:53
Luca,
Quando mencionei 3 mm para o material excedente, foi um exemplo para chamar atenção devido à redução do comprimento da peça final.
Para corretamente dimensionar o sobre material é importante saber o material que foi empregado e sua área de contato.
O sobrematerial excedente provoca um aquecimento excessivo na peça, afetando as características da mesma.
Se você encontrar a máquina , a própria empresa pode ajustar/calcular as variáveis do processo.
As variáveis básicas seriam:
Controle de aquecimento inicial por tempo ou curso, tempo de pré-aquecimento teórico, tempo de recalque, velocidade de avanço, pressão de fricção, pressão de recalque, rotação do eixo árvore...
Verifique também a possibilidade de implementar um espaçador como comentado pelo colega Hudson.
Sds.
... utilizei a própria flange da ranger, a qual foi encurtada (cortada e frezada) e recebeu um placa de aluminio de 20 mm de expessura (soldada), onde fizamos a furação para a caixa de redução Hudson, acho que o secundário da caixa da Ranger 4x4 é bem mais curto do que o da 4x2. A caixa de Ranger que eu tenho é de 4x2. Por isso eu devo encurtar o secundário. Posso cortá-lo, mas depois terei que refazer um entalhe num eixo temperado e cementado. E este é o ponto nevrálgico.
Eu tô desenhando uma flange própria. Não pensei na flange da Ranger. Gostei muito da sua idéia, talvez poupe um bom tempo. Onde vc conseguiu esta flange?
Quando mencionei 3 mm para o material excedente, foi um exemplo para chamar atenção devido à redução do comprimento da peça final. Alessandro, eu percebi que era apenas exemplificativo. Na realidade, também pretendo ir à Cinpal (empresa de porte grande) mostar o problema, as peças, conversar e ver o que eles sugerem.
Valeu a força.
[]´s
andretomasi
22/11/2004, 20:13
Alguém conhece alguma empresa desse porte e que faça esse tipo de serviço aqui no RS?
[ ]´s
Alessandro Henrique
22/11/2004, 21:09
Keko,
Até aonde sei existem quatro máquinas de solda por fricção no RS, estando nos seguintes lugares:
Dana Gravataí; (Albarus)
GKN Porto Alegre (Albarus);
GKN Charqueadas (Albarus);
Parker Cachoeirinha (Racine-Albarus);
Em SP existem mais algumas espalhadas, sei de uma utilizada pela Eaton de São José. Uma vez ouvi um comentário da existência de uma em Caxias do Sul, não sei onde.
Fato é o seguinte, estas empresas não executam serviços para terceiros, devido à dificuldade de ferramental específico e cronogramas apertados de produção, sem falar na burocracia...
Sds.
Hudson Buck
24/11/2004, 14:27
Luca,
O câmbio é o mesmo, só muda a flange, no 4x2 é o chamam de "pescoço", com saída para a luva do cardã e no 4x4 e o que chamam de "túnel", que é uma flange (espaçador) com encaixe para a caixa de redução. Quando comprei o câmbio a flange veio junto. Em num outro cj que adaptamos o mesmo câmbio, ao invés de utilizarmos o túnel cortando e soldando, fizemos uma nova peça (acho que tem uns 20 cm de expessura), copiando a face de encaixe no câmbio em um lado e a face de encaixe na caixa de redução no outro. O lado de encaixe no câmbio você pode tirar a partir da peça que você tem (pescoço). Esta segunda peça ficou muito boa esteticamente e funcionalmente, e custou cerca de 700,00 (material e mão-de-obra). Acho que é isso. Ah, vou ver se o meu amigo ainda tem o túnel da 4x4.
abraços.
Hudson,
Talvez me ajude bastante. Se teu amigo ainda tiver o túnel, e servir pra minha adaptação, gostaria de comprá-lo.
Tive que voltar aos bons tempos e ressuscitar a prancheta de desenho, vulgo mesa de jantar :D , para projetar a peça. Estou fazendo exatamente o que vc sugeriu, isto é, usando o flange do câmbio (pescoço ?) como modelo para o encaixe do flange novo, para adaptar a caixa de transferência à caixa de câmbio.
Vc saberia me dizer quem foi que produziu a face da flange que vc adaptou?
[]´s
Hudson Buck
24/11/2004, 15:46
Luca,
Esta flange acabou ficando de môdelo, para futuras adaptações, não sei se o meu amigo irá vende-lá, mas em todo caso vou perguntar. Quem fez a falnge para nós foi um senhor amigo meu, faz tempo que não falo com ele. Mas ele fez o seguinte (em linguagem de leigo): Determinamos o comprimento do túnel, frezou, centrou onde passaria o eixo e copiou todos os alojamento e etcs. da face que fica para o câmbio com uma pantográfica. Pelo que eu entendi um braço vai utilizando as marcações do modêlo para guiar a ferramenta na peça que esta sendo trabalhada. De qualquer maneira vou tentar entrar em contato com ele (pode demorar um pouco) para perguntar se ele faz outra peça daquelas. Mas acho que você pode usar também o flange que você têm para soldar a placa de alumínio, como eu fiz, talvez seja necessário fazer algum reforço na lateral da placa, pois a base do flange que você tem é menor que a do 4x4.
abraços.
Hudson,
Vou tocando o meu projeto, do meu jeito mesmo. Mas ficarei no aguardo de sua informação sobre a venda da flange, ou da pessoa que faz a usinagem. Ambos me interessam. Se não for para resolver este problema, poderá ser para outro.
Quanto à flange do seu amigo, se ele não quiser vender, me bastaria ver a peça, se possível.
Não é que eu encontrei mais um louco que fez a adaptação do V6 da Ranger :D . Cê tem fotos da viatura?
[]´s
Hudson Buck
26/11/2004, 14:42
Luca,
Estamos procurando o flange, e que as tranqueiras vão se acumulando e a gente acaba esquecendo na casa de quem ficou o que!!!! Até a semana que vem eu encontrei. Vou tentar postar algumas fotos da minha viatura a semana que vêm. Eu adaptei o motor maxxion 2.5 turbo diesel e câmbio da ranger, já fizemos esta adaptação em outro jeep e estamos começando a adaptar este mesmo conjunto em uma rural. O negócio ficou muito bom, valeu a pena as latinhas gastas.
Abraços.
Valeu, Hudson,
Vou tocando. Se vc tiver novidade me fala. Mas num precisa derrubar o armário da garagem prá achar :D .
[]´s
Hudson Buck
09/12/2004, 15:41
Luca,
Ontem, finalmente, tive tempo de ir até o mecânico procurar o Flange. Infelizmente o meu amigo que deixou ela por lá não falou nada para eles guardarem-na, então..... mandaram embora com a sucata. Uma perda lastimável, porque com certeza esta peça será necessária, não só agora para você poder olhar como ela é feita, mas se um dia precisarmos dela para fabricar outro flange. Uma pergunta.... em qual jipe você irá adaptar o câmbio. Pois se tiver um bom espaço entre os eixos, eu conheço outra solução, que é conectar a caixa de câmbio com a de transferência usanda um cardã.
Bom mantenha-nos a par dos acontecimentos.
Abraços
Hudson.
Hudson,
É pena, talvez pudesse usar como molde. Não tem problema. Tou desenhando uma flange nova, de chapa. Parte por parte. Há também a idéia de comprar uma flange da Deep Tec, e tentar adaptá-la. Nem sei se é possível. Tenho que ir lá, bater um papo com eles. Tá demorando, pois tou sem tempo. Mas chego lá. Esquenta não. Muita gentileza sua.
Bom, meu projeto é de um Engesa FII. Não tem muito espaço para fazer CT "divorciada", como diz um nosso colega forista especializado. E já que eu tô adaptando, vai ser prá ficar tudo num conjunto só. Se num for por precisão será por boniteza mesmo. :D
Te agradeço a ajuda. Se vc tiver alguma dica, peço que me informe.
[]´s
Edintruder
04/01/2011, 19:27
Reavivando o tópico (tem mais tempo que eu aqui no fórum...)
Senhores, no dia 26/12 eu quebrei o eixo entalhado (ou primário) da caixa de marchas da minha F1000. Ocorreu numa arrancada meio brusca, mas nada demais.
Descobri que esse eixo já havia sido soldado, aonde foi colocada uma ponteira estriada para receber o flange da cruzeta da D20. O interessante é que a quebra ocorreu fora da solda, no material do eixo que sofreu aquecimento no processo de soldagem. Pra minha infelicidade descobri que não existe mais esse eixo e tive que mandar soldar novamente. :parede:
O serviço deve ficar pronto na sexta feira. Durou na minha mão uns 9 meses, com muito esforço, pois eu não sabia do serviço feito, estava usando como algo inquebrável. Bem, agora sei que tenho que maneirar nas arrancadas. Bel, isso se refere a um motor de 45kgfm de torque e uma redução da primeira marcha dque gera cerca de 260kgfm de torque nesse ponto de quebra.
Acredito que se o serviço ficar bem feito, dificilmente vai quebrar se usar em motores mais fracos, mas com motores mais fortes não dura...
Para esse tipo de serviço existem 2 alternativas, a solda de emenda simples ou a solda de uma peça "virgem" e posterior usinagem e têmpera. Na segunda alternativa o serviço tende a resistir mais esforço que o serviço de emenda simples. O custo não é muito diferente um do outro. A resposta não serve mais para o autor do tópico, mas no caso dele que queria usar em um motor mais fraco, a solda resistiria sem problemas.
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