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Ver Versão Completa : El tour del Uruguay - saindo de Curitiba



Vacaria
28/11/2016, 15:26
Salve, amigos do mundo off road!

Por meio deste post inicio meu primeiro relato de viagem! O projeto não foi tão audacioso quanto alguns que já vi por aqui, até porque foi a primeira vez que fiz algo com meu veículo, sem contar o fato de que estava acompanhado de minha noiva, cuja experiência em tais aventuras era tão vasta quanto a minha... A idéia era simples: eu sairia de Curitiba e passaria na cidade onde ela mora, no Rio Grande do Sul, de onde partiríamos rumo ao Uruguai, entrando neste país pela fronteira do Chuí, contornando todo o litoral até Colônia de Sacramento; a dúvida era se continuaríamos contornando o país, passando por Mercedes, Paysandu e Salto, voltando pela fronteira de Artigas, ou se cortaríamos o país pelo centro após Colônia de Sacramento, ou seja, passando por Durazno, Tacuarembo e seguindo até a fonteira de Rivera com Santana do Livramento. Acabamos optando por esta última opção.

O veículo utilizado foi uma Toyota Bandeirante 2001, BJ50LV, motor 14B, turbinado, intercooler, 5 marchas, farol de milha, com alguns confortos: ar quente, ar condicionado, direção hidráulica, PX Cobra, pneus BFGoodrich 31" All Terrain. Como navegador, baixamos no celular um aplicativo pago que recomendamos fortemente; haja vista funcionar off line: Here We Go. A única mudança que fiz na Bandeirante foi a retirada do banco traseiro original para a colocação de dois bancos reclináveis para a lateral (estilo o das land rovers), o que me ajudou muitíssimo na organização do espaço, permitindo que eu empilhasse 6 caixas de feira (aquelas que são encaixáveis uma na outra), amarrando-as com dois elásticos cruzados. Quem tiver interesse, tem um link onde postei fotos dos bancos: http://www.4x4brasil.com.br/forum/toyota-bandeirante/126207-bancos-para-bandeirante-10.html

O projeto inicial incluía alguns dias em camping, o que demandou o preparo de equipamentos relativos à prática: barraca, lonas, comidas (enlatados como molho de tomate, milho, ervilha, creme de leite; açúcar; café; erva-mate; macarrão; leite com tampa de rosca, que dá para fechar depois de aberto, sem risco de vazar dentro do jeep; etc), fogareiro, lanterna, colchões de ar, mantas e demais equipamentos. Tentarei ao final deste post anexar a lista completa de tudo o que levamos, o que pode auxiliar alguns em futuro check list pré viagem.

O total da quilometragem foi de 3.038 km, os quais se dividiram nas seguintes etapas:

1) 0 km (Curitiba) a 438 km (Vacaria);
2) 438 km (Vacaria) a 540 km (Veranópolis), sendo metade do caminho por estrada de chão;
3) 540 km (Veranópolis) a 940 km (Pelotas);
4) 940 km (Pelotas) a 1.278 km (Aguas Dulces, Uruguai);
5) 1.278 km (Aguas Dulces) a 1.458 km (Punta del Este)
6) 1.458 km (Punta del Este) a 1.760 km (Montevideo);
7) 1.760 km (Montevideo) a 1.962 km (Colonia del Sacramento);
8) 1.962 km (Colonia del Sacramento) a 2.472 km (Rivera);
9) 2.472 km (Rivera) a 3.038 km (Veranópolis).

Destaco que a quilometragem entre uma cidade e outra abrange os deslocamentos que foram feitos dentro da cidade destino ou em alguns lugares que íamos vendo no meio do caminho. Em escorço: a quilometragem era verificada no momento em que saíamos de uma cidade em direção ao novo destino, não significando, portanto, a exata distância entre uma e outra.

As estradas uruguaias geralmente são boas, com algumas raras exceções que pegamos na rota 10 (28 km de estrada de chão, mas melhor que muito asfalto nosso) e na rota 2 (esta sim, estrada beeeem ruinzinha). Infelizmente, em decorrência da geografia do país, os uruguaios desconhecem o prazer indescritível de se pegar uma jamanta serra acima, a 20 km/h, durante 10 km, sem qualquer possibilidade de ultrapassagem... Não tivemos o prazer de rememorar tal sensação durante a viagem (caminhões são meio raros, principalmente no trecho do litoral).

Quanto aos custos, vou tentar postar o quanto foi gasto em cada trecho, conforme o relato for avançando. A ver se o termino ainda hoje! Abaixo, segue uma foto de como ficou a organização do espaço interno da Band:

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Vacaria
28/11/2016, 15:45
Primeiro trecho: de Curitiba/PR a Vacaria/RS
Saí por volta das 07:00 horas do dia 12/11/2016 pela BR 116. Estrada simples, com bastantes caminhões, o que impacta na qualidade do asfalto em alguns trechos, mas nada que cause muitos transtornos. Há neste trecho 5 praças de pedágio, cada qual num custo de R$ 4,80. Caso haja necessidade de realizar algumas paradas, há postos de combustíveis bem distribuídos durante o caminho, bem como postos de auxílio ao usuário da via (administrados pela concessionária dos pedágios), onde há banheiros, água e café gratuitos.
Abasteci R$ 100,00 de diesel comum.
Refeições: casa dos pais!
Total de custos no primeiro dia: R$ 124,00

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Vacaria
28/11/2016, 16:17
Segundo trecho: de Vacaria/RS a Veranópolis/RS (buscar minha navegadora)
Continua-se pela BR 116 até o trevo que leva à cidade de Antônio Prado/RS, onde inicia a RS 122.
Chegado em Antônio Prado, cruza-se a cidade pela Avenida Valdomiro Bochese, pegando a Avenida Camilo Marcantônio no final, à direita. Segue-se por ela até o início da RS 437: cerca de 50 km de estrada de chão até encontrar a BR 470.
Chegado à BR 470, são cerca de 16 km até Veranópolis/RS.
Abasteci mais R$ 40,00 de diesel comum.
Foto abaixo na represa do Rio das Antas.

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Bernardo Hoelz
28/11/2016, 16:33
Acompanhando Vacaria, tenho vontade de ir de carro até o Uruguai e seu relato será muito proveitoso. Parabéns!

sandro_ventania
28/11/2016, 17:39
Vacaria...capricha na parte do interior do Uruguai...estava planejando uma viagem dessa também, mas me desanimou a falta de informações sobre o interior do Uruguai.

Vacaria
28/11/2016, 18:39
Valeu, Bernardo e Sandro! Tentarei ser o mais preciso possível para ajudar futuros viajantes! Desde já antecipo que vale muito a pena viajar de carro para o Uruguai!
Seguindo o relatório!
Terceiro trecho: de Veranópolis a Pelotas.

Saímos de Veranópolis por volta das 07:00 horas, seguindo pela BR 470 até Carlos Barbosa, onde ela passa a se chamar RS 446 e, posteriormente, RS 122, desembocando na BR 116 nas proximidades de São Leopoldo (região metropolitana de Porto Alegre), permanecendo com tal denominação até Pelotas. O trecho de Veranópolis até Carlos Barbosa passou por recente recapeamento, vale dizer, o asfalto está em excelentes condições, faltando apenas a pintura das faixas brancas laterais da pista (dificulta um pouco para quem viaja de noite). Embora novinho, é questão de tempo para o asfalto retornar às condições pré-obras, pois o tráfego de caminhões é forte na região. Sem falar na prodigalidade de curvas bem fechadas nesse trecho de serra, que demanda cuidado especial para quem não conhece a rota...

Ao se chegar na BR 116 começa a alegria do viajante: pedágios e radares. São 4 praças de pedágio, cada qual custando R$ 4,80, R$ 13,80, R$ 9,70 e R$ 9,70. Abasteci R$ 65,00 de diesel comum nas proximidades de Porto Alegre, coisa que aconselho em razão dos preços serem melhores. Conquanto a pista seja dupla, percebe-se que são poucos os carros que andam na pista da esquerda; haja vista a prodigalidade de radares que há na região. O pessoal prefere andar em velocidade constante na pista da direita a ter de ficar acelerando e freiando a cada 500 m na pista da esquerda. Visando a evitar esse agrado estatal da multinha, baixei um aplicativo pago chamado Mapa Radar. Não que meu intuito fosse correr com a Band, coisa que, aliás, não é o forte dela. Confesso que o que me deixa p... é o fato de andar a viagem toda a 80 km/h (algo que quase ninguém faz) por questão de segurança, conforto e economia e acabar sendo brindado com uma multa por um radar marotamente escondido em um trechinho minúsculo onde a velocidade era de 60 km/h!

A estrada de entrada para Pelotas está em obras e um pouco mal sinalizada. De início, utilizávamos o Waze como navegador, mas o fato de ele demandar 3G, coisa que não teríamos no Uruguai (exceto pagando o agradável rooming) e em vários trechos das BRs, acabamos achando um aplicativo com vários elogios, chamado Here We Go; trata-se de mapa off line, que indica fielmente as várias opções de ruas, rotas e vias entre as cidades, inclusive no Uruguai. Ficamos hospedados na Pousada do Estudante, pousada familiar, localizada na Rua XV de Novembro, nº 311. Gostamos muito: local silencioso, limpo, bom café da manhã (melhor pão de todas as pousadas/hotéis que ficamos durante a viagem) e na mesma rua do Mercado Central, excelente lugar com restaurantes e barzinhos para o merecido chopp do final do dia! Sem contar as confeitarias com seus maravilhosos doces portugueses, que são uma atração à parte...!!!

Como nosso intuito era o Uruguai, acabamos pousando em Pelotas apenas para não termos um dia de rodagem muito longo logo no início. Assim que acabamos não pesquisando muito coisas para ver e fazer em Pelotas. Mesmo assim, ficamos impressionados com a arquitetura dos antigos prédios, por detrás de cujas histórias esconde-se um passado de muito dinheiro por conta das antigas charqueadas. Creio que, para quem curte essa parte histórica, vale a pena ficar um dia na cidade para conferir!

No dia em que aí ficamos havia a divulgada "super lua", fenômeno que irá se repetir daqui a 72 anos. Que Deus nos preserve para essa segunda oportunidade, pois havia nuvens na noite que nos impediu de vê-la... :-/

Custo da pousada, incluindo o estacionamento: R$ 200,00. Pedágios: R$ 38,00. Diesel: R$ 65,00
Não vou incluir custos de alimentação, pois acho que isso varia demais para cada um, não tendo como aferir uma média. Até porque, como antecipei em tópico acima, levamos comida e fogareiro para fazermos as refeições em alguns dias, bem como houve lugares em que nos demos ao luxo de almoçar/jantar comidas típicas da região.
Total do dia: R$ 303,00

Vacaria
28/11/2016, 21:45
Quarto trecho: de Pelotas a Aguas Dulces

Despertos e com o café da manhã tomado, fechamos a conta na Pousada do Estudante. Ao sairmos, ganhamos de presente dos proprietários alguns doces típicos de Pelotas. Aí está outra coisa que vale em Pelotas, que infelizmente não ocorreu na época em que aí estávamos: a Fenadoce, evento que acontece anualmente entre os dias de final de maio e começo de junho...

Enfim, saímos de Pelotas por volta das 09:00 horas e enchemos o tanque da Band - R$ 81,00. Passamos por uma praça de pedágio logo após sair de Pelotas: R$ 9,70. Fica aqui uma dica de ouro: encham o tanque ao saírem de Pelotas, pois não há muitos postos de combustíveis até o Chuí. Embora eu tivesse levado uma bombona de combustível com capacidade para 15 L, não a enchi nesta ocasião porque desconhecia esse detalhe. Demos sorte ao encher o tanque... Na ocasião, aproveitei para retirar o engate de reboque da Band, pois ouvi que é proibida sua utilização no Uruguai se não estiveres com o reboque engatado.

Descendo em direção a Rio Grande, aí pegamos a BR 471, que segue direto até o Chuí. É comum vermos nas estradas aquelas cruzes no acostamento indicando locais onde determinados sujeitos faleceram em decorrência de acidentes de trânsito, seja por excesso de velocidade, seja por imprudência do motorista etc... Algumas dessas cruzes se fazem presentes neste longuíssimo caminho reto, o que nos chamou a atenção. De fato, trata-se de trecho reto e plano, sendo possível ver os carros vindo de muito longe! O que pode trair nossos sentidos é a situação de se andar por horas sem se fazer uma única curva, o que dá sono! Esta, segundo relatos, a maior causa mortis no trânsito desta região! Portanto, caprichem no café e no bom descanso na noite anterior para aproveitarem em segurança...

Essa longa estrada reta e plana passa pela conhecida reserva do Taim. Embora não haja um acostamento digno de tal nome na via, é possível dar uma encostadinha e tirar umas fotos (cuidando para ver se algum carro ao longe se aproxima): é campo até onde a vista não avista mais nada! Sendo um pouco hiperbólico, o ponto mais alto que se pode ver nessa região é o lombo de algumas capivaras que, infelizmente, aparecem vez que outra atropeladas na pista... Velocidade máxima permitida: 60 km/h. Outro detalhe: o nível da pista é mais alto que o dos campos laterais da reserva; atenção redobrada ao volante por conta disso.

Chegando ao Chuí tem-se duas opções: entrar na cidade ou contorná-la. Resolvemos encarar a primeira opção e visitar alguns free shops. A fronteira do Chuí é algo peculiar: trata-se de mera rua dividindo um país do outro, rua esta por cuja extensão estão os ditos free shops. Tivemos o azar de aí estar em pleno feriadão do 15 de novembro! Gente demais, carros demais, enfim... Vale a pena comprar algumas cervejas e outras bebidas para ir tomando durante a viagem; fora isto, caso tenham pretensões de passar por Rivera, deixem para fazer comprar mais vultosas em tal cidade. No Chuí abasteci mais R$ 60,00. Aconselho a entrar no Uruguai com tanque e galões cheios; apesar de o diesel deles ser de melhor qualidade que o nosso, o preço é bem mais salgado...

No Chuí fizemos câmbio de reais para pesos. Algo que verificamos durante a viagem é o fato de que a maioria das lojas, restaurantes, praças de pedágio, hotéis etc aceita pagamento em reais, fazendo cotação, por vezes, até melhor que a própria casa de câmbio. No caso de haver necessidade de troco, este sempre será dado em pesos. Então, caso haja necessidade de realização de câmbio, faça-o em pouco montante.

Compradas as bebidas do motorista e os chocolates da navegadora, seguimos ao posto policial da fronteira. Pra entrar no Uruguai, aceita-se a carteira de identidade brasileira, desde que expedida há menos de 10 anos. Aceita-se também, por óbvio, o passaporte: a vantagem deste documento sobre aquele é que não há a necessidade de preenchimento de papéis complementares no local, bastando sua apresentação para o carimbo peculiar de entrada. Não há a necessidade de expedição de CNH internacional. Por fim, mas não menos importante, há a exigência do seguro carta verde: trata-se de seguro obrigatório que cobre a responsabilidade civil do proprietário e condutor do veículo que não está matriculado no país de ingresso. Tal seguro é cobrado em dólar, cuja conversão para reais, na época em que fiz, deu em torno de R$ 245,00. O valor varia conforme tempo de permanência e modelo do carro; caso o veículo não seja de propriedade do motorista, é necessário que este obtenha uma autorização de tráfego, com assinatura reconhecida em cartório para posterior encaminhamento ao consulado (em suma: melhor ir com o carro próprio). A única vez que me pediram esse documento foi justamente na entrada do país, onde foi visto a vistas largas...

Assim ingressados no Uruguai, seguimos em direção à Fortaleza de Santa Teresa pela Ruta 09, distante uns 40 km da fronteira. Ao chegar na parque onde fica a fortaleza, fomos avisados que na terças-feiras a fortaleza permanece "cerrada"!! Deste modo, só conseguimos fazer o contorno da bendita, sem adentrar no local.

O projeto original para nosso primeiro dia uruguaio incluía acampar no departamento de Rocha, no camping de Punta Rubia, sendo necessário sair da Ruta 09 em direção à Ruta 10. Entretanto, enquanto nos dirigíamos para aí, fomos surpreendidos por uma tempestade, incluindo granizo, que foi magistral para a mudança imediata de nossos planos. Deste modo, e como não havíamos formalizado uma reserva no camping (por ser baixa temporada, não havia tal necessidade), arriscamos entrar na primeira cidade que avistamos: Aguas Dulces.

Cerca de duas semanas antes de iniciarmos nossa viagem, houve no Uruguai uma tempestade que causou uma ressaca violenta no mar, afetando boa parte das cidades e povoados costeiros. Nas cidades de menor economia, como Aguas Dulces, ainda era possível ver o estrago que a ressaca havia deixado: casas construídas tão próximas ao mar que ainda se mantinham em pé por conta da ilusória insistência de alguns sacos de areia como forma de contenção... Tal cenário se repetiu por alguns lugares por que passamos. Enfim, por conta da tempestade desistimos do camping e fomos procurar alum lugar para dormir em Aguas Dulces.

O lugar que achamos, de aparência mais aprazível aos olhos, custou 38 dólares. Caríssimo pelo que oferecia; tivéssemos ido ao camping e teríamos tido melhores recordações... Como o tempo se fazia instável, pouco saímos para conhecer a povoado. Após breve passeio pela orla, retornamos à pousada, onde passamos boa parte do tempo antes de dormir matando mosquitos e limpando teias.

No dia seguinte, logo após o espartano café da manhã, seguimos para Cabo Polônio.


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mali9ski
29/11/2016, 12:42
parabéns

este relato está sendo muito util pra mim

também vou fazer um tour pelo Uruguai mas em dezembro

obs: vou fazer outra identidade a minha tem uns 20 anos

valew

Vacaria
29/11/2016, 12:48
Quinto trecho: de Aguas Dulces a Punta del Este.

Após uma noite mal dormida em Aguas Dulces, fomos ao menos brindados com um amanhecer ensolarado. Arrumadas as malas na Band, seguimos pela Ruta 10 em direção a Cabo Polonio, um parque nacional de preservação ambiental onde há grande população de lobos marinhos. Trata-se de local rústico, propositadamente dotado de pouca infraestrutura e de alma mochileira; as casas e pousadas que aí existem são alimentadas por energia solar; a água provém de pequenos poços artesianos ou de caminhões pipa, pelo que nos disseram.

A Ruta 10 margeia boa parte do litoral uruguaio, sendo por nós eleita por conta da visão do mar. Embora não seja exemplo das melhores estradas do Uruguai, é bem transitável; não avistamos caminhões por todo o tempo que trafegamos pela Ruta 10.

A estrutura da administração do parque de Cabo Polonio é bem organizada. Deixam-se os carros num estacionamento do local (pagamos 190 pesos por todo o período), não sendo permitido o ingresso destes no parque, cujo acesso se dá por dois meios: ou a pé (cerca de 7 km em estrada de areia, como denota a foto abaixo), ou por intermédio de caminhões do parque estruturados para o trânsito de turistas. Como não queríamos perder muito tempo com a caminhada, fomos de caminhão, pagando cada qual a importância de 200 pesos (cotação do dia: 1 peso = 0,12 real – preço inclui o transporte e a tarifa de ingresso ao parque).

Abrindo pequeno parêntese, lá vou eu anunciar outro aplicativo útil: Smart Coin; permite verificar a cotação do dia de qualquer moeda em relação ao real, ao dólar, ao euro etc. Ajuda a saber se os locais estão cobrando muito caro ou não a taxa de conversão de câmbio. Fecho o parêntese.

Adquiridos os ingressos para o caminhão (estilo pau-de-arara), esperamos todo mundo subir para ver se conseguíamos ficar sentados na parte traseira, o que possibilitaria tirar melhores fotos. Conseguimos coisa melhor: fomos na parte de cima da cabine do motorista, tendo visão privilegiada de tudo o que surgia pelo caminho. Os caminhões que fazem esse trajeto de cerca de 30 minutos são meio antigos, mas cumprem o contratado. Há duas paradas possíveis para desembarque dentro do vilarejo que há no parque: uma logo quando iniciam as pousadas e outra na área central do vilarejo. Para voltar aconselhamos pegar o caminhão nesta área central, pois todo mundo o pega aí. Vale dizer: aqueles que esperam para pegar o caminhão de retorno naquele ponto de entrada do vilarejo quase sempre não obtêm sucesso por conta da ausência de lugares no caminhão, pois já volta lotado... Também atentar para os horários de retorno, que são de 2 em 2 horas.

Como antecipado acima, trata-se de local de alma mochileira e visitado por muitos turistas. Conforme conversas com o pessoal que aí mora, tivemos sorte de estarmos no local em baixa temporada, pois entre os meses de dezembro e fevereiro o local enche... Pelo que me responderam, não há muito controle de entrada de pessoas no parque nesta época de alta temporada, o que dificulta um pouco o intuito preservacionista. O que a administração do parque cuida é do ingresso permanente de pessoas: há cerca de 70 habitantes locais devidamente cadastrados, sendo impedida a abertura de novos empreendimentos (pousadas, restaurantes etc) e a fixação de novos moradores; não é possível o camping no parque. Àqueles que visam a observar a fauna local, aconselha-se a fugir deste período de alta temporada.

Vale a pena visitar o parque! Perto do farol há os rochedos no mar onde ficam vários lobos-marinhos “lagarteando” ao sol, sendo possível fotografá-los; trata-se de uma das maiores colônias deste animal no mundo! Também avistamos alguns golfinhos bem próximos da praia. Coisa que nos chamou a atenção foi a quantidade de conchas no local, praticamente impossibilitando a visão da areia; tal se deu por conta daquela tempestade ocorrida cerca de duas semanas antes de nossa viagem, o que fez o mar levar essa quantidade enorme de conchas a locais relativamente altos (cerca de 10 metros acima do nível do mar quando aí estivemos – se derem uma ampliada na foto abaixo verão que não é areia, mas conchas). Almoçamos um excelente risoto de frutos do mar no restaurante La Perla, à beira-mar, ao custo de 1.250 pesos. Regressamos ao local do estacionamento da Band no caminhão das 14:00 horas.

Seguimos viagem em direção a Punta del Este. Se vocês verificarem a postagem da foto de um mapinha no tópico anterior, verão que a Ruta 10 é interrompida na altura de La Paloma, de onde o motorista é direcionado para regressar à Ruta 09. Como queríamos viajar vendo o mar, passando posteriormente pela Laguna Garzón onde há uma ponte redonda, regressamos à Ruta 10 no local do mapinha onde há a indicação “a la balsa”. Para os que optarem por tal trajeto, serão 28 km de estrada de chão até a ponte redonda da Laguna Garzón. Conquanto seja estrada de chão, está ela muito bem batida; fui trafegando por ela com uma velocidade entre 60 e 80 km/h sem qualquer problema.

Seguimos até José Ignacio, um promissor balneário filhote de Punta del Este, onde casas de estilo mais contemporâneo estão sendo construídas com certa prodigalidade por aqueles que desconhecem crises financeiras... Para quem tiver uma navegadora arquiteta, como eu, a parada é obrigatória!

Chegamos em Punta del Este por volta das 19:00 horas. A idéia era ficarmos no Camping San Rafael: após passar pela ponte ondulada que dá acesso a Punta del Este, pega-se a primeira via à direita, seguindo toda vida reto até chegar à entrada do camping (cerca de 1 km da ponte ondulada). Lugar espetacular, com uma infraestrutura muito boa! Indico fortemente! Fica um pouco distante das atrações centrais da cidade, mas é totalmente possível deixar a barraca com todos os equipamentos no local e ir de carro ao centro da cidade. Após se cadastrar no camping, o funcionário fornece um cartão magnético para liberar a catraca de passagem dos carros (pode-se entrar ou sair a qualquer horário), bem como a senha de acesso à internet e as demais regras que devem ser observadas durante a permanência no camping. Caso a estada ocorra e época de temporada há a necessidade de efetuar reserva. Para quem tiver interesse: www.campingsanrafael.com.uy (http://www.campingsanrafael.com.uy) e-mail: consultas@campingsanrafael.com.uy Custo da diária para o casal, com carro: US$ 20,40 (dólares).

Depois de formalizar o ingresso no camping, parti para armar o acampamento. Estava bem empolgado, pois acampar é um dos meus prazeres! Sem contar o fato de que havia obtido a incrível vitória de conseguir convencer minha navegadora a acampar em Punta del Este. Assim, fui todo esmero: armei todo o acampamento, fiz a janta, arrumei os colchões de ar, lavei a louça... Um garbo de piá! Eis que fomos dormir e os trovões se fizeram anunciar... Caiu um dilúvio! Resumo da ópera: um pouco de água dentro da barraca (lençóis, cobertores e travesseiros um pouco molhados), impossibilidade de sair dela sem se molhar, navegadora beiçuda e deslocamento final para um hotel na manhã seguinte...

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Vacaria
29/11/2016, 16:58
Valeu, Mali9ski! Bom saber que o relato está ajudando (o intuito é esse)!! Vou seguindo...

Na manhã seguinte ao dilúvio, após reconquistar o sorriso da navegadora com a promessa de que dormiríamos em um hotel, tivemos de levantar o acampamento: tudo ainda meio molhado e secado às pressas. Improvisei um varal dentro da Band atando um fio plástico entre os dois “puta-merdas” traseiros, onde deixei secando os panos. Abasteci 300 pesos de diesel (a cotação em Punta del Este ficou numa média de 1 real = 8 pesos); é aqui que vocês vão se lembrar do conselho que dei de entrar no Uruguai com o tanque e as bombonas cheias...

Dirigir em Punta é muito tranquilo (ao menos nessa época do ano). Seguindo pela estrada principal (a continuação reta da via logo após se passar pela ponte ondulada de acesso à cidade), a estrada segue margeando a orla; passa-se defronte à escultura da “mano del ahogado” (aqueles dedos que saem da areia) e chega-se a uma rotatória de acesso à Avenida Gorlero, que é a avenida que possui mais comércio, restaurantes e coisinhas afins. Seguimos por ela até a Calle Los Muergos (tem um Mc Donalds defronte a um Burger King nas esquinas), onde conseguimos achar um bom hotel que nos deixou fazer o check in umas duas horas antes do usual: Hotel Florinda. O único porém do hotel (que não foi problema algum) é que a Band não passou pela porta da garagem, que tem altura máxima 1,90 m; tive de deixá-la estacionada defronte à porta do hotel.

Preço da diária para o casal: US$ 50,00 (dólares), que abrange a utilização da garagem (não utilizada pela Band por conta da altura dela) e um bom café da manhã! A localização do hotel é muito boa, permitindo fazer todo o entorno a pé. Ficamos duas noites.

Devidamente instalados no hotel, demos um passeio pelas cercanias. Acabamos almoçando num restaurante chamado El Tonel, na Calle Las Focas (perpendicular à Avenida Gorlero): preço justo, porções bem servidas e carnes espetaculares!!!! O Uruguai é um paraíso para qualquer carnívoro!!! Nunca entendi como alguém, por livre opção, se dispõe a viver sem carne! O homem evoluiu durante milhares de anos para ocupar o ápice da cadeia alimentar; não comer carne é uma forma de regredir... Brincadeiras à parte, uma coisa que observei e acabei perguntado para os assadores foi o seguinte: não se trata de hábito, mas de determinação legal, o fato de a comida servida nos restaurantes serem completamente insossas. Por conta do histórico de gastos do governo com remédios para hipertensos, foi determinado que todo restaurante se abstivesse de colocar sal na comida. O saleiro se faz ausente em todas as mesas, sendo ele fornecido somente mediante expressa solicitação do cliente. Experimentem substituir o sal por um molho que geralmente acompanha as carnes uruguaias: chimichurri! Em seguida ao almoço fomos desfrutar uns sorvetes do Freddo na Avenida Gorlero para dar a energia na caminhada pela rambla. Ao final, fomos ao Punta Shopping, onde há um bom mercado para compras (não é cobrado estacionamento). Biso que todo o deslocamento nas cidades foi realizado com o auxílio do aplicativo Here We Go.

No dia seguinte decidimos ir até Piriápolis, cerca de uns 40 km adiante de Punta del Este e, no retorno, assistir ao pôr-do-sol na Casa Pueblo, em Punta Balena (uns 15 km de Punta del Este). Tudo isso seguindo pela Ruta 10, cuja qualidade é bem melhor neste trecho do que em seu início.

Em Piriápolis queríamos pegar um teleférico que levava a um dos cumes mais altos que vimos no Uruguai, porém estava desativado (não sabemos se em definitivo ou se só nesta época do ano, por conta da baixa temporada). Fomos com a Band até o topo, sendo presenteados com uma vista muito bonita da região. O local é disputado por vários turistas e ônibus de excursão de estudantes primários, que chegam tão rápidos quanto se vão... Para quem curte, vale a pena ficar por ali um tempinho curtindo o visual.

Ao retornarmos para Punta del Este pela Ruta 10, entramos no balneário de Punta Balena com o intuito de visitar a Casa Pueblo. De imediato nos deparamos com um grupo que estava saltando de asa-delta e de parapente (venta pra caramba no local), e ficamos ali um pouco assistindo ao show. Depois me disfarcei de uruguaio (térmica debaixo do braço e cuia pequena na mão, fazendo jus ao lema: “una mano basta”) e fomos à Casa Pueblo.

A Casa Pueblo era a casa de verão do artista plástico e arquiteto Carlos Páez Vilaró, falecido em 2014. No local também funciona um hotel e um restaurante, sendo que na parte aberta ao público são vendidas algumas peças do acervo do artista (tudo em dólar). Quem quiser saber mais da vida deste eminente uruguaio, basta dar um “google” que aparecem diversas referências. O que importa deixar registrado é o seguinte: o pôr-do-sol mais espetacular que vi na minha vida! Cientes disso, os turistas que se vão chegando na Casa Pueblo já começam a buscar algumas cadeiras que ficam dispostas pelo espaço e já se ancoram na beirada da sacada desde as 17:30 horas para assistir ao espetáculo. E não mais saem dali nem a fórceps até que o sol tenha se posto! A luta por um espaço privilegiado é grande, a não ser que estejas hospedado no hotel que há no local, onde as mordomias fornecidas condizem com o preço cobrado...

Enfim, o espetáculo se inicia com a despedida do sol acompanhada pela gravação de um poema declamado por Carlos Páez Vilaró, cuja duração é milimetricamente calculada com o tempo de sumiço do sol no mar... Não dá para perder um show desses! Preço da entrada na Casa Pueblo: 200 pesos.

Após o pôr-do-sol, voltamos para o hotel em Punta del Este. No trajeto, passamos por alguns postos de combustíveis com filas monstruosas de carros abastecendo. Fizemos uma analogia: quando isso acontece no Brasil, geralmente é porque os preços vão subir. Assim, entramos na fila de um posto da rede ANP e aí ficamos por 1:30 hora até chegar na bomba, onde obtivemos a informação de que os trabalhadores dos postos de combustíveis e distribuidoras do Uruguai iriam começar uma greve geral no dia seguinte. Iniciou, assim, nosso pseudo-pânico! Tínhamos um longo trecho pela frente e dias contados de férias! Enfim, engole o choro e tenta achar uma solução: enchemos o tanque até o beiço, bem como a bombona de 15 L que tinha levado e garrafas pet de água que estavam dando sopa. Gastamos 1530 pesos com diesel. A greve depois não foi adiante, tendo o sindicato entrado em acordo, mas o susto foi suficiente para eu começar a cogitar um projeto de aumento do tanque de combustível da Band (já li por aqui vários relatos de toyoteiros que fizeram isso e não se arrependem). Atentem para o seguinte quando forem abastecer: não sei se as pistolas das bombas de combustíveis no Uruguai possuem ou não o modo automático como no Brasil, pois presenciamos não uma ou duas vezes a situação de que o frentista largava a pistola ligada para encher o tanque e ia atender a outros veículos, sendo que ao invés de a bomba parar quando o combustível chegava no beiço do gargalo, continuava injetando combustível, vazando-o copiosamente pela lataria do carro e chão do posto...

Do posto de combustível seguimos ao hotel para o merecido descanso do dia.

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sandro_ventania
30/11/2016, 21:57
Vacaria...mas você também, heim!
Perdeu a chance do camping por que não comprou a barraca certa!
Capricha no equipamento da proxima vez...rssss!!

guimajc
01/12/2016, 19:34
Vacaria, a hora que a mulher derruba o bico o tempo fecha...

Estive por esses cantos também. Vale muito a pena!

Zeduardo
02/12/2016, 14:16
Excelente relato!

Vacaria
03/12/2016, 11:33
Salve, Sandro! Aí é que está: a barraca é (era) de muito boa qualidade; o problema é que eu a tenho há quase 20 anos! Das últimas vezes que a usei, não cheguei a pegar chuva para ter constatado o problema de desgaste das costuras. Enfim, traumatizei minha navegadora e agora acho que vai um longo trabalho de preparo (conjugado à aquisição de uma barraca nova) para tentar convencê-la a um novo acampamento...rs! Um projeto futuro inclui a aquisição de barraca de teto, mas isso quando a coragem material estiver mais fortalecida. E reitero, para que curte camping: muito bom esse San Rafael, de Punta del Este! Guimajc: concordo em gênero, número e grau! Valeu pelo elogio, Zeduardo; espero que esteja ajudando...

Uma pequena correção no final do meu post anterior: o posto de combustível é da rede ANCAP, e não ANP. Tal rede, no geral, era a que tinha os melhores preços de diesel nos locais por que passamos.

Sexto trecho: de Punta del Este a Montevideo.

Antes de iniciar propriamente o post do sexto trecho, lembrei-me de uma dica importante que deveria ter dado na abertura do tópico: pagamentos em dinheiro ou em cartão. Como disse alhures, não vale muito a pena fazer câmbio de grandes valores, pois muitos restaurantes, hotéis, casas de artesanato, lojinhas etc aceitam reais com cotação igual ou melhor às lojas de câmbio. Por segurança, é sempre bom ter alguns pesos no bolso. Quanto aos restaurantes, o melhor é pagar com cartão de crédito, pois há a restituição do IVA (Imposto de Valor Agregado), que é de 14,5%, e não se paga a taxa de compra de dinheiro, coisa que incide se tu fores fazer a compra de pesos em lojas de câmbio. Embora na utilização do cartão de crédito haja a cobrança de IOF brasileiro no valor de 6,38%, a restituição de 14,5% do IVA uruguaio acaba compensando. Se o cartão for VISA, o desconto vem imediatamente na hora de pagar o restaurante; se for MasterCard, vem na fatura do cartão. Quanto aos hotéis, tanto faz pagar em dinheiro ou cartão, pois a cobrança já vem descontada do IVA.

Fechada a conta do hotel por volta das 09:00 horas, seguimos pela Ruta 10 em direção a Montevideo. Após se passar por aquela entrada que dá acesso à Punta Balena (direção à Casa Pueblo), a Ruta 10 muda de nome, passando a se chamar 1B – Interbalnearia.

Por conta de minha navegadora arquiteta, teríamos duas paradas antes do destino final deste sexto trecho: Balneário de Las Flores e Atlantida.

Em Las Flores, cerca de 50 km de Punta del Este, tem um dos castelos de Humberto Pittamiglio, que foi um arquiteto uruguaio a cuja fama foram adicionadas algumas pitadas de excentricidade, loucura, alquimia e por aí vai... No que toca à qualificação loucura, pude entender um pouco quando vi o castelo, pois se trata de uma murada enorme de tijolos, com torres frontais, em cujo interior há simplesmente um mero jardim. Não vimos viva alma cuidando do local. Como a porta estivesse aberta, fomos entrando para conhecer o lugar; não fomos abordados em momento algum, assim não sei dizer se era ou não cobrada a entrada.

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Meio decepcionados com esta primeira parada, retornamos à Ruta 1B - Interbalnearia em direção a Atlantida para visitar a Iglesia del Cristo Obrero, obra do engenheiro Eladio Dieste. No caminho, pagamos o primeiro pedágio no Uruguai: 75 pesos (aceitam reais, com cotação um pouco desfavorável para nós – momento bom para ter no bolso alguns pesos). O mérito da igreja, para quem curte arquitetura, é o fato de a obra ter conseguido fazer paredes onduladas com a utilização de material simples e abundante no local: tijolos. Ao chegarmos, outra decepção: fechado. Tentamos verificar se havia alguém na casa paroquial adjunta, mas não encontramos ninguém aparentemente responsável pela igreja. Com duas decepções em curto espaço de tempo, seguimos direto a Montevideo na esperança de não sermos agraciados com a terceira... Quem tiver interesse sobre a arquitetura da igreja (dica de minha navegadora): www.archdaily.com.br/br/01-39702/a-fe-move-tijolos-carlos-eduardo-dias-comas (http://www.archdaily.com.br/br/01-39702/a-fe-move-tijolos-carlos-eduardo-dias-comas)

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Nas proximidades de Montevideo, o segundo pedágio: mais 75 pesos. A chegada em Montevideo consistiu no trecho mais agitado de toda a viagem, com alguns viadutos, intersecções de vias, carros em maiores quantidades, mas definitivamente nada comparado a uma chegada em São Paulo, ou mesmo a qualquer outra capital de um de nossos Estados. O interessante é optar pela via Rambla Costanera quando as placas começarem a ofertar as opções de vias para a chegada em Montevideo: passa-se ao lado do aeroporto Carrasco, seguindo-se por toda a orla até se avistar o famoso letreiro MONTEVIDEO.

Optamos por ir direto ao hotel para descarregar as coisas e tentar aproveitar um pouco da tarde no centro da cidade, pois chegamos por volta das 15:30 horas. Ficamos três noites no Ibis, hotel de boa localização (bairro Palermo) a custo total de US$ 158,10 (dólares); café da manhã é cobrado à parte (por conta disso, rememorei o camping ao puxar o fogareiro, as panelas campeiras e as comidas para o quarto, torcendo para que o preparo de eventual fritura ou outras coisas não afetasse o sensor de incêndio). O hotel aluga bicicletas àqueles que tiverem vontade de passear pela rambla.

Feito todo o check-in, pedimos um táxi para nos deixar no centro da cidade, exatamente na Plaza Independencia. Não valeu a pena pegar táxi, pois era relativamente perto; pagamos 75 pesos. Aí desembarcados, fomos em direção à Ciudad Vieja pelo calçadão da Sarandi. Embora haja muitas lojas no entorno, o comércio estava fechado, com algumas raras exceções; tivemos sorte de pegar uma feirinha na Plaza Constitución e a catedral aberta. Visitamos o que estava aberto, como o memorial do Artigas. Como vínhamos sem ter comido quase nada, resolvemos experimentar o típico “chivito” no restaurante La Pasiva, que é uma rede uruguaia de comidas. Não sei direito como definir esse chivito: acho que seria um misto de Xis com um à la minuta... Enfim, acho que esperávamos mais dele após tanta propaganda que havíamos ouvido.

Ficamos andando pela região da Ciudad Vieja, tomando uns cafezinhos e tal, até chegarmos no Mercado del Puerto, onde há vários restaurantes, muitos deles indicados em guias de turismo. Isso se deu perto das 18:00 horas, quando estavam fechando tudo (vale dizer: não há a opção de jantares no local). Deu tempo, pelo menos, de ler alguns cardápios para sentir o clima dos preços. Foi aí que comecei a desenvolver minha leitura árabe: da direita (preços) para a esquerda (nome dos pratos). Embora a comida uruguaia não leve sal, alguns preços levam; os restaurantes do Mercado del Puerto são um exemplo.

Abandonada a opção de janta em tais restaurantes, ficamos andando mais um pouco pela região até passarmos pela Calle Soriano, novo local do bar Fun Fun. Este bar é descrito em praticamente todos os guias turísticos como parada obrigatória, tendo shows de tango, candombe, pratos típicos etc. Vimos que abria às 20:00 horas, e todos os guias e sites diziam para chegar nesse horário para conseguir mesa. Como eram ainda 19:00 horas, ficamos matando um tempo na rambla. Regressamos às 20:15 horas, onde todas as mesas já estavam reservadas... No local, havia apenas outro casal de brasileiros que conseguiu a última mesa disponível; convidaram-nos para sentar com eles e assim conseguimos assistir aos shows! Vale a pena pelos shows e pelo ambiente do bar, muito descontraído; preço meio salgado. Mas fica a dica para quem quiser: ligue e reserve mesa antes (podem ser feitas por email também).

Saímos do Fun Fun por volta da meia noite e voltamos andando ao hotel; sem problemas quanto à segurança o fato de andar pela rambla de noite. Há várias pessoas passeando os cachorros e pescando nesse horário!

No dia seguinte, (domingo, dia 20 de novembro), os planos consistiam em visitar a famosa feira de Trintán Narvarra. Minha abstinência de carne já se fazia sentir; fizemos uma pesquisa de restaurantes pelas proximidades da feira, de modo que fôssemos almoçar tão logo terminássemos o passeio por ela. Por coincidência, o recepcionista do hotel nos indicou o mesmo local para o almoço, elogiando muito o restaurante pela relação custo x benefício: La Pulperia.

Saimos em direção à feira por volta das 09:00 horas. Depois da experiência do táxi, resolvemos que faríamos as coisas a pé, até para ir vendo e conhecendo melhor a cidade. Após meia hora de caminhada, chegamos na feira. Tentarei definir nossa impressão: caso não estejam com ânimo de garimparem muuuuuito, mas muuuuuito mesmo, aquela pecinha específica, aquele tipo de azulejo velho, aquela colherinha perdida ou xícara quebrada do conjunto herdado da bisavó, não percam tempo. É um manancial de velharias e inutilidades sem precedentes: roupas velhas, puídas mesmo, do estilo hawaiianas amaciadas com a tira presa no preguinho; quinquilharias de porão que a custo podem ser chamadas de antiguidades; produtos de 1,99... Particularmente confesso que me decepcionei bastante com o que vi, principalmente porque havia me programado estar em Montevideo no domingo justamente para ver qual era a dessa feira tão afamada nos guias turísticos. E isso que me esforcei andando em todas as ruas laterais por onde ela se alastra, no intuito de ver se havia um ou outro feirante com produtos legais. Foi justamente isso que achei: um ou outro e só.

Saídos dali, fomos andando até o parque Rodó, que era próximo ao restaurante que havíamos eleito para o almoço. Em tal parque também havia uma feira, que acabou salvando nossa expectativa: muito melhor organizada, com várias barracas e produtos diversos, sendo roupas o forte dela. Demos umas voltinhas para matar o tempo e seguimos para as carnes!!! O nome do restaurante que fomos é La Pulperia: magnífico!! Relação custo x benefício muito boa!! De turistas, somente nós e outro casal de brasileiros. Lotado. Há algumas poucas mesas na calçada, pois o esquema do local é comer nuns balcões adaptados na janela. Para quem tiver interesse de comer boas carnes acompanhadas de uma garrafa de medio y medio: Calle Lagunillas, nº 448 (bairro Punta Carretas).

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Satisfeita minha quota de carnes da semana, fomos para um shopping ali perto conferir outra dica desses guias de turismo: tomar um café no Oro del Rhins, que conferimos no Punta Carretas Shopping. Café ruim e atendimento deficitário. A partir daí decidimos abandonar essas dicas do guia que tínhamos e passamos mais a confiar no que a população local indicava ou no que apetecia nossos olhos. Voltamos andando por toda a rambla e fomos para o hotel preparar o mate e apreciar o pôr-do-sol.

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A segunda-feira, dia 21 de novembro, foi destinada para visitar o comércio local. Saímos do hotel e fomos a pé por toda a Calle Ejidio até chegar na Avenida 18 de Julio. O Palacio Salvo estava aberto; ficamos sabendo que havia visitas guiadas, mas infelizmente não no horário que aí estávamos. Há muita especulação sobre o destino que se dará a este lindo prédio que fica bem em frente ao memorial do Artigas: muitos dizem que está destinado a ser demolido por conta da precariedade de seu interior; outros dizem que o governo já está financiando uma reforma. Enfim, só o tempo dirá. Seria realmente uma pena a demolição de tão belo prédio...

Ficamos toda a manhã visitando lojas, passando por algumas tendas de artesanatos como o Mercado de los Artesanos, Manos del Uruguay, lojas de casacos de couro etc. Andamos boa parte pela 18 de Julio, pela San Jose e pela Ciudad Vieja. Pelo meio da tarde, pegamos a Band e fomos por toda a extensão da rambla (cerca de 20Km), chegando no letreiro MONTEVIDEO, no cassino, no castelo Pittamiglio... Neste dia acabamos indo cedo para o hotel para arrumar as coisas e partir no dia seguinte, próximo ao horário do check out, para Colônia de Sacramento.

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Vacaria
03/12/2016, 19:35
Sétimo trecho: de Montevideo até Colonia del Sacramento.

Por conta de algumas compras pendentes, acabamos saindo do hotel de Montevideo por volta das 11:00 horas para fazer um trajeto de cerca de 180 km até Colonia del Sacramento pela Ruta 01. Estrada muito tranquila, praticamente um retão que, ao se aproximar de Colonia, vai sendo totalmente ladeada por palmeiras. Há postos de combustíveis pela estrada. Pegamos pouco trânsito, com ausência total de caminhões.

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Tranquilo o trânsito por Colonia, bastando seguir as placas e/ou mapinha do GPS. Seguimos direto para o hostel El Viajero, onde tínhamos a reserva de um quarto. Hostel bem tranquilo, com café da manhã simples (obrigatório lavar os pratos e talheres após o uso). Acabamos ficando duas noites, com custo total de 2.588,00 pesos (achamos meio caro pelo que fornecia, se comparado com outros locais em que nos hospedamos; na alta temporada o preço fica bem mais caro). Viajar nessa época do ano traz alguns benefícios, como preço das hospedagens, um pouco mais de facilidade na obtenção de mesas em restaurantes, poucas pessoas nos pontos turísticos etc. O turismo no Uruguai é considerado de alta temporada nos meses entre dezembro e fevereiro.

Colonia del Sacramento é um charme; ideal para ser conhecida acompanhado. O catálogo de bons adjetivos para defini-la é imenso! Vale toda a quilometragem feita para se chegar até essa pérola da foz do Rio da Prata. Embora fundada por portugueses, passou pela posse dos espanhóis, retornando aos portugueses, voltando aos espanhóis... esse iô-iô histórico deixou como herança um estilo arquitetônico peculiar: calçadas e azulejos portugueses e arquitetura espanhola em praças e monumentos. Com tamanha beleza, essa parte histórica de Colonia Del Sacramento foi declarada patrimônio da humanidade pela Unesco, contendo hoje a antiga porta de entrada da cidade, o farol, os vários museus, praças e a basílica do Santíssimo Sacramento. Quem quiser saber mais desta parte histórica, basta dar um google, pesquisar algumas bibliografias especializadas ou simplesmente deixar-se levar para lá e conferir tudo in loco. Quanto aos museus, existe o passe único, que permite visitar todos os museus da cidade pagando tarifa única; pode ser adquirido no Museu Municipal, na Plaza Mayor.

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Nosso primeiro passeio foi para acostumar os olhos perante esse espetáculo. Não fomos ver lojinhas nem nada: apenas passeamos pelas ruas da parte histórica, batendo o recorde de toda a viagem no que toca à quantidade de fotos tiradas por quarteirão. Falando em comércio, Colonia del Sacramento tem um fato peculiar: ela é ponto de uma das rotas do buquebus, uma empresa naval que faz o trânsito entre Buenos Aires e algumas cidades do Uruguai, como Punta del Este, Montevideo e Colonia de Sacramento. Pelo que conversamos com um munícipe, o comércio na parte histórica costuma abrir depois da 10:00 horas por conta de ser este o horário do primeiro buquebus vindo de Buenos Aires; assim, acordem cedo para conhecer e registrar fotograficamente a parte histórica, pois o risco de vir a horda turística da Argentina depois desse horário é bem grande...

Nesse centro histórico há uma prodigalidade de bons restaurantes, charmosos barzinhos com cadeiras na calçada, pouco trânsito etc. Particularmente, creio que deveria ser proibido o trânsito de veículos dentro da parte histórica... É tudo tão calmo e perto que não há porquê não fazer tudo a pé.

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Caminhar é uma obrigação e um deleite visual. Ao se aproximar o horário do pôr-do-sol, aconselha-se a buscar um lugar para admirar o show. Como o meu conhecimento do local contava com poucas horas, acabamos indo para o Bastión de San Pedro, um dos miradores que há na orla, sendo possível descer até as pedras do rio da prata, um lajeado que há na margem e onde o pessoal se senta para assistir à despedida do dia. Não há aquela preparação minuciosa e turística, tal qual relatado quando descrevi o pôr-do-sol na Casa Pueblo, até porque o enredo que foi traçado para o espetáculo de Colonia del Sacramento dispensa qualquer adendo. É ver para crer, pois a melhor tecnologia existente para fotografar tudo isso é incapaz de se comparar à sensação de assistir ao vivo... No dia seguinte descobrimos outro local melhor para assistir ao pôr-do-sol: subir pela muralha da porta de entrada da parte histórica, passar pelo canhão e ir até a ponta da muralha, em direção ao rio.

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À noite fomos jantar no El Drugstore, restaurante dentro da parte histórica, muito bem decorado, incluindo uns carros antigos largados na rua e usados como floreiras. Resolvemos dar outra chance ao “chivito”: foi o primeiro bem apresentado e aprovado pelo gosto destes que escrevem. Também fomos apresentados à cerveja Patrícia Dunkel (foi meu amor à primeira vista). O horário de funcionamento dos restaurantes não é algo fixo, mas maleável conforme o fluxo de clientes; pelo que nos disse o garçom que nos atendia, caso o movimento esteja meio fraco, costumam fechar as portas por volta das 23:00 horas. Após o jantar, encerramos o dia retornando ao hostel.

No dia seguinte, começamos nossa caminhada por volta das 09:00 horas, saindo um pouco da parte histórica. Ficamos caminhando pela Avenida General Flores, onde o comércio obedece a horários fixos. Se o intuito for fazer compras, não vale a pena acordar muito cedo. Das lojas de artesanato que vimos, visitamos uma filial da Manos del Uruguay, cujos preços e variedades de produtos era bem melhor que as encontradas em Punta del Este e Montevideo; trata-se de loja com artesanato de boa qualidade, para quem curte.

Aproveitamos o horário e voltamos ao farol localizado na parte histórica. Pagamos 50 pesos para nós dois subirmos. Local de acesso é apertado, principalmente se tu tiveres mais de 1,90m, mas a vista compensa. Antigamente o farol era alimentado por lâmpada a querosene, hoje desativada e substituída por toda uma tecnologia de energia solar. Dica de visita ao farol: esperem passar toda e qualquer excursão de estudantes primários e de grupos da terceira idade.

Passamos o dia todo passeando pelas ruas históricas, tomando sorvetes, cafezinhos, cervejas... Acompanhados da térmica e do mate, fomos assistir ao segundo pôr-do-sol no local já descrito acima. De noite, como ainda estava abastecido com as carnes de Montevideo, segui a dica de um amigo que havia falado muito bem de uma pizzaria: Don Joaquín. Muito boas as pizzas, que são preparadas na frente do cliente (forno a lenha), com preço justo e atendimento muito bom. Seguimos posteriormente ao hostel para preparar a Band para a jornada do dia seguinte, que seria longa até Rivera.

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Guanaquito
03/12/2016, 22:53
Buenas Vacaria!
Excelente relato, estou acompanhando sem perder detalhes; quanto à barraca, me atrevo sugerir que pense na ideia dum Trailer, que provavelmente, vai ser melhor aceito pela tua cara metade...bem, sei que sou suspeito de falar por causa do meu Turiscar, más acredito que um Trailer rebocado pela Band, seria um belíssimo equipamento, sem precisar se preocupar com barraca inundada ou hotel caro e ruim; nada contra a barraca, afinal por vários anos tive e utilizei um par de elas, más em fase da proposta feminina, acredito que é algo para ser pensado com carinho.
Bom, fico na espera da continuação deste magnífico relato; grande abraço!

Dardo.

hercilio.neto
04/12/2016, 17:40
Que bacana seu relato, Vacaria.
Eu adoro o Uruguai, especialmente Montevidéu, e está nos meus planos um dia ir pra lá de Band.

guimajc
05/12/2016, 14:49
Buenas Vacaria!
Excelente relato, estou acompanhando sem perder detalhes; quanto à barraca, me atrevo sugerir que pense na ideia dum Trailer, que provavelmente, vai ser melhor aceito pela tua cara metade...bem, sei que sou suspeito de falar por causa do meu Turiscar, más acredito que um Trailer rebocado pela Band, seria um belíssimo equipamento, sem precisar se preocupar com barraca inundada ou hotel caro e ruim; nada contra a barraca, afinal por vários anos tive e utilizei um par de elas, más em fase da proposta feminina, acredito que é algo para ser pensado com carinho.
Bom, fico na espera da continuação deste magnífico relato; grande abraço!

Dardo.

Guanaquito, Por mim acamparia por muito tempo, ou pelo menos até a saúde permitir... Até fui uma vez de Jacareí (SP) a Floripa de bike, e dormindo somente em barraca, sem gastar um centavo com hospedagem. Mas na ocasião era solteiro, e aí a liberdade para decidir o como viajar é total.

Também acho que um trailer pode ser uma boa para uma Band rebocar. Você que já reboca um, e dos grandes, pode falar com propriedade. Como meu possante, é possantinho, um jimny, reboque só ser for um mini trailer, mas esse minha esposa descartou por não ter banheiro e ter o teto baixo...

Particularmente, após tantas leituras e pesquisas, tenho avaliado como uma boa a compra de uma Hilux Cabine Simples 4x4 usada, e a aquisição de um camper Duaron Hard Top. Creio que uns 160 ou 170 mil Temers dê pra fazer essas aquisições. Por enquanto estou estudando as possibilidades, e minha ideia é tentar viabilizar isso nos próximos anos. Quero algo que possibilite independência de hotéis, com o conforto de banho, cama e cozinha privativa. Para agradar a patroa o investimento se faz necessário, mesmo porque não me agrada passar um mês na estrada pagando hotel.

Quanto aos relatos estão dez, e também concordo com o Vacaria: o Uruguai é muito bonito e receptivo, e os preços de comida são um tanto salgados...

mali9ski
05/12/2016, 16:41
boa tarde vacaria...!!!

vi você passando ontem pelas 3 horas da tarde na 116 em mafra uns 30 km antes da fronteira com o paraná

na tinha como não conhecer a band com a bandeira do brasil

valew

Vacaria
06/12/2016, 12:56
Salve, Mali9ski!!! Era eu mesmo, voltando do Rio Grande e dando fim às férias ao regressar para Curitiba! Pelo jeito vou abandonar o projeto de colocar o neon na Band, já que a bandeira está fazendo a função...hehehehe!!!! Vi uns jipeiros nessa região, acaso eras tu um deles?
Valeu pelo elogio, Hercílio! Sempre vejo teus comentários nos tópicos das Bands e já me ajudaste um bocado com eles! Espero que eu esteja retribuindo à altura para te motivar na viagem!
Guanaquito e Guimajc, valeu pela dica! É algo que realmente gostaria que saísse do papel e fosse para a prática, mas como ainda moro em apartamento, o trailler fica para quando vier a casa (está nos planos)!
Escrevo hoje do micro do trabalho; mandei o meu de casa para revisão (problemas de incompatibilidade entre eu e o windows 10). Tão logo volte o bichinho da revisão eu retomo os relatos aqui!!

Vacaria
11/12/2016, 16:02
Oitavo trecho: de Colonia del Sacramento a Rivera

Como tínhamos mais de 500 km para percorrer neste dia, acordamos por volta das 06:00 horas e fechamos a conta do hostel (perdemos o café da manhã, que se iniciava às 08:00 horas, mas não chegamos a lamentar muito isso, dada a ausência de fartura deste). Como iríamos viajar pelo centro do Uruguai, tivemos de voltar cerca de 50 km pela Ruta 01 até Rosario para ter acesso à Ruta 02.

A Ruta 02 consiste em pouco mais de 50 km de estrada beeeem ruinzinha, de Rosario até Cardona. Foi a pior estrada que pegamos em toda a viagem do Uruguai, trecho este em que começamos a dividir o espaço com os caminhões que fazem o escoamento da produção do centro do país: caminhões de gado de corte, gado leiteiro, madeira, fenos... Tudo o que vimos neste trecho gira ou em torno da criação de gado ou em torno de reflorestamento de eucaliptos, com poucas plantações de milho, soja e trigo. Vastos campos para pecuária, com alguns geradores eólicos espalhados ao longo do horizonte. Deve-se cuidar com eventuais emoções na velocidade, pois quando tu achas que a estrada começa a ficar boa, merecendo um pouco mais de confiança, ela vem e te surpreende com pedaços de estrada de chão, que se vão intercalando bastante com o asfalto.

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Um conselho: abasteçam o carro antes de saírem de Colonia de Sacramento. O posto de combustíveis de beira de estrada mais próximo fica somente em Paso de los Toros (perto de Durazno), a pouco mais de 270 km de Colonia de Sacramento, onde abastecemos 1.140 pesos de diesel comum e pagamos o primeiro pedágio do trecho: 75 pesos. Talvez até existam outros postos de combustíveis, mas para dentro dos povoados, o que não chegamos a conferir.

Este oitavo trecho consistiu na parte mais monótona de toda a nossa viagem, com poucas opções a convidar o viajante a sair um pouco da rota. A Ruta 02 cessa em Cardona, onde se pega a Ruta 57 até a cidade de Trinidad (a partir daqui as estradas voltam a ficar bem mais transitáveis); de Trinidad até Durazno vai-se pela Ruta 14. E de Durazno até Rivera segue-se pela Ruta 05. Para ver esse trajeto, basta colocar no google maps a rota entre Colonia del Sacramento e Rivera, que aparecerá exatamente as estradas por que passamos.

Outro trecho, já na Ruta 05, sem postos de combustíveis: de Paso de los Toros até Tacuarembó, pouco mais de 140 km. Alguns quilômetros após passar por Tacuarembó, pagamos o segundo pedágio do trecho: R$ 10,00 – como estávamos nos livrando dos pesos que ainda tínhamos, chegamos neste pedágio e não contávamos mais com o suficiente para pagarmos em moeda uruguaia; assim, pagamos em reais (com um pouco de desvantagem nesse câmbio).

Ao nos aproximarmos de Rivera, lembramos que teríamos de passar em algum posto de controle de migração para carimbar a saída do Uruguai em nosso passaporte. Ficamos atentos a isto, procurando o bendito posto, seguindo as placas que nos direcionavam para a fronteira do Brasil (por nossa lógica, esses postos costumam ficar na fronteira entre os países, de forma bem visível, de modo a facilitar o controle de entrada e saída de visitantes). Resultado: chegamos ao Brasil e nada de posto policial ou alfandegário! Fomos seguindo até chegarmos a um posto de combustíveis da Petrobrás, já no lado brasileiro, onde abastecemos R$ 50,00 de diesel e perguntamos onde ficava o posto de migração.

Dito posto migratório fica dentro do Shopping Siñeriz, já próximo à estrada que leva à fronteira. Retornamos ao Uruguai para carimbar o passaporte. Não sei qual o problema que daria sair do Uruguai sem esse carimbo; talvez em eventual retorno ao país tivéssemos algum problema por não oficiar a saída... Mas como temos planos de um dia regressar, não quisemos arriscar. Trata-se de um espaço pequeno dentro do shopping (o estacionamento não é cobrado), com apenas um funcionário bem estabelecido, munido de frigobar, televisão com acesso às novelas e noticiários... Enfim: sem filas nem burocracia; só chegar a apresentar o passaporte ao carimbo.

Feito isso, seguimos ao hotel que ficaríamos em Santana do Livramento: Hotel Portal. Bom hotel, bem localizado para quem almeja comprar algumas muambinhas em free shop, café da manhã bom e atendimento exemplar. Ficamos uma noite ao custo de R$ 165,00 o casal, com estacionamento incluso (a Band passou pela garagem). Uma dica para quem pretende ficar nessa região para realizar compras: façam pesquisa de hotéis tanto em Rivera quanto em Santana do Livramento, lembrando que em Rivera há a restituição do IVA. Na época em que realizamos as pesquisas de preço, valia mais a pena ficar hospedado no Brasil.

O centro de Rivera é colado ao centro de Santana do Livramento, ou seja, uma mera rua funciona como divisa entre os dois países. Assim que é possível realizar as compras, regressar ao hotel para largá-las e retornar aos gastos. Vale muito a pena a aquisição de bebidas, como Concha y Toro Reservado, cujas garrafas estavam R$ 12,00; ou Jägermeister a R$ 50,00, p. ex., lembrando que a quota consiste em 12 litros no máximo por pessoa. Melhor lugar para comprar as bebidas, nessa época em que aí estivemos, foi no Shopping Barão. Caso alguém se interesse em levar aquelas garrafas de cervejas uruguaias de 1 litro, aconselho a comprá-las no mercado Tata, que há dentro do Shopping Siñeriz; comprei algumas Patrícias Dunkel (minha paixão descoberta durante a viagem) e Hönig (uma curiosa cerveja com mel, também da Patrícia).

Passamos a tarde toda, até o encerramento do comércio, passeando por lojas e analisando preços de produtos cuja aquisição já tínhamos previsto. Caso já tenham em mente o que comprar, creio que um dia é o suficiente para tal atividade, pois as lojas ficam todas perto uma das outras, sendo possível fazer tudo a pé, dentro daquele esquema de comprar, largar no hotel e voltar às lojas.

Terminado o esporte aquisitivo, retornamos ao hotel para deixar as bagagens meio arrumadas na Band, pois os planos eram aproveitar a manhã do dia seguinte para as últimas compras e sairmos em direção a Veranópolis, dando fim ao “Tour del Uruguay”.

Amostardeiro
12/12/2016, 22:06
Vacaria/ todos

Quando no Uruguai abasteçam sempre que possível, não pelas distâncias entre um posto e outro, mas em muitos trechos não há nenhum posto de serviço na estrada, somente nas cidades ou "povoados", certa vez entre Rio Branco e Paysandu fui obrigado a entrar em um "vilarejo" e abastecer em um "posto" paralelo para seguir viagem.

Abs

RafaTR4
13/12/2016, 07:44
Show!
Fiz esse trajeto no Uruguai partindo de São Paulo, mas fui de moto e na volta passei pela Serra do Rio do Rastro, Urubici e São Joaquim/SC, esse é o vídeo que fiz na época:
Sao Paulo Uruguai de moto - YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=OuSvaJVXC1k&t=41s)

É uma viagem muito legal!

mali9ski
13/12/2016, 12:55
Salve, Mali9ski!!! Era eu mesmo, voltando do Rio Grande e dando fim às férias ao regressar para Curitiba! Pelo jeito vou abandonar o projeto de colocar o neon na Band, já que a bandeira está fazendo a função...hehehehe!!!! Vi uns jipeiros nessa região, acaso eras tu um deles?
Valeu pelo elogio, Hercílio! Sempre vejo teus comentários nos tópicos das Bands e já me ajudaste um bocado com eles! Espero que eu esteja retribuindo à altura para te motivar na viagem!
Guanaquito e Guimajc, valeu pela dica! É algo que realmente gostaria que saísse do papel e fosse para a prática, mas como ainda moro em apartamento, o trailler fica para quando vier a casa (está nos planos)!
Escrevo hoje do micro do trabalho; mandei o meu de casa para revisão (problemas de incompatibilidade entre eu e o windows 10). Tão logo volte o bichinho da revisão eu retomo os relatos aqui!!

boa tarde...

meu sogro tem sitio ali do lado da br e bem na hora que eu fui pega uma gelada na camionete fi a bandeirante passando na pista

valew

sandro_ventania
19/12/2016, 12:54
Show!
Fiz esse trajeto no Uruguai partindo de São Paulo, mas fui de moto e na volta passei pela Serra do Rio do Rastro, Urubici e São Joaquim/SC, esse é o vídeo que fiz na época:
Sao Paulo Uruguai de moto - YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=OuSvaJVXC1k&t=41s)

É uma viagem muito legal! muitas vezes vamos tão longe...mas já repararam que as mais belas paisagens estão aqui mesmo no Brasil?

Vacaria
31/01/2017, 15:33
Realmente!! Fato: não há postos de combustíveis nas estradas, como temos aqui no Brasil. Só nas cidades ou povoados...

Vacaria
31/01/2017, 15:35
Sensacional!!!! Um dia vou me aparelhar com uma boa câmera e me aventurar a registrar melhor essas viagens! Show!



Show!
Fiz esse trajeto no Uruguai partindo de São Paulo, mas fui de moto e na volta passei pela Serra do Rio do Rastro, Urubici e São Joaquim/SC, esse é o vídeo que fiz na época:
Sao Paulo Uruguai de moto - YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=OuSvaJVXC1k&t=41s)

É uma viagem muito legal!

dea_arendt
03/05/2017, 16:25
Boa tarde Vacaria!
Tudo tranquilo?
Bem, infelizmente fui demitido de meu emprego (sou arquiteto assim como sua esposa) e estou precisando de umas merecidas férias...algo que não faço a quase dois anos.
Já estou namorando vários tópicos aqui no 4x4 brasil, e agora tomei coragem! Pretendo viajar no final deste mês, aproveitando que o frio não chegou em peso no sul.
Tenho algumas perguntas, o preço da gasolina, tu sabes me dizer em qual valor que está?
O meu carro esta financiado, com alienação do banco, teria algum problema com a Carta Verde?
E em relação aos pedágios, tu teria uma média do valor gasto?
Eu gosto de usar o qualp - Calculo de rotas com pedagio, combustivel, distancia e tempo (http://qualp.com.br/) , mas infelizmente não considera os pedágios fora do Brasil.

dea_arendt
15/05/2017, 09:03
Niguém poderia me ajudar???

Amostardeiro
15/05/2017, 09:54
Niguém poderia me ajudar???

Bom dia

Em primeiro lugar qual o trajeto que tu pretendes fazer? Paguei semana passada em Colonia do Sacramento 45 pesos uruguaios,+- R$ 5,50, a gasolina super 95 octanas que é a mais barata.

Abs

PS: O diesel é o mesmo preço, as vezes até um pouco mais caro.

dea_arendt
15/05/2017, 20:50
Primeiramente, muito obrigado pela resposta!

O meu roteiro será assim:

09/06/17: Saída 05h00 – Curitiba PR – Tavares RS
Distância: 837km
Tempo: 10h06min
Custo viagem: R$331,12
Hotel/Pousada Tavares: R$100 x 1 noite

10/06/17: 08h00 – Tavares RS – Chuí RS
Distância: 383km
Tempo: 5h13min
Custo viagem: R$145,57

09h00 – José do Norte: Balsa
09h30 – Balsa para Rio Grande (30min em 30min)
10h00 – Rio Grande
13h00 – Chuí: Almoço

14h00 – Chuy: Carta Verde (tempo estimado: 2h)

10/06/17: 15h00 – Chuy UY – Punta Del Diablo UY
Distância: 45km
Tempo: 40min
Custo viagem: R$40,00
Airbnb Punta Del Diablo: Casa – R$150 x 1 noite

11/06/17: 8h00 - Punta Del Diablo UY – Cabo Polonio
08h00: Passear e almoçar em Punta Del Diablo
11h50: Sair para Cabo Polonio
Distância: 68km
Tempo: 1h12min
Custo viagem: R$25,00
13h00: Chegada para pegar o caminhão.
13h30: Saída Caminhão 4x4 para Cabo Polonio.
14h00: Chegada em Cabo Polonio
18h00: Volta Caminhão 4x4 de Cabo Polonio.
Custo Caminhão 4x4 + Estacionamento: R$66,00
11/06/17: 18h30 – Cabo Polonio – Punta Del Leste UY
Distância: 148km
Tempo: 2h10min
Custo viagem: R$58,00
Hostel Punta Del Leste: R$70,00
13/06/17: 8h00 – Punta Del Leste UY – Piriapolis UY – Montevideo UY
Distância: 138km
Tempo: 2h00min
Custo viagem: R$55,00
Airbnb Montevideo: R$157 x 2 noites
15/06/17: 18h00 – Montevideo UY – Colonia Del Sacramento
Distância: 177km
Tempo: 2h05min
Custo viagem: R$70,00
Hotel Colonia Del Sacramento: R$157,00
16/06/17: 18h00 – Colonia Del Sacramento UY – Carmelo UY
Distância: 74km
Tempo: 53min
Custo viagem: R$30,00
Hotel Carmelo:
17/06/17: 17h00 – Carmelo UY – Paso de Los Toros UY
Distância: 283km
Tempo: 3h34min
Custo viagem: R$
Hotel Paso de Los Toros:
18/06/17: 8h00 – Paso de Los Toros UY – Rivera UY
Distância: 249km
Tempo: 2h52min
Custo viagem: R$
18/06/17: 15h – Rivera UY – Porto Alegre RS
Distância: 496km
Tempo: 6h10min
Custo viagem: R$
Hotel em POA:
19/06/17: Porto Alegre RS – Curitiba PR
Distância: 741km
Tempo: 8h48min
Custo viagem: R$
Check in: 18/06 (noite)
Check out:19/06 (manhã)
19/06/17: 17h – Previsão de chegada em Curitiba

Seria mais ou menos isso, os últimos dias de viagem estou calculando tudo ainda...já que será em pleno inverno, espero que os preços das hospedagens estejam mais tranquilos.

E em relação a esta gasolina? O rendimento foi muito maior? Um amigo meu foi de TR4 e fez quase 18km/l com a TR, espero que a Ranger consiga fazer algo entorno disso! Estou fazendo 11km/l com ela, mas quero render mais!

dea_arendt
15/05/2017, 20:52
e em relação a carta verde para veículos financiados, encontrei um tópico muito bom!

http://www.4x4brasil.com.br/forum/planejamento/137997-carro-financiado-saida-do-pais.html

e este também

Autorizacao para trafego de veiculos fora do territorio nacional | Terra Adentro (http://www.terraadentro.com/2014/11/23/autorizacao-para-trafego-de-veiculos-fora-do-territorio-nacional/)

já ajuda os próximos que estejam com dúvidas!

Amostardeiro
15/05/2017, 21:37
e em relação a carta verde para veículos financiados, encontrei um tópico muito bom!

http://www.4x4brasil.com.br/forum/planejamento/137997-carro-financiado-saida-do-pais.html

e este também

Autorizacao para trafego de veiculos fora do territorio nacional | Terra Adentro (http://www.terraadentro.com/2014/11/23/autorizacao-para-trafego-de-veiculos-fora-do-territorio-nacional/)

já ajuda os próximos que estejam com dúvidas!

Vamos por partes, quando fizer a carta verde no Chui faz na Associação Comercial de lá é o local mais fácil de fazer, fica na Rua Peru nº1150; entre o Chui e Colonia do Sacramento vais passar por 5 pedágios o valor é de 85 pesos para veículos leves, +- R$ 10,00, entre Colonia e Rivera se não estou enganado só tem um pedágio com mesmo valor; quanto ao consumo na vtr que fui, o carro da "patroa", melhorou uns 20% usando a comum deles que é 95 octanas, mas podes usar as mais caras com mais octanagem, um conhecido que foi de Forester até o Chile passou de 11 km/L para 14 km/L em média.
Por último os tempos de viagem que estas considerando podem ser difíceis de cumprir, já que as estradas do interior passam por muitas cidades pequenas e povoados, além disso nem sempre as estradas estão em boas condições, por exemplo em 2012 voltando da Argentina cruzei a fronteira por Fray Bentos rumo a Jaguarão, no trajeto passei inclusive por estradas não pavimentadas.

Abs e boa viagem. :concordo:

dea_arendt
24/05/2017, 23:29
Show de bola! Muito obrigado!
Mudamos o roteiro, iremos somente passar uma tarde em Carmelo e iremos dormir em Sacramento e voltar pela costa, estamos pensando em dormir em Pelotas ou em Porto Alegre.
Iremos atravessar a fronteira por Jaguarão...tu sabes onde teria algum local para pegarmos os impostos novamente? Eu ouvi falar que existe uma restituição de quase 10% se guardarmos as notas...

E outra coisa, tu teria algum local para indicar em Pelotas? Pois estou procurando aqui e encontro somente locais caros pra ficar! Ta bem complicado!

Abraço!

guimajc
25/05/2017, 12:44
Show de bola! Muito obrigado!
Mudamos o roteiro, iremos somente passar uma tarde em Carmelo e iremos dormir em Sacramento e voltar pela costa, estamos pensando em dormir em Pelotas ou em Porto Alegre.
Iremos atravessar a fronteira por Jaguarão...tu sabes onde teria algum local para pegarmos os impostos novamente? Eu ouvi falar que existe uma restituição de quase 10% se guardarmos as notas...

E outra coisa, tu teria algum local para indicar em Pelotas? Pois estou procurando aqui e encontro somente locais caros pra ficar! Ta bem complicado!

Abraço!

dea_arendt, em janeiro do ano passado pernoitei em Pelotas em uma viagem que fiz até o Uruguai. Pra aliviar um pouco, optei por pernoitar em um motel.

Amostardeiro
25/05/2017, 16:36
Show de bola! Muito obrigado!
Mudamos o roteiro, iremos somente passar uma tarde em Carmelo e iremos dormir em Sacramento e voltar pela costa, estamos pensando em dormir em Pelotas ou em Porto Alegre.
Iremos atravessar a fronteira por Jaguarão...tu sabes onde teria algum local para pegarmos os impostos novamente? Eu ouvi falar que existe uma restituição de quase 10% se guardarmos as notas...

E outra coisa, tu teria algum local para indicar em Pelotas? Pois estou procurando aqui e encontro somente locais caros pra ficar! Ta bem complicado!

Abraço!

Uma boa opção de pernoite é em Jaguarão ou no Lago Merin, tem hotéis bem em conta, por incrível que pareça não sei te indicar algum lugar bom e barato em Pelotas, se souber te passo.

Quanto aos impostos nunca consegui recuperar, me parece que só é possível no porto de Colonia ou nos aeroportos internacionais em setor especifico; o que sempre faço é pagar com cartão de credito, a redução do IVA é automática na emissão do ticket do pagamento.

Abs

dea_arendt
01/06/2017, 15:18
Beleza pessoal! Muito obrigado pela ajuda! Foram primordiais as dicas!
Vou mandar um pequeno relato depois como foi!
E vamo que vamo!
Abraço!

Vacaria
06/06/2017, 18:22
Show de bola! Muito obrigado!
Mudamos o roteiro, iremos somente passar uma tarde em Carmelo e iremos dormir em Sacramento e voltar pela costa, estamos pensando em dormir em Pelotas ou em Porto Alegre.
Iremos atravessar a fronteira por Jaguarão...tu sabes onde teria algum local para pegarmos os impostos novamente? Eu ouvi falar que existe uma restituição de quase 10% se guardarmos as notas...

E outra coisa, tu teria algum local para indicar em Pelotas? Pois estou procurando aqui e encontro somente locais caros pra ficar! Ta bem complicado!

Abraço!



Salve, Dea!!!
Cara, desculpe-me pela demora em responder... Estava de férias e, como de hábito, fico completamente alheio a tudo que é internético (faço isso propositadamente) para realmente me desligar. Enfim, vi que o pessoal já te respondeu algumas perguntas aí!
Em Pelotas, a gente acabou ficando na Pousada do Estudante. Excelente custo x benefício e localização (café da manhã era pródigo na época que fomos); fica na mesma rua do mercado municipal de Pelotas, e perto, sendo um lugar bom para um happy hour de final de tarde; e tem estacionamento na casa da frente. Trata-se de antiga pensão que os proprietários ajustaram para pousada. Não é nenhum Ibis ou coisa semelhante, mas os quartos são confortáveis, a localização é boa, comida boa... Enfim, recomendo!

Vou lendo o resto das mensagens e respondendo.
Abraços!

Vacaria

Vacaria
06/06/2017, 18:32
Primeiramente, muito obrigado pela resposta!

O meu roteiro será assim:

09/06/17: Saída 05h00 – Curitiba PR – Tavares RS
Distância: 837km
Tempo: 10h06min
Custo viagem: R$331,12
Hotel/Pousada Tavares: R$100 x 1 noite

10/06/17: 08h00 – Tavares RS – Chuí RS
Distância: 383km
Tempo: 5h13min
Custo viagem: R$145,57

09h00 – José do Norte: Balsa
09h30 – Balsa para Rio Grande (30min em 30min)
10h00 – Rio Grande
13h00 – Chuí: Almoço

14h00 – Chuy: Carta Verde (tempo estimado: 2h)

10/06/17: 15h00 – Chuy UY – Punta Del Diablo UY
Distância: 45km
Tempo: 40min
Custo viagem: R$40,00
Airbnb Punta Del Diablo: Casa – R$150 x 1 noite

11/06/17: 8h00 - Punta Del Diablo UY – Cabo Polonio
08h00: Passear e almoçar em Punta Del Diablo
11h50: Sair para Cabo Polonio
Distância: 68km
Tempo: 1h12min
Custo viagem: R$25,00
13h00: Chegada para pegar o caminhão.
13h30: Saída Caminhão 4x4 para Cabo Polonio.
14h00: Chegada em Cabo Polonio
18h00: Volta Caminhão 4x4 de Cabo Polonio.
Custo Caminhão 4x4 + Estacionamento: R$66,00
11/06/17: 18h30 – Cabo Polonio – Punta Del Leste UY
Distância: 148km
Tempo: 2h10min
Custo viagem: R$58,00
Hostel Punta Del Leste: R$70,00
13/06/17: 8h00 – Punta Del Leste UY – Piriapolis UY – Montevideo UY
Distância: 138km
Tempo: 2h00min
Custo viagem: R$55,00
Airbnb Montevideo: R$157 x 2 noites
15/06/17: 18h00 – Montevideo UY – Colonia Del Sacramento
Distância: 177km
Tempo: 2h05min
Custo viagem: R$70,00
Hotel Colonia Del Sacramento: R$157,00
16/06/17: 18h00 – Colonia Del Sacramento UY – Carmelo UY
Distância: 74km
Tempo: 53min
Custo viagem: R$30,00
Hotel Carmelo:
17/06/17: 17h00 – Carmelo UY – Paso de Los Toros UY
Distância: 283km
Tempo: 3h34min
Custo viagem: R$
Hotel Paso de Los Toros:
18/06/17: 8h00 – Paso de Los Toros UY – Rivera UY
Distância: 249km
Tempo: 2h52min
Custo viagem: R$
18/06/17: 15h – Rivera UY – Porto Alegre RS
Distância: 496km
Tempo: 6h10min
Custo viagem: R$
Hotel em POA:
19/06/17: Porto Alegre RS – Curitiba PR
Distância: 741km
Tempo: 8h48min
Custo viagem: R$
Check in: 18/06 (noite)
Check out:19/06 (manhã)
19/06/17: 17h – Previsão de chegada em Curitiba

Seria mais ou menos isso, os últimos dias de viagem estou calculando tudo ainda...já que será em pleno inverno, espero que os preços das hospedagens estejam mais tranquilos.

E em relação a esta gasolina? O rendimento foi muito maior? Um amigo meu foi de TR4 e fez quase 18km/l com a TR, espero que a Ranger consiga fazer algo entorno disso! Estou fazendo 11km/l com ela, mas quero render mais!



Dea, tu vais fazer logo de prima mais de 800 km... Tu vais de Band? Eu cansei um pouco quando meus trajetos passavam de 500 km no dia. Agora, se vais com outro veículo, aí acho que até dá para encarar.
Não sei te informar quanto que estava a gasolina por lá; confesso que era algo que nem olhava, por conta da Band ser diesel... Se fores com carro diesel, aconselho a levar bombonas e sair do Brasil com tanque cheio, pois os preços lá são meio salgados e não tem postos de combustíveis entre as cidades.
Estou à disposição para qualquer dúvidas, no que eu puder responder! Quanto à carta verde, acho que achaste um link bem esclarecedor!
Se quiseres, manda um e-mail: grujicic@uol.com.br
Abraços!

dea_arendt
06/07/2017, 21:26
Olá pessoal!
Somente para finalizar a história toda!
A viagem foi show de bola! E muito obrigado pelas dicas de todos! Vocês foram essenciais em meu roteiro!

Incrivelmente não cansei de dirigir a Rangerzinha, e fiz 12,5km/l na estrada (com gasolina aditivada brasileira) e com a nafta consegui 15km/l (achei que seria mais...mas fazer oq!)

Bem, muito obrigado!!
549597
Segue a foto da Ranger em Colonia sacramento!
abraço a todos!