Ver Versão Completa : Desligar ou deixar ligado em períodos curtos
eu-mesmo
09/06/2018, 07:24
Bom dia a todos,
Pesquisei mas não encontrei, talvez por não ter utilizado as palavras corretas, por isso aqui vai:
Todos os donos de carros a diesel os deixam ligados quando se trata de paradas de até 10minutos, às vezes mais para ficarem no ar-condicionado... pelo que pesquisei tal hábito não é bom para o motor, pois não foi feito para trabalhar “parado”, ao contrário de um motor de gerador que sofre alterações. Por outro lado temos o desgaste da bateria e do motor de arranque.
Qual a opinião geral aqui do fórum?
Ligado, sem dúvida, seja parada em rodovia ou para esperar quando a esposa desce para ir à padaria.:concordo:
RicardoFLN
09/06/2018, 14:35
Bom dia a todos,
Pesquisei mas não encontrei, talvez por não ter utilizado as palavras corretas, por isso aqui vai:
Todos os donos de carros a diesel os deixam ligados quando se trata de paradas de até 10minutos, às vezes mais para ficarem no ar-condicionado... pelo que pesquisei tal hábito não é bom para o motor, pois não foi feito para trabalhar “parado”, ao contrário de um motor de gerador que sofre alterações. Por outro lado temos o desgaste da bateria e do motor de arranque.
Qual a opinião geral aqui do fórum?
Todos?
Eu desligo sempre, deixando os cerca de 30 segundos pra "acalmar" a turbina!
10 minutos em marcha lenta deve dar uns bons ml's de diesel hein, não?!
Sds.
Quase nada de consumo.
Possuo uma lancha com motor de 115 CV's.
No computador marca 0,8 litro/hora em marcha lenta.
No motor diesel, maior em volume e potência, deve consumir uns três litros/hora.
E ninguém deixa uma hora ligado.
Tá de bom tamanho.:concordo:
RicardoFLN
10/06/2018, 12:04
Quase nada de consumo.
Possuo uma lancha com motor de 115 CV's.
No computador marca 0,8 litro/hora em marcha lenta.
No motor diesel, maior em volume e potência, deve consumir uns três litros/hora.
E ninguém deixa uma hora ligado.
Tá de bom tamanho.:concordo:
Quase nada de consumo, é relativo. Se tu for fazer as contas pra vida toda do motor, vai uma grana aí.
Não é a toa que isso já é uma preocupação em grandes frotistas, ainda mais com o valor do precioso líquido atualmente.
Lembro da época do subsídio forte ao diesel, tinha bicho que ia almoçar e deixava a porra toda ligada!:D
Sds.
Bom, o objetivo do tópico é saber se há danos no motor por mantê-lo ligado por mais de dez minutos.
Noção sobre consumo é questão mais pessoal.
Quanto à ocorrência de dano, não há resposta única e definitiva sobre isto. Apenas hipóteses sobre aumento de carbonização do sistema de admissão de ar.
Mas certeza absoluta, não tenho.:concordo:
Walter da Camper
11/06/2018, 13:09
Eu sempre tive o costume de manter ligado quando a espera for menor que 10 minutos.
No meu entender os impactos de uma nova partida superam aquilo que se acredita estar economizando ao desligar o motor, seja em relação ao desgaste mecânico ou ao consumo de combustível, principalmente nos motores diesel em que o consumo é irrisório em marcha lenta.
Por outro lado, eu sempre ouvi dizer que deixar muito tempo na marcha-lenta (ou em cargas inferiores a 30% da potencia) causam o espelhamento das camisas do cilindro.
Em rápida pesquisa, não encontrei nenhuma literatura nacional que explique satisfatoriamente como esse fenômeno ocorre e, para variar, as boas informações estão em sites sobre náutica e em língua gringa.
Pelo que pude entender, em marcha lenda o motor diesel trabalha com menor temperatura e isso causa má queima do combustível, má vedação dos anéis devido às baixas pressões exercidas sobre o pistão e formação de carbono. Esses 3 fatores resultam num atrito anormal das paredes do pistão sobre a camisa, numa condição bem mais abrasiva que o normal, com os anéis deixando passar carvão e combustível não queimado, eliminando o filme de óleo e acelerando o desgaste da camisa.
O acabamento da superfície da camisa é estriado em vários sentidos próximos ao transversal, o que facilita a aderência do óleo lubrificante. O espelhamento deixa a parede lisa, empobrecendo a lubrificação e favorecendo a contaminação do carter pelos restos da combustão quando o pistão desce e permitindo a subida de óleo para a câmara quando o pistão sobe, fazendo o motor queimar óleo.
De uma forma ou de outra, acredito que curtos períodos como 5 ou 10 minutos a cada 100 ou 200 km não seja significativo para esse processo de desgaste. O artigo que encontrei fala sobre geradores em embarcações que trabalham o tempo todo abaixo de 30% da potência nominal.
Sobre a questão da temperatura, eu tinha no Troller um termômetro de superfície que informava a temperatura do cabeçote, cuja variação é bem mais rápida do que a temperatura da água, que acaba absorvendo a média de varias partes do motor. Em marcha normal esse termômetro marcava em torno de 105°, quando subia serra 115 a 120° e em marcha lenta 93°. Quando parava o carro e deixava em marcha lenta, o tempo médio para a temperatura atingir os 93° era algo em torno de 5 minutos. Logo, os efeitos acima não devem começar a ocorrer antes desse tempo.
559013
fonte: http://www.fischerpanda.com.sg/uploads/4/3/5/6/43569463/carbon_build-up_and_cylinder_glazing.pdf
RicardoFLN
11/06/2018, 16:14
Eu sempre tive o costume de manter ligado quando a espera for menor que 10 minutos.
No meu entender os impactos de uma nova partida superam aquilo que se acredita estar economizando ao desligar o motor, seja em relação ao desgaste mecânico ou ao consumo de combustível, principalmente nos motores diesel em que o consumo é irrisório em marcha lenta.
Por outro lado, eu sempre ouvi dizer que deixar muito tempo na marcha-lenta (ou em cargas inferiores a 30% da potencia) causam o espelhamento das camisas do cilindro.
Em rápida pesquisa, não encontrei nenhuma literatura nacional que explique satisfatoriamente como esse fenômeno ocorre e, para variar, as boas informações estão em sites sobre náutica e em língua gringa.
Pelo que pude entender, em marcha lenda o motor diesel trabalha com menor temperatura e isso causa má queima do combustível, má vedação dos anéis devido às baixas pressões exercidas sobre o pistão e formação de carbono. Esses 3 fatores resultam num atrito anormal das paredes do pistão sobre a camisa, numa condição bem mais abrasiva que o normal, com os anéis deixando passar carvão e combustível não queimado, eliminando o filme de óleo e acelerando o desgaste da camisa.
O acabamento da superfície da camisa é estriado em vários sentidos próximos ao transversal, o que facilita a aderência do óleo lubrificante. O espelhamento deixa a parede lisa, empobrecendo a lubrificação e favorecendo a contaminação do carter pelos restos da combustão quando o pistão desce e permitindo a subida de óleo para a câmara quando o pistão sobe, fazendo o motor queimar óleo.
De uma forma ou de outra, acredito que curtos períodos como 5 ou 10 minutos a cada 100 ou 200 km não seja significativo para esse processo de desgaste. O artigo que encontrei fala sobre geradores em embarcações que trabalham o tempo todo abaixo de 30% da potência nominal.
Sobre a questão da temperatura, eu tinha no Troller um termômetro de superfície que informava a temperatura do cabeçote, cuja variação é bem mais rápida do que a temperatura da água, que acaba absorvendo a média de varias partes do motor. Em marcha normal esse termômetro marcava em torno de 105°, quando subia serra 115 a 120° e em marcha lenta 93°. Quando parava o carro e deixava em marcha lenta, o tempo médio para a temperatura atingir os 93° era algo em torno de 5 minutos. Logo, os efeitos acima não devem começar a ocorrer antes desse tempo.
559013
fonte: http://www.fischerpanda.com.sg/uploads/4/3/5/6/43569463/carbon_build-up_and_cylinder_glazing.pdf
Boa Walter!!!
Dei uma vasculhada rápida agora, e realmente é um problema em motores que ficam muito tempo em baixa carga!
Em um motor diesel de automóvel parece não ser problema. Vi em dois fóruns, mecânicos perguntando quantas vezes os colegas haviam se deparado com situações de espelhamento do cilindro e a unanimidade das respostas foi no sentido de uma frequência bem baixa, tendo alguns mecânicos nunca se deparado com tal fato. Ao passo que um mecânico de geradores disse se tratar de algo comum (em geradores).
Quanto à temperatura, eu tenho um sensor no escapamento, pós turbina. Te digo que a variação é muito rápida, pra atingir o steady-state na marcha lenta é coisa de menos de 2 minutos.
Sds.
Walter da Camper
11/06/2018, 19:08
Ricardo, eu tinha, além do sensor de superfície do cabeçote, um pirômetro EGT logo após a turbina. A variação de temperatura naquele ponto realmente é muito rápida, considerando que ele mede os gases de escapamento.
Na massa metálica do cabeçote é um pouco mais lenta e na água de refrigeração a variação de temperatura é infinitamente mais lenta.
Quando eu entrava numa situação de esforço, a EGT subia de imediato, a temperatura do cabeçote demorava alguns segundos e o ponteiro da água somente se mexia depois de vários minutos. Os sensores EGT e de superfície permitem antecipar quaisquer situações capazes de levar um motor diesel ao superaquecimento. Com isso, eu consegui ir e voltar do Atacama com uma Pajero Sport 2.5 (famosa por aquecer à toa) sem ter problemas com superaquecimento.
Quanto à temperatura, eu tenho um sensor no escapamento, pós turbina. Te digo que a variação é muito rápida, pra atingir o steady-state na marcha lenta é coisa de menos de 2 minutos.
Sds.
eu-mesmo
11/06/2018, 19:40
Walter, quais são esses impactos na partida?
off-topic: esse sensor no cabeçote é de fácil instalação? Algum tópico que fale mais? Fiquei curioso pois é bastante interessante para a minha Def110
Walter da Camper
11/06/2018, 20:41
Quando desligamos o motor o óleo lubrificante escorre todo para o carter e somente volta a circular alguns segundos depois da partida. A cada partida o motor trabalha por um breve período com deficiência de lubrificação, principalmente no comando de válvulas, caso este se localize no cabeçote. Além disso a bateria é bastante solicitada, sofrendo uma súbia descarga parcial que terá que ser reposta pelo alternador, impondo mais peso ao motor e, consequentemente maior consumo. Alguns motores injetam combustível extra no momento da partida.
Tudo isso representa números baixíssimos em termos de desgaste e consumo, mas por outro lado deixar ligado também representa um consumo baixíssimo (e possivelmente nenhum desgaste extra), por isso eu acredito que não vale à pena abreviar a vida do motor de arranque, bateria, etc, em favor de uma economia irrisória de combustivel.
No meu entender esse modismo de start-stop está mais ligado a apelos de marketing do que benefício efetivo.
Sobre o termômetro de superfície, pesquise no forum "TERMOMETRO DIGITAL COM ALARME SONORO" que tem bastante informação, inclusive entre os landeiros.
Walter, quais são esses impactos na partida?
off-topic: esse sensor no cabeçote é de fácil instalação? Algum tópico que fale mais? Fiquei curioso pois é bastante interessante para a minha Def110
deixar ligado também representa um consumo baixíssimo (e possivelmente nenhum desgaste extra), por isso eu acredito que não vale à pena abreviar a vida do motor de arranque, bateria, etc, em favor de uma economia irrisória de combustivel.
Escreveu exatamente o que eu penso.:concordo:
eu-mesmo
12/06/2018, 08:42
obrigado pelos esclarecimentos!!!
Bom dia ...
Discussão interessantíssima ... permitam-me deixar aqui meu humilde entendimento a respeito do assunto ...
Deixar o motor, uma vez ou outra, por exemplo, ao parar num posto para necessidades especiais numa longa viagem, deixando o motor em funcionamento durante uns 10 minutos, acredito também que não haja problemas, apesar de que eu sempre desligo se a parada for acima de 5 minutos ...
Por outro lado, um motor diesel funcionando por 10 minutos em marcha lenta em situações cotidianas constantemente, a exemplo de quem sempre enfrenta grandes congestionamentos em grandes centros urbanos, no somatório desses vários tempos de parada acaba caindo numa situação de funcionamento do motor em marcha lenta por longo período de tempo ... neste caso, acredito que o usuário deva avaliar, em termos de custo x benefício se compensa, ou não, desligar o motor a cada parada dessas, considerando vários parâmetros (desgaste de componentes elétricos/eletrônicos a cada partida, desgaste de partes e peças móveis do motor com as várias partidas a quente, durabilidade das propriedades dos vários fluidos que continuam circulando pelo sistema com o motor em funcionamento (fluido de arrefecimento da transmissão, óleo lubrificante do motor, fluido de arrefecimento do motor), consumo de combustível, etc., etc.) ... realmente, neste caso, é um dilema, e há que se colocar na "balança" o peso de cada parâmetro ... e, ainda, há o problema ecológico quanto à emissão de NOx para a atmosfera, acúmulo de poluentes no escapamento que, misturando-se à água que naturalmente se condensa ali, acaba acarretando reações químicas com o surgimento de ácidos agressivos que irão contribuir para o enferrujamento precoce ... outro fator, também já abordado, é o encaminhamento de particulados para o sistema de admissão (Válvula da EGR, coletor de admissão) ... relativamente a essa emissão de particulados trago ao conhecimento dos nobres colegas interessante trabalho acadêmico de mestrado desenvolvido na Universidade Tecnológica do Paraná, versando sobre o “EFEITO DO USO DE RECIRCULAÇÃO DE GASES DE EXAUSTÃO (EGR) NA CONTAMINAÇÃO DO LUBRIFICANTE E NO DESGASTE DE ANEL E CAMISA DE MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA COM CICLO DIESEL”.
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2020/1/CT_PPGEM_M_Muraro%2C%20Marco%20Antonio_2016.pdf
Neste caso, dessas paradas constantes e longas em congestionamentos eu, particularmente, por via das dúvidas, desligaria o motor e, mesmo assim, para maior garantia, trocaria o óleo de motor a cada 5.000 kms ou 3 meses, no máximo ...
Apenas para colaborar com mais experiências sobre o assunto, vai aqui mais um tópico, onde outros colegas também opinam sobre o assunto a partir do “link” abaixo:
http://www.4x4brasil.com.br/forum/forum-geral-4x4-brasil/2430-motores-diesel-1.html#post22881
Abs.
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