Ver Versão Completa : Elétrica 4x4 - Instalações Off Road
Pesquisei e não encontrei um tópico sobre as instalações elétricas ideais em nossas viaturas. Portanto decidi abrir um novo por aqui...:concordo:
Algumas considerações iniciais sobre as instalações elétricas de um 4x4, que considero essenciais::arrow:
1-) Dimensionamento correto
2-) Distribuição correta dos chicotes
3-) Necessidade de ser a prova d'água
4-) Facilidade de reparos
5-) Peças de "balcão"
Agora vamos às dúvidas...:arrow:
1-) Sobre os conectores: qual o melhor tipo? Onde é aconselhável usá-los?
2-) Melhor prensar ou soldar os terminais de bateria?
3-) Como fazer os novos chicotes que os acessórios extras exigem? Como fixá-los?
4-) Onde instalar o isolador de baterias?
5-) Como fazer o correto dimensionamento dos fios utilizados? Alguma especificação em especial?
Acho que está bom para começar!!!:mrgreen:
Vou refazer parte das instalações elétricas da Defender em breve, por isso a curiosidade.
Cavalcaaaaante, QAP?:?:
Abraços,
Cavalcante
04/06/2007, 10:59
Cavalcante QAP. Algum QTH no seu QRU?
Vamo lá...
Primeiro as "considerações iniciais", como você apropriadamente diz.
1) Dimensionamento
Vou usar aqui exatamente os mesmos conceitos que se usam em instalações elétricas prediais, sejam residenciais, comerciais ou industriais. Não tem muita mágica não, instalação elétrica é sempre instalação elétrica.
São quatro componentes básicos de uma instalação elétrica embarcada: alternador, bateria(s), cargas e cabeamento/manobra.
Pra podermos dimensionar isso, temos de partir das cargas, atuais e futuras, prevendo uma certa sobrevida ao trabalho. Uma bela tabela com equipamentos e potências (ou correntes consumidas por eles) é fundamental. Equipamentos de uso esporádico (guinchos e compressores, por exemplo) têm de estar de fora disso, senão não há cabo ou alternador que comporte sua instalação.
O total das cargas agora deve ser demandada, ou seja, temos que aplicar um fator sobre essa soma, coerente com a real utilização dos equipamentos, afinal não usamos tudo de uma vez. Esse fator vai depender do uso da viatura e do tipo das cargas instaladas (faróis de milha são usados mais raramente, mas geladeiras são usadas por todo o tempo), e só o dono dela vai poder orientar o projetista sobre qual fator utilizar. Pode-se fazer isso de modo subjetivo ou criar uma metodologia pra isso.
Agora, com as cargas demandadas, partimos para o alternador. Ele deve ser capaz de suprir com folga o total das cargas demandadas. Porque com folga? Para que também possa recarregar a(s) bateria(s).
Agora, a(s) bateria(s). Bom, primeiro, vamos definir pra que serve uma bateria. Ela tem de, pela ordem: alimentar o motor de arranque do carro por tempo suficiente para que se dê partida no veículo (carros que têm dificuldade de arranque em clima frio têm de ter baterias mais parrudas); suprir a alimentação de cargas básicas (iluminação de posição – lanternas e pisca-alerta - rádio comunicador, telefone) em situações de emergência por um tempo decente E AUXILIAR o alternador em situações de emergência (uso de guincho ou compressor). Bom, quanto tempo é um tempo decente? Para viaturas que vão se meter em encalacradas como expedições, eu diria coisa de 8 horas. Então pra manter 4 lanternas (40 W) e 4 luzes de posição (84 W) por 8 horas precisamos de uma bateria de pelo menos 90 A.
E o guincho? Bom, pro guincho, bateria é igual dinheiro. Quanto mais melhor! Qualquer Ah que se conseguir a mais são mais uns minutinhos de uso do guincho, justamente o que falta pros 5 centímetros de enrosco que faltam pra sair... Aí o sujeito $decide$ se vai usar uma ou mais baterias.
2) Distribuição dos chicotes
Bom, agora que já temos as cargas, dimensionamos o alternador e a(s) bateria(s), chega a hora dos cabos e componentes de manobra.
Primeiro, alguma coisa sobre a bitola dos cabos: um cabo deve ser dimensionado em função da corrente que passa por ele. A corrente máxima suportada varia em função, principalmente, da temperatura. Existem outros fatores, mas como em um carro os circuitos são muito curtos e em corrente contínua, esses fatores podem ser desprezados. Vou adotar como temperatura de operação 100ºC. É um valor muito alto mas, como estamos fazendo a instalação de 1 só carro, e não de uma série, o aumento no custo total não vai fazer muita diferença. Pra dimensionar as bitolas dos cabos, de uma maneira que facilite a compra dos materiais (ninguém vai querer ficar comprando 3 metros de 60 cabos diferentes, né?), podemos dividir os circuitos em grupos, em função da corrente máxima, algo do tipo: desprezível (circuitos de comando), até 5 A, de 5 a 10 A, de 10 a 15 A, de 15 a 25 A. Para facilitar a conectorização, vamos adotar que o menor cabo utilizado será de 0,75 mm² (cabos finos são mais chatos de conectar). Uma boa distribuição seria então 0,75 mm² para os circuitos de comando, 1,00 mm² para os até 5 A, 1,5 mm² para os de 5 a 10 A, 2,5 mm² para os de 10 a 15 A e 4 mm² para os de 15 a 25 A. Circuitos acima de 25 A devem ser dimensionados na unha.
Agora, mãos à obra. Pegue uma folha de papel, de preferência grande, e faça um desenho em planta do carro. Desenhe todos os equipamentos do carro e saia fazendo as ligações, de modo a consumir menos cabo e com os chicotes de maneira mais organizada possível. Tem um anexo com um diagrama elétrico de Niva, pra servir de exemplo. Claro que para isso o cara tem de saber como são acionados todos os equipamentos do carro, mas aí são outros 500...
Desse desenho devem sair todos os cabos, conectores e chicotes, e por onde eles passam. É importante também fazer as coisas de modo a facilitar futuras expansões ou alterações (a gente nunca tá satisfeito...)
3) A prova d’água?
Bão, aí temos de separar o que realmente tem de ser a prova d’água, o que deve ser protegido, e o que não requer proteção. No primeiro grupo, tem muito pouca coisa. E estas geralmente são instaladas dentro do habitáculo (som, rádios, equipamentos de navegação, instrumentos, alguns módulos de controle, etc...). No segundo grupo, temos relés, faróis, etc. No último, temos alternador, bateria, motor de arranque, guincho, etc.
Sobrou pra proteger o segundo grupo, já que se entrar água no habitáculo a ponto de atingir o que está lá dentro, é porque a vaca foi pro brejo mesmo, literalmente... Se houver espaço físico para instalação de todos os comandos dentro do habitáculo, a coisa está resolvida. Eu prefiro instalar tudo no cofre do motor, em área alta, por questão de acesso para manutenção (ficar se contorcendo embaixo de banco pra achar o relé é um saco...). E aí é uma boa a utilização de caixas estanque, com prensa cabos, as caixas com IP55 e os conectores prensa cabos com IP66 (IP é um índice que indica a proteção contra líquidos e sólidos, o primeiro dígito para sólidos e o segundo para líquidos. 5 indica proteção contra poeira e areia sem depósito prejudicial nos sólidos e indica proteção contra jato de água em qualquer direção – mangueira de bombeiro, por exemplo – para os líquidos. 6 é proteção total contra poeira para sólidos e proteção contra projeção de água – vagalhões – para líquidos, normas IEC144 e IEC529). Estou terminando começando a instalação do meu carro e assim que tiver com a caixa montada posto fotos. Para as saídas dos faróis eu também uso conectores prensa cabos na saída dos faróis, pra evitar o efeito aquário ;).
4) Facilidade de reparos
Você percebeu que até aqui tudo foi pensado para facilitar alterações e manutenções. O uso de mangueiras com folga ao invés de enrolar os chicotes com fita isolante (eca) ou braçadeiras, usar conectores em tudo, o que facilita desligar ou substituir algo com defeito, PROIBIR O USO DE FITA ISOLANTE, usar barramentos para distribuição de circuitos, etc, ajudam em muito na hora do enrosco no meio do nada. E não adianta falar que “eu fiz muito bem feito, é impossível falhar”. Isso não existe. Se está funcionando, vai pifar. Pode demorar mais, mas vai pifar. E nessa hora é bom ter tudo claro e bem distribuído, de modo a facilitar a correção do defeito.
5) Peças de balcão
Isso é fundamental. Não adianta nada você usar um relé especialmente desenvolvido para uma função e nunca mais encontrá-lo. Ou usar o sistema de ignição da Ferrari sei lá qual. Quando pifar, vai ter que colocar o do fusca no lugar. Mas isso não quer dizer que você não possa “importar” materiais utilizados em instalações elétricas prediais, desde que sejam encontrados com facilidade.
Sobre as dúvidas agora:
1) Conectores
Tipo: cara, tem um sem número de conectores diferentes, com mais ou menos terminais, para cabos mais ou menos grossos, feios, bonitos, etc. Só a AMP tem na linha automotiva mais de 5 mil itens em catálogo. Utilize os conectores que conseguir, mas sempre do tipo alojamento/terminal. Os terminais são avulsos, você climpa o cabo ao terminal e depois coloca no alojamento.
Onde usar: em tudo, absolutamente tudo. É muito mais fácil soltar um conector do que desfazer uma emenda.
2) Terminais
Todos os terminais em uma instalação desse tipo devem ser prensados. A solda tem três desvantagens: é rígida, e numa instalação desse tipo não se pode ter acoplamentos rígidos; uma conexão soldada tem maior resistência entre o cabo e o terminal do que uma conexão prensada; refazer uma conexão soldada requer um ferro de solda e uma tomada, já uma conexão prensada precisa de dois alicates, um pra decapar o cabo e outro pra climpar o terminal.
3) Chicotes
O ideal é usar tubos para distribuição dos chicotes. Isso facilita a instalação, e se os tubos tiverem uma boa folga (25%), permite a implementação de novos equipamentos com facilidade. E pra fixar, utilize braçadeiras plásticas. Eu uso braçadeiras em “U”, que permitem soltar os tubos sem uso de ferramentas.
4) Isolador de baterias
Depende de onde forem instaladas as baterias. O ideal é que ele esteja a meio caminho das baterias, ou seja, os cabos dele para cada uma das baterias tenham mais ou menos o mesmo comprimento.
5) Dimensionamento dos condutores
Já falamos sobre isso lá em cima. Mas faltou uma coisa importantíssima: a proteção. Fusíveis e disjuntores são para proteção dos CABOS e não das CARGAS. Uma boa causa de incêndio é o sujeito aumentar o tamanho do fusível que cisma em queimar... Para o dimensionamento do fusível um método prático, partindo do pressuposto de que o cabo está corretamente dimensionado, é escolher o fusível comercial imediatamente acima do valor da carga, mais 20%. Por exemplo, a carga é de 9 A e o cabo é de 1,0 mm². Somados 20%, vai para 10,8 A. O fusível comercial disponível é de 15 A. Este é o fusível. Opa! Mas tínhamos definido lá em cima que só usaríamos cabos de 1,0 mm² para correntes de até 10 A. Só que o fusível vai ter de ser de 15 A, então vamos ter de subir a bitola do cabo para 1,5 mm². Pegou?
Por hoje é só.
Marcelo R. A. da Cunha
04/06/2007, 12:14
:shock: Caramba, que aula!!! :concordo:
:palmas:
[]'s
Marcelo
Leo - Beethoven
04/06/2007, 12:47
Na hora que eu li o post inicial, pensei: "Deixa eu dar a minha contribuição"....mas o Cavalcante mandou bala em quase tudo !!! Sabe aquele cara que leva embora a bola do campo ? Brincadeira....
Concordo mesmo com o que ele disse, mas vai ser difícil organizar a idéia do Loras por aqui...que alías, acho muito conveniente e oportuna.
Quando os assuntos mais específicos começarem a surgir, prometo colaborar com certeza.
Abs.
Cavalcante
04/06/2007, 13:50
Pois é Leo, a hora em que ele começar a quebrar a cabeça com os comandos é que o negócio vai ficar engraçado.:mrgreen::mrgreen:
Bão, esqueci de colocar alguns exemplos de diagramas.
Seguem um de Rural, um de Niva e um de Sidekick (esse é bem mais completo e complexo, destrincha tudo, mas é mais confuso de ler), todos completos. Vejam a diferença de lá pra cá...
Leo - Beethoven
04/06/2007, 15:00
Pois é Leo, a hora em que ele começar a quebrar a cabeça com os comandos é que o negócio vai ficar engraçado.:mrgreen::mrgreen:
Bão, esqueci de colocar alguns exemplos de diagramas.
Seguem um de Rural, um de Niva e um de Sidekick (esse é bem mais completo e complexo, destrincha tudo, mas é mais confuso de ler), todos completos. Vejam a diferença de lá pra cá...
Pois é, é dessa parte que eu gosto :mrgreen:
Uma dica que sempre usei é ter sempre a mão o diagrama elétrico do veículo seja ele qual for, mesmo que vc não entenda muito bem do assunto. Um dia vc pode precisar de um eletricista no meio do nada e com o diagrama na mão, se o eletricista for razoável, ele não vai apanhar "tanto" se ele não estiver habituado com o seu veículo.
Outra coisa, com o diagrama na mão, vc poderá incluir adaptações, alterações que fizer....isso ajuda bastante, principalemente no futuro, quando a mémória vai "branqueando", alíás, nunca confie nela....
Abs.
Léo_Babiski
04/06/2007, 16:32
Cavalcante, parabéns por dividir seu conhecimento conosco. Suas palavras estão salvas no PC. :palmas:
ESPANHOL
04/06/2007, 17:14
Muuuito bom..... Nada como consultar quem entende da coisa não é?
Eita!!!!:putz:
Lascou-se!!! Onde fui me enfiar...:mrgreen:
As vezes a ignorância é a melhor sabedoria...:pensativo: :rolleyes:
Bom, novamente uma aula sobre elétrica. Como essa outra aqui, sobre alternadores e baterias::arrow:
http://www.4x4brasil.com.br/forum/showthread.php?t=25205&highlight=isolador
Agora de volta à questão dos fios...
Minha idéia inicial não é refazer TODO o sistema elétrico da Defender. Não tenho tempo, $$ e nem conhecimento no momento para isso. :discordo:
Somente arranquei toda a instalação do som, PY, travas elétricas, vidros elétricos e alarme. Ou seja, fora os pontos de interseção com os antigos acessórios, que tive de voltar ao original, tudo permanece como saiu de fábrica... além do conta-giros.
Tenho alguns acessórios novos que deverão ser instalados para a Expedição de 2008. Por isso, já que ainda estão fora da viatura, sua instalação terá de ser o mais perfeita possível (de acordo com uma provável revisão elétrica "full" no futuro).
Quando resolver desmontar toda a Endurance para restauro e reformas mais "agressivas", refaço o cabeamento original (faróis, solenóide, ar condicionado, etc). Mas aí não pretendo mexer novamente no que será feito agora...:pensativo:
Como pretendo usar 02 baterias, o chicote original ficará ligado na primeira e TODOS os novos acessórios serão ligados em um chicote NOVO na segunda...
Que acham? Tem futuro?:?:
Os acessórios que já tenho em mãos::arrow:
Isolador de baterias Warn
Par de Faróis de milha Dianteiros IPF 900XS
Rádio PY Kenwood TM241
Toca CD MP3 Sony
02 Pares (diant/tras) de Caixas de Som Pioneer 100w
Giroflex (liga no acendedor de cigarros, mas pretendo modificar)
Luz de Leitura de Mapas Hella (liga no acendedor de cigarros)
Os acessórios previstos, mas que ainda não tenho::arrow:
Bateria Extra (92A Moura Inteligente)
Inversor 12v/110V
Par de Faróis de Milha no Teto Hella 500
Par de Faróis de Manejo no Teto Hella 500
Faról de Manejo Traseiro
Compressor Elétrico ARB RCKA
Em dúvida ainda::arrow:
Módulo para som (?)
GPS Garmin 276C (?)
Geladeira Engel (?)
O guincho será substituído por um mecânico. Por enquanto fica. Warn 9500HS
Vou pesquisar os dados deles, para dimensionar corretamente o sistema. O que preciso saber? Potência? Consumo?:?:
Tenho mais algumas considerações a fazer, mas agora preciso sair...:oops:
OBRIGADO Cavalcante!!!:concordo:
Abraços,
Agora, com as cargas demandadas, partimos para o alternador. Ele deve ser capaz de suprir com folga o total das cargas demandadas. Porque com folga? Para que também possa recarregar a(s) bateria(s).
OK! Pelo que já conversamos no outro tópico, meu alternador está subdimensionado. Isso foi uma solução paliativa que achei, devido às limitações de comércio em Boa Vista...:pensativo:
De qualquer jeito, concluímos que os deslocamentos diurnos seriam possíveis, e os noturnos também, com algumas restrições.
Futuramente, um upgrade do alternador será necessário. Mais uma tarefa para a lista.
Conversando esses dias com o pessoal da Clube Land Rover, notei que meu conta-giros está descalibrado. Contiuo usando a polia original, no novo alternador. Pode ser esse o motivo? Com o alternador antigo, eu tinha o mesmo problema... Qual as diferenças de usar uma polia menor / maior em relação à original?:?:
Agora, a(s) bateria(s). Bom, primeiro, vamos definir pra que serve uma bateria. Ela tem de, pela ordem: alimentar o motor de arranque do carro por tempo suficiente para que se dê partida no veículo (carros que têm dificuldade de arranque em clima frio têm de ter baterias mais parrudas); suprir a alimentação de cargas básicas (iluminação de posição – lanternas e pisca-alerta - rádio comunicador, telefone) em situações de emergência por um tempo decente E AUXILIAR o alternador em situações de emergência (uso de guincho ou compressor). Bom, quanto tempo é um tempo decente? Para viaturas que vão se meter em encalacradas como expedições, eu diria coisa de 8 horas. Então pra manter 4 lanternas (40 W) e 4 luzes de posição (84 W) por 8 horas precisamos de uma bateria de pelo menos 90 A.
E o guincho? Bom, pro guincho, bateria é igual dinheiro. Quanto mais melhor! Qualquer Ah que se conseguir a mais são mais uns minutinhos de uso do guincho, justamente o que falta pros 5 centímetros de enrosco que faltam pra sair... Aí o sujeito $decide$ se vai usar uma ou mais baterias.
O compartimento de baterias da Endurance é limitado. No máximo 02 x 92A... além disso, terei muitas "tralhas" elétricas nela... somado às diferenças entre os modelos de guincho...
Decidi trocar pelo mecânico mesmo. Portanto podemos deixar ele de fora. Somente a luz de advertência de guincho ligado, no painel, será instalada... mas o consumo dever ser desprezível, não?:?:
2) Distribuição dos chicotes
Agora, mãos à obra. Pegue uma folha de papel, de preferência grande, e faça um desenho em planta do carro. Desenhe todos os equipamentos do carro e saia fazendo as ligações, de modo a consumir menos cabo e com os chicotes de maneira mais organizada possível. Tem um anexo com um diagrama elétrico de Niva, pra servir de exemplo. Claro que para isso o cara tem de saber como são acionados todos os equipamentos do carro, mas aí são outros 500...
Desse desenho devem sair todos os cabos, conectores e chicotes, e por onde eles passam. É importante também fazer as coisas de modo a facilitar futuras expansões ou alterações (a gente nunca tá satisfeito...)
Rapaz, estudei eletrônica 03 anos na Federal, em SP... há looongos 07 anos atrás. Tenho alguma noção, mas certamente minha capacidade atual para isso é um tanto limitada...:mrgreen:
Bom, de qualquer jeito, para tornar as coisas mais práticas, eu pretendi puxar "instalações" isoladas para cada acessório direto da bateria (facilitando manutenção e isolamento do circuito em caso de necessidade).
Isto é, o PY, o SOM, a geladeira, tudo teria ligações independentes que se uniriam apenas no "borne" da bateria. Isso é correto?:?:
Logo cada fio deveria respeitar as características de cada acessório isoladamente...:pensativo:
Como concordo que os tubos são mais práticos, facilitaria "juntar" os fios que passam no mesmo caminho posteriormente.
3) A prova d’água?
Se houver espaço físico para instalação de todos os comandos dentro do habitáculo, a coisa está resolvida. Eu prefiro instalar tudo no cofre do motor, em área alta, por questão de acesso para manutenção (ficar se contorcendo embaixo de banco pra achar o relé é um saco...).
Na Defender a caixa de fusíveis fica em frente a alavanca de câmbio, no túnel central. Seria possível acrescentar alguns relês lá, mas não muitos... os do faróis está instalado em cima dos paralamas...
Não pretendia mexer nesses agora... por isso talvez uma caixa isolada, exclusiva para os relês dos acessórios, embaixo do banco do carona (junto ao compressor de ar e inversor) seria o ideal... agora, ali entra água esporadicamente.
Quais dos acessórios listados precisam de relês? O fusível posso colocar em qualquer ponto do circuito?:?:
E aí é uma boa a utilização de caixas estanque, com prensa cabos, as caixas com IP55 e os conectores prensa cabos com IP66 (IP é um índice que indica a proteção contra líquidos e sólidos, o primeiro dígito para sólidos e o segundo para líquidos. 5 indica proteção contra poeira e areia sem depósito prejudicial nos sólidos e indica proteção contra jato de água em qualquer direção – mangueira de bombeiro, por exemplo – para os líquidos. 6 é proteção total contra poeira para sólidos e proteção contra projeção de água – vagalhões – para líquidos, normas IEC144 e IEC529). Estou terminando começando a instalação do meu carro e assim que tiver com a caixa montada posto fotos. Para as saídas dos faróis eu também uso conectores prensa cabos na saída dos faróis, pra evitar o efeito aquário ;).
Tem fotos da caixa e dos conectores? Ou pelo menos o tamanho da caixa? :?:
Sobre a prensa dos terminais. Existe alguma ferramente especial para prensá-los? Já ouvi falar em um alicate. Alguma marca / modelo recomendado?:?:
4) Facilidade de reparos
Você percebeu que até aqui tudo foi pensado para facilitar alterações e manutenções. O uso de mangueiras com folga ao invés de enrolar os chicotes com fita isolante (eca) ou braçadeiras, usar conectores em tudo, o que facilita desligar ou substituir algo com defeito, PROIBIR O USO DE FITA ISOLANTE, usar barramentos para distribuição de circuitos, etc, ajudam em muito na hora do enrosco no meio do nada. E não adianta falar que “eu fiz muito bem feito, é impossível falhar”. Isso não existe. Se está funcionando, vai pifar. Pode demorar mais, mas vai pifar. E nessa hora é bom ter tudo claro e bem distribuído, de modo a facilitar a correção do defeito.
Compartilho a impressão sobre fitas isolantes!!!!:palmas:
Que acha de uma outra fita, lisa, que não tem cola? Acho que o nome é autofusão...
O que são barramentos?:?:
Como vou fazer para conectar tudo na bateria?:?:
A idéia é justamente fazer e já comprar algumas peças reservas para a expedição. Quais os pontos que normalmente quebram? Conectores? Fusíveis? Fios?:?:
5) Peças de balcão
Isso é fundamental. Não adianta nada você usar um relé especialmente desenvolvido para uma função e nunca mais encontrá-lo. Ou usar o sistema de ignição da Ferrari sei lá qual. Quando pifar, vai ter que colocar o do fusca no lugar. Mas isso não quer dizer que você não possa “importar” materiais utilizados em instalações elétricas prediais, desde que sejam encontrados com facilidade.
Os faróis de milha IPF já vieram com todo o conjunto de instalação pronto. Botão, chicote, fusível... uso o mesmo?:?:
Não são peças de balcão...:pensativo:
3) Chicotes
O ideal é usar tubos para distribuição dos chicotes. Isso facilita a instalação, e se os tubos tiverem uma boa folga (25%), permite a implementação de novos equipamentos com facilidade. E pra fixar, utilize braçadeiras plásticas. Eu uso braçadeiras em “U”, que permitem soltar os tubos sem uso de ferramentas.
Como são fixadas essas braçadeiras em U?:?:
Tamanhos diferentes para tubos diferentes? Como é feito o acesso ao interior do tubo? Ele é todo cortado transversalmente?:?:
4) Isolador de baterias
Depende de onde forem instaladas as baterias. O ideal é que ele esteja a meio caminho das baterias, ou seja, os cabos dele para cada uma das baterias tenham mais ou menos o mesmo comprimento.
Foi recomendado instalar no cofre do motor. Vi que ele precisa ficar num lugar ventilado, para resfriamento. O próprio corpo dele tem aletas... a idéia era instalado dentro do compartimento das baterias debaixo do banco do motorista.
Mas acho que vou abortar...:pensativo:
Já falamos sobre isso lá em cima. Mas faltou uma coisa importantíssima: a proteção. Fusíveis e disjuntores são para proteção dos CABOS e não das CARGAS. Uma boa causa de incêndio é o sujeito aumentar o tamanho do fusível que cisma em queimar... Para o dimensionamento do fusível um método prático, partindo do pressuposto de que o cabo está corretamente dimensionado, é escolher o fusível comercial imediatamente acima do valor da carga, mais 20%. Por exemplo, a carga é de 9 A e o cabo é de 1,0 mm². Somados 20%, vai para 10,8 A. O fusível comercial disponível é de 15 A. Este é o fusível. Opa! Mas tínhamos definido lá em cima que só usaríamos cabos de 1,0 mm² para correntes de até 10 A. Só que o fusível vai ter de ser de 15 A, então vamos ter de subir a bitola do cabo para 1,5 mm². Pegou?
O melhor modelo de fusível para carros seria aqueles plásticos mesmo?:?:
Outras opções?:?:
Por hoje é só.
:palmas: :palmas: :palmas:
Mestre, mais uma vez, OBRIGADO.
Abraços,
Bão, esqueci de colocar alguns exemplos de diagramas.
Seguem um de Rural, um de Niva e um de Sidekick (esse é bem mais completo e complexo, destrincha tudo, mas é mais confuso de ler), todos completos. Vejam a diferença de lá pra cá...
Eita!!!
Santa evolução... isso se deve à injeção eletrônica?:?:
Num carro diesel as coisas devem ser mais simples... somente o fio da bomba injetora, certo?:?:
Abs,
Pois é, é dessa parte que eu gosto :mrgreen:
Uma dica que sempre usei é ter sempre a mão o diagrama elétrico do veículo seja ele qual for, mesmo que vc não entenda muito bem do assunto. Um dia vc pode precisar de um eletricista no meio do nada e com o diagrama na mão, se o eletricista for razoável, ele não vai apanhar "tanto" se ele não estiver habituado com o seu veículo.
Outra coisa, com o diagrama na mão, vc poderá incluir adaptações, alterações que fizer....isso ajuda bastante, principalemente no futuro, quando a mémória vai "branqueando", alíás, nunca confie nela....
Abs.
Leo,
Já que você gosta dessa parte... que tal fazer a de uma tal 110 por aí? Por diversão...:mrgreen:
Vou tentar o diagrama elétrico da Defender 200tdi. Se conseguir, posto aqui.
A idéia é aprender o básico, e entender pelo menos 90% das instalações do meu carro, logo não precisar mais de eletricista...:shock:
O trampo mais pesado, como refazer a instalação toda daqui uns 10 anos (após restauro minucioso da viatura), posso deixar numa tal oficina especializada em elétrica que ouvi dizer alguém estar montando...:idea:
Mas não digo quem é!!:mrgreen:
Abraço,
Leo - Beethoven
05/06/2007, 11:01
Leo,
Já que você gosta dessa parte... que tal fazer a de uma tal 110 por aí? Por diversão...:mrgreen:
Vou tentar o diagrama elétrico da Defender 200tdi. Se conseguir, posto aqui.
A idéia é aprender o básico, e entender pelo menos 90% das instalações do meu carro, logo não precisar mais de eletricista...:shock:
O trampo mais pesado, como refazer a instalação toda daqui uns 10 anos (após restauro minucioso da viatura), posso deixar numa tal oficina especializada em elétrica que ouvi dizer alguém estar montando...:idea:
Mas não digo quem é!!:mrgreen:
Abraço,
Será que a turma das Lands, ninguém lhe comsegue o diagrama original da 110 ? Com certeza alguém tem.
Se não conseguir me avisa, tenho uns contatos na Karman Ghia em SBC onde eram montadas as Lands no Brasil....mas guardemos esse cartucho pra uma "bomba" maior...sacou ? Assim não queimamos cartuchos, sacou ?
Não sei se é o caso da Land, mas em muitas montadoras, apesar do veículo ser da mesma linha, os chicotes mudam bastante....
Esses dias mesmo, estava levantando um chicote na minha XJ pois estou instalando um console de teto com o computador de bordo herdado de uma ZJ capotada.....felizmente, tenho os dois diagramas na mão pra comparar....é um belo emaranhado de fios coloridos e listrados....as ligações são as mesmas nos dois modelos, mas a codificação dos chicotes (cores) tem umas diferenças que podem fazer vc torrar a coisa toda.....
...mas eu gosto disso mesmo, a parte complicada da coisa....alternadores, motores de arranque, até faço, mas odeio....hehehe....gosto mais dos desafios....
Até se precisar refazer algum diagrama, sem problemas, faço na boa.
Qualquer coisa, dá um toque.
Abs.
Será que a turma das Lands, ninguém lhe comsegue o diagrama original da 110 ? Com certeza alguém tem.
Se não conseguir me avisa, tenho uns contatos na Karman Ghia em SBC onde eram montadas as Lands no Brasil....mas guardemos esse cartucho pra uma "bomba" maior...sacou ? Assim não queimamos cartuchos, sacou ?
Não sei se é o caso da Land, mas em muitas montadoras, apesar do veículo ser da mesma linha, os chicotes mudam bastante....
Esses dias mesmo, estava levantando um chicote na minha XJ pois estou instalando um console de teto com o computador de bordo herdado de uma ZJ capotada.....felizmente, tenho os dois diagramas na mão pra comparar....é um belo emaranhado de fios coloridos e listrados....as ligações são as mesmas nos dois modelos, mas a codificação dos chicotes (cores) tem umas diferenças que podem fazer vc torrar a coisa toda.....
...mas eu gosto disso mesmo, a parte complicada da coisa....alternadores, motores de arranque, até faço, mas odeio....hehehe....gosto mais dos desafios....
Até se precisar refazer algum diagrama, sem problemas, faço na boa.
Qualquer coisa, dá um toque.
Abs.
Leo,
Consegui o diagrama elétrico da Defender. Você está certo. Muda conforme o ano, assim como outros detalhes...:pensativo:
E infelizmente tenho apenas o referente aos modelos 300tdi. A Endurance é mais antiga... 200tdi. Não serve.:parede:
De qualquer jeito, seguimos em frente. Estou organizando os dados técnicos dos acessórios, posto em breve.:concordo:
Em pesquisa (na Quatro Rodas, acredite...) vi um tal de conector ISO para o chicote do rádio (som). Tem mais informações sobre ele?:?:
Abs,
Aí vai uma tabela p/ dimensionamento dos cabos. Me ajudou muito qdo refiz o chicote da minha f-100.
Ah, esqueci... Loras, não use essa fita AUTO FUSÃO nos chicotes, pois depois de colocada ela se vulcaniza e não solta nem a pau, coloquei no chicote da minha moto p/ proteger da água e 1 semana depois quebrou o fio da lanterna no chicote e levei o dia inteiro e alguns cortes nos deods p/ desfazer a "capa" formada pela fita.
Leo - Beethoven
09/06/2007, 01:33
Loras, com certeza o Cavalcante tem isso de cabeça...hehehe....
Quanto aos diagramas, tinha quase certeza que ia ser isso mesmo....normalmente toda montadora muda o chicote de modelo pra modelo, e as vezes de versão pra versão....é dose....mas não é nada que não possa ser conseguido....
Quanto a fazer os chicotes, essa fita de auto fusão que o Cursino se refere é pra instalçaões definitivas....e no carro isso nem sempre é definitivo.....Pra unir os fios (agrupá-los) eu curto usar um aspiral plástico....herdei isso das experiência com painéis elétricos indústriais....esses aspirais vc compra em lojas de material elétrico....aguentam boa temperatura, apertam bem os cabos e é fácil desfazer para incluir ou modificar o cabeamento no futuro.....e fica bonito....existem nas cores preta ou branca.....
Essa é a dica de hoje.
Abs.
Cursino & Leo,
TkS!!! Fita de autofusão abortada...:concordo:
Segunda-feira vou à loja de materiais elétricos aqui em Boa Vista. Vamos ver o que acho por lá... posto as fotos.:idea:
Abs,
Cavalcante
10/06/2007, 18:42
Loras, tô meio aperreado aqui, mas amanhã a noite eu respondo as perguntas.
[]s
Realmente esse plástico aspiral foi a melhor coisa que inventaram, uso-o em "larga escala" nas centrais de iluminação de emergencia e de alarme contra incêndio que montamos em nossas obras.
Só foi difícil "botar" na cabeça da peãozada como se usa, mas depois foi só alegria...
[]'s
Flavio Miranda
25/06/2007, 00:37
All,
Não tinha me ligado neste tópico e abri outro específico sobre instalação de botões para controle do guincho : http://www.4x4brasil.com.br/forum/showthread.php?p=416554&posted=1#post416554
Quem puder ajudar, agradeço !:concordo:
[ ] s
Cavalcante
20/07/2007, 00:11
Retomando a história, depois (ou durante) um longo e (nem tão) tenebroso inverno :wink:
Minha idéia inicial não é refazer TODO o sistema elétrico da Defender. Não tenho tempo, $$ e nem conhecimento no momento para isso. :discordo:
Somente arranquei toda a instalação do som, PY, travas elétricas, vidros elétricos e alarme. Ou seja, fora os pontos de interseção com os antigos acessórios, que tive de voltar ao original, tudo permanece como saiu de fábrica... além do conta-giros.
Tenho alguns acessórios novos que deverão ser instalados para a Expedição de 2008. Por isso, já que ainda estão fora da viatura, sua instalação terá de ser o mais perfeita possível (de acordo com uma provável revisão elétrica "full" no futuro).
Quando resolver desmontar toda a Endurance para restauro e reformas mais "agressivas", refaço o cabeamento original (faróis, solenóide, ar condicionado, etc). Mas aí não pretendo mexer novamente no que será feito agora...:pensativo:
Como pretendo usar 02 baterias, o chicote original ficará ligado na primeira e TODOS os novos acessórios serão ligados em um chicote NOVO na segunda...
Que acham? Tem futuro?:?:
Sua viatura é relativamente nova, tem “só” 14 anos, e “só” uns 100.000 km rodados (depois da segunda virada do odômetro, mas tudo bem, hehe). Ops, foi mal, 62.000 milhas... Então a instalação original deve estar em razoável estado, of course, como eles dizem lá.
Os acessórios que já tenho em mãos::arrow:
Isolador de baterias Warn
Par de Faróis de milha Dianteiros IPF 900XS
Rádio PY Kenwood TM241
Toca CD MP3 Sony
02 Pares (diant/tras) de Caixas de Som Pioneer 100w
Giroflex (liga no acendedor de cigarros, mas pretendo modificar)
Luz de Leitura de Mapas Hella (liga no acendedor de cigarros)
Os acessórios previstos, mas que ainda não tenho::arrow:
Bateria Extra (92A Moura Inteligente)
Inversor 12v/110V
Par de Faróis de Milha no Teto Hella 500
Par de Faróis de Manejo no Teto Hella 500
Faról de Manejo Traseiro
Compressor Elétrico ARB RCKA
Em dúvida ainda::arrow:
Módulo para som (?)
GPS Garmin 276C (?)
Geladeira Engel (?)
O guincho será substituído por um mecânico. Por enquanto fica. Warn 9500HS
Vou pesquisar os dados deles, para dimensionar corretamente o sistema. O que preciso saber? Potência? Consumo?:?:
Como o guincho será substituído por um mecânico, é uma dor de cabeça a menos. Parece a gente quando estava no curso técnico. O projeto de formatura era um prédio de apartamentos, 4 por andar. Dividimos as tarefas e chutamos as cargas. Um dimensionou a entrada do prédio, em função das cargas chutadas. Lá pelas tantas os outros percebemos que o chute tinha sido pra menos. Depois de rápida discussão, por unanimidade mudamos o aquecimento para gás e a carga bateu na hora.
Pro dimensionamento dos circuitos, siga os passos do tópico lá das baterias, e boa.
Tirando os faróis, o inversor, a geladeira, compressor e o possível módulo, o resto é tranqueira, não perca tempo com contas pra isso. Divida em circuitos só pra não perder tudo de uma vez no caso de queima de um só fusível, e admita 10 A pra cada um dos circuitos que dá, sobra e esbanja.
Se você não souber a corrente consumida por um equipamento, que é o que realmente importa na hora de dimensionar o alimentador, vai precisar conhecer um pouco do funcionamento do equipamento e sua potência de saída (elétrica ou mecânica, dependendo do equipamento) para poder estimar seu consumo. É meio raro não se ter a potência ou corrente consumida por um equipamento, normalmente isso está descrito no corpo dele, para equipamentos de consumo relevante. Se for potência, divida pela tensão de alimentação para ter a corrente.
Cavalcante
20/07/2007, 01:11
Bom, de qualquer jeito, para tornar as coisas mais práticas, eu pretendi puxar "instalações" isoladas para cada acessório direto da bateria (facilitando manutenção e isolamento do circuito em caso de necessidade).
Isto é, o PY, o SOM, a geladeira, tudo teria ligações independentes que se uniriam apenas no "borne" da bateria. Isso é correto?:?:
Não é não. :discordo: Imagina aí 10 circuitos, tudo se embolando num conector só preso ao terminal da bateria. É um balaio de gato, elétrica e literalmente falando.
O certo seria sair com um ou mais alimentadores mais parrudos para uma caixa de fusíveis e aí sim, saem os circuitos, protegidinhos, cada um pro seu canto.
Não pretendia mexer nesses agora... por isso talvez uma caixa isolada, exclusiva para os relês dos acessórios, embaixo do banco do carona (junto ao compressor de ar e inversor) seria o ideal... agora, ali entra água esporadicamente.
Quais dos acessórios listados precisam de relês? O fusível posso colocar em qualquer ponto do circuito?:?:
Tem fotos da caixa e dos conectores? Ou pelo menos o tamanho da caixa? :?:
Regra prática para determinar se algo precisa ou não de um relé: a corrente passa de 10 A e o acionamento é por chave, tecla, etc? Põe relé. O acionador irá durar uma eternidade. É muito melhor colocar um relé a mais pra um monte de lanternas (lanterna mesmo, não farol. tem nego que liga um monte de luzinha amarrada no circuito da lanterna, quando vai ver tem bem uns 10 kVA de iluminação pendurado numa chavinha que foi projetada pra acender 4 lâmpadas de 10 W...) do que ter de trocar um jogo de chave de seta que custa sei lá quantos reais por causa de uma que não funciona mais, ou fazer a gambiarra de colocar uma chavinha no lugar da função que foi pro vinagre.
Como eu disse antes, fusíveis protegem os cabos. Imagine agora a seguinte situação: um cabo saindo da bateria, passa por todo o carro, pra ligar um módulo de som no porta-malas, com o fusível lá no porta-malas. Por algum motivo, há uma falha de isolação no meio do caminho, fazendo com que o condutor entre em contato com a lataria, o famoso curto-circuito. A corrente sobe, circulando da bateria para a lataria e de volta à bateria, por meio do cabo. Como o fusível está após o ponto de falha, essa corrente não passará por ele, e ele não interrompe o circuito. Mesmo que o fusível queimasse, não ia adiantar necas, porque como ele está depois do curto, este vai continuar existindo e o que diabos você está fazendo aí lendo que ainda não foi pegar o extintor????
Por outro lado, se o fusível estiver entre a fonte (bateria) e o cabo, do lado da fonte, acontecendo o curto a corrente obrigatoriamente circula pelo fusível, que queima, interrompendo a circulação de corrente pelo cabo e encerrando a história.
Quanto à caixa, foto anexa de uma, aberta. Tem em vários tamanhos e de vários fabricantes. A Steck é uma delas. Essa da foto tem IP65. Só entra água por submersão.
Sobre a prensa dos terminais. Existe alguma ferramente especial para prensá-los? Já ouvi falar em um alicate. Alguma marca / modelo recomendado?:?:
O alicate vai variar com o terminal e com a gama de bitolas de cabos que se quer usar. Pra quem vai fazer uma instalação só, não compensa ficar comprando 10 tipos diferentes de alicates, só pra dizer que tem. São ferramentas não muito baratas. O terminal mais usado em carros é o do tipo "fast-on", a famosa linguetinha. Esse terminal tem 3 tamanhos, de 0,5 a 1,0 mm², de 1,5 a 2,5 mm² e de 4,0 a 6,0 mm², esse último difícil de se encontrar. O alicate que prensa esses terminais, nessas bitolas, é o da segunda foto anexa. Custa em torno de R$ 70,00 aqui pela Santa Ifigênia.
Compartilho a impressão sobre fitas isolantes!!!!:palmas:
Que acha de uma outra fita, lisa, que não tem cola? Acho que o nome é autofusão...
A fita auto-fusão é uma fita com maior capacidade de isolação, o que não é o caso em carros, onde a tensão é baixa, e ela realmente se funde, como o próprio nome diz. Problema: é uma fita para isolação primária, ou seja, deve receber uma cobertura de outro material isolante.
O que eu faço é simples. NÃO USO FITA ISOLANTE, logo, não faço emendas. Exceção à amarração da ponta ou derivações de tubos corrugados abertos (aquele pretinho com rasgo de ponta a ponta, da primeira foto), e quando é uma gambiarrinha de última hora, que ninguém é de ferro. Não tem nada pior que mecher numa instalação com aquela cola grudando nos dedos, procurar o cabo amarelo que já virou preto, ou ter de desenrolar 65 m de fita num chicote de 50 cm.
O que são barramentos?:?:
Barramentos são...
...
...
barramentos:mrgreen::mrgreen::mrgreen:
Um barramento elétrico é uma barra de cobre com conexões, normalmente parafusadas, para vários condutores terminais e um ou mais alimentador(es). As dimensões da barra (largura e espessura) variam em função da corrente suportada e do comprimento da barra. A terceira foto tem mais uma caixa, agora maior, com dois barramentos.
Como vou fazer para conectar tudo na bateria?:?:
Que tal usar um barramento?:mrgreen::mrgreen::mrgreen::mrgreen:
A idéia é justamente fazer e já comprar algumas peças reservas para a expedição. Quais os pontos que normalmente quebram? Conectores? Fusíveis? Fios?:?:
Componentes de desgaste, tipo relés, e componentes de prevenção à cagada, tipo fusíveis, são vítimas fatais. Conectores (na verdade os terminais - miolo do conector - porque os conectores - capa - são reaproveitáveis) é sempre bom ter alguma coisinha.
Os faróis de milha IPF já vieram com todo o conjunto de instalação pronto. Botão, chicote, fusível... uso o mesmo?:?:
Não são peças de balcão...:pensativo:
Você manda. Não são peças de balcão mas de diferente disso é mais estética, a funcionalidade é a mesma, então são facilmente substituíveis.
Quanto às braçadeiras, podem ser parafusadas, coladas, arrebitadas... Aparecem na primeira foto.
Continua...
Leo - Beethoven
20/07/2007, 07:47
Cavalcante, agora eu sei por tava distante desse tópico...tava elaborando este dossiê...
Muito bom !!! :palmas::concordo:
Abs
Cavalcante
20/07/2007, 09:58
Cavalcante, agora eu sei por tava distante desse tópico...tava elaborando este dossiê...
Muito bom !!! :palmas::concordo:
Abs
Leo, eu tava era trabalhando feito doido... Mal dava tempo pra ir no banheiro.
Cavalcante
20/07/2007, 10:39
Aí vai uma tabela p/ dimensionamento dos cabos. Me ajudou muito qdo refiz o chicote da minha f-100.
Ah, esqueci... Loras, não use essa fita AUTO FUSÃO nos chicotes, pois depois de colocada ela se vulcaniza e não solta nem a pau, coloquei no chicote da minha moto p/ proteger da água e 1 semana depois quebrou o fio da lanterna no chicote e levei o dia inteiro e alguns cortes nos deods p/ desfazer a "capa" formada pela fita.
Cursino, cuidado com tabelas para capacidade de condução de corrente. Sua tabela não cita qual o tipo da isolação do cabo, se PVC, EPR ou XLPE, nem para qual temperatura ambiente ou maneira de instalar são as correntes. As tabelas que estou anexando mostram, pela ordem, as capacidades de condução de corrente para cabos com isolação em PVC, depois para cabos com isolação em EPR ou XLPE, e depois os fatores de correção para temperatura ambiente, que devem ser multiplicados pela corrente obtida das tabelas.
Essas tabelas são para instalações elétricas prediais, e a coluna que mais se aplica a carros é a coluna A, 2 condutores carregados. Para motos e gaiolas, onde os cabos são instalados bem dizer ao ar livre, pode-se usar a coluna C, 2 condutores carregados.
O principal cuidado é mesmo quanto à temperatura ambiente, principalmente dentro do cofre, onde se tem fácil, fácil, coisa de 60 a 70 ºC. Isso já limita o uso de cabos em PVC, prefira os em EPR ou XLPE, que têm maior temperatura ambiente de operação.
Para instalações elétricas prediais em corrente alternada, o buraco é bem mais embaixo. Os circuitos são longos e a queda de tensão é relevamente. O tipo de carga, se reativa ou resistiva, se motor, etc, também influencia. A maneira de instalar (eletroduto, calha, embutido ou aparente ou enterrado, etc.) e o número de circuitos no duto também influenciam, e quando você vai ver no final um cabo de 2,5 mm² vira um de 16 mm² fácil fácil.
Cavalcante
20/07/2007, 10:59
Pra instalações fixas realmente o tubo espiral é o que há. Dá um aspecto decente à instalação. http://www.dutoplast.com.br/2003/prods/spiraduto/index.shtml
Mas pra carros não acho uma boa. Já usei por um tempo, mas depois desisti, porque quando tinha de tirar ou por um cabo tinha de desfazer todo o chicote, e se estiver passando em um lugar apertado, não é fácil desenrolar e enrolar o duto de novo. Outro problema é que como é muito aberto, os cabos ficam sujos e depois pra encontrar o cabo amarelo rosado no meio daquilo é uma desgraça. Agora uso aqueles tubos corrugados com um corte longitudinal, o que facilita tirar e por cabos.
Cava:
voltando ao assunto baterias, muito se fala sobre aditivos e outros produtos que se coloca na bateria para , teoricamente, aumentar sua vida útil e outras promessas de desempenho e conservação das mesmas.
isso procede? ou é mais um engodo para pegar trouxas?
lembrando que minha bateria nao é selada e invariavelmente tenho que verificar o nivel da água, pra nao tomar um fumo $$$, pois bateria de 200 A é cara pra carai.
abrass
Leo - Beethoven
20/07/2007, 16:54
voltando ao assunto baterias, muito se fala sobre aditivos e outros produtos que se coloca na bateria para , teoricamente, aumentar sua vida útil e outras promessas de desempenho e conservação das mesmas.
isso procede? ou é mais um engodo para pegar trouxas?
lembrando que minha bateria nao é selada e invariavelmente tenho que verificar o nivel da água, pra nao tomar um fumo $$$, pois bateria de 200 A é cara pra carai.
Há quem vai discordar de mim, mas acho esses aditivos de bateria uma porcaria....
As baterias usam uma solução ácida que deve ter a concentração correta (mistura de água destilada + ácido)...com o tempo a solução vai evaporando baixando o nível aí vc completa com água dest., certo ? Errado....como vai saber se precisa de água ou ácido, digo, se a concetração está correta ?
Há quem diga que o certo é completar com a "solução pronta" de bateria que já é a mistura pronta....mas ninguém lembra que o ácido evapora de uma forma diferente da água destilada....logo com o tempo a solução da bateria pode qualquer concetração.
Pra fazer a coisa certa e prolongar a vida útil de baterias assim, o certo é ter em mãos um densímetro (correto para baterias)....com ele é possível saber a densidade da solução da bateria (por célula inclusive) e completar com água ou ácido na medida exata.
Um densímetro desses, custa uma merreca.....tem pra vender em lojas de ferramentas específicas para mecânicos....e se bobear até no mercado livre.
Abs.
Cavalcante,
Vou tentar resumir o que aprendi até agora, se notar algum erro, por favor me corrija!!!:!:
O plano é o seguinte::arrow:
1- Dimensionamento correto dos cabos ok!! Somente precisa ter relé o que consumir mais de 10A. Alguns acessórios podem ter o consumo desprezado.
2- Melhor posição para o isolador: dentro do próprio compartimento de baterias. Seguirei as orientações de ligação do próprio manual da Warn.
3- Bateria principal: chicote original do veículo. Não será necessário modificar nada. Terminais de bateria prensados.
O eletricista me disse para apenas pontear a solda, evitando isolamente por oxidação na conexão futuramente. Isso é bom?
4- Instalação do inversor - é recomendado direto na bateria. Certo?
5- Preciso comprar uma caixa de fusíveis e um sistema de barramento. Algum site na internet para compras on line?
A caixa de fusível deve ficar o mais próximo possível do positivo da bateria. Dela sai o positivo para o barramento, certo?
6- Sobre as chaves gerais... tenho duas instaladas, que podem ser remanejadas após a remoção do guincho elétrico. Onde recomenda sua instalação?
7- Sobre o alicate. Queria "padronizar" os terminais, justamente para comprar apenas um tipo de ferramenta. Facilitaria inúmeros fatores...
Essa linguetinha que se refere, é aquela positivo-negativo que vem dentro de uma peça plástica rígida?
Nas caixas de som que comprei, vieram conectores linguetinhas, mas envolvidos com um tipo de silicone maleável. Achei mais interessante e talvez mais resistente a água e poeira. Vou ver se tiro fotos dele!!!
8- Jogarei fora a fita isolante. OK.
Abaixo fotos de como estava a parte elétrica, embaixo do console central...:mrgreen:
Abs,
Vinicius Bucco Rossot
26/07/2007, 20:32
Caros,
Trabalho no depto de Engª com desenvolvimento de chicotes e componentes elétricos e eletrônicos de uma multinacional de máquinas agrícolas aqui em CWB. A aplicação destas máquinas no campo servem como base, no aspecto elétrico, para nossos 4x4.
Além daquilo que nosso amigo Cavalvante já explicou nos posts anteriores, gostaria de incluir outros tópicos a serem levados em consideração:
1- Conectores e Terminais: Em locais aonde a exposição à poeira, barro e água, como componentes do motor, lanternas, faróis, faróis auxiliares e também nos jipes abertos como CJ por exemplo onde a lavagem também afeta a parte interior, é interessante utilizar conectores (macho e femea) selados e com trava. Explico: Conector selado possui pequenas borrachas de vedação nos teminais e na conexão com a contra-peça, onde evita a entrada da sujeira e água. Sei que estes conectores não se encontram muito fácil, mas para quem tem acesso seria o ideal. Para quem não conhece, em qualquer carro com injeção eletronica pode-se observar o uso destes conectores. Quando falo em conectores pode ser de 1,2,3,4 e muitas outras vias (alojamento de cabos). Utilizem sempre terminais estanhados, pois terminais de latão, oxidam facilmente e causam maus contatos.
2- Proteção e acabamento do chicote: Nos pontos críticos da instalação, como citado acima, e em locais aonde o chicote está sujeito a movimentação (portas por exemplo), é aconselhável a utilização de tubo corrugado aberto. Assim, a instalação fica apresentável e bem protegida. Quanto ao emprego da fita isolante, ela pode servir bem como acabamento, unindo os tubos corrugados num ponto de derivação de ramais do chicote e ainda como proteção do chicote em lugares menos vulneráveis da instalação.
3- Emprego de termoretrátil: Pontos da instalação que utilizam somente um terminal sem isolador, como no alternador, motor de partida e pontos de aterramento, pode-se empregar luva termoretrátil, aquela que encolhe com o calor e isola o terminal, deixando à mostra apenas a área de conexão do terminal, geralmente é empregado em terminais olhais.
Bom, não prometo para logo, mas vou postar fotos para ilustrar estes ítens e outros de nosso interesse.
Se tiverem dúvidas, perguntem pois escrevi o texto baseado na minha linguagem do dia-a-dia, assim pode ser que não fique claro para todos.
Vinicius
Mazaropi-RJ
18/08/2007, 11:32
Olá galera... Quero dar menos margem possivel para o eletricista fazer kaka no meu Kutruco, tanto tempo no estaleiro e só faltava a parte eletrica dar problema. Alguém tem algum chicote em mente facil de achar no mercado que se dapte ao CJ5 com motor injetado ?
Vlw...
dalmo cruz torres
24/10/2007, 15:23
Cavalcante, eu estou findando a reforma da minha F-75 diesel. Eu tirei toda a fiação dela, afinal tinha mais de 40 anos de gambiarra(ela é de 1964). Agora vou fazer um novo chicote, procurei pronto, mas os que eu ví não me inspiraram nenhuma confiança. Eu queria inicialmente fazer a mesma coisa que o Loras, soldar todas as conexões, mas ví que isso não é o mais interessante. Será que v/c pode me dar umas idéias?
Na minha camionete o alternador é de 90 AMP , a bateria de 70. Não consegui colocar a baretia no cofre do motor, tive que colocá-la fixada a uma das longarinas do chassis, logo atrás da cabine. Queria usar um par de faróis mais fortes que os originais, um par de milha. na traseira um guincho elétrico e as luzes normais. Dentro dela, o painel original, alguns "relógios" para acompanhar o funcionamento do motor( pressão do óleo, pressão da turbina, temperatura da água do radiador, contagiros). uma luz para a cabine, um GPS e um sonzinho leve. Sobre o locar para colocar os relés, fusiveis, etc, atras da coluna da porta das F-75 tem um bom espaço para colocar isso, dos dois lados, então acho que alí seria um bom lugar para isso, que v/c acha?
:parede:Bom dia amigos.
estou com meu jeep cherokee parado, necessito com urgencia do diagrama elétrico; jeep cherokee grand limited, 97,V8 5.2.
fico muito agradecida a quem puder me ajudar. :parede:
paulobarbosa
29/06/2009, 00:45
Revivendo o tópico.
Excelente tópico sobre instalação elétrica.
Mas só uma perguntinha a mais.
Existe um (ou vários) padrão (ões) de cores para a fiação dos carros ? Alguem teria algum disponivel ?
PB
Reativando o tópico...
Alguém tem um esquema de partida por botão, sem ter que utilizar as chaves?
Abraços,
Dirceu
Dirceu,
No Gurgel que tive, a instalação foi bem simples.
Basta identificar na traseira do comutador quais os terminais que liberam 12V para bobina e quais liberam 12V para o motor de partida.
Eu instalei uma chave de caça para fechar os contatos da bobina.
E instalei um botão da Marília para fechar o contato do motor de partida.
Como uma ligação direta.
No Opala pretendo fazer da mesma forma.
Tem alguns botões bacanas no mercado!
Se não tiver comutador instalado, faça a instalação do mesmo jeito (relê para motor de partida, relê para bobina) e instale apenas os botões.
A propósito, depois da aula no tópico, nunca mais comprei fita isolante. Uso a fita própria para chicote e conduíte.
Ainda tenho o mesmo rolo da 3M daquela época... hehehehe
O que ainda sinto falta no mercado são opções de barramento, conectores selados, etc.
Abraço,
Loras,
Desta forma, para desligar o carro é só desligar a chave caça, certo?
Abraços,
Dirceu
Supercharger
23/07/2011, 11:02
Isso aí velhinho. "Cortou" a bobina, acabou a faísca. :concordo:
Se pegar o diagrama de ligação da chave combinada de qualquer carro, vai ver isso bem bacana. Na posição ON a bobina tá ligada e o arranque não. na posição START aciona também o arranque, mas como tem uma mola, volta para a posição ON. Aí quando desliga o carro passando para OFF cortou a bobina. Em carros que tem a posição ACC, você vê claramente que os acessórios são alimentados, mas a bobina não.
:concordo:
Exato!
Melhor ainda se instalar o trio:
chave geral + chave bobina + botão start.
Só tome cuidado, pois dependendo da instalação, manter apenas a bobina ligada com motor desligado, pode queimá-la!
Um eletricista me disse que depende do tipo de instalação elétrica feita entre distibuidor / acc e bobina.
Abraço,
Camilo JR
03/04/2013, 08:29
O certo seria sair com um ou mais alimentadores mais parrudos para uma caixa de fusíveis e aí sim, saem os circuitos, protegidinhos, cada um pro seu canto.
Olhei um bocado na internet e nao achei uma caixa de fusiveis que tenha uma entrada pra um cabo positivo da bateria, e a saida em cada fusivel p levar energia adiante..... normalmente as cxs sao com, por exemplo, 8 pinos na direita e 8 na esquerda, e dentro lugar pra 8 fusiveis .... sendo assim, teria de qualquer forma ligar os 8 cabos no cabo que puxei da bateria, na verdade eu só estaria mandando o balaio de bato pra longe da bateria... é isso mesmo ? ou existe alguma forma de chegar um cabo só, trazendo energia no positivo da bateria, num lado da caixa de fusiveis, e no outro sair os 8 cabos já protegidos pelos fusiveis ...
abraço
Camilo JR
03/04/2013, 08:31
uma imagem pra exemplificar ..
404161
maxrabelo
21/01/2014, 12:13
Seguinte e/ou reativando o topico!
Otimas idéias Loras e Cavalcante, e consequentemente surgiram duvidas:
Pretendo em breve refazer toda elétrica da Land, seguindo este esquema de caixa hermetica, e agrupando todos reles dentro da mesma.
É possivel fazer alguma conexao tipo T nas mangueiras pelas quais correm os fios?
Se em determinado momento do circuito um ou mais fios precisarem "sair" da mangueira, para conectar com o dispositivo final, como uma lanterna, como isso é feito sem emendas?
existe algum barramento apropriado para uso automotivo? os barramentos para uso residencial que encontrei deixam os terminais muito expostos, muito sucetiveis a um curto circuito caso no momento de trabalhar com alguma coisa dentro da caixa encostar por descuido, sei lá...
Obrigado, e parabéns pelas dicas, ja estão todas anotadas, rsrs
Max
Perambulante
20/12/2020, 23:47
Acompanhando pelo conhecimento e generosidade do companheiro. Valeu
Cavalcante QAP. Algum QTH no seu QRU?
Vamo lá...
Primeiro as "considerações iniciais", como você apropriadamente diz.
1) Dimensionamento
Vou usar aqui exatamente os mesmos conceitos que se usam em instalações elétricas prediais, sejam residenciais, comerciais ou industriais. Não tem muita mágica não, instalação elétrica é sempre instalação elétrica.
São quatro componentes básicos de uma instalação elétrica embarcada: alternador, bateria(s), cargas e cabeamento/manobra.
Pra podermos dimensionar isso, temos de partir das cargas, atuais e futuras, prevendo uma certa sobrevida ao trabalho. Uma bela tabela com equipamentos e potências (ou correntes consumidas por eles) é fundamental. Equipamentos de uso esporádico (guinchos e compressores, por exemplo) têm de estar de fora disso, senão não há cabo ou alternador que comporte sua instalação.
O total das cargas agora deve ser demandada, ou seja, temos que aplicar um fator sobre essa soma, coerente com a real utilização dos equipamentos, afinal não usamos tudo de uma vez. Esse fator vai depender do uso da viatura e do tipo das cargas instaladas (faróis de milha são usados mais raramente, mas geladeiras são usadas por todo o tempo), e só o dono dela vai poder orientar o projetista sobre qual fator utilizar. Pode-se fazer isso de modo subjetivo ou criar uma metodologia pra isso.
Agora, com as cargas demandadas, partimos para o alternador. Ele deve ser capaz de suprir com folga o total das cargas demandadas. Porque com folga? Para que também possa recarregar a(s) bateria(s).
Agora, a(s) bateria(s). Bom, primeiro, vamos definir pra que serve uma bateria. Ela tem de, pela ordem: alimentar o motor de arranque do carro por tempo suficiente para que se dê partida no veículo (carros que têm dificuldade de arranque em clima frio têm de ter baterias mais parrudas); suprir a alimentação de cargas básicas (iluminação de posição – lanternas e pisca-alerta - rádio comunicador, telefone) em situações de emergência por um tempo decente E AUXILIAR o alternador em situações de emergência (uso de guincho ou compressor). Bom, quanto tempo é um tempo decente? Para viaturas que vão se meter em encalacradas como expedições, eu diria coisa de 8 horas. Então pra manter 4 lanternas (40 W) e 4 luzes de posição (84 W) por 8 horas precisamos de uma bateria de pelo menos 90 A.
E o guincho? Bom, pro guincho, bateria é igual dinheiro. Quanto mais melhor! Qualquer Ah que se conseguir a mais são mais uns minutinhos de uso do guincho, justamente o que falta pros 5 centímetros de enrosco que faltam pra sair... Aí o sujeito $decide$ se vai usar uma ou mais baterias.
2) Distribuição dos chicotes
Bom, agora que já temos as cargas, dimensionamos o alternador e a(s) bateria(s), chega a hora dos cabos e componentes de manobra.
Primeiro, alguma coisa sobre a bitola dos cabos: um cabo deve ser dimensionado em função da corrente que passa por ele. A corrente máxima suportada varia em função, principalmente, da temperatura. Existem outros fatores, mas como em um carro os circuitos são muito curtos e em corrente contínua, esses fatores podem ser desprezados. Vou adotar como temperatura de operação 100ºC. É um valor muito alto mas, como estamos fazendo a instalação de 1 só carro, e não de uma série, o aumento no custo total não vai fazer muita diferença. Pra dimensionar as bitolas dos cabos, de uma maneira que facilite a compra dos materiais (ninguém vai querer ficar comprando 3 metros de 60 cabos diferentes, né?), podemos dividir os circuitos em grupos, em função da corrente máxima, algo do tipo: desprezível (circuitos de comando), até 5 A, de 5 a 10 A, de 10 a 15 A, de 15 a 25 A. Para facilitar a conectorização, vamos adotar que o menor cabo utilizado será de 0,75 mm² (cabos finos são mais chatos de conectar). Uma boa distribuição seria então 0,75 mm² para os circuitos de comando, 1,00 mm² para os até 5 A, 1,5 mm² para os de 5 a 10 A, 2,5 mm² para os de 10 a 15 A e 4 mm² para os de 15 a 25 A. Circuitos acima de 25 A devem ser dimensionados na unha.
Agora, mãos à obra. Pegue uma folha de papel, de preferência grande, e faça um desenho em planta do carro. Desenhe todos os equipamentos do carro e saia fazendo as ligações, de modo a consumir menos cabo e com os chicotes de maneira mais organizada possível. Tem um anexo com um diagrama elétrico de Niva, pra servir de exemplo. Claro que para isso o cara tem de saber como são acionados todos os equipamentos do carro, mas aí são outros 500...
Desse desenho devem sair todos os cabos, conectores e chicotes, e por onde eles passam. É importante também fazer as coisas de modo a facilitar futuras expansões ou alterações (a gente nunca tá satisfeito...)
3) A prova d’água?
Bão, aí temos de separar o que realmente tem de ser a prova d’água, o que deve ser protegido, e o que não requer proteção. No primeiro grupo, tem muito pouca coisa. E estas geralmente são instaladas dentro do habitáculo (som, rádios, equipamentos de navegação, instrumentos, alguns módulos de controle, etc...). No segundo grupo, temos relés, faróis, etc. No último, temos alternador, bateria, motor de arranque, guincho, etc.
Sobrou pra proteger o segundo grupo, já que se entrar água no habitáculo a ponto de atingir o que está lá dentro, é porque a vaca foi pro brejo mesmo, literalmente... Se houver espaço físico para instalação de todos os comandos dentro do habitáculo, a coisa está resolvida. Eu prefiro instalar tudo no cofre do motor, em área alta, por questão de acesso para manutenção (ficar se contorcendo embaixo de banco pra achar o relé é um saco...). E aí é uma boa a utilização de caixas estanque, com prensa cabos, as caixas com IP55 e os conectores prensa cabos com IP66 (IP é um índice que indica a proteção contra líquidos e sólidos, o primeiro dígito para sólidos e o segundo para líquidos. 5 indica proteção contra poeira e areia sem depósito prejudicial nos sólidos e indica proteção contra jato de água em qualquer direção – mangueira de bombeiro, por exemplo – para os líquidos. 6 é proteção total contra poeira para sólidos e proteção contra projeção de água – vagalhões – para líquidos, normas IEC144 e IEC529). Estou terminando começando a instalação do meu carro e assim que tiver com a caixa montada posto fotos. Para as saídas dos faróis eu também uso conectores prensa cabos na saída dos faróis, pra evitar o efeito aquário ;).
4) Facilidade de reparos
Você percebeu que até aqui tudo foi pensado para facilitar alterações e manutenções. O uso de mangueiras com folga ao invés de enrolar os chicotes com fita isolante (eca) ou braçadeiras, usar conectores em tudo, o que facilita desligar ou substituir algo com defeito, PROIBIR O USO DE FITA ISOLANTE, usar barramentos para distribuição de circuitos, etc, ajudam em muito na hora do enrosco no meio do nada. E não adianta falar que “eu fiz muito bem feito, é impossível falhar”. Isso não existe. Se está funcionando, vai pifar. Pode demorar mais, mas vai pifar. E nessa hora é bom ter tudo claro e bem distribuído, de modo a facilitar a correção do defeito.
5) Peças de balcão
Isso é fundamental. Não adianta nada você usar um relé especialmente desenvolvido para uma função e nunca mais encontrá-lo. Ou usar o sistema de ignição da Ferrari sei lá qual. Quando pifar, vai ter que colocar o do fusca no lugar. Mas isso não quer dizer que você não possa “importar” materiais utilizados em instalações elétricas prediais, desde que sejam encontrados com facilidade.
Sobre as dúvidas agora:
1) Conectores
Tipo: cara, tem um sem número de conectores diferentes, com mais ou menos terminais, para cabos mais ou menos grossos, feios, bonitos, etc. Só a AMP tem na linha automotiva mais de 5 mil itens em catálogo. Utilize os conectores que conseguir, mas sempre do tipo alojamento/terminal. Os terminais são avulsos, você climpa o cabo ao terminal e depois coloca no alojamento.
Onde usar: em tudo, absolutamente tudo. É muito mais fácil soltar um conector do que desfazer uma emenda.
2) Terminais
Todos os terminais em uma instalação desse tipo devem ser prensados. A solda tem três desvantagens: é rígida, e numa instalação desse tipo não se pode ter acoplamentos rígidos; uma conexão soldada tem maior resistência entre o cabo e o terminal do que uma conexão prensada; refazer uma conexão soldada requer um ferro de solda e uma tomada, já uma conexão prensada precisa de dois alicates, um pra decapar o cabo e outro pra climpar o terminal.
3) Chicotes
O ideal é usar tubos para distribuição dos chicotes. Isso facilita a instalação, e se os tubos tiverem uma boa folga (25%), permite a implementação de novos equipamentos com facilidade. E pra fixar, utilize braçadeiras plásticas. Eu uso braçadeiras em “U”, que permitem soltar os tubos sem uso de ferramentas.
4) Isolador de baterias
Depende de onde forem instaladas as baterias. O ideal é que ele esteja a meio caminho das baterias, ou seja, os cabos dele para cada uma das baterias tenham mais ou menos o mesmo comprimento.
5) Dimensionamento dos condutores
Já falamos sobre isso lá em cima. Mas faltou uma coisa importantíssima: a proteção. Fusíveis e disjuntores são para proteção dos CABOS e não das CARGAS. Uma boa causa de incêndio é o sujeito aumentar o tamanho do fusível que cisma em queimar... Para o dimensionamento do fusível um método prático, partindo do pressuposto de que o cabo está corretamente dimensionado, é escolher o fusível comercial imediatamente acima do valor da carga, mais 20%. Por exemplo, a carga é de 9 A e o cabo é de 1,0 mm². Somados 20%, vai para 10,8 A. O fusível comercial disponível é de 15 A. Este é o fusível. Opa! Mas tínhamos definido lá em cima que só usaríamos cabos de 1,0 mm² para correntes de até 10 A. Só que o fusível vai ter de ser de 15 A, então vamos ter de subir a bitola do cabo para 1,5 mm². Pegou?
Por hoje é só.
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