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Ver Versão Completa : Motores DISPARADOS



Lamegão
15/05/2018, 12:46
Olá a todos!
Tenho o prazer de acompanhar o fórum há muitos anos, um espaço muito bacana, de pessoas entendidas e que fazem um ambiente agradável em termos de rede social. Sempre tive minhas dúvidas solucionadas através daqui, porque contei com a sorte de outros usuários terem focado especificamente em determinados assuntos de meu interesse.
Por isso só recentemente efetuei meu registro no 4x4 Brasil.

Enfim...
Gostaria de abrir esse tópico tocando no assunto de motores ciclo diesel disparados.
Embora seja verdade que a venda de automóveis a diesel tenha obtido números mais expressivos, vejo que tem aumentado demais esse tipo de ocorrência nas ruas e demonstrado na internet.
Como sabemos, a principal causa desse fenômeno é quase sempre o desgaste nos mancais primário ou secundário da turbina, ocasionando a passagem do óleo lubrificante, com a consequente combustão do mesmo.
No YouTube está publicado diversos vídeos de Jeep Renagade, Land Rover Range Rover, Ford Ranger, Mit. Pajero Full, além de caminhões Scania e Mann.
Surpreendentemente, apesar de existirem muitos, não se vê motores Mercedes-Benz e Toyota padecendo desse mal. Talvez utilizem turbinas de outros fabricantes.

A questão que fica é relativa ao combustível S10, menos viscoso, e/ou aos próprios lubrificantes de motor, quase sempre seguindo a nova tendência do afinamento.
Será que tais fatores têm favorecido um maior desgaste de componentes da turbina, eliminando o filme necessário em seu eixo após o cessar da bomba de óleo???

Um abraço a todos e vamos às opiniões!

Sergio c
15/05/2018, 13:17
Acho que é a questão de que os motores sendo mais modernos e girarem em bem mais altas rotação que os "das antigas", tiverem que evoluir com o óleo lubrificante tb, tornando-o mais fino e cheio de aditivos, além de as trocas serem bem mais espaçadas entre uma e outra, além desses motores trabalharem com uma temperatura bem mais alta que os "da antiga". Se não estou enganado tem caminhões mais novos trocando o óleo de 50.000km a 50.000km.

E como dizem, não tem almoço grátis. Tem caminhões que tem mais de 500cvs, seis cilindros em linha, com turbo e intercooler. Mas na hora de tracionar om bi-trem serra acima, com uns 70 toneladas de PBT, o peão vai exigir 100% da potência e do torque desse motor, e mesmo que o sistema de arrefecimento seja dimensionado a proposta do motor, a temperatura vai nas alturas, esquenta tudo mesmo, aí já seria umas das receitas para a disparada do motor, quando já esteja "meio usadinho".

Tem a questão da injeção eletrônica dessas camionetes e caminhões, que não saberia dizer como atuaria no motor na ocorrência desses casos.

Lamegão
15/05/2018, 13:45
Sergio, perfeito o seu ponto de vista.
Concordo absolutamente com tudo que escreveu.
Há, sim, esse fator do aumento de potência e rotações mais elevadas, além da tendência do encolhimento dos motores, o downsizing, ter colaborado com o aumento da temperatura, tanto do líquido de arrefecimento, quanto no interior das câmaras.
Sempre quando se eleva a potência e diminui a capacidade cúbica se observará aumento de TRABALHO (aumento tx compressão) e a consequente elevação de temperatura.

Aí, vamos recair naqueles mesmos tópicos que se discute a DURABILIDADE dos novos motores pequenos e potentes.

Walter da Camper
15/05/2018, 13:47
O sistema de injeção, em si, não faz diferença, porque mesmo cortando o diesel o motor continua girando alimentado pelo óleo lubrificante, mas tem um porém: Os motores mais recentes Euro V, de 2012 para cá, tem uma borboleta na admissão que é utilizada para controlar a reciclagem de gases queimados (sistema EGR dos motores que não usam ARLA32). Se houvesse uma programação no módulo, essa borboleta poderia salvar o motor do disparo, tapando a entrada de ar na admissão, o que faria o motor perder força até desligar por completo, mesmo disparado pelo óleo da turbina.
Ocorre que, diante do disparo, o motorista desliga a chave e, a partir daí o modulo não atua mais. O correto seria programar o modulo para mantê-la totalmente fechada quando a chave é desligada. Não sei se dentre os diversos fabricantes, alguém já atentou para essa possibilidade.



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Tem a questão da injeção eletrônica dessas camionetes e caminhões, que não saberia dizer como atuaria no motor na ocorrência desses casos.

Lamegão
15/05/2018, 15:31
Isso mesmo. O fato da injeçao ser mecânica ou eletrônica é de somenos importância, até porque poucos são os relatos de disparo por travamento dos bicos em aberto. A maioria dos casos ocorre pela combustão do lubrificante que passa pela turbina.
Esse sistema de borboleta de enforcamento de emergência nos motores mais modernos salvaria em todos esses casos.

Sergio c
15/05/2018, 17:31
Concordo Walter, das outras duas outras camionetes que tive e dessa atual, ao isolar o EGR, vi que tem essa borboleta na admissão, agora, saber quando essa borboleta se trancaria em praticamente 100% acho que só os engenheiros da fábrica p saber, ou algum chefe de oficina de CSS.

Lamegão
15/05/2018, 19:25
Fato é que todos esses motores disparados que relatei no início do tópico e que estão no YouTube são motores eletrônicos, modernos, com essa válvula de recirculação de gases e que atendem, no mínimo, à norma EURO 5. A Range Rover está até na frente, atendendo ao EURO 6.

Walter da Camper
16/05/2018, 14:03
O colega comentou que não viu motores Mercedes e Toyota sofrendo disparo. Possivelmente esses fabricantes fizeram uma programação da central capaz de evitar essa ocorrência fechando a borboleta. Do ponto de vista técnico, isso é até bem fácil de se fazer, pois não gera nenhum custo adicional para a fábrica.

enasor
16/05/2018, 14:43
Boa tarde ... Parabéns ao criador do tópico, trazendo esse interessante tema para troca de ideias entre os foristas ... acompanhando e aprendendo ... Abs.