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Ver Versão Completa : Ignição eletrônica - Colocando o motor "no tempo"



Alexandre Targino
28/09/2005, 10:23
Comprei um kit de ignição eletrônica para o Jeep (Motor BF 161), um eletricista fez a ligação elétrica, contudo não conseguiu colocar o motor para pegar (motor fora de tempo).

Com ajuda de um amigo, coloquei o jeep para pegar, colocando o "no tempo" conforme abaixo:

* Tirei as velas
* Giramos o motor através da polia até o 1 cilindro ficar em cima.
* Giramos a polia até a marca coincidir com a seta do motor.
* Como o distribuidor só encaixa numa posição, coloquei o cabo de vela do 1 cilindro na posição de contato do rotor.
* Depois distribui os demais cabos no sentido anti horário de acordo com a queima 1 3 5 6 2 4.
* Depois passei a chave enquanto ele ia girando o distribuidor até acharmos a posição que ele trabalhou melhor e apertamos o distribuidor. (teve uma posição que o motor "ficou pesado" e ele não "girou").
* Não utilizamos a luz estroboscopica mas acho que ficou bom...........

Será que este procedimento esta correto?
:roll:

Alessandro Henrique
28/09/2005, 10:39
A ordem de ignicao e 1-5-3-6-2-4

Sds.

leopoldo
28/09/2005, 10:42
sequencia correta de ignição é:

1 5 3 6 2 4

a luz estroboscópica é necessária para ajustar o avanço : 5º APMS, com o vácuo desconectado.

de resto, está certo.

Alexandre Targino
28/09/2005, 10:45
Conforme bem constatado pelo Alessandro, coloquei os cabos na ordem de ignição 1 5 3 6 2 4........
Os demais procedimentos estão corretos?

O Jeep esta funcionando bem, pelo menos estes 2 dias depois da instalação da IG.E, qual será o problema, se é que vai ter, de não usar a luz estroboscopica e por consequência não ajustar o avanço?

Vinicius_4x4
28/09/2005, 10:48
Aí Alexandre,

Eu tinha esta ignição eletronica no meu jeep também, quando ele tava com o BF. Eu batia cabeça pra regular ele também, até que o cara que fez a distribuição me deu o toque :arrow: No sentido que o cara girava o distribuidor antes para avançar, com a ignição eletrônica girando no mesmo sentido o cara vai atrasar. Ou seja, a tua nova distribuição gira ao contrário.
Os cabos eu colocava na ordem normal do BF.
Detalhe: a minha distribuição eletronica foi feita apartir da distribuição do opala 6 cilindro.

[]´s

Alexandre Targino
28/09/2005, 10:52
Isto mesmo, Vinicius!
O distribuidor gira no sentido anti-horário.........e ela foi feita a partir de opala!
Comprei no mercado livre a um cara de Minas e por enquanto ela esta funcionando bem.o jeep esta funcionando bem melhor e com mais disposição!!!

Vinicius_4x4
28/09/2005, 11:26
se é que vai ter, de não usar a luz estroboscopica


Eu pedi para ajustarem duas vezes com a luz estroboscópica e não ficou 100%. Portanto fazia no olhometro mesmo :lol: . No meu caso eu tava com um certo problema, pois estava utilizando um cano para vedar o distribuidor, e mesmo afirmando bem o parafuso o distribuidor depois de certo tempo saia fora do ponto. Outro detalhe: eu não tinha o avanço externo no meu distribuidor, mas segundo o cara que fez esta adaptação pra mim não era possível, ou não ficava tão bom quanto sem ele, não lembor ao certo. :roll:

[]´s

Wart
28/09/2005, 13:23
Aproveitando a carona do assunto, talvez alguém me ajude com uma explicação.
Depois de colocar a mesma ignição eletrônica do opala no meu jipe (motor BF 161), o ponto misteriosamente mudou de lugar. A 5°, que seria o normal, o jipe simplesmente ficou sem potência nenhuma. Velocidade máxima de 50km/h, só encarando subidas em primeira marcha. Fui ajustando "no olhômetro" até o jipe andar bem (vários dias de método tentativa/erro). Conferindo com a estroboscópica, o ponto que melhor funcionou ficou por volta de 12°.
[]s

Cedric
28/09/2005, 18:51
Vamos ver se eu entendi:

1. Foi adquirido um distribuidor que dispensa o uso de platinado e um módulo eletrônico, para substituir o distribuidor convencional (com platinado).

2. Realizada a instalação do novo distruibuidor, o fregues discobre que "o novo gira no sentido anti-horário" e que "o antigo girava no sentido horário", ou algo do gênero, para explicar porque o motor BF não quis pegar ou porque o avanço deverá ser ajustado no sentido exatamente oposto ?

Eu vinha procurando fornecedor para o distribuidor sem platinado para o meu BF, item esse que não é nada barato, em torno de RS$ 500-600. Quer dizer, que além de pagar a bagatela acima, ainda poderão haver supresas durante a instalação ?

Não teríamos como garantir que os Jipeiros - pelo menos aqueles que frequentam esse site - fossem poupados de supresas desagradáveis como esse ?

Tatão
28/09/2005, 19:03
um eletricista fez a ligação elétrica, contudo não conseguiu colocar o motor para pegar (motor fora de tempo).




num é querer falar não, :pensativo: ,,,,,


mas BEM fraquinho esse eletricista :shock:

Sukys
29/09/2005, 01:22
Realizada a instalação do novo distruibuidor, o fregues discobre que "o novo gira no sentido anti-horário" e que "o antigo girava no sentido horário"

Não é bem isso, Cedric, no BF (ou em qualquer outro motor) o distribuidor sempre vai girar no mesmo sentido, e não tem como ser diferente porque o sentido de giro é determinado por acoplamento de engrenagem junto ao girabrequim.
O que acontece é que no BF o distribuidor gira no sentido anti-horário e no motor do Opala, por exemplo, gira no sentido horário. Como o sentido de giro determina o funcionamento do avanço centrífugo, instalar no BF um distribuidor que foi feito para girar no sentido horário ficará com o avanço invertido, ou seja, a medida que a rotação do motor aumenta existe atraso no ponto, e não avanço. E o mesmo acontece com o avanço à vácuo, que terá sua função invertida.


...porque o avanço deverá ser ajustado no sentido exatamente oposto ?

Também está havendo confusão com isso. O avanço estático não tem nada a ver com avanço centrífugo funcionando de forma invertida.
Se o rotor do distribuidor gira em um sentido, deslocando o corpo do distribuidor no sentido oposto estaremos avançando o ponto, e no mesmo sentido atrasando, e isso vale para qualquer situação, distribuidor original ou não.


Quer dizer, que além de pagar a bagatela acima, ainda poderão haver supresas durante a instalação ?

Se for uma adaptação bem feita não, se for gambiarra sim, e o que mais tem por aí é gambiarra.
Adaptação bem feita requer não só a inversão no funcionamento do avanço como também a manutenção da curva de avanço original do BF. Como este tipo de coisa não é fácil de se fazer e quando é feita tem seu custo, na maioria das vezes simplesmente se trava o avanço centrífugo e se despreza o avanço à vácuo, e em alguns casos nem isso se faz.

E a coisa não para por aí.
Se o distribuidor faz uso de impulsor a fase do sensor tem que ser invertida, caso contrário a faísca acontece com o rotor distanciado do pino correspondente, na tampa do distribuidor. Isso acarreta em diminuição da faísca lá na vela e até danos à tampa. A partida fica difícil, marcha lenta idem, e o motor com baixo rendimento.
Distribuidor do Opala com sensor Hall não cheguei a analisar com o funcionamento ao contrário mas não ficaria surpreso se ocorrerem os mesmos problemas, já que as janelas que determinam o acionamento do sensor (e o duty cicle da bobina) atuarão de forma contrária.


Não teríamos como garantir que os Jipeiros - pelo menos aqueles que frequentam esse site - fossem poupados de supresas desagradáveis como esse ?

Tem sim, e atende pelo nome de "pesquisa". Este assunto já foi tratado diversas vezes por aqui e foi abordado em todos os seus detalhes, e fazendo uso desta ferramenta é fácil encontrar os tópicos.

Por outro lado... em outro tópico saiu uma conversa onde alguém comentou que o preço de uma ignição original e completa, para motor 4 cil. custava NA LOJA, TUDO NOVO, 800~1000 reais ou coisa do tipo. Daí alguém chamou o dono desta loja de ladrão, porque comprou um "kit" da mesma ignição por 300~400 reais (não lembro exatamente dos valores). Só que aí entra um pequeno detalhe, o "kit" era salvo de desmanche, com distribuidor usado, módulo eletrônico idem e nem o diabo saberia dizer se o módulo era exatamente o original e muito menos se a bobina fornecida tinha perfeita compatibilidade com o módulo.

Trabalho bem feito tem seu preço e muita gente só se preocupa com o valor que vai desembolsar de imediato, mal se tocando que um distribuidor com avanço travado ou invertido significa despesa extra toda a vez que liga o carro, e isso por causa do maior consumo de combustível quando comparado a um motor com distribuidor decentemente adaptado.

Como diz o ditado, não existe almoço grátis.

Abraços,

Tatão
29/09/2005, 21:25
eu postei um tópico comentando justamente isso....
que os distribuidores de jeeps viram ao contrario (anti horario)

por isso que no Diabo Verde tem adaptado distribuidor do monza(que vira anti horario), apesar de ter ar curvas de avanço completamente diferentes do motor go devil, pelo menos ele adianta quando se acelera, ao contrario dessas gambiarra com distribuidor de opala, que quando o peão acelera, ao inves de adiantar o ponto, o distribuidos atrasa

Daniel Webber
29/09/2005, 21:46
caro colega jipeiro Sukys, gostaria de parabenizá-lo pela excelente explicação dada no tópico anterior. Voçê foi corretíssimo em sua análise. Sou engenheiro eletrônico mas trabalho mesmo com regulagens de motores, ou seja, sujo as mãos. Quando estava na fenajeep este ano, havia um pessoal vendendo essas ignições milagrosas de 350,00 reais, quando fui verificar,por curiosidade, como funcionava ví que não havia avanço a vácuo e o centrífugo estava travado, quando indaguei o vendedor sobre o fato ele disse que isso não precisava, imagina!, que jipe só andava devagar. Aí pensei não pode esistir milagre mesmo, ou se faz uma coisa certa e se cobra por isto ou não se faz nada.
Uma ignição assim é pior que um platinado original.
Daniel Webber

Sukys
30/09/2005, 00:33
Sou engenheiro eletrônico mas trabalho mesmo com regulagens de motores, ou seja, sujo as mãos.

Mão na graxa e levando choque. Sabia que quem faz isso, quando morre, não vai para o paraiso dos simples mortais e sim para o ferro-velho dos céus?
A minha vaga já estou garantindo... :lol:

Abraços,

Cedric
30/09/2005, 00:50
Realmente, Sukys, voce depenou a ave rapina de maneira fulminante !Parabéns !

Alguns anos atrás eu conheci um eletro-técnico jovem que se demitiu de um empregão (Petrobrás !) para trabalhar na oficina do seu pai. O rapaz conhecia tudo sobre PLCs etc e estava à frente da ala hi-tech da oficina enquanto paizão cuidava da parte tradicional.

Bom esse moço propós a troca do "miolo" do distribuidor WAPSA por outro, de efeito Hall ou semelhante. A vantagem residiria em reter o sistema de avanço original. Acrescentou ainda que iríamos precisar da mão de obra de um torneiro competente para realizar o feito.

Sukys, qual é a sua opinião em relação a proposta acima ? Seria viável enxertarmos o mecanismo - que dispensa platinado - do distribuidor da Opala (6 cilíndros) dentro do distribuidor do BF 161 ?

Ou seria mais vantajoso catar o "miolo" do distribuidor de outro veículo 6 cilíndros, como por exemplo o picape Ford Argentino ?

Se o "miolo" a ser enxertado ocupar volume maior do que estiver disponível no distribuidor original, resta a opção de tornearmos um tarrrugo de alumínio para formarmos um corpo novo de distribuidor e alojar todos os componentes lá dentro.

No aguardo do seu parecer.

Sukys
30/09/2005, 02:58
Bom esse moço propós a troca do "miolo" do distribuidor WAPSA por outro, de efeito Hall ou semelhante. A vantagem residiria em reter o sistema de avanço original.

Em algum canto deste fórum já fiz esta proposta de enxertar o sensor na mesa do BF, ou até a mesa por completo. Daí é só tornear a came de levante do platinado, fazer rebaixo para chaveta e aneis elásticos e instalar no local o disco de janelas, devidamente orientado com o rotor e sensor Hall.
Como o disco também determina o tempo de permanência (duty cicle ou dwell time, como queiram) o ideal seria aproveitar o módulo e a bobina de ignição do sistema que "doou" o disco, assim existe a garantia de que tudo vai funcionar nos trinques.

Coisa do tipo não requer muita despesa e fora o trabalho de tornearia pode ser feito até em fundo de garagem, com recursos minimos, bastando apenas algum conhecimento básico sobre o assunto e alguma dose de inventividade.
É garantia de algumas horas de diversão e o prazer de ter feito algo realmente funcional e decente, uma pá de cal para o platinado e para o "ignitor tabajara" que vendem por aí...

Abraços,

Cedric
30/09/2005, 06:24
Sukys,

Muitíssimo agradecido ! Pelo jeito, voce coloca mão na graxa e mexe na eletricidade, sem se machucar ou levar choque :) Nada de serviços ou experiências tabajara, inclusive porque não fazem falta na praça :lol:

Vou procurar aquele eletricista no bairro de Ilha do Governador, haja visto que as ferramentas que tenho à disposição são limitadas, além daquele moço estar careca de fazer coisas do gênero !

Agora uma curiosidade - o fator dwell time, é tão importante assim para que o conjunto modulo eletrônico/bobina e o primeiro formem um trio casado ?

Não seria o caso do miolo fornecer um dwell time quase constante - que independa de rpm - ao conjunto modulo/bobina, ou mesmo se não fosse assim por razões das limitações físicas impostas pelo disco e sensor, não haveria uma espécie de mono-estável (one-shot) incorporado a esse conjunto para efetivamente resolver o caso ?

Se voce argumentar com base em nº de descargas por rpm de 6 cilindros versus 4 cilindros, digamos, tudo bem, deveríamos realmente procurar um conjunto modulo/bobina oriundo de motor 6 cilindros - não seria o caso desse último poder ser de qualquer procedênica 6 cilindros ?

Abraços

Sukys
01/10/2005, 00:35
Agora uma curiosidade - o fator dwell time, é tão importante assim para que o conjunto modulo eletrônico/bobina e o primeiro formem um trio casado ?

De forma bem simples e sem entrar em "tecniquês":

-Bobina é como uma caixa d'água, que leva um tempo para encher mas que se esvazia quase que instantaneamente.
-Módulo eletrônico é como uma bomba d'água, que tem uma determinada capacidade de bombear água lá prá cima.
-Dwell Time pode ser representado pelo tempo que a bomba permanece ligada para encher a caixa d'água.

Logo existe uma relação entre capacidade da caixa, tempo e volume de bombeamento.

Se a caixa demora 1 hora para ficar cheia é este o tempo ideal para manter a bomba ligada.
Se abrirmos a caixa d'água com uma freqüência de 1 hora e meia, com certeza a caixa estará cheia no momento da abertura, e se mantivermos a bomba ligada pelo mesmo tempo teremos um desperdício de água equivalente a meia hora de bombeamento.
Se abrirmos a caixa d'água com uma freqüência menor que 1 hora vai sair água só que em volume menor, porque a bomba não teve tempo para enche-la até o nível adequado.

Com a ignição acontece coisa semelhante. O tempo para "encher" a bobina é controlado pelo Dwell Time, que por sua vez tem a ver com a capacidade da bobina e com a corrente fornecida pelo módulo.
Uma bobina parruda e um módulo raquítico podem nem funcionar com qualquer Dwell Time, já uma bobina esquelética e um módulo anabolizado funcionam até com Dwell Time insignificante, só que neste caso a faísca também será insignificante, porque depende diretamente da capacidade da bobina, e de tabela da capacidade do módulo.
Pode-se gerar outras combinações com estes três elementos, e praticamente todas elas vão representar muito bem o porque do trio casado.

Vendo a coisa com um pouco mais de detalhes: nas ignições que fazem uso de impulsor o Dwell Time é controlado pela eletrônica do módulo, logo este tempo leva em consideração exclusivamente a bobina original, logo a bobina + módulo fazem um par casado, sem falar que existem vários tipos de impulsor, cada qual com suas características e que são determinantes para a eletrônica do módulo.
Nas que fazem uso de sensor Hall o Dwell Time é determinado pelo disco de janelas, logo o disco faz par com a bobina. Em tese, qualquer módulo que faça uso de Hall pode ser utilizado junto a qualquer bobina, pelo menos no que diz respeito ao Dwell Time, que tem a ver, em ultima análise, com o distribuidor, mas não é possível afirmar de pé junto que todos os módulos para Hall tem a mesma capacidade de chaveamento. Simplificando, um módulo para Hall que faça par com uma bobina que drene X Ampères pode não chavear adequadamente outra que drene X+n Ampères, mas o inverso é válido. Quanto ao próprio sensor Hall, a maioria trabalha com 12 Volts (em ignições microprocessadas geralmente é 5 Volts) mas não é possível afirmar de pé junto que todos sensores fornecem a mesma corrente de saída (entrada do módulo) logo, par casado com o módulo se não nasce zebra e não faísca.

Por essas e outras que sempre é bom fazer adaptações completas, evitando assim qualquer tipo de surpresa. No mercado existem trocentos tipos de módulos, bobinas e sensores, e os fabricantes não fazem isso para complicar a própria vida e a dos usuários, e sim para garantir o desempenho de cada motor em específico.

Este assunto é um tanto quanto enrolado e se você der uma passeada pelo meu Site (endereço lá embaixo) encontrará na seção Teoria alguma coisa sobre ignição, com direito a gráficos que melhor ilustrarão os comentários já feitos.


Não seria o caso do miolo fornecer um dwell time quase constante

Seria o ideal e é assim que acontece nos sistemas de ignição mais sofisticados, microprocessados, só que aí entra um grande detalhe: nestas ignições, o tempo de carga da bobina é menor que o menor período entre descargas, e as bobinas ditas como convencionais NORMALMENTE não se prestam prá isso porque tem o tempo de carga demasiadamente longo.
Veja bem que este comentário leva em conta o período ideal de carga versus rotação máxima do motor, e na imensa maioria dos casos as bobinas convencionais tem um período de carga que é maior que o necessário quando o motor atinge altos regimes de giro, ou seja, a rotação atropela o tempo da bobina justamente quando mais precisa de uma faísca energética.
Por isso que uma ignição convencional deixa à desejar em altas rotações, e pouco importa se o controle é via platinado ou sensor, se tem módulo eletrônico ou não. O gargalo é a própria bobina.

Nestas ignições mais sofisticadas - que trabalham com Dwell Time fixo - se usam as chamadas bobinas plásticas, que em alguns casos tem capacidade energética semelhante à uma ignição do tipo CDI de 100~120 miliJoules, com a vantagem de manter a faísca por um tempo maior (esse é o tendão de Aquiles de QUALQUER ignição CDI) em detrimento de uma tensão ligeiramente inferior (sempre comparada ao CDI) mas que dá de dez a zero em qualquer ignição convencional.

E se alguém já está pensando em pegar uma bobina plástica e mandar ver no jipão pode ir esquecendo, com o motor em marcha lenta elas chegam a ficar vermelha e não é de raiva, isso se não estourar ou pegar fogo porque o Dwell Time tem que ser rigorosamente fixo, mas se alguém quiser fazer o teste pode aproveitar o momento e fazer isso com picanha, porque carvão para o churrasco já fica garantido. :lol:


não haveria uma espécie de mono-estável (one-shot) incorporado a esse conjunto para efetivamente resolver o caso ?

Um One-Shot sim, só que contando o tempo prá trás e não prá frente.
É que One-Shot passa a contar tempo em função de um disparo, e o disparo que temos via distribuidor é exatamente o tempo em que DEVE ocorrer a faísca. Oras, se o One-Shot vai representar o tempo de carga da bobina, o dito deve começar a contar o Dwell Time antes do disparo da faísca e não depois.
No exemplo lá do alto, seria mais ou menos o mesmo que abrir a caixa d'água para só então bombear água prá dentro dela.

Tudo bem, o disparo do One-Shot pode ser controlado pelo distribuidor e o fim deste tempo disparar a faísca, só que à medida que o motor aumenta de giro a faísca será disparada cada vez mais atrasada, quando na verdade teria que ser retroagida no tempo (função do avanço centrífugo) e isso acontece porque o tempo do One-Shot é fixo e o período angular da rotação do motor não.
Resultado: à medida que o motor aumenta de giro a faísca será gerada cada vez mais atrasada, anulando o avanço requerido e "matando" o motor.
Coloque a coisa em números ou gráficos e perceberá que mesmo considerando um atraso no avanço estático, para compensar o tempo do One-Shot e manter o ponto ideal em marcha lenta, por exemplo, os tempos vão ficando cada vez mais conflitantes à medida que a rotação aumenta.


Se voce argumentar com base em nº de descargas por rpm de 6 cilindros versus 4 cilindros, digamos, tudo bem, deveríamos realmente procurar um conjunto modulo/bobina oriundo de motor 6 cilindros - não seria o caso desse último poder ser de qualquer procedênica 6 cilindros ?

Correto, conjunto COMPLETO de qualquer procedência respeitando o n° de cilindros, DESDE QUE o motor doador tenha regime de giro igual ou superior ao do receptor. Não é o caso do BF como receptor, que tem um regime de giro relativamente baixo e aceita praticamente qualquer coisa como doação, mas para todos os efeitos é bom deixar isso claro.
Outra coisa, convém levar em conta a necessidade de alguma eventual reposição, e se fizer uso de algo um tanto quanto raro - ou caro - poderá ter problemas com o bolso.
Peça nova de carro velho não cai de preço, pior ainda se for importado, e ainda existe muita ignição de Opalão seis canecos dando sopa em ferro-velho.

Abraços,

Cedric
01/10/2005, 08:13
Sukys,
Bela resposta !

Esse fim de semana estou super atarefado com outro projeto mas em breve te darei um retorno.

Abraços

Claudio Almeida Machado
11/11/2011, 17:42
Caros amigos,
Boa esplicação acima...
Tenho um motor de opala 4cc, um amigo me ofereceu um kit de ignição Hall completo do AP(distribuidor, bobina, modulo 7 pinos e chicote) estava pensando em fazer uma adptação e colocar ele para funcionar no motor de opala.
Alguém ja fez esta adptação? deu certo? Tendo em vista que a parte mecanica acho tranquila de fazer...tenho um bom conhecimento de motores...eu mesmo estou prestes a tentar a fazer...

Claudio Almeida Machado
11/11/2011, 17:52
Outra dúvida!

Em relação a ignição eletrônica "antiga" de aranha que ultiliza bobina impulsora, por exemplo...um distribuidor de opala 4cc eletrônico, a bobina impulsora deste distribuidor poderá ser ultilizado em um ditribuidor de 6cc, conservando apenas as aranhas dos devidos motores???

GBarros
12/11/2011, 00:11
Caros amigos,
Boa esplicação acima...
Tenho um motor de opala 4cc, um amigo me ofereceu um kit de ignição Hall completo do AP(distribuidor, bobina, modulo 7 pinos e chicote) estava pensando em fazer uma adptação e colocar ele para funcionar no motor de opala.
Alguém ja fez esta adptação? deu certo? Tendo em vista que a parte mecanica acho tranquila de fazer...tenho um bom conhecimento de motores...eu mesmo estou prestes a tentar a fazer...

Claudio, e aí blz! Cara, eu fiz isso no meu, posso até mandar fotos depois do distribuidor, e ficou dez! Eu tinha um distribuidor do opala que funcionava a platinado (que só é dor de cabeça) jogado aqui em casa. Este eu tirei do motor logo que comprei o jeep, e comprei um distribuidor indutivo. Como quis injetar meu 4cc de opala, tive que arrumar um distribuidor com efeito hall, e como opalas não sairam com esse distribuidor, mandei fazer um, unindo um distribuidor do motor AT da volks (motor Mi - que apresenta o distribuidor bem curto), com o do platinado do opala. Claro, para a base do distribuidor eu usei o do opala, pois a fixação do mesmo no motor e o eixo da engrenagem fica certa, sem problemas. Mandei cortar a parte de cima dele (onde fica o platinado e o avanço), para que ficasse em forma de uma mesa, e que o distribuidor do motor Mi fosse apenas encaixado e parafusado nesta mesa, depois de torneado tb. Os eixos foram medidos, cortados e unidos por solda, ficando no tamanho certo do distribuidor. A tampa usada foi a do distribuidor do Mi, pois a parte de cima do distribuidor fica sendo a dele. Lembrando que a tampa deste distribuidor, o encaixe dos cabos são por pinos, e os cabos devem ser trocados, afim de evitar falhas na transmissão das faiscas. O rotor também é o do distribuidor do Mi. Claro, tudo foi feito por um bom torneiro, e pela eficiencia do efeito hall, o valor cobrado pelo serviço foi barato. Hoje eu não uso mais a injeção, mas instalei a ignição TSZ-H com uma bobina plastica, e é so alegria tb.

Claudio Almeida Machado
13/11/2011, 10:15
Fala Barros...
Valeu cara pelos esclarecimentos, pois vou comprar um ignição hall completa, o meu jeep esta com BF ainda, mas estou progrmaando a troca para janeiro, e com isto estou dando uma bola no motor opala q ainda esta na bancada...não aguento mais pelejar com o BF...cada hora é um problema...rsrs
Manda as fotos pelo forum ou pode ser pelo e-mail tbm: claudiojfmachado@hotmail.com

Abraço

GBarros
01/12/2011, 19:12
Claudio, desculpe aí pelas fotos, realmente ficou faltando o envio delas. Lembrei estes dias quando tava mexendo no jeep. Estão aí, se tiver duvidas, é so perguntar. Abração!

chinelao4x4
01/12/2011, 19:43
sobre injetar, tem que ter esse tal hall ? no meu ohc 4cc, comprei o kit da gama4x4 do distribuidor eletronico, ficou bom, mais futuro em breve, rsrsrs, e´injeta-lo, mais veio esta duvida agora, será que terei que troca o dist. denovo ?

calhiandro
01/12/2011, 20:13
Falar nisto estou com um problema, meu carro está com o módulo DIS da motorspice instalado, de uns tempos para cá estou percebendo que meu carro sai de tempo, a cada dois meses tenho que passar a pistola de ponto nele, isso é normal ele esta saindo de tempo com tanta frenquencia? O problema está no distribuidor? Os sintomas são os seguintes: ele pega rápido ai com o tempo vai ficando cada vez mais ruim de pegar, cada vez tem que dar um solo mais longo ai coloco no tempo novamente e ele melhora ai começa a piorar até ter que colocar no tempo novamente. Meu carro é um jeep ford ohc 2.3 alcool original, so que o antigo dono o converteu para gasolina. Esta queimando gasolina.

sraposo
01/12/2011, 21:07
Oi, Calhiandro.

Não consegui localizar nos e-mails que vocÊ mandou antes e depois da compra alguma informação sobre o tipo de distribuidor, se com platinado ou ignição eletrônica. Pelo ano do motor (Ford OHC 1983), suponho que seja com ignição eletrônica, mas peço que você confirme isso. Dependendo do tipo, a análise será feita de uma forma, com algumas partes comuns entre os tipos.

Adiantando alguma informação que possa ser útil para focar nos itens que tenham maior probabilidade de causar o efeito que você relatou:
- o DIS utiliza o mapa de ignição original como base. Se a ignição é avançada pelo mecanismo do avanço centrífugo e/ou do avanço a vácuo, o DIS segue a mudança.
- se por ação manual ou por problema em alguma parte do distribuidor o avanço é mudado, o DIS segue a mudança também
- O DIS tem capacidade de AVANÇAR eletronicamente o mapa, o chamado recurso de remapeamento, cujo uso é opcional mas altamente recomendado em motores antigos. O DIS NÃO tem recurso nem previsão para causar ATRASO.
- Pelo fato de o DIS da versão básica (como o que você comprou) ser um sistema com centelha perdida, um atraso excessivo do "ponto" ("ponto=avanço inicial da ignição, dado pelo distribuidor) poderá levar a uma dificuldade extra de partida, justamente por causa da centelha perdida. Se fosse um DIS da versão 100% sequencial, portanto sem centelha perdida, este efeito não ocorreria. Mas note, o problema não está na centelha perdida, ela apenas PODE potencializar a dificuldade!

Com DIS ou com sistema de ignição original, o certo é que NÃO ocorra o atraso que você diagnosticou, pois leva à perda de torque, aumento do consumo e elevação da temperatura dos gases que saem dos cilindros, o que não é nada bom para o cabeçote, válvula de escape e sua sede. Portanto, há de se descobrir o porquê deste atraso continuado ocorrer!!!

Note que não sugeri que você comprasse peças novas e fosse trocando até acertar. Sugiro não gastrar nem R$0,01 nisso. Há formas corretas e sem custo de localizar este tipo de problema, se você tiver algum conhecimento e disponibilidade para isso.

Aguardo tua resposta!

Grande abraço!

calhiandro
01/12/2011, 21:19
Confirmando Sérgio é ignição eletronica sim. Realmente é um mistério a ignição ficar atrasando direto, será que tem haver somente com o distribuidor, a correia dentada folgada pode causar esse problema?! Não sei a causa, se você poder me guiar agradeço!

Grande abraço

sraposo
01/12/2011, 21:49
Oi, Calhiandro.

Se a correia dentada escapasse da posição, certamente o ignição ficaria atrasada, mas os ângulos de abertura e fechamento das válvulas modificar-se-iam e iria mudar bastante o desempenho do motor para PIOR, não apenas na partida. O atraso na ignição até poderia ser corrigido atuando-se no distribuidor, mas a mudança nos ângulos de abertura e fechamento das válvulas, não! Considerando que você só tem atuado no distribuidor, se a causa fosse na correia, depois de tantas ocorrências, talvez este motor nem mais estaria em condiçÕes de partir. Sendo correia dentada, supõe-se que a cada "escorregada" ocorreria uma variação de certo número de graus, que depende da quantidade de dentes que há em cada polia.

O pulso é gerado pela bobina impulsora, que é o que vai resultar na faísca à saída da bobina (no caso do DIS, bobinas, uma por vez) depende que as "aranhas" do distribuidor (1 fixa, 1 móvel) cruzem suas "patas" (na verdade, existe uma posição específica, mas deixemos isso de lado) com uma velocidade mínima. Abaixo desta velocidade, não há pulso válido.
Assim, o pulso somente depende que as patas cruzem, não importa se o cruzamento se dá no ângulo errado do virabrequim nem se o rotor está apontando para o contato relativo à "vela da vez": cruzou, faiscou!

Para que a "aranha" móvel gire e, consequentemente, faça com que os cruzamentos das patas aconteçam continuamente (enquanto o virabrequim girar) é necessário que:
1) o eixo do distribuidor gire;
2) a engrenagem no eixo do distribuidor gire
3) a engrenagem do comando de válvula que engranza na engrenagem do eixo do distribuidor gire;
4) que o comando de válvulas gire
5) que a polia (dentada) do comando de válvulas acionada pela correia gire
6) que a correia dentada se movimente
7) que a polia (dentada) do virabrequim e que aciona a correia dentada, gire
8) que o virabrequim gire.

E para que esta lista? É porque cada um dos itens listados depende do outro imediatamente depois para funcionar. Assim, peças que são encaixadas correm o risco de deslizar uma sobre a outra, seja porque são encaixadas sobre pressão mas ela se perdeu, seja porque um parafuso, pino elástico, chaveta etc tenha se estragado/afrouxado. Porém, para que haja SOMENTE atraso da ignição SEM ocorrer mudança nos ângulos de abertura e fechamento das válvulas, APENAS se houvesse o tal deslizamento de peças entre os itens 3/2 e/ou 2/1, mas eu apostaria inicialmente em um deslizamento entre eixo de distribuidor e "aranha" móvel! Não sei se no distribuidor do motor Ford OHC a "aranha" móvel é apenas encaixada sob pressão, como no motor de Opala, ou se há alguma chaveta, ressalto etc. Se for na base da pressão, há uma chance de a aranha móvel estar paulatinamente girando em torno do eixo do distribuidor, causando atraso progressivo. Note que comento sobre possibilidades com base no que você relatou. Existe pelo menos 1 maneira certa de se verificar cada uma destas coisas, possibilitando descobrir a(s) causa(s).

Não está excluída a possibilidade de o mecanismo de avanço centrífugo estar com uma super folga, mas para isso há forma de se verificar. Aliás, não está excluída a possibilidade de combinação de 2 ou mais problemas ocorrendo simultaneamente!

Se você tiver captado o sentido do que eu quis dizer, você terá condiçÕes de fazer a verificação passo a passo e chegar ao problema.

Abraços!

calhiandro
01/12/2011, 22:13
Sergio, você teria condições de me mandar aqueles vídeos, para saber se o distribuidor tem folga? Por que acessei o link e o mesmo estava quebrado?
email: calhiandro.mendes@gmail.com

sraposo
01/12/2011, 22:19
Oi, Calhiandro.

O endereço é https://picasaweb.google.com/MotorSpiceElectronicDevices/MostrandoComoEUmDistribuidorSemFolga

Abraços

calhiandro
01/12/2011, 22:24
Lembrando Sergio que a dificuldade é somente na partida, não noto diferença alguma no desempenho! é por que esses motores Ford ohc 2.3 tem que estar no exato ponto de ignição para eles não terem problema de partida! Vou checar o vídeo!

Mais uma vez obrigado!

Fornara
21/01/2012, 20:01
Salve Pessoal! Comprei um kit de Ig. Eletrônica no M. Livre de uma empresa chamada "Só Ignição Eletrônica" Igniçao Eletronica Do Jeep 6 Cilindros Com Modulo Bosch.. - R$ 380,00 no MercadoLivre (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-216986258-ignicao-eletronica-do-jeep-6-cilindros-com-modulo-bosch-_JM) e ainda não fiz funcionar, mas veio com uma serie de problemas: Folga no eixo, falta do rebaixe na ponta do eixo que encaixa na bomba do oleo, falta do suporte para prender no bloco do motor... Mandei tornear aponta do eixo, e comprei a presilha da ignição do fusca que serviu +-. Pergunto se alguem já utiliza este distribuidor e se esta funcionando bem? Outra coisa é se alguem poderia me informar como é a ligação dos fios, já que não veio nenhum manual de instruções! Comprei com a bobina Bosch (067) e pergunto se é a indicada mesmo para este distribuidor? Desde já agradeço! abraço

sraposo
21/01/2012, 20:10
Fornara,

Quanto às ligações, veja em :
Opala.com • Ver Tópico - Esquema de Ligação - Ignição Eletrônica Transistorizada (http://www.opala.com/forum/viewtopic.php?t=7747)

Falta saber se este modulo requer o "fio-resistência" ou resistor, o que provavelmente será verdade se a resistência do primário desta bobina for 1 Ohm ou muito disso, especialmente se ABAIXO disso.

Boa sorte!

Fornara
21/01/2012, 21:42
Fornara,

Quanto às ligações, veja em :
Opala.com • Ver Tópico - Esquema de Ligação - Ignição Eletrônica Transistorizada (http://www.opala.com/forum/viewtopic.php?t=7747)

Falta saber se este modulo requer o "fio-resistência" ou resistor, o que provavelmente será verdade se a resistência do primário desta bobina for 1 Ohm ou muito disso, especialmente se ABAIXO disso.

Boa sorte!

Salve Sergio! Obrigado pelas informações. Já tinha ouvido falar neste resistor, que parece que baixa a voltagem dos 12 para 8 volts, e deve ser usado quando se usa o módulo de 6 pinos!! Será que isto procede? Ou só usarei se a bobina for acima de 1 ohm? Valeue agradeço mais estas informações!

Fornara
21/01/2012, 22:33
Pelo que pude apurar no esquema de instalação, o "fio resistor" é mesmo necessário! Vou segunda na elétrica ver se consigo este resistor, ou será que já vem no chicote pronto??? Bem, nem se nem a arruela de borracha os caras me mandaram, que dirá este resistor, acho que nem sabem o que é isso! Valeu!

sraposo
22/01/2012, 10:39
Fornara, bom dia.

A bobina Bosch do tipo KW12V código 9.220.081.067 é a peça que o fabricante indica como substituta para as bobinas com código terminado em 060, 063, 064 e 065, mantidos os algarismos anteriores. A citada peça deve ter resistência de primário na faixa de 1,2 a 1,6 Ohm.

Segundo um outro documento da Bosch, o sistema TSZ-I (mais conhecido como "caixinha de ignição", "caixinha da Bosch", "caixinha de 6 pinos" e outros) requer um resistor entre a saída do módulo e o negativo da bobina com valor 0,8 na maioria das aplicações, mas se encontram casos em que é informada uma faixa de 0,7 a 0,9 Ohm (Chevette com ignição eletrônica e Opala com ignição eletrônica e usando álcool).

O "fio-resistência" já faria parte do próprio chicote original do módulo de ignição, logo dispensaria o resistor externo. Possivelmente os chicotes à venda atualmente NÃO usam o "fio-resistência". O certo é medir o tal fio com um ohmímetro com escala 0-200 Ohm ou menor fundo de escala e com pelo menos 3 1/2 dígitos, caso contrário o resultado da medida poderá parecer que o fio usado não tem a esperada resistência, podendo levar à decisão de instalar o resistor externo desnecessariamente. Se a resistência entre a saída do módulo de ignição e o negativo da bobina for maior do que o devido (exemplo: chicote já com "fio-resistência" e feita inclusão do resistor externo), a centelha ficará mais fraca, aumentando a chance de falha em acelerações bruscas, perda de potência quando o motor estiver submetido a cargas maiores e dificuldade de partida com motor frio. Evitei mencionar os detalhes técnicos para não ser enfadonho.

Aproveitando este espaço, comumente encontram-se relatos de retirada proposital do "fio-resistência"/resistor e de uso de bobinas plásticas no lugar do tipo asfáltico e tudo continuar funcionando. Não se deve confundir "funcionar de algum jeito" com "funcionar bem e com segurança"! Os itens que compoem um sistema são calculados para se obtenha um grau de performance com segurança, e esta é especialmente interessante no caso de carros, pois a pane de uma peça que leva à imobilização do carro e/ou prejudica/impede o controle do veículo poderá se dar no pior local e momento. Assim vale para os itens do sistema de ignição, como não poderia deixar de ser. O fato de uma experiência feita na base do "achômetro" e não ter resultado *** imediatamente *** em uma queima, *** não *** significa que a coisa esteja sendo feita de maneira certa.
O ganho em tensão e energia por centelha ao dispensar-se o "fio-resistência"/resistor poderá modificar positivamente, porém ligeiramente, a resposta do motor, mas uma condição de risco estará estabelecida e a vida útil da bobina e do módulo de ignição ficará reduzida, pois ambos operarão com sobrecarga.

Assim, quando não se dispõe do conhecimento técnico específico, o mais sensato é seguir a recomendação do fabricante, pois ele, presumivelmente, já se deu ao trabalho de fazer estudo, pesquisa e testes.

Espero que você não encontre mais surpresas neste kit que você comprou!. Você chegou a fazer contato com quem o vendeu para informar dos problemas? Em caso negativo, considere a possibilidade de o vendedor (verdadeiramente) desconhecer este fato e ter o interesse de solucionar bem e rapidamente o caso, poupando você de perder tempo tentando corrigir o(s) erro(s).

Abraços e boa sorte!

Fornara
22/01/2012, 20:46
Fornara, bom dia.

A bobina Bosch do tipo KW12V código 9.220.081.067 é a peça que o fabricante indica como substituta para as bobinas com código terminado em 060, 063, 064 e 065, mantidos os algarismos anteriores. A citada peça deve ter resistência de primário na faixa de 1,2 a 1,6 Ohm.

Segundo um outro documento da Bosch, o sistema TSZ-I (mais conhecido como "caixinha de ignição", "caixinha da Bosch", "caixinha de 6 pinos" e outros) requer um resistor entre a saída do módulo e o negativo da bobina com valor 0,8 na maioria das aplicações, mas se encontram casos em que é informada uma faixa de 0,7 a 0,9 Ohm (Chevette com ignição eletrônica e Opala com ignição eletrônica e usando álcool).

O "fio-resistência" já faria parte do próprio chicote original do módulo de ignição, logo dispensaria o resistor externo. Possivelmente os chicotes à venda atualmente NÃO usam o "fio-resistência". O certo é medir o tal fio com um ohmímetro com escala 0-200 Ohm ou menor fundo de escala e com pelo menos 3 1/2 dígitos, caso contrário o resultado da medida poderá parecer que o fio usado não tem a esperada resistência, podendo levar à decisão de instalar o resistor externo desnecessariamente. Se a resistência entre a saída do módulo de ignição e o negativo da bobina for maior do que o devido (exemplo: chicote já com "fio-resistência" e feita inclusão do resistor externo), a centelha ficará mais fraca, aumentando a chance de falha em acelerações bruscas, perda de potência quando o motor estiver submetido a cargas maiores e dificuldade de partida com motor frio. Evitei mencionar os detalhes técnicos para não ser enfadonho.

Aproveitando este espaço, comumente encontram-se relatos de retirada proposital do "fio-resistência"/resistor e de uso de bobinas plásticas no lugar do tipo asfáltico e tudo continuar funcionando. Não se deve confundir "funcionar de algum jeito" com "funcionar bem e com segurança"! Os itens que compoem um sistema são calculados para se obtenha um grau de performance com segurança, e esta é especialmente interessante no caso de carros, pois a pane de uma peça que leva à imobilização do carro e/ou prejudica/impede o controle do veículo poderá se dar no pior local e momento. Assim vale para os itens do sistema de ignição, como não poderia deixar de ser. O fato de uma experiência feita na base do "achômetro" e não ter resultado *** imediatamente *** em uma queima, *** não *** significa que a coisa esteja sendo feita de maneira certa.
O ganho em tensão e energia por centelha ao dispensar-se o "fio-resistência"/resistor poderá modificar positivamente, porém ligeiramente, a resposta do motor, mas uma condição de risco estará estabelecida e a vida útil da bobina e do módulo de ignição ficará reduzida, pois ambos operarão com sobrecarga.

Assim, quando não se dispõe do conhecimento técnico específico, o mais sensato é seguir a recomendação do fabricante, pois ele, presumivelmente, já se deu ao trabalho de fazer estudo, pesquisa e testes.

Espero que você não encontre mais surpresas neste kit que você comprou!. Você chegou a fazer contato com quem o vendeu para informar dos problemas? Em caso negativo, considere a possibilidade de o vendedor (verdadeiramente) desconhecer este fato e ter o interesse de solucionar bem e rapidamente o caso, poupando você de perder tempo tentando corrigir o(s) erro(s).

Abraços e boa sorte!

Sergio obrigado mesmo por todas estas informações que me valeram muito!
O vendedor do meu kit além de não entender do produto que vende, se negou a me dar qualquer auxilio na solução dos problemas que ele me vendeu. Eu poderia chama-lo no PROCON e exigir reparação, mas no momento não estou com saco para fazer isso e cumprir com todo aquele ritual juridico que todos conhecemos!! Alias os problemas já paguei para solucionar aqui mesmo na minha cidade mas falta tirar esta dúvida do fio resistor se esta presente no chicote ou não, e aí só mesmo um técnico para ver e o pior é que minha F-75 esta no sitio toda desmontada...Vou trazer o kit para cidade e levar num autoelétrico e tirar as dúvidas que é a melhor coisa a fazer!!
Sinto não ter conhecido seu produto antes, e comprei este no impulso sem obter maiores informações e como não poderia ser de outra forma me dei mal, mas...Abraço