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Ver Versão Completa : Medir o torque do motor



Emerson Höpner
28/05/2004, 19:22
Caros amigos

Já vi muitos amperímetros, voltímetros, contagiros, etc. Mas alguém já tentou (ou conhece) alguma maneira de medir o torque do motor? Não em bancada com dinamômetro, mas um sistema instalado no veículo, com um relógio (ou digital) que possa fornecer o torque do motor enquanto utilizamos o veículo?
Será possível ($$)??

Abraço

Sandro Tannuri
28/05/2004, 19:40
O mais proximo disso seria o dinamometro de rolo onde voce funciona o carro com as rodas motrizes sobre um rolo e mede o torque nas rodas.
Existem uns dois em Sampa e um no RJ que eu saiba.

Abraços,

marcelo nunes
29/05/2004, 17:39
Somente em dinamômetro, pois a medida é efetuada freando o motor e medindo a reação no freio. Portanto esse "instrumento" operaria freando o motor.

Adir Schoier
27/11/2004, 17:04
Caro Emerson,

O equipamento que você fala é possível de ser construído sim.
Sabendo as vairiaveis 1- Massa do veículo, 2- Velocidade e 3- inclinação da pista, é possível calcular e mostrar em uma interface o torque efetuado pelo motor, dinamicamente ou seja o torque que o motor exerce nas rodas a cada momento.(nas rodas ou no ponto que escolhermos, só precisamos conhecer os rendimentos do veículo para fazermos o cálculo) .
Por exemplo, o torque aplicado nas rodas quando se está em uma pista plana e sem acelerar é diferente de quando se está em uma subida acelerrando. Também poderíamos mostrar a potência efetiva a cada momento, é somente uma questão de processamento de dados.
É claro que este equipamento não existe, mas ele é possível de ser fabricado.

Abraço

Alessandro Henrique
27/11/2004, 18:33
Existem alguns transdutores utilizados em telemetria que poderiam ser adaptados facilmente para esta finalidade. A adaptação não se daria no transdutor, e sim no veículo de modo a permitir sua utilização.
Por exemplo, pode se instalar o transdutor no eixo cardã, tanto dianteiro como traseiro ou em ambos.
Mas a melhor forma de verificar o torque fornecido por um motor de combustão interna ainda é o dinamômetro.
Como mencionou o colega Adir, é possível de se calcular o torque desde que se conheça todas as variáveis como foram citadas. Para proceder desta forma necessitaríamos de alguns trandutores, para ângulo do veículo, velocidade real, massa atual, velocidade e direção do vento e outros...
Um dos problemas que afeta a precisão dos cálculos é a questão dos rendimentos dos vários componentes do sistema de transmissão, desde o motor até as rodas. Muitos não possuem rendimentos estáveis, em função de desgaste, ângulo do cardã, temperatura e etc...
Mas é possível fazer uma boa estimativa.

Sds.

marcelo nunes
27/11/2004, 18:46
Sem essa!!
O momento torsor (torque) gerado por um motor de combustão interna independe totalmente da massa do veículo, velocidade, inclinação da via, etc...
Se fosse assim, um mesmo motor geraria torque diferente quando montado em veículos diferentes ou mesmo quando rodasse em vias diferentes.
O torque gerado em um mesmo motor varia unicamente com a variação da rotação, o resto não importa absolutamente nada.
Um mesmo motor a uma determinada rotação gera exatamente o mesmo torque esteja na subida, na descida ou numa bancada.

Adir Schoier
27/11/2004, 23:28
Caro Marcelo.

O cálculo é possível sim. A física nos ensina que quando deslocamos um corpo de um local para outro, realizamos trabalho (Fxd) e se considerarmos o tempo que levamos para realizar este trabalho, teremos a potência necessária para isto e com a potência podemos calcular o toque exercido nas rodas. Um carro é um corpo que possui uma certa massa, para deslocarmos este carro temos que aplicar uma certa força (estamos aplicando a força na superfície de contato das rodas motrizes com o solo e se multiplicarmos esta força pelo raio do pneu, teremos o torque existente na roda). Se temos um torque nas rodas ele foi gerado pelo motor, é lógico que teremos perdas pelo caminho desde o ponto em que o torque foi gerado, até chegar nas rodas. O torque existente nas rodas motrizes do carro pode ser calculado com boa precisão, dependendo dos transdutores que estiverem sendo usados para leitura das variáveis que citei antes. O cálculo do torque gerado pelo motor terá um erro maior, pois cada carro tem um rendimento diferente, como citou muito coerentemente o colega Alessandro.

Quando testamos um motor na bancada com o dinamômetro, impomos uma carga ao motor, que é aplicada pelo freio do dinamômetro. Esta carga não muda, o freio está apertando o eixo sempre com a mesma intensidade durante todo o teste. Isto é uma situação de bancada onde se levanta a capacidade do motor de fornecer torque em diversas rotações sob a mesma carga.
Quando este motor está tracionando um carro, a carga não depende somente do peso (massa) do veículo, mas também das condições e inclinação da pista, portanto ela é variável, ou seja, dinâmica. A curva de torque x rotação levantada em bancada nos dá idéia da capacidade do motor, o instrumento que estamos falando nos dará o torque efetivo aplicado nas rodas e de forma dinamica (se for uma interface analógica, o ponteiro ficará oscilando o tempo todo, dependendo de quanto acelerarmos, inclinação da pista etc...).

Um mesmo motor gera torques diferentes dependendo da massa do veículo, rendimento do conjunto de tração (caixa, diferencial etc) e pista.
Um mesmo motor terá sempre a mesma capacidade de gerar torque em função da rotação, mas isto é apenas uma situação de bancada e não de aplicação real.

Os transdutores que precisamos para leitura das variáveis são:
1 - Massa - podemos usar strain gages (mas esta variável sempre deve ser medida com o carro parado em terreno não inclinado)
2 - Velocidade - Já existe nos carros (velocímetro)
3 - inclinação da pista - giroscópio

Abraços a todos.

Alessandro Henrique
28/11/2004, 14:32
Muito bem colocada a questão, estou de pleno acordo com o colega
Adir.

Sds.

Sandro Tannuri
28/11/2004, 18:36
Mas voces gostam de complicar hein?

Aqui no RJ custa 250,00 /hora no dino de rolo, da para passar mais de 2 carros dependendo do que querem fazer.

Abraços,

marcelo nunes
29/11/2004, 01:33
Caros teóricos de plantão

Primeiro façamos de conta que não escrevo e leciono sobre o tema "dinamômetros e curvas características de motores de combustão interna " desde 1987.
Façamos também de conta que não estou olhando para um dinamômetro de rolos em pleno e ruidoso funcionamento enquanto escrevo esta resposta.

Pelo raciocínio errado, um mesmo motor instalado em veículos diferentes geraria torque diferente...
Pelo raciocínio errado, o mesmo motor geraria torque diferente num mesmo veículo dependendo da inclinação da rampa...
Pelo raciocínio errado, o mesmo motor, num mesmo veículo, geraria torque diferente apenas aumentando o peso sobre o veículo. Portanto com mais passageiros, o torque gerado pelo motor seria maior...

Não vou discorrer aqui sobre os efetivos cálculos que são efetuados para determinar o torque de um motor de combustão interna, QUE É CONSTANTE PARA UM MESMO MOTOR A UMA DETERMINADA ROTAÇÃO, INDEPENDENTEMENTE DA CARGA ( POIS NÃO ESTAMOS FALANDO DE MOTORES ELÉTRICOS!!) os quais são extensos, de exposição maçante e não são relacionados com a lógica deste site.

As variáveis nstes cálculos são baseados em medições dinâmicas, correlacionadas a variáveis físicas e termodinâmicas. Transcendem em muito a física arroz com feijão de segundo grau...

Simplificando: Como num motor de combustão interna o torque é constante para uma mesma rotação, a variação de massa, inclinação, etc., faz variar simplesmente a velocidade do veículo, que é justamente a variável que manipulamos no dinamômetro de rolos...

Sukys
29/11/2004, 01:34
Uma forma relativamente simples (e relativamente precisa) de se obter algumas variáveis do motor (em conjunto ao veículo, que seja dito, como torque, potência e aceleração) é com o uso de um acelerômetro conjugado a um cronômetro e um tacômetro.
Existem alguns já prontos, como o Gtech por exemplo, que fornece inúmeras informações e é muito utilizado em afinações de motor e até de aerodinâmica (normalmente para valores comparativos e não absolutos), porém com pouco dinheiro e algum conhecimento é possivel montar um acelerômetro simples, que tanto pode ser eletromecânico quanto eletrônico.

Tenho uma edição muito antiga da Eletrônica Popular que tem uma matéria sobre a construção de um acelerômetro eletromecânico. Se alguém tiver interesse posso procurar a revista, escanear a matéria e dispôr para cópia. A montagem requer algum conhecimento de elétrica e boa disposição para bricolage, mas não deixa de ser interessante.

Hoje em dia (pelo menos "lá fora") já é relativamente comum encontrar acelerômetros monolíticos eletrônicos, com 1 ou 2 eixos, para monitorar aceleração dinâmica (vibração, por exemplo) ou até aceleração estática (inclinação) e são muito utilizados em air-bag e até em alguns discos rígidos de laptop.
Antes que alguém pense em desmontar o carro ou o computador para arrancar o acelerômetro é bom que se diga que a precisão deles não é lá essas coisas para uso como instrumento automotivo, que requer um fundo de escala que normalmente não ultrapassa 1G (os citados tem fundo de escala que passa dos 10~15G).
Existem diversos fabricantes de acelerômetros e com um pouco de tempo é possivel garimpar sites que fazem venda on-line no varejo (já vi alguns à venda até no e-bay).
Estes acelerômetros requerem um circuito eletrônico para processar seus dados, consequentemente existe a necessidade de projetar um circuito microprocessado para ter um acelerômetro completo e funcional, nada que não possa ser feito por quem tenha alguma habilidade com eletrônica.

Abraços,

Adir Schoier
29/11/2004, 12:26
:D
Caro Marcelo.

Eu realmente sei muito pouco do assunto, não leciono nem escrevo artigos sobre o tema e a fisica que sei, apesar de não ser de segundo grau, é meio feijão com arroz mesmo. Mas estou sempre disposto a aprender e quero aproveitar a oportunidade para aprender com o caro amigo professor.

Nós estamos falando de coisas diferentes, mas deixa eu tirar uma dúvida.
Digamos que estou com um carro qualquer andando com o motor em 2000 rpm, o torque existente na roda é o mesmo existente no ponto em que é feito o teste de bancada no motor?

Obrigado pela ajuda.

Alessandro Henrique
29/11/2004, 13:19
O torque não está apenas relacionado à rotação! Necessitamos levar em conta a potência.
O fato de um motor estar em determinada rotação não significa que determinado torque esteja presente. Existe a questão do trabalho realizado. Um motor à 3000 rpm funcionando em uma bancada à vazio e um à 3000 rpm impelindo um veículo realizam trabalhos diferentes, mesmo que seja o mesmo motor. É a mesma questão que ocorre quando é necessário subir um aclive.
Não é apenas uma questão de raciocínio teórico. No primeiro caso temos somente a questão de energia cinética, no segundo temos energia cinética e energia potencial.
Discordo de você quando menciona que o torque é constante independente da carga e apenas relacionado à rotação.

Sds.

marcelo nunes
02/12/2004, 13:51
O torque não está apenas relacionado à rotação! Necessitamos levar em conta a potência.


Não misture as situações.

O que se mede em dinamômetro é única e exclusivamente o torque, que é sempre constante numa mesma rotação, num mesmo motor. A potência de um motor não é variável que possa ser medida mecanicamente, somente calculada, pois nada mais é que o produto do torque do motor pela velocidade angular do virabrequim.

Também pode ser calculada a potência se conhecidos o poder calorífico inferior do combustível, a quantidade de combustível queimada considerando-se o rendimento termodinâmico e o trabalho produzido pelo ciclo.


O fato de um motor estar em determinada rotação não significa que determinado torque esteja presente. Existe a questão do trabalho realizado. Um motor à 3000 rpm funcionando em uma bancada à vazio e um à 3000 rpm impelindo um veículo realizam trabalhos diferentes, mesmo que seja o mesmo motor. É a mesma questão que ocorre quando é necessário subir um aclive.

Errado. Preliminarmente, um motor nunca é medido vazio em bancada. A medição é realizada sob carga e é medida a reação gerada pelo freio do dinamômetro. Portanto o torque estará presente da mesma forma, não confunda torque com reação.


Discordo de você quando menciona que o torque é constante independente da carga e apenas relacionado à rotação.

Então não é só de mim que você discorda, mas de todos os autores, enciclopédias e departamentos de engenharia de motores do mundo inteiro.

Sds[/quote]

marcelo nunes
02/12/2004, 14:10
:D
Nós estamos falando de coisas diferentes, mas deixa eu tirar uma dúvida.
Digamos que estou com um carro qualquer andando com o motor em 2000 rpm, o torque existente na roda é o mesmo existente no ponto em que é feito o teste de bancada no motor?

Obrigado pela ajuda.

No dinamômetro, é medido o torque disponível no virabrequim.
O torque na roda é o torque do virabrequim x relação da marcha que está sendo utilizada x relação de diferencial x relação de qualquer outra redução que existir entre o motor e a roda (caixa de transferência, overdrive off board ou redução montada no diferencial) x índice de rendimento da transmissão.

Por exemplo, supondo que um motor desenvolva 20 kgfm de torque líquido a estes 2000 rpm.
Na bancada serão medidos os 20 kgfm a 2000 rpm.

Admitamos que um veículo esteja rodando em primeira marcha, cuja relação seja por exemplo de 4,00:1, com um diferencial de 3,00:1, por exemplo, e cuja transmissão tenha um rendimento de 90% no câmbio e de 90 % no diferencial.
O torque no eixo da roda deste veículo com este motor a estes 2000 rpm será:

20 kgfm x 4,00 x 3,00 x 0,9 x 0,9 = 194 kgfm.

Se engrenada uma reduzida de 3,00:1, por exemplo, com rendimento de 80% o torque no eixo da roda em primeira reduzida será de 194 x 3,00 x 0,80= 466 kgfm. Muito torque, mínima velocidade final nesta marcha.

Se estiver em quinta ( 0,80:1, por exemplo) , com o mesmo diferencial, sem reduzida, o torque no eixo da roda será de :

20 kgfm x 0,80 x 3,00 x 0,9 x 0,9 = 39 kgfm. Menor torque, maior velocidade final.

Desconsiderei rendimento de embreagem, juntas universais, homocinéticas, cruzetas, etc, para simplificar.

Alessandro Henrique
02/12/2004, 14:48
Marcelo,
Não estou misturando as coisas. Para mim isto está claro.
Não tenho dúvida alguma de como um dinamômetro funciona e o que esteja sendo verificado.
Também estou ciente de como calcular a potência teórica de um motor de combustão interna em função da quantidade de combustível e de seu poder calorífero, levando em consideração o rendimento termodinâmico.
O que não concordo é o fato de você ter mencionado que o torque gerado por um motor varia unicamente em função da rotação.
E que, um veículo se deslocando no plano esteja desenvolvendo o mesmo torque que um veículo que esteja subindo um aclive considerando que os mesmos estejam a mesma velocidade. Este é o ponto de discórdia, desrespeitando a realidade física presente.
Sou motivado a discordar toda vez que algo não esteja claro e que seja passível de confusão. Tenho conciência de não estar transigindo qualquer explicação física inerente à esta realidade.
Respeito sua opinião e dos demais colegas e não questiono o seu conhecimento sobre o assunto. Confio em toda boa fonte de informação.

Sds.

Adir Schoier
05/12/2004, 17:07
:D Obrigado Marcelo. Muito boa a tua explicação.

Então o torque existente na roda, não é igual ao torque disponível no virabrequim, pois do motor até a roda tem uma série de dispositivos com seus devidos rendimentos e se soubermos o torque existente no virabrequim, podemos calcular o torque existente na roda, como tu demonstrou. Correto?

A minha pergunta é, se soubermos o torque existente na roda, podemos fazer o cálculo inverso e chegar ao torque existente no motor?

Luca
06/12/2004, 00:37
A minha pergunta é, se soubermos o torque existente na roda, podemos fazer o cálculo inverso e chegar ao torque existente no motor?

Sim!

[]´s

Ricki Graeff
06/12/2004, 09:29
Meu Deus!!!

No fim da pag. eu ja tava com dor de cabeça de tanto calculo e teorias......mas tudo bem creio que ficou bem explicado até pra quem não queria entender, realmente os amigos são show de bola na explicação, PARABÉNS A TODOS!!!!!!!!!!!

Ricki

marcelo nunes
11/01/2005, 01:32
:D Obrigado Marcelo. Muito boa a tua explicação.

Então o torque existente na roda, não é igual ao torque disponível no virabrequim, pois do motor até a roda tem uma série de dispositivos com seus devidos rendimentos e se soubermos o torque existente no virabrequim, podemos calcular o torque existente na roda, como tu demonstrou. Correto?

A minha pergunta é, se soubermos o torque existente na roda, podemos fazer o cálculo inverso e chegar ao torque existente no motor?

Sem dúvida. E pra medir esse torque também se usa o famigerado dinamômetro de rolos.
Medindo a força aplicada no rolo e sabendo o diâmetro da roda+pneu, se chega ao torque no eixo.
Daí é só fazer a conta ao contrário.

JOEL ALVES
11/01/2005, 10:10
AÍ marcelo nunes,

CONSEGUI ENTENDER O TORQUE COMO NUNCA O HAVIA ENTENDIDO.

[ ]'S AGRADECIDOS

marcelo nunes
11/01/2005, 12:18
então me explica que eu estou tentando entender de 1987 até hoje... :lol: :lol: :lol:

JOEL ALVES
11/01/2005, 16:24
AÍ Marcelo Nunes,

... como nunca o havia entendido ... POIS EU NÃO ENTENDIA NADA... :lol: :lol: :lol:

SE VC QUE É O PROFESSOR TENTA ENTENDER HÁ TANTOS ANOS :shock: ... QUE DIREI EU? :lol: :lol: :lol:

[ ]'S

Sukys
13/01/2005, 00:54
então me explica que eu estou tentando entender de 1987 até hoje... :lol: :lol: :lol:

Abaixo, uma explicação que anos atrás postei na Jipenet:


Torque é o momento da potência, e nos motores serve para determinar a força de torção presente no eixo do girabrequim ou rodas.

De acordo com a Lei de Newton, podemos expressá-la como: F = M * a / go, onde F é a força, M é a massa, "a" a aceleração e "go" a constante de proporcionalidade.

Agora, de acordo com a lei Etílica podemos exemplificar o torque da seguinte forma:
-Vá até um boteco (pode ser qualquer um). Sente em uma cadeira próximo de uma mesa e peça um copo de cerveja (da sua marca preferida). Apoie o cotovelo na mesa e, segurando o copo com a mão leve-o à boca e tome. Agora peça uma jarra de cerveja e repita o procedimento. Tomou? Então agora peça um balde de cerveja e faça a mesma coisa.
Independente de estar bêbado ou não (vamos desconsiderar este fato) a energia que você tem no seu braço (constante) foi aplicada sobre um peso variável (copo, jarra e depois balde).
Pois bem. O teu braço, apoiado na mesa e segurando o peso na mão, atuou como uma alavanca e descreveu um movimento rotatório. Apesar da energia do teu braço ser constante (digamos, a mesma potência) de repente você sentiu dificuldades de levantar a jarra, ou seja, você chegou no seu limite de torque. Só faltou dizer que o torque é uma expressão temporal, ou seja, é a execução de um trabalho em um tempo determinado. O mesmo acontece no motor. Digamos que dois motores de mesma potência possuem curso de girabrequim diferentes. O motor que apresenta um curso de girabrequim maior (maior alavanca) vai ter um torque maior que o outro motor, de curso de girabrequim menor (menor alavanca). Os dois tem a mesma potência mas torque diferente.
O ideal, não só no Off Road, é que um motor apresente o maior torque possível e constante em relação a variação de rotação do motor ou, se possível, que sua curva seja inversa em relação a curva de potência (possível apenas nos motores elétricos).

Você pode aumentar a fôrça (torque) diminuindo a relação de alavanca. Só que vai levar mais tempo para percorrer a mesma distância.
É por este motivo que os carros tem redução na rotação do motor para as rodas, através do câmbio e diferencial. Nos Off Roads ou veículos de carga incorpora-se mais redução ainda, através de mais marchas intermediárias ou outra caixa de redução para ser utilizada nos momentos de maior arrasto de peso ou grandes deslocamentos verticais. No Off Road existe outra função para a marcha reduzida que é permitir que, mesmo no plano e com pouco peso, as rodas tracionem em uma velocidade muito baixa para não patinar e afundar, situação esta que seria muito difícil de controlar com o acionamento parcial da embreagem.

Posso não ter sido claro, mas esta explicação acompanhada de batata frita e linguiça calabresa é ótima!

Abraços,

marcelo nunes
13/01/2005, 16:04
E o torque é constante num mesmo motor, ou seja, você só consegue levantar uma caneca de um determinado tamanho máximo ou cheia até um tanto, acima disso a caneca não sobe...

Caneca mais leve sobe mais fácil, mas o torque pra levantar uma mais pesada está lá, sendo gerado, por isso a caneca mais leve sobe mais rápido até a boca.

E a medida que vai ficando mais bêudo (menos compressão??), fica mais difícil de subir a caneca (e outras coisas também)...

Théo_Augusto
16/01/2005, 02:24
Mesmo sem querer confundir o assunto (torque/potencia/etc...) achei interessante reproduzir aqui texto enviado à jipenet (saudades dos bons tempos....) pelo Sukys.....

Mensagem: 24
Data: Fri, 9 Nov 2001 18:33:21 -0200
De: "Sukys" <rsukys@yahoo.com>
Assunto: Dinamômetro Virtual

Pessoal,

Para quem gosta de numeros, segue abaixo o texto que recebi sobre uma forma aproximada de determinar
a potência de um carro.
Evidente que os valores encontrados não são absolutos mas pode ser uma boa forma de determinar ganhos
(ou perdas) com modificações no motor, câmbio e pneus. Para tal basta fazer as medições antes e depois das
modificações e observar a variação relativa na medição.

Sukys
rsukys@yahoo.com


Speaking of dynos, here is the coast-down method of measuring HP.
You really only need a stopwatch and an accurate speedometer but I use a
radar gun for more precision in the speed measurement.

To measure the power available at a given speed, you first time how long
it takes to accelerate from a bit below to a bit above that speed.
Then you time how long it takes to decelerate with the car in neutral
through the same speed interval. The first measurement measures
how much power over and above drag and rolling resistance is available
for acceleration. The second measurement measures the total of all
parasitic losses including drag, rolling resistance, transmission
losses, etc. The sum of these two is the power the engine is making.

If you're interested in the peak power of the engine, select the range
of speeds to just bracket the RPM where the peak power is made.
It may take some experimenting to find out where this is. Needless
to say, unless you compensate for it, this test must be done
on flat, level, dry road. A run in either direction over the same
course and the results averaged is the most accurate.

The first thing to do is to weigh the car. Many trukstops have
scales and will weigh your car free with a fill-up. I use a full
tank of gas because that is easy to replicate. Include your weight,
of course.

The procedure is simply. Get your stopwatch ready. Accelerate
at wide open throttle and when you hit your lower speed, start the
stopwatch. When you hit the upper speed, stop it. Write down the
starting speed, ending speed and time. Accelerate a bit more, reset the
stopwatch, put the car in neutral, coast down. When you hit the upper
speed, start the watch and stop it when you hit the lower speed.
Record the time.

Here are the computations.

Sal = Speed, accelerating, lower
Sau = Speed, accel, upper
Ta = Time, accel

Sdl = Speed, decel, lower
Sdu = Speed, decel, upper
Td = time, decel

W = weight of the car

net_ft-lbsA = net ft-lbs during acceleration
net_ft-lbsD = net ft-lbs during deceleration

HPa = HP during acceleration
HPd = HP during deceleration

Constants:

0.0336 = Magic number to unify the measurement units.
550 = ft-lbs per second in one HP

Step 1: Compute net ft-lbs, accelerating

(0.0336 * W * (Sau)^2 ) - (0.0336 * W * (Sal)^2) = net_ft-lbsA

Step 2: Compute net ft-lbs decelerating.

(0.0336 * W * (Sdu)^2 ) - (0.0336 * W * (Sdl)^2) = net_ft-lbsD

Step 3: Compute HP, accelerating

HPa = (net_ft-lbsA / Ta) / 550

Step 4: Compute HP, decelerating

HPd = (net_ft-lbsD / Td) / 550

Step 5: Compute total HP

HPd + HPa = total HP.

Example:

A car weighing 3200 lbs. It accelerates from 60 mph to 80 mph in 5
seconds and decelerates through the same range in 20 seconds.
That works out to 68.4 hp accelerating and 17.1 hp decelerating,
85.5 hp total.

This is a pretty sensitive test and can show, for example, the
added rolling resistance from driving in the rain with water standing
on the pavement. Just remember that drag is a cube-law functio of
speed so don't try to "average" over too wide a speed range.


ABRAÇOS
Théo
Fpolis

Luiz Cezar
29/06/2010, 21:08
Sou novo no forum, sei que esse topico é antigo, mas vale a dica...

primeiro esclarecimento.. sou estudante de Eng mecânica, não falo por "achar"...

A maneira mais fácil de contruir tal aparelho seria o acelerometro como já foi citado, medindo-se a aceleração instantanea é possivel saber o torque na roda.

1) Acelerometro (precisão é importante)
2) massa do carro (varia com o numero e o peso dos ocupantes, da quantidade de combustivel no tanque, etc.
3) diametro do pneu.

Força=massa x aceleracao

encontra-se a força instantanea, multiplica-se pelo raio do pneu (metade do diametro), pronto..... torque instantaneo na roda (CUIDADO COM AS UNIDADES).

A fidelidade e a certeza de tal aparelho é totalmente questionavel pois, todos os parametros são variaveis, porém é possivel ter uma ideia razoavel do torque.

O TORQUE NO MOTOR NÃO É CONSTANTE NA MESMA ROTAÇÃO, NEM NO MESMO MOTOR, NEM EM NADA, uma coisa é física, outra coisa é eng mecânica (muitos parametros envolvidos, desde termodinamica, até a qualidade do oleo utilizado), é possivel estar em 3500rpm com torque maximo, assim como na mesma rotacao ter toque negativo (FREIO MOTOR). O torque gerado pelo motor não é constante, essa é uma das razoes para ser necessario o volante do motor..
É possivel estimar o torque do virabrequim pelo torque da roda e vice-versa, basta saber os rendimentos mecanicos de todos os componentes entre roda e virabrequim.

"Potência vende carros e conquista mulheres, mas é o torque que vence corridas e sobe montanhas".

Abraço a todos

stephaniegalvao
24/01/2019, 16:09
Vocês têm alguma ideia de como poderia-se calcular o torque do veículo usando algum sensor (acelerômetro,cronômetro e tacômetro) sem ter disponivel o valor da massa do veículo? O dispositivo Gtech é caro e vendido em dolar, muito pouco acessível, estou em busca de construir o meu, mas preciso de alguma lógica que não envolva a massa.

Grata,