Ver Versão Completa : Eixos rígidos vs suspensão independente. Uma filosofia e uma questão de mercado.
Uma pequena divagação sobre suspensão com eixos rígidos e independente.
A pouco em um post, surgiu a questão, http://www.4x4brasil.com.br/forum/land-rover/109174-discovery-ii-x-wrangler.html .
Achei que seria interessante criar um novo post, como forma de tornar este assunto do conhecimento de todos, não só dos interessados por D3.
A grande diferença da Disco 3 vs um Dedenfer é o fato de a maioria das D3 já virem com bloqueio de diferencial no eixo traseiro. Os Defender não possuem esta cara maravilha, mas as eletrônicas, TD5 e Puma contam com a ajuda da eletrônica, como na D2, onde os freios travam momentaneamente a roda que esta em tração e de golpe em golpe o carro avança.
Numa subida íngrima isso garante uma ENORME vantagem para as D3 em relação aos Defender originais, e ainda mais brutal em relação aos Tdi. Os vídeos dizem tudo.
Mas nem tudo está perdido, basta instalar um bloqueio ARB no Defender, em ambos os eixos se preferir e pronto, terás um trator! Não existe D3 que acompanhe o Defender e seu curso de suspensão com eixos rígidos e bloqueados.
Muitos jamais atentam para uma das mais importantes e belas caraterísticas dos eixos rígidos. Quanto uma roda sobe, automaticamente a roda na outra extremidade do eixo é forçada a descer, tudo em razão da posição central das molas. Este efeito "gangorra" do eixo, faz as rodas copiarem o solo com incrível dinâmica, garantido muita tração sem sequer precisar de bloqueios nos eixos.
O mesmo acontece em posição inversa, quando uma roda desce em uma trincheira. A roda do lado oposto é forçada a subir, praticamente "desligando" sua mola, permitindo assim que a roda suba mais que normalmente. Deste modo a roda do buraco termina por descer um pouco mais, garantido imeditamente maior equilíbrio da carroceria e homogênea distribuição do peso sobre as rodas e terreno, resultando em maior tração.
O sistema de suspensão independente, presente na Disco 3 e outros bólidos, são enormente penalizados em situação de obstáculos em "X", sendo então fundamental o uso de bloqueios. Nestes sistemas, cada roda tem uma mola forçando a roda para baixo e veículo para cima, sem qualquer comunicação com o lado oposto, ou até pior, muitos ainda contam com fortes barras estabilizadoras que fazem o lado oposto obedecer a mesma direção de movimento, uma sobe a outra sobe também, deixando o sistema "travado", razão pela qual os novos Wrangler Rubicon desligam eletronicamente a barra estabilizadora frontal. Este é o motivo do Stark ser um tremendo fiasco em erosões.
O caso estremo são os tratores, que sequer possuem molas no eixo dianteiro, apenas uma gangorra. Nos 4x4, a gangorra ainda é tracionada, vide os fantásticos Valmet/Valtra 4x4.
Estaria então a indústria enlouquecendo ao adotar este tipo de suspensão, suspensão independente onde quer que se olhe?
Não, absolutamente não!
Na medida que os eixos rígidos são bons na terra, eles são inversamente ruins no asfalto. Nas curvas em alta velocidade, eles agem como eixos de um skate, complicando a vida do motorista atrás do volante sem que este perceba. Correções de trajetória acabam sendo necessárias durante variando de acordo com a posição da carroceria, eventualmente culminando em acidentes em desvios de alta velocidade.
A opção de uma suspensão mais moderna mostra a clara tendência do mercado, onde o consumidor procura uma veículo de uso predominantemente on-road. É neste terreno que as empresas investem. O mercado brasileiro idolatra os cromados, logo todos os Toyota e Hondas chegam carregados de falsos pedaços de plásticos cromados, simulando assim partes metálicas de outrora. Mercado, mercado, mercado. Não interessa mais a filosofia, mas sim a oportunidade de garantir maior retorno aos investidores, custe o que custar, seja um Bugatti Veyron ou um LR D4 com faróis de material perecível ao preço de um carro popular cada.
Voltando...
Então a D3 e D4 são ruins na terra?! Não! Elas não articulam como um Defender, mas o Diferencial traseiro e a avançada tecnologia fazem a mágica acontecer. Agora se chover, não existe pneus MUD para as medidas de suas rodas.
Por sorte a D3/4 tem em sua manga um sofisticado sistema de compensação de pressão entre suas bolsas de ar. Em uma situação de X, o sistema pneumático reduz a pressão das bolsas localizadas nas rodas de apoio (no topo to terreno) fazendo assim com que o veículo desça mais profundamente, garantindo às rodas inferiores contato com o terreno, que finalmente terminam por reconquistar a tração.
Infelizmente a sofisticação tem seu preço. Ver um Land Rover Serie 1 de 1950 em marcha, mesmo que seja um destruído na África, é algo bastante comum. O mesmo não acontecerá com as D3 e 4, Evoque e Freelas.
Tudo que é feito de plástico um dia ressecará e todos os modernos o-rings, computadores e motores elétricos um dia vão falhar. Esta é a natureza dos materiais empregados nestes carros. Se observamos, já é praticamente impossível encontrar rodando uma Range Rover P38. Mercado, mercado, mercado.
Vale atentar para o fato que a substituição da correia dentada traseira das D3 e D4 Diesel pede separação da carroceria do chassi "!", por sorte já elaboraram uma maneira de fazer o job com o uso de de um espelho e e algum contorcionismo. Verdade seja dita, são poucos as pessoas que compram uma Disco, com a idéia de casar com o carro. Quem tem uma D3, vai querer a D4, e assim em diante. Quantos realmente chegarão a trocar uma correia destas antes de entregar o carro ao desmanche?
Os proprietários dos Defender, geralmente escolhem o Defender como um estilo de vida, um estilo simplista e um tanto bruto. Convenhamos, de 84 até hoje NADA mudou na aparência, além de alguns desvios, como rodas de liga, pintura metálica, capô das Puma e adereços plásticos de igual e questionável gosto das Fire, SVX, etc...
Quem compra um Defender, não espera ter algo moderno, mas sim algo antigo e parrudo. Heritage.
Por sorte nos Defenders TDI tudo poderá ser reparado por longos anos a fio, nada de substituir caixas completas, mas sim peça por peça, parafuso por parafuso. Se quebrar, basta um par de olhos e ouvidos para encontrar o problema, nada de computadores, vias de comunicação digital (CAN-BUS) e protocolos encriptados proprietários LR.
Em resumo, as D3 e 4 são uma tentação, mas no fundo são veículos feitos apenas para agradar o motorista, sem qualquer compromisso com sua longevidade técnica ao longo de décadas de uso severo e muitas vezes como frota comercial ou bélica.
Estes carros são a resposta ao desejo do consumidor, resposta ao desejo pelo conforto, pelo design fashionista (vide o Evoque desenhado pela Victoria Beckham) e finalmente a resposta à necessidade de sobrevivência de uma marca em um mercado permeado pela pressão dos acionistas por maiores dividendos e sobrevivência no mata-mata da concorrência, num mercado onde os veículos ficam cada vez mais sofisticados, maiores, mais velozes e passam a cada vez mais a comunicar ao mundo a posição social de seus condutores ou passageiros.
Como dizem no UK, uma das maiores e melhores características do Defender, é o fato de não dizer coisa alguma sobre seu proprietário. É um carro "classless"! O condutor pode ser o motorista de frota da GDK ou a rainha da Inglaterra, cada um deles com sua importância para a sociedade (o motorista, na minha opinião, é muito mais "nobre" ;). O que poderia dizer sobre o motorista de um Evoque?
Este texto não busca alfinetar os proprietários de D3/4, apenas tenta explicar a diferença de um par de eixos rígidos para uma suspensão independente e o processo pelo qual chegamos nestes sofisticados sistemas.
Enquanto é possível, continuo com meus eixos rígidos, sejam no Jimny ou no Defender.
Abs
Clemente
Sem Loção
02/09/2012, 22:50
Este texto não busca alfinetar os proprietários de D3/4, apenas tenta explicar a diferença de um par de eixos rígidos para uma suspensão independente e o processo pelo qual chegamos nestes sofisticados sistemas.
Enquanto é possível, continuo com meus eixos rígidos, sejam no Jimny ou no Defender.
Abs
Clemente
Excelente texto, Clemente!
:concordo:
Nossa parabens pelo texto, excelente, vou indicar para todos q perguntam pq comprei uma defender:palmas::palmas:
abraço, Pedro
neilsonhenriques
03/09/2012, 00:14
Clemente,
Primeiramente, eu não poderia deixar de dizer que o Defender é o off-road "de facto standard" no mundo. Pra quem não está acostumado com o termo, significa que é o patamar de comparação, um objetivo a ser alcançado. É comum se ouvir que "esse anda junto com um Defender", "é tão resistente quanto um Defender", "tem manutenção tão simples quanto um Defender", enfim, é um modelo que não tem mais o que provar, dadas as condições mais adversas possíveis de sua utilização e seu absoluto sucesso de projeto que possibilitou sua produção por longos 60 anos. Um marco na história desta indústria. Não tenho dúvida de que seria um prazer pra qualquer um deste fórum (principalmente eu) ter um Defender na garagem.
Isso dito, não acho que as mudanças nos off-roads de hoje sejam somente por conta do mercado. Há uma pressão enorme na indústria automobilística por menores emissões de carbono e principalmente pelo incremento de dispositivos e mudanças nos formatos dos carros para que se obtenha mais segurança não só para os ocupantes do veículo como para quem está do lado de fora e o eixo rígido é um grande empecilho, seja pelo seu grande peso ou pela menor eficiência on-road. A eletrônica veio para tentar compensar a falta dele e pelos vídeos que se vê por aí (não só de LR), está fazendo um belo trabalho. Raras situações exigiriam um sistema mais eficiente como um bloqueio 100% no eixo dianteiro, porém, entendo que não existe um carro ideal para todas as situações: off e on-road. Haverá sempre uma balança pendendo para um lado ou para outro.
Participei de um Land Rover Experience e acho que raríssimas pessoas vão conseguir usar toda capacidade de um D4, mesmo numa trilha de extrema dificuldade. O circuito realizado refletia o pior uso possível pra um off-road e o carro se comportou magistralmente. Pra quem é um amante de tecnologia como eu, causa arrepios ver uma máquina fazer aquilo. Ele rodou o circuito várias e várias vezes, durante dias, com motoristas diferentes, alguns com experiência em condução off-road (dava pra ver) e outros como eu, apenas entusiastas com pouca prática.
Como o Renato Franco gosta de dizer: - O que não existe, não quebra. Fato incontestável.
O Defender é um carro bruto sem dúvida, cujo projeto objetiva pouco além de muita robustez, mas não vejo motivos para um D3/D4 não ter uma longevidade de 20 ou 30 anos, sem dúvida muito menor que um Defender, mas muito razoável considerando o ritmo atual de evolução. São modelos de alta vendagem no mundo inteiro e haverá demanda por suas peças por décadas, sem dúvida.
Você tem intimidade com tecnologia e deve entender bem os métodos para cálculo de MTBF que fazem um satélite durar 40 anos em órbita. São processos relativamente baratos e desmistificados, sobretudo para uma empresa que produz carros caríssimos como a Land Rover.
Um computador vai falhar, um sensor vai deixar de funcionar, uma bolsa de ar vai estourar, o compressor da suspensão vai dar defeito, enfim, todo mecanismo vai falhar um dia porque essa é a natureza da máquina. Mesmo o Defender e sua rusticidade não escapam disso. E você ligará do seu celular via satélite para que alguém venha te socorrer, aonde quer que você esteja no globo. Em 1980 não, e esse é o grande mérito do Defender, desbravou o mundo quando não havia recursos de socorro, quando a ajuda mais próxima levaria dias pra te achar com ajuda de carta náutica, no meio do nada sem sequer coordenadas de GPS.
Sim, eu gostaria de ter um D4. Por que não confio no meu D3 ? Não. Por que daqui a pouco ele pode me deixar na mão ? Não. Por que ele não vai durar mais 10, 15 anos ? Não. Porque eu quero o que há de mais seguro e mais moderno. Quero sistemas atualizados de air-bags, freios mais eficientes, motor menos poluente e mais econômico e melhorias de conforto, tudo isso quanto mais o carro tiver, melhor. O D4 é tudo isso e um excelente off-roader. É uma escolha natural e um desejo simples de se entender.
Por fim, discordo totalmente de você sobre o desejo de status. Pode ser que isso valha para um Evoque, que considero lindo, porém inútil pro meu uso, da mesma forma que caso fosse obrigado a usar um único carro, TR4 ou Ferrari, jamais decidiria pelo italiano que embora seja inegavelmente mais stylish, jamais me levaria aonde vou com meu TR4. Mas vou me ater ao argumento.
Um Discovery 3 2009 TDV6 HSE vale, pela tabela FIPE, R$ 154.122. Há alguns a venda no Webmotors por cerca de R$ 140.000.
Um Defender 110 2009 2.4 122 cv vale, pela tabela FIPE, R$ 98.669. Há alguns a venda no Webmotors entre R$ 114.000 e R$ 150.000 (muito equipado) e uma média de R$ 130.000.
Estou comparando um Discovery TOP de linha com o Defender porque se comparar um modelo S ou SE, o Defender certamente custará mais caro. Você é um cara muito inteligente. É certo que sua perspicácia me economizará mais palavras.
Como disse Agent Smith: "Evolution Morpheus, evolution." :wink:
Um abraço agradecido pelas explicações técnicas !
Neilson
Neilson,
concordo 100% com suas palavras; excelente adendo ao que escrevi.
Quanto ao status, realmente não podemos generalizar (acho que não o fiz), pois existem excessões, como é claramente o seu caso; loucos com incondicional paixão por tecnologia.
Ainda assim, guardadas as devidas proporções, sabemos que a realidade brasileira é diferente, infelizmente. Muitos compram carro pelo status e só. Compram um enorme Chevrolet com suntuosa carroceria, porém ainda empurrado pelo mesmo motor de 1980 que equipava o Monza. Seria o equivalente a possuir uma D4 com motor de Defender TDI.
Sim, MTBF é a minha sina. Trabalho com storage e os HDs são motivo de constante aborrecimento. Talvez seja por isso que tenho um Defender, onde o único componente aferido por MTBF é o velocímetro, todo o resto é mecânico ou elétrica simplória e livre de semi-condutores.
Resumindo, se um satélite equipado com os melhores componentes que o homem consegue produzir, dura 40 anos, tenho grandes dúvidas que a eletrônica das Disco 3 e 4 chegue aos 20. São tantos sistemas, motores elétricos, sensores, válvulas, ECUs, cabos e componentes blindados, que acredito não ser viável manter tamanha complexidade de sistemas e sua confiabilidade, quando a vida calculada começa chegar ao fim, ainda mais em um país tropical.
No outro lado da história, enquanto tiver um chassi em bom estado nos 300Tdi, é só uma questão de fazer o mesmo que sempre se fez com o Series; substituir rolamentos, buchas, molas, engrenagens e se necessário, componentes do motor.
A pergunta que fica é: até quando a LR fornecerá os diferenciais blindados da Disco e as caixinhas eletrônicas que comandam funções vitais do veículo?
Vide a situação de alguns no RJ:
Carroças de luxo - COTIDIANO (http://vejario.abril.com.br/edicao-da-semana/problemas-land-rover-700046.shtml)
Me anima o fato de nos veículos mecânicos, poder sempre desmontar tudo em casa sem sequer precisar de um scanner.
Quanto a pressão por menores emissões, sim é uma realidade e a contra-partida é pesada para a manutenção. O sistema EGR é uma enorme fonte de problemas, nem falar no filtro de partículas dos modelos Euro 5 / Proconve P7. Não bastasse a necessidade de tais itens, ainda somos obrigados dirigir um veículo que gasta até 10% do seu combustível em processo de pós combustão para eliminar resíduos.
A verdade seja dita, a complexidade dos motores a combustão chegou ao seu limite, dirigimos veículos em extinção, constantemente driblando o resultado de sua natureza, a combustão! Tudo à espera da revolução elétrica.
Um dia daremos muita risada sobre a complexidade dos motores a combustão do século 21. Trocas de óleo, desgaste, cano de descarga, filtros, fluídos, câmbio, etc... Que pesadelo!
Se tivéssemos que eleger uma época emblemática dos veículos movidos a pistão, provavelmente escolheríamos os anos 60-70, época onde os veículos podiam ser construídos sem qualquer restrição, onde tudo era possível e as estradas eram vazias. Naqueles tempos podia-se construir carros de 500kg que faziam 28km/l, como o Citroën 2CV, sem que as autoridades criticassem a sua segurança ou no caso, a falta dela. Importante era agradar o consumidor pelo que realmente importava, sensação de dirigir ou o seu bolso.
Em resumo, os carros de hoje perderam a graça, perderam o fator "divertimento".
O Defender, Kombi, Jimny e outras estranhas que já dirigi, colocam um sorriso no rosto do motorista, pelo simples fato de serem diferentes, rústicos e honestos em sua simplicidade. Para conquistarem o motorista não precisam de nenhuma eletrônica. O Defender conquista pelo seu gingado sobre os obstáculos e posição de dirigir, além do barulho do motor e facilidade para agregar acessórios. A velha Kombi pela sua história, significado e também pela maneira de como se conduz, nem falar da alavanca de câmbio e seus pedais. Coloque alguns amigos e passeie por SP num belo domingo; nada supera seu charme. O Jimny é uma pulga 4x4, extremamente divertido, corta o trânsito, valetas e atoleiros como nenhum outro carro.
Pensando no vácuo deixado pelos veículos do antigo proletariado, veículos pequenos e simples, a indústria reagiu. Perceberam que as pessoas sentem falta dos conceitos de outrora e não tardou para a resposta chegar.
Hoje o sucesso do Mini (BMW), Smart (Mercedes), Fiat 500 e Toyota iQ é evidente. Apenas espero que alguém faça o mesmo pelos jipes, que em nada se equivalem aos SUVs. Vide o caso do bem sucedido ICON (http://www.icon4x4.com) e seu slogan "the most advanced form of simple".
Se evolução fosse a resposta, não haveriam tantos amantes de Harley, de Defender e do Corinthians. rsrss
Abraços
Clemente
Clemente,
Primeiramente, eu não poderia deixar de dizer que o Defender é o off-road "de facto standard" no mundo. Pra quem não está acostumado com o termo, significa que é o patamar de comparação, um objetivo a ser alcançado. É comum se ouvir que "esse anda junto com um Defender", "é tão resistente quanto um Defender", "tem manutenção tão simples quanto um Defender", enfim, é um modelo que não tem mais o que provar, dadas as condições mais adversas possíveis de sua utilização e seu absoluto sucesso de projeto que possibilitou sua produção por longos 60 anos. Um marco na história desta indústria. Não tenho dúvida de que seria um prazer pra qualquer um deste fórum (principalmente eu) ter um Defender na garagem.
Isso dito, não acho que as mudanças nos off-roads de hoje sejam somente por conta do mercado. Há uma pressão enorme na indústria automobilística por menores emissões de carbono e principalmente pelo incremento de dispositivos e mudanças nos formatos dos carros para que se obtenha mais segurança não só para os ocupantes do veículo como para quem está do lado de fora e o eixo rígido é um grande empecilho, seja pelo seu grande peso ou pela menor eficiência on-road. A eletrônica veio para tentar compensar a falta dele e pelos vídeos que se vê por aí (não só de LR), está fazendo um belo trabalho. Raras situações exigiriam um sistema mais eficiente como um bloqueio 100% no eixo dianteiro, porém, entendo que não existe um carro ideal para todas as situações: off e on-road. Haverá sempre uma balança pendendo para um lado ou para outro.
Participei de um Land Rover Experience e acho que raríssimas pessoas vão conseguir usar toda capacidade de um D4, mesmo numa trilha de extrema dificuldade. O circuito realizado refletia o pior uso possível pra um off-road e o carro se comportou magistralmente. Pra quem é um amante de tecnologia como eu, causa arrepios ver uma máquina fazer aquilo. Ele rodou o circuito várias e várias vezes, durante dias, com motoristas diferentes, alguns com experiência em condução off-road (dava pra ver) e outros como eu, apenas entusiastas com pouca prática.
Como o Renato Franco gosta de dizer: - O que não existe, não quebra. Fato incontestável.
O Defender é um carro bruto sem dúvida, cujo projeto objetiva pouco além de muita robustez, mas não vejo motivos para um D3/D4 não ter uma longevidade de 20 ou 30 anos, sem dúvida muito menor que um Defender, mas muito razoável considerando o ritmo atual de evolução. São modelos de alta vendagem no mundo inteiro e haverá demanda por suas peças por décadas, sem dúvida.
Você tem intimidade com tecnologia e deve entender bem os métodos para cálculo de MTBF que fazem um satélite durar 40 anos em órbita. São processos relativamente baratos e desmistificados, sobretudo para uma empresa que produz carros caríssimos como a Land Rover.
Um computador vai falhar, um sensor vai deixar de funcionar, uma bolsa de ar vai estourar, o compressor da suspensão vai dar defeito, enfim, todo mecanismo vai falhar um dia porque essa é a natureza da máquina. Mesmo o Defender e sua rusticidade não escapam disso. E você ligará do seu celular via satélite para que alguém venha te socorrer, aonde quer que você esteja no globo. Em 1980 não, e esse é o grande mérito do Defender, desbravou o mundo quando não havia recursos de socorro, quando a ajuda mais próxima levaria dias pra te achar com ajuda de carta náutica, no meio do nada sem sequer coordenadas de GPS.
Sim, eu gostaria de ter um D4. Por que não confio no meu D3 ? Não. Por que daqui a pouco ele pode me deixar na mão ? Não. Por que ele não vai durar mais 10, 15 anos ? Não. Porque eu quero o que há de mais seguro e mais moderno. Quero sistemas atualizados de air-bags, freios mais eficientes, motor menos poluente e mais econômico e melhorias de conforto, tudo isso quanto mais o carro tiver, melhor. O D4 é tudo isso e um excelente off-roader. É uma escolha natural e um desejo simples de se entender.
Por fim, discordo totalmente de você sobre o desejo de status. Pode ser que isso valha para um Evoque, que considero lindo, porém inútil pro meu uso, da mesma forma que caso fosse obrigado a usar um único carro, TR4 ou Ferrari, jamais decidiria pelo italiano que embora seja inegavelmente mais stylish, jamais me levaria aonde vou com meu TR4. Mas vou me ater ao argumento.
Um Discovery 3 2009 TDV6 HSE vale, pela tabela FIPE, R$ 154.122. Há alguns a venda no Webmotors por cerca de R$ 140.000.
Um Defender 110 2009 2.4 122 cv vale, pela tabela FIPE, R$ 98.669. Há alguns a venda no Webmotors entre R$ 114.000 e R$ 150.000 (muito equipado) e uma média de R$ 130.000.
Estou comparando um Discovery TOP de linha com o Defender porque se comparar um modelo S ou SE, o Defender certamente custará mais caro. Você é um cara muito inteligente. É certo que sua perspicácia me economizará mais palavras.
Como disse Agent Smith: "Evolution Morpheus, evolution." :wink:
Um abraço agradecido pelas explicações técnicas !
Neilson
Land Rover Rated Least Reliable Car In UK (http://www.roverparts.com/News/Archive/LandRoverRatedLeastReliableCarinUK.cfm)
Top five most reliable and least reliable cars | This is Money (http://www.thisismoney.co.uk/money/cars/article-2186477/Top-reliable-reliable-cars.html)
neilsonhenriques
03/09/2012, 13:13
Land Rover Rated Least Reliable Car In UK (http://www.roverparts.com/News/Archive/LandRoverRatedLeastReliableCarinUK.cfm)
Top five most reliable and least reliable cars | This is Money (http://www.thisismoney.co.uk/money/cars/article-2186477/Top-reliable-reliable-cars.html)
Faz anos que a Land Rover está nesse ranking como menos reliable, mas o que não dizem aí é o tipo de uso que o carro tem e o cuidado dos donos com manutenção. Olhando nos fóruns lá de fora é que se vê o que esses carros fazem e a quantidade mínima de problemas que apresentam considerando o uso que ninguém faz dos concorrentes.
De qualquer forma, eu não confio nesses relatórios. Vou fazer minha estatística pessoal. Conheço outros 5 donos de Discovery, contando comigo, somos 6. Meu carro tem 3 anos e pouco e quase 100.000 km rodados. Nunca viu um guincho na vida. Os outros 5 só me falaram de problemas com o diesel, algo já esperado por eles no Brasil. A menos que meus conhecidos estejam escondendo problemas graves, o que realmente não acredito, a taxa de falha do Discovery, segundo minha pesquisa, é baixíssima.
Gostaria que outros proprietários com bastante quilômetros rodados como o Marcelo Muller, Renato Franco e Portela engrossassem as estatísticas positiva ou negativamente.
neilsonhenriques
03/09/2012, 13:22
Se evolução fosse a resposta, não haveriam tantos amantes de Harley, de Defender e do Corinthians. rsrss
Clemente,
Tenho pouco conhecimento de Harley, mas o Defender e o Corinthians estão em franco processo evolutivo. Veja que o Corinthians já ganhou uma Libertadores e vai disputar o Mundial por méritos próprios e o Defender vai ser totalmente remodelado. :mrgreen:
Já concordo de ante-mão que a evolução é muito mal recebida, em ambos os casos. :chorandoderir:
Porém, como já dizia Agent Smith: "It is inevitable, Mr. Anderson"
Abraço ! :concordo:
Neilson
Ps.: Ok corinthianos já estou vendo as pedras voarem ! Calma que é só brincadeira !!
Alexandre Tietsche
03/09/2012, 14:19
Meu Corinthians incomoda até quando o assunto é Suspensão de Land Rover! Adoro!
Alexandre Tietsche
03/09/2012, 14:21
Só um adendo a discussão já que estão falando também da marca. Freelander é o pior carro feito pela Land Rover ? o que vejo de reclamação não ta escrito no gibi..
Renato Franco
03/09/2012, 14:29
Olá amigos,
Não resisti a um pitaco, até pelas (imerecidas) citações que recebi.
Primeiramente, parabéns pelo nível do tópico. Há tempos não via nada tão bem escrito e inteligente no forum, cada um defendendo seu ponto de vista com elegância retórica e argumentos bem escandidos (ah, se os advogados fossem assim...).
Pode parecer média, mas concordo com ambos. De fato, Defender e Discos são propostas distintas. Não vou aqui repetir os prós e contras (reais) mencionados pelo Clemente e pelo Neilson. É simples questão de OPÇÃO.
Quanto me apaixonei por 4x4, nos idos de 2001. fui com uma Ranger cabine simples 4x2 para a Serra da Canastra, que é o "parque de diversões" mais proximo de minha cidade, e quase triturei os pneus e suspensão do carro nas trilhas (só passei porque era tempo seco), e vi um grupo de Defenders fazendo aquilo com uma tranquilidade impressionante. Ali decidi: vou ter um Defender. Só que, na época, não tinha $$, e acabei comprando uma Ranger 4x4 cabina dupla, que equipei com pneus AT e Snorkel, "impermealibizei" os diferenciais com a qual fiz grandes viagens e me diverti muito, após 170.000 km bem rodados. Só que cansei. Viajo muito a trabalho, e o balanço da suspensão traseira das pick-ups, o ruído do diesel, o câmbio mecânico, a embreagem pesada, acabaram sendo muito cansativos no dia-a-dia. Desanimei também do DEfender por causa disso.
Comecei a procurar algo mais confortável, mas que permitisse uso off-road (não faço trilhas "pesadas" só por fazer, gosto mesmo é de expedições). Comprei um Suzuki Grand Vitara. Na primeira Canastra desisti. Onde passava fácil com a Ranger, enrosquei com a Vitara. Pneus inadequados, curso da suspensão limitado. Ausência do efeito "gangorra" do eixo rígido. Achei também o motor chocho. Foi uma compra equivocada. Passei o carro para a mulher, e depois vendi.
Qual carro então permitia conciliar as coisas? Andei em pick-ups mais modernas. Melhoraram, mas os "pulos" da traseira continuam lá, mesmo em Amarok e Hilux. Pajeros: um "guarda-louça" oscilante, que não anda e gasta um absurdo de Diesel. Aí pedi para um amigo que tinha trocado a SW-4 dele por uma Disco 3 que me deixasse experimentar o carro. BAstou 1 km e entendi tudo: ali estava o carro que precurava. Pesquisei muito sobre o carro. Me assustei um pouco com os relatos aqui no forum, mas resolvei arriscar. Fiz um esforço no $$. Comprei. Já rodei quase 70.000 km (está com 110). Comprei um jogo de pneu MUD (tem sim, Clemente, medida 245/70 R 17, com as rodas da versão S anterior a 2007), que coloco quando vou para a terra, e uso os aro 19" no dia-a-dia. Não quero outro carro. SE for trocar, só por outra, pois, como o Neilson, adoro a evolução, especialmente a nova D4 2012, de oito marchas e 256 cv.
Não me interessa se vai durar 30 ou 40 anos. Eu não durarei isso, provavelmente. Não gosto de por a mão-na-massa e desmontar carros. Se durar 10, já está depreciado, já se pagou, e com louvor, mesmo que não valha nada para vender. Até agora, depreciou menos que Corolla. Paguei 140 k no carro, rodei 2 anos e 70 kkm (sem defeitos, nem com o diesel, e já está com 110 kkm), e acho que vendo fácil por 130 k. Seguro de 3,5 k. Só o IPVA pesa um pouco.
Respeito o Defender e quem gosta dele, são amantes da mecânica, em sua maioria. Um amigo comprou uma Disco I 1997 e desmontou ela inteirinha. Tem orgasmos quando conta as histórias de oficina. Eu não vejo graça, mas entendo quem vê.
Acho ótimo que muitas pessoas comprem as Discos para status. Eles logo trocam, pois quando muda o modelo, trocando a cor da lanterninha, não dá mais tanto status. Eles vendem pela metade do preço da nova, com 30 kkm de asfalto, ainda na garantia, e eu compro. Fico com a sobra dos exibidos, e saio feliz da vida. Isso não acontece com os Defenders. Quem compra sabe o que está comprando, não visa se exibir para o vizinho do condomínio, e não vende barato daí dois anos...
Por enquanto, após mais de 20 carros de todos os tipos que tive, a D3 é o que o mais gostei. Até hoje, quando saio de manhã para a estrada, me emociono com o barulho, força e suavidade do motor. É, por hora e acredito por muito tempo, a minha OPÇÃO. E viva a diferença!!!!
Abraços a todos.
Sem Loção
03/09/2012, 14:40
Realmente, há tempos que não via um tópico desse nível..
coincidentemente, estou começando a namorar um veículo para expedições e passeios leves...
E é difícil demais conciliar as várias opções do mercado, e ineficiências do comprador aqui..
acompanho com interesse esta discussão, mesmo porque não havia nem passado pela minha cabeça uma Disco....
Saudações a todos!
Olá! Levei um belo tempo pra ler os posts do topico, ja se fazem 4 anos que estou a minha defender, adquiri ela usada, e acho ela simplesmente expetacular, numca me deixou na mão, esse ano ela completa 11 anos.
Claro, tive que me adaptar com varias coisas, posição dos bancos , que são meio desconfortáveis, barulho do motor, embreagem pesada, dificuldade pra estacionar em lugares apertados, velocidade, entre outros. Carro apaixonante! parece que ela entra no nosso sangue" rsrs
Desde que tirei minha habilitaçao, só tenho pilotado uma 90, quando eu pego um carro de um amigo pra dirigir, me parece carro de brinquedo rsrs é outra coisa.
scadufax
03/09/2012, 22:11
Meu sonho nunca foi uma Defender.
Sempre tive carro pequeno até que comprei uma Explorer 4x2, automática, uma maravilha para viajar para Gramado, Canela, Porto Seguro, Rio, Floripa, etc ... até que um dia fui para Rondônia e peguei alguns buracos que empenou um semi-eixo e ferrou o diferencial traseiro - sorte ou azar estava a 350 km de Curitiba.
Como a bendita era gasolina comecei a ver opção a Diesel.
Por SORTE escolhi comprar uma Defender, que comprei apenas por foto.
Esta já me levou pelo Brasil e América do Sul afora. Me sinto seguro em viajar a qualquer momento para qualquer lugar.
Por ser simples, isto me ajuda muito com minha ignorância mecânica.
Uma lida constante no fórum vai me ensinando a identificar alguns problemas e com isto vou ajudando os mecânicos fazerem os trabalhos simples - o último foi a retirada do cardã traseiro quando uma tulipa traseiro foi embora em uma viagem.
Quando comprei a Defender a meta era ficar com ela durante 10 anos, já se passaram 8 anos e tive que mudar de opinião .... a opinião agora é não vendê-la jamais, fica para o espólio.
Meu sonho sempre foi uma Range Rover.
Esta sim é meu sonho, não a Evoque, uma 2005 já estaria bem .... não para desfilar, mas para sentir o prazer em andar em toda esta tecnologia embarcada.
O caso é que de tanto ler o Neilson, Renato e outros falando da D3 estou revendo este sonho.
Mas quero um carro que me leve a decisão de nunca mais vendê-lo, quero mais um carro para sempre (uns 30 anos tá bom).
Tempo atras levei a patroa para ver a D3 - ela nunca gostou do carro, acha feio. Entrou, viu o espaço e o cockpit da NAVE, até aceitou a compra. Então a idéia foi lançada, mas é claro que expedições (como Ushuaia) penso ainda apenas na Defender.
Mas como citei acima é um "sentimento de segurança".
Este sentimento cada um adquire com seu carro indendente da marca e modelo ... vai de Defender, D3, Troller, Pajero, Fusca, etc, com tecnologia ou sem, com sistema de suspensão independente ou com eixos rígidos, automática ou manual, sentado de lado ou na poltrona, andando a 110 ou 160.
Leandro Neves
04/09/2012, 22:06
TODOS ESTÃO CERTOS!!
Muito interessante o que um carro, uma marca, um estilo de vida podem fazer com um grupo de pessoas. Não é?!
Eu mesmo, que rodo com veículos 4x4 Diesel a aproximadamente 10 anos, passei os últimos 2 anos coletando todas as informações de nossos amigos neste fórum.
CGAUER, NEILSON, RENATO, BADIA, DIESEL POWER, DUDARJ.
O que foi escrito aqui, já entrou para a história.
Muito Obrigado,
vitor_grotmann
04/09/2012, 22:31
gostei muito do topico, achei muito bacana o que o neilson, clemente, renato e outros falaram, mas assim tenho que concordar com o clemente, os carros de hoje não são como os antigamente, hoje as coisas são feitas para quebrar, são feitas para durar pou um tempo,podemos ver nos carros populares que quando saem de fabrica não bate nada, 6 meses depois bate até o documento no para-sol, tenho uma pajero full 1999 e meu sogro tem uma pajero 2001 é visivel a diferença, na 99 a lataria é mias resistente, mais grossa ( lembra a lata de carros antigos) ja na 2001 a lata é mais fina e sem falar que a manutenção da 2001 é muito mais cara por ultilizar muito mais "eletronicos", não estou dizendo que não é bom ter um carro confortavel, eu mesmo goto muito de andar com a pajero 2001 do meu sogro, para viajar ela é muito mais confortalvel, muito menos desgastante andar com ela o unico problema que eu sou meio estrannnho, como sempre digo para os meus amigos que me perguntam quando vou comprar um carro mais novo (por favor não levem a serio!!! pois não quero ser mal compreedio aqui no forum) eu sempre digo que prefiro carros mais HETEROSEXUAIS, (lembrando que é uma brincadeira) digo que a frescuragem de um ar condicionado dual zone é muito gay, meu negocio é mais masculo...kkkkkkk mas só falo isso porque ninguem consegue intender o motivo de eu não querer mais trocar de carro, todos acham que deveria evoluir, não que eu não sinta vontade de trocar as vezes, quando me da aquela vontade de trocar de carro e pegar um "melhor", mais moderno com um monte de frescuragens e equipamentos importantes (falo de abs e controle de tração e tambem o confortavel eixo independente) eu me sento num cantinho e espero essa vontade passar....kkkkkkk
agora falando sério novamente, não sou contra a modernização dos veiculos, nem de vc ter um carro só para se aparecer, o carro é seu a vida é sua e vc faz o que vc quiser dela.Prefiro carros mais antigos carros mais simples pois como muitos aqui no forum sou um guri metido a mecanico que muitas vezes faz cagada,mas como dizem é fazendo merda que se aduba a vida.rsrsrs
eu intendo o neilson, já andei numa D3 a 180km/h e parecia que estava a 80km/h o carro é fantastico assim como a nova pajero é um puta carro, mas perdeu todo o seu conceito de carro de rally, carro resistente, sei que ela faz muitas coisas bem maneiras assim como o neilson falou que a D3 fez, só que ja é um carro para vc viajar tranquilo em asfalto e o defender ja é um carro pra vc rodar em outros terrenos ou não.kkkk
sei la o problema é que sempre queeremos a perfeição, queremos um carro rapido, economico,menos poluente, resistente, com acabamento impecavel.
como ja diz meu pai: as pessoas nunca estão satisfeitas com as coisas, sempre tem algo a mias que elas colocariam ou deixariam de colocar.
lembrando agora de um antigo slogan da defender
DEFENDER O CARROS QUE SEUS NETOS VÃO ADORAR TER.
.Prefiro carros mais antigos carros mais simples pois como muitos aqui no forum sou um guri metido a mecanico que muitas vezes faz cagada,mas como dizem é fazendo merda que se aduba a vida.rsrsrs
Victor faço das suas as minha palavras!!!!!!!! hehehehhe
lembrando agora de um antigo slogan da defender
DEFENDER O CARROS QUE SEUS NETOS VÃO ADORAR TER.[/QUOTE]
nao conhecia esse slogan, muito bom, vou mandar fazer um adeviso e colar no carro
abraço, Pedro
Alexandre Tietsche
05/09/2012, 00:53
Falando em carro velho, eu tenho uma C10 1975, tem meia dúzia de fio e anda que é uma bela. Diria até que é mais divertido que minha Defender 2004. Mas que meu sonho de consumo é uma D3, isto é.
roberto_nascimento
05/09/2012, 04:19
Uma pequena divagação sobre suspensão com eixos rígidos e independente.
A pouco em um post, surgiu a questão, http://www.4x4brasil.com.br/forum/land-rover/109174-discovery-ii-x-wrangler.html .
Achei que seria interessante criar um novo post, como forma de tornar este assunto do conhecimento de todos, não só dos interessados por D3.
A grande diferença da Disco 3 vs um Dedenfer é o fato de a maioria das D3 já virem com bloqueio de diferencial no eixo traseiro. Os Defender não possuem esta cara maravilha, mas as eletrônicas, TD5 e Puma contam com a ajuda da eletrônica, como na D2, onde os freios travam momentaneamente a roda que esta em tração e de golpe em golpe o carro avança.
Numa subida íngrima isso garante uma ENORME vantagem para as D3 em relação aos Defender originais, e ainda mais brutal em relação aos Tdi. Os vídeos dizem tudo.
Mas nem tudo está perdido, basta instalar um bloqueio ARB no Defender, em ambos os eixos se preferir e pronto, terás um trator! Não existe D3 que acompanhe o Defender e seu curso de suspensão com eixos rígidos e bloqueados.
Muitos jamais atentam para uma das mais importantes e belas caraterísticas dos eixos rígidos. Quanto uma roda sobe, automaticamente a roda na outra extremidade do eixo é forçada a descer, tudo em razão da posição central das molas. Este efeito "gangorra" do eixo, faz as rodas copiarem o solo com incrível dinâmica, garantido muita tração sem sequer precisar de bloqueios nos eixos.
O mesmo acontece em posição inversa, quando uma roda desce em uma trincheira. A roda do lado oposto é forçada a subir, praticamente "desligando" sua mola, permitindo assim que a roda suba mais que normalmente. Deste modo a roda do buraco termina por descer um pouco mais, garantido imeditamente maior equilíbrio da carroceria e homogênea distribuição do peso sobre as rodas e terreno, resultando em maior tração.
O sistema de suspensão independente, presente na Disco 3 e outros bólidos, são enormente penalizados em situação de obstáculos em "X", sendo então fundamental o uso de bloqueios. Nestes sistemas, cada roda tem uma mola forçando a roda para baixo e veículo para cima, sem qualquer comunicação com o lado oposto, ou até pior, muitos ainda contam com fortes barras estabilizadoras que fazem o lado oposto obedecer a mesma direção de movimento, uma sobe a outra sobe também, deixando o sistema "travado", razão pela qual os novos Wrangler Rubicon desligam eletronicamente a barra estabilizadora frontal. Este é o motivo do Stark ser um tremendo fiasco em erosões.
O caso estremo são os tratores, que sequer possuem molas no eixo dianteiro, apenas uma gangorra. Nos 4x4, a gangorra ainda é tracionada, vide os fantásticos Valmet/Valtra 4x4.
Estaria então a indústria enlouquecendo ao adotar este tipo de suspensão, suspensão independente onde quer que se olhe?
Não, absolutamente não!
Na medida que os eixos rígidos são bons na terra, eles são inversamente ruins no asfalto. Nas curvas em alta velocidade, eles agem como eixos de um skate, complicando a vida do motorista atrás do volante sem que este perceba. Correções de trajetória acabam sendo necessárias durante variando de acordo com a posição da carroceria, eventualmente culminando em acidentes em desvios de alta velocidade.
A opção de uma suspensão mais moderna mostra a clara tendência do mercado, onde o consumidor procura uma veículo de uso predominantemente on-road. É neste terreno que as empresas investem. O mercado brasileiro idolatra os cromados, logo todos os Toyota e Hondas chegam carregados de falsos pedaços de plásticos cromados, simulando assim partes metálicas de outrora. Mercado, mercado, mercado. Não interessa mais a filosofia, mas sim a oportunidade de garantir maior retorno aos investidores, custe o que custar, seja um Bugatti Veyron ou um LR D4 com faróis de material perecível ao preço de um carro popular cada.
Voltando...
Então a D3 e D4 são ruins na terra?! Não! Elas não articulam como um Defender, mas o Diferencial traseiro e a avançada tecnologia fazem a mágica acontecer. Agora se chover, não existe pneus MUD para as medidas de suas rodas.
Por sorte a D3/4 tem em sua manga um sofisticado sistema de compensação de pressão entre suas bolsas de ar. Em uma situação de X, o sistema pneumático reduz a pressão das bolsas localizadas nas rodas de apoio (no topo to terreno) fazendo assim com que o veículo desça mais profundamente, garantindo às rodas inferiores contato com o terreno, que finalmente terminam por reconquistar a tração.
Infelizmente a sofisticação tem seu preço. Ver um Land Rover Serie 1 de 1950 em marcha, mesmo que seja um destruído na África, é algo bastante comum. O mesmo não acontecerá com as D3 e 4, Evoque e Freelas.
Tudo que é feito de plástico um dia ressecará e todos os modernos o-rings, computadores e motores elétricos um dia vão falhar. Esta é a natureza dos materiais empregados nestes carros. Se observamos, já é praticamente impossível encontrar rodando uma Range Rover P38. Mercado, mercado, mercado.
Vale atentar para o fato que a substituição da correia dentada traseira das D3 e D4 Diesel pede separação da carroceria do chassi "!", por sorte já elaboraram uma maneira de fazer o job com o uso de de um espelho e e algum contorcionismo. Verdade seja dita, são poucos as pessoas que compram uma Disco, com a idéia de casar com o carro. Quem tem uma D3, vai querer a D4, e assim em diante. Quantos realmente chegarão a trocar uma correia destas antes de entregar o carro ao desmanche?
Os proprietários dos Defender, geralmente escolhem o Defender como um estilo de vida, um estilo simplista e um tanto bruto. Convenhamos, de 84 até hoje NADA mudou na aparência, além de alguns desvios, como rodas de liga, pintura metálica, capô das Puma e adereços plásticos de igual e questionável gosto das Fire, SVX, etc...
Quem compra um Defender, não espera ter algo moderno, mas sim algo antigo e parrudo. Heritage.
Por sorte nos Defenders TDI tudo poderá ser reparado por longos anos a fio, nada de substituir caixas completas, mas sim peça por peça, parafuso por parafuso. Se quebrar, basta um par de olhos e ouvidos para encontrar o problema, nada de computadores, vias de comunicação digital (CAN-BUS) e protocolos encriptados proprietários LR.
Em resumo, as D3 e 4 são uma tentação, mas no fundo são veículos feitos apenas para agradar o motorista, sem qualquer compromisso com sua longevidade técnica ao longo de décadas de uso severo e muitas vezes como frota comercial ou bélica.
Estes carros são a resposta ao desejo do consumidor, resposta ao desejo pelo conforto, pelo design fashionista (vide o Evoque desenhado pela Victoria Beckham) e finalmente a resposta à necessidade de sobrevivência de uma marca em um mercado permeado pela pressão dos acionistas por maiores dividendos e sobrevivência no mata-mata da concorrência, num mercado onde os veículos ficam cada vez mais sofisticados, maiores, mais velozes e passam a cada vez mais a comunicar ao mundo a posição social de seus condutores ou passageiros.
Como dizem no UK, uma das maiores e melhores características do Defender, é o fato de não dizer coisa alguma sobre seu proprietário. É um carro "classless"! O condutor pode ser o motorista de frota da GDK ou a rainha da Inglaterra, cada um deles com sua importância para a sociedade (o motorista, na minha opinião, é muito mais "nobre" ;). O que poderia dizer sobre o motorista de um Evoque?
Este texto não busca alfinetar os proprietários de D3/4, apenas tenta explicar a diferença de um par de eixos rígidos para uma suspensão independente e o processo pelo qual chegamos nestes sofisticados sistemas.
Enquanto é possível, continuo com meus eixos rígidos, sejam no Jimny ou no Defender.
Abs
Clemente
Em 2005, quando veio a onda do common rail e fui obrigado a fazer curso e me atualizar, achei que era o fim, que tudo ia ficar frágil. 7 anos depois, estou mais que convencido de que a evolução é inclusive tardia.
Eu não tenho medo de eletrônica faz tempo. Depois de resolver alguns problemas por Troubleshooting umas 10 vezes, se acostuma e não há problema sem solução.
Agora, com as novas emissões, tudo parece assustador. Os catalisadores enormes parecem mais gambiarras do que qualquer outra coisa.
Mas, vamos esperar, se for trágico, problemático ou eficiente, saberemos só com o tempo.
E entre eixo rígido e suspensão independente, acredito que você podia resumir:
Independente = Estabilidade, desempenho e conforto (Para asfalto, e rallies também)
Eixo rígido = Robustez, durabilidade (Para tudo), além de melhor desempenho em trilha, e possibilidades de preparação.
Parabéns pela iniciativa do post.
Ricardo S. Souza
05/09/2012, 09:24
Clemente, estou tentando te mandar uma msg mas sua caixa está lotada. Gostaria de saber os prós e contras de Hilux CD japa e Defender 110 em sua opinião, ambos eixo rígido.
Grande abraço.
Defender 300TDI rullas!!! kkkk
Camilo JR
06/09/2012, 11:26
Lá se vai o meu pitaco...
Acho q eu sou o unico que gosta dos carros cheios de tecnologia ao mesmo tempo que ama os veiculos simples e robustos.. hahah
Da pra ver pela minha garagem e pelos meus planos futuros ...
Hoje está na minha garagem:
Willys 1954 CJ3-B preparado pra trilhas pesadas, com bloqueios 100%, etc.. etc.. etc..
Troller 2.8 2005 que uso em raids e rallys... e pra esse tipo de coisa nao tem carro melhor na minha opiniao...
Defender 110 2005 que comprei ha uns 2 meses e estou caprichando na preparação...
Os 3 vao ficar na minha garagem por muitos anos... mas muitos anos mesmo, nao vou vende-los... por isso fiz questão de comprar tanto o troller quanto a defender dos ultimos anos que sairam com motores mecanicos ( ano de 2005 em ambos os casos )
E agora, quero mais 2 viaturas.... uma defender 90, que vou preparar pra trilhas pesadas ... e tb nao pretendo vender nunca... e uma D3, ou D4...
só que a Disco, ja vou comprar sabendo que nao vou ficar mais que 3 ano com ela... nao que ela nao aguente.. mas pelo simples fato de querer ter um carro muito confortavel e moderno, sempre moderno... pro dia dia... pra viajens em asfalto a trabalho ...
é muito carro ? Nao, claro que nao, quando é isso que se gosta..... Agora só me falta a grana, pois intenção ja tenho.. ahhaha
hercilio.neto
07/09/2012, 02:17
Ótimo tópico.
Discussões sobre conceitos são construtivas.
Muito bem colocada pelo Clemente. Parabéns.
Transcrevo aqui minha opinião em um post sobre motores diesel:
Só uma opinião humilde.
Quem quer um veículo sofisticado contendo as últimas novidades em avanço tecnológico, vai preferir um motor também sofisticado, com eletrônica embarcada. Não vai se contentar com o simples, e sim com o que simplifica. Não vai se importar em ser cobaia da indústria automotiva e verá mais os benefícios nessa modernidade do que os problemas com a falta de acesso à manutenção da parafernália.
Já aqueles mais conservadores (ou seriam receosos?), preferem conviver com aquilo que podem compreender. Querem a solução do problema, e não somente descartar o problema. Assim, enquanto essas novas tecnologias não são totalmente dominadas ou pelo menos não se tornem muito, mas muuiiito acessíveis, ficam aguardando e preferindo o antigo.
Acho que tem a ver com aquele lance de gerações X, Y e Z.
Pelo menos quando o que está em questão é somente a nossa VTR.
Quando se trata de negócios, aí o que conta é o custo benefício.
A discussão entre o SIMPLES x O QUE SIMPLIFICA.
Leandro Neves
07/09/2012, 14:34
Como um velho amigo dizia....
"Você deve usar o carro e jamais deixar o carro te usar!"
Trago este ensinamento desde então, e repasso sempre que possível.
Não me interessa se o eixo do meu carro é fixo, independente ou seja lá o que for! Ele só precisa ser útil!
Minha expeiência com carros 4x4 começou em 2005, quando troquei meu Doblo Adventure, que era super útil, pois cabia minha bike de DownHill em pé dentro do carro e ainda dava para levar mais um monte de coisa e quatro pessoas, por uma L200 2003 GLS novinha com 30 mil km rodados. Lembro ter voltado ao meu advogado, dono da pickup, R$ 10 mil reais.
Fiquei abismado com a resistência do carro e a capacidade off-road do mesmo. Havia entrado de cabeça no mundo 4x4.
Quando vi, estava usando o carro para tudo. Era meu carro do dia a dia, usava-o para Raids de regularidade, passeios, viagens, eventos da Mit, mudanças, transportar mercadorias, cimento, pontaletes. O que vc imaginar coloquei dentro daquele carro. Com o mesmo conheci praticamente o Brasil inteiro, na companhia de minha esposa e 95% do tempo sozinhos. Em viagens ela nunca nos deixou na mão. Unicos equipamentos extras era um guincho 9.000, patescas e cintas. Não tinhamos medo de nada!
Por aproximadamente R$ 50 mil tinhamos um carro pau para toda obra! Não sei até hoje quantos cavalos tinha, qual tipo de suspensão usava, só lembro que na traseira era feixe de molas, pois constantemente precisava engraxa-las. E não podia forçar muito na estrada, pois se percebia que passando dos 120KM o carro ficava meio estranho.
Em um Raid noturno, realizado na região, depois de uma tremenda chuva. Tinhamos que transpor um riacho descendo a margem dentro de uma erosão e subindo em uma estreita curva cheio de facões. Hoje avalio que o terreno estava perfeito para a brincadeira, mas na época me assustei com a perfeição do obstaculo. Parei o carro, atravessei o riacho e fiquei observando o pessoal sair daquela coisa. Todos os jipes sem exceção saiam com alguma avaria, sem paralamas, latarias avariadas, puxados por guincho, não tinha jeito, se colocasse a Pickup ali iria ser prejuizo na certa!
Esperei todos passarem, dei meia volta e voltei, puto da vida para casa. Naquela noite sabia que precisava de um verdadeiro Jipe para essas brincadeiras. Um carro menor e preparado realmente para trilhas.
" Compra um Vitarinha, não existe melhor custo/benefício, escuta o que estou lhe falando! " Segunda dica de meu velho amigo!
Deu trabalho, mas achei um Vitarinha 97, bonitinho e bem conservado.
Meu Deus!
Por menos de R$ 30 mil estava com o carro totalmente preparado para trilhas. Ele se tornou o carro do dia a dia da minha esposa. E nos finais de semana reinava os 3K Marisco e o Guincho comia solto. Minha esposa pilotava o Jipinho com maestria, deixando todos os jipeiros e curiosos, espantados com a capacidade do bichinho. E para mim sobrava percorrer todos os KMs do Cachorro Louco, Buraco do Camel, Paranapiacaba, Serra do Japi e etc, administrando o guincho e abrindo facões.
Nestas inscursões, sem data de volta para casa, vi de tudo. Carros super preparados conduzidos por macegos, jipes que eu não daria nem mil reais, saindo ilesos de trilhas pesadíssimas. Consertos mirabolantes, motores sendo colocado no ponto no meio do atoleiro, capotamentos, jipes sendo deixados em trilhas a mais de 200 km de casa, para serem resgatados 10 dias depois. Brigas, desentendimentos, muitas risadas, muitos João Andadores. Comidas maravilhosas sendo elaboradas no meio de todo aquele barro.
Chuvas que levavam todas as barracas. E cheguei a conclusão que para não ter dor de cabeça e conduzir o carro inteiro por toda a trilha sem estresse, era necessário:
1. um excelente guincho e acessórios.
2. um excelente pneu recapado.
3. Veiculo bem conservado com manutençao em dia.
4. ferramentas básicas, enxada e pá.
5. um piloto cuidadoso e experiente.
6. sempre levar mais água do que vc acha que vai precisar.
Estava tudo perfeito, tinhamos dois carros que faziam tudo e pediam mais!
Até que o cheiro do Diesel começou a infestar as trilhas.... Para minha esposa foi amor a primeria vista, ela estava gamada naquele jipe que começava a reinar no meio da mata. Para mim era fora de cogitação, R$ 70 mil reais por um Cearense, mal acabado, com peças do Gol Bola ( fora de linha ), com espaço interno menor que o Vitara, duro e desconfortável. Para equipar gastaria mais uns 12 a 15 mil, iriamos chegar na casa dos R$ 100mil reais para fazer tirlhas. Fora as manutenções que eram necessárias a cada expedição.
Fui adiando, o que já parecia ser nosso futuro. Enquanto isso, quem mandava nas trilhas eram dois Trollers com bloqueios 70% dianteiros e traseiros e pneus 33" e uma Land 90, que acredito que era a mais equipada do Brasil. Toda mexida, motor importado Silverado gasolina, carroceria rebaixada, tinha alguma coisa sobre deslocamento do centro de gravidade do carro, bloqueios ARB e segue... Não davam problema, assim como meu Suzuki, mas por respeito vinha logo atrás deles. Mas o resto da galera vinha empacando com seus Jipes Willys e Bandeirantes.
Em um Domingo, depois de muito procurar por Trollers em boas condições, achei na web, um 2004 prata lindo, na mesma hora disse para minha esposa, achei seu carro! Pneus 32 All Terrain zerados e muito bem conservado, o carro estava com 60 mil Km. R$ 60 mil a menos no Banco e o gosto realizado.
Porem, nossa vida muda constantemente, por alguns motivos profissionais não dava mais para acompanhar o povo nessas brincadeiras. O Troller virou xodó de minha esposa, desta forma estava encerrado nossa história em trilhas pesadas.
Não sei quel é o tipo de suspenão do Troller, mas sei que o motor dele é 2.8 MWM. Barulhento, desconfortável, anda relativamente bem na estrada, duro para caramba, pequeno, horrível para entrar no carro e nem se fala para quem tem que entrar atras. Entrava agua por todo lado. Quando usava o carro para minhas correrias diárias, deitava na cama a noite com o barulho e vibração do carro.
Minha esposa ama o Troller eu o acho Bonitinho mas Ordinário.
Tinha então uma L200 para uso diário e viagens e um Troller, da esposa para usar no dia a dia, não faziamos mais trilhas pesadas.
Para abreviar a história, o Suzuki foi embora pelo mesmo valor que paguei, mas com quase todos o acessórios que coloquei.
Não justificava manter o carro na garagem para mostrar que já fui jipeiro da pesada, afinal o tempo passa rápido e o IPVA sempre estava vencendo, R$ 1.000,00 para deixar o carro parado, pegando poeira na garagem, prefiro gastar com outras coisas.
Por R$ 60 mil, em 2008 um amigo ofereceu sua L200 Outdoor manual com 50 mil km rodados, de graça! O carro valia R$ 80 mil. Precisava vender para pegar um carro adequado ao tamanho de sua familia. Lá estava eu com duas L200 e o Troller.
Não sei qual é o motor da L200 Outdoor, mas era HPE e andava super bem, muito gostasa de rodar na estrada e baixo consumo de combustível, que eu me lembro andando com o pé embaixo de minha esposa, se fazia 9,5 km/L. Mas o carro era meu e para o meu uso diário, achava o carro pequeno internamente e na caçamba. Além do barulho extraordinariamente chato da turbinada sendo acionada na estrada.
Achei que era hora de mudar, achava que daria para me virar com um veiculo sem caçamba. Coloquei as duas L200 para a venda, e por incrível que pareça, vendi as duas rapidamente. Uma por R$ 79 mil e a outra por R$ 49 mil. A GLS com 130 mil Km e a Outdoor com 60 mil KM.
Estava paquerando alguns carros e queria um SUV automático 4x4, para viagens e uso diário. No ano de 2009 os Toyotas 2006 e as Land Discovery 2005 estavam na casa dos R$ 130 mil, eram os carros que me agradavam, apesar de não saber qual o sistema de suspensão que usavam. A unica coisa que sabia era que a Land tinha um sistema eletrônico de ultima geração. Era muito dinheiro e fora o histórico das Toyotas nada sabia destes modelos novos da Land.
Foi ai que apareceu mais uma oportunidade... uma Pajero Full 2003, único dono com 80 mil rodados e todas as revisões na concessionária, particular de ótima procedência, por apenas R$ 70 mil. O carro na época valia na tabela R$ 100 mil reais.
Não pensei duas vezes, negócio fechado!
Carro enorme, confortável, cabe tudo, anda bem, automático. Botei um jogo de All Terrain nela.
E só alegria....?
Conheci o fórum por causa da minha Pajero, e do seu já conhecido problema com o nosso ótimo combustível. Acho que preciso agradecer antes de descer a lenha. Continuo não sabendo qual é o sistema de suspensão dela, mas sei que ela vai aonde preciso ir desde que não seja com muito barro. E olha que não tenho dó e uso todos os recursos do veículo! Ela tambem não bebe todo o Diesel que se oferece.
Fora sua desvalorização enorme, hoje acho que na tabela ela vale na casa dos R$ 60 mil. Tive o problema com a bomba injetora, na qual gastei contabilizando tudo, até as dores de cabeça, uns R$ 8 mil reais. Hoje ela anda melhor que quando comprei, faz uma média de 9 km/L uso misto e estou rodando ainda com os BF que coloquei assim que a comprei. Se eu coloca-la a venda hoje, acho que tenho que praticar uns R$ 55 mil, contabilizando aproximadamente uma perda de R$ 20 mil reais.
Sinceramente o carro já se pagou, faz tempo...! E não pretendo vende-la tão breve.
Meu primeiro post aqui no fórum foi: Se dúvida matasse!
Onde coloquei minha intenção de compra entre uma Disco V8, uma Nissan Xterra e uma Defender 110, fiquei dois anos sondando os 3 carros. Visitei vários proprietários que estavam com seus carros a venda. E não me decidia.
Depois dos problemas com o Diesel em minha Pajero, fiquei mais veiaco, e sempre questiono a qualidade dos carros com os proprietários e mecânicos.
As duvidas iam aumentando, calculos sendo feitos e minha data limite para a definição se esgotando. Pois meu menino já ia nascer.
E não dava mais para manter um Troller com suas caracteristicas na garagem. Mas mesmo assim resolvi esperar.
- Defender 2006 Black R$ 90 mil: muito o que se fazer para deixar o carro em perfeitas condições de conforto e mais uns R$ 10 mil para deixar em condições OffRoad ( pneus, guinchos e bloqueios ARB ). Sonho de consumo de minha esposa depois da gravidez e motor barulhento, espaço ótimo para carregar as coisas, mas para o motorista... Lembro das longas distâncias percorridas com o Troller e me dava frios na espinha. Manutenção se for fazer em casa, barata, mas eu não sei mexer. Na oficina vai dar a mesma coisa todos os carros que citei.
- Xterra 2004 até 2007 de R$ 55 mil até R$ 70 mil: vasculhei a net e visitei várias, quem tem uma em bom estado, pede caro. Era o caso do Troller na época que comprei. Minha esposa não gosta do carro, pois acha feio, reclamou da saida lenta do carro e não alcançava os pedais. Queimou o carro. O gozado é que todos meus "amigos" mecânicos me indicaram o Nissan, pela mecânica, não pelo sistema de suspensão. Dizem que é um carro simples, mas acompanhando o fórum vi, que a manutenção não é tão barata assim e tambem tem problemas crônicos.
- Disco 3 V8: depois de dois anos fazendo contas e visitando os carros, decidi mudar para a opção do Diesel mesmo. Ainda mais depois da entrada do S-50, purificador de Diesel, e pelo valor da manutenção caso ocorra o problema com o sitema de injeção e compressor, algo em torno de R$ 4 mil e R$ 3 mil reais na concessionária. O valor do carro praticado para os modelo S Diesel na web era na casa dos R$ 80 a R$ 90 mil. Realmente é outro patamar de carro, como já citei. Tem conforto de fabrica, não entra agua, dá para rodar a mais de 120 KM/h e pelos relatos faz tudo que a Defender faz. Mas achava o valor salgado! Pois na tabela FIPE o carro vale R$ 73 mil!
Nos sites gringos existe uma frase de comparação:
Se vc quiser ir para o meio do deserto, vá de Land Rover.
Se quiser ir e voltar, vá de Toyota.
Não sei qual é a diferença entre as suspensões das duas marcas e nem qual modelos foram comparados.
Acredito ser a Defender 110 e a tal da Land Cruiser, que não temos por aqui.
Não vou dar a volta ao mundo, já fui para muito lugar e sei que dá para evitar vários trechos ruins se vc quiser, do contrário, um carro bem preparado dá conta do recado independente de seu sistema de suspensão.
Certa vez, nos preparamos para uma expedição para o Jalapão, tudo que deviamos levar e mais um pouco. Esperando estarmos totalmente fora da civilização em um ambiente sem estrutura. Dormimos certa noite ao lodo de um casal que estava de Ford Ka, no meio do deserto brasileiro.
Seguindo... resolvi acompanhar de fora e esperar por uma oportunidade, até que umas semanas atras fechei a compra de uma Disco S 2005, em ótimo estado, único dono, todas revisões na concessionária, todos os problemas de injeção e compressor resolvidos na concessionária e com garantia, por R$ 60 mil. Esta acompanhado da nota de compra com data de Dez de 2005, R$ 186 mil reais. Façam as contas!
O único problema a ser resolvido é o lance da roda e pneu, mas estou correndo atras e com certeza encontrarei uma solução com a roda aro 17" e colocar os All Terrain do mesmo tamanho. Cada pneu sai aqui no Brasil por R$ 1 mil reais. Devo gastar, dando meus pulos uns R$ 6 mil reais para deixar o carro ao nivel de uma Defender e se der na telha boto mais um guincho.
Quando estava em dúvida dei um pulo no Luiz Fraga, da Specialist, que recomendou ir sem dó, para uma Disco3.
Confiável? Sei-lá. Com o tempo vou dando meus relatos e acompanhando os relatos de nossos amigos, mas acredito que não teremos muitas surpresas. Afinal até o Alexandre que pegou a Defender de Leilão, não conseguiu resolver os problemas de seu diferencial de maneira barata e sem dor de cabeça, não é?
Problema todo carro dá, até carro zero. Se vc deixa-lo na garagem, ele não dará problema. Se vc malhar e usa-lo, por experiência, alguma coisa vai acontecer. Tem amigos meus que possuem Defender 90 e 110, usam diariamente o carro, sempre de vidro aberto e são contra o uso do ar- condicionado, mas na hora de colocar os carros no limite..... dão para tras, não passam nem em poça de agua, acredito que nunca utilizaram os recursos do veiculo e fazem as manutenção nas oficinas da região. Vale a Pena? Gosto e estilo de vida não se descutem.
Essa é minha experiência e meu conhecimento, não ligo para tecnologia. Não tenho internet em casa, uso celular mais simples com botões e lanterna, não mexo em carros, segundo meu irmão "para me atualizar precisaria entrar em uma Inclusão de Informática, oferecido pela Prefeitura, em onibus espalhados pelo centro da cidade". rsrsrsrsr!
Sei quando o custo/benefício pesa no bolso. E para mim a bola da vez foi a Disco3.
Não acredito que vou ficar o resto da vida com ela. Mas uns 4 anos provavelmente, sim. Depois vou vendo o que tem no mercado que se encaixe no estilo de vida que estarei passando. Pode ser um Defender 110, pode ser uma Savana 2004 verde, pode ser uma Porshe, pode ser um carro elétrico.
Mas com certeza não vai importar qual suspensão utiliza.
E sabe quel o melhor carro que já tive?
Um Hyunday Accent com teto solar, ano 95, que não lembro a motorização nem a suspensão, mas era manual.
Curti demais com aquele carro quando tinha meus 18 anos!
Nunca me deixou na mão! Fiquei com ele uns 4 anos.
Muito Obrigado.
Renato Fraga
07/09/2012, 15:02
Amigos, não sou proprietário de Land Rover, mas sou apaixonado por tudo que tem rodas, principalmente com tração em todas elas.
O tópico me chamou atenção pelo assunto e pelo nível da conversa.
Eu, dentro do meu círculo de amigos não off roaders, sou visto como um alienígena por conta do meu ponto de vista sobre carros. Gosto de carro de projeto simples e rústico, onde a confiabilidade é o ponto principal no meu critério de escolha.
O comentário inicial deste tópico chama a atenção para uma questão de projeto do veículo, mas acabou direcionado para uma discussão bem diferente.
Em primeiro lugar, veículos como o Defender, Troller, e demais que ainda possuem eixo rígido na dianteira e traseira, não por uma razão de eficiência em seu desempenho, vejo que seu futuro não é longo. Ocorre que nós, nobres usuários de tudo que um 4x4 pode oferecer, representamos uma parcela ínfima do mercado, e inclusive, daqueles que compram um 4x4. Menos de 5% dos proprietários de um 4x4, o utilizam em off road. A maioria o compra por status e sensação de segurança.
Diante disso, fica cada vez mais difícil, uma indústria se focar a um público tão restrito. Me lembro de ter assistido uma palestra do presidente da marca TAC, onde ele ponderava os detalhes do projeto do STARK, dizendo que se construíssem um carro pensando exclusivamente no Off Roader, não sairia da prancheta.
Analisando o mercado fora Brasil, podemos ver alguns projetos longevolos, tal como o tão comentado Defender, e posso ainda dizer o Wrangler, que até hoje ainda conserva muito do que um verdadeiro carro off road precisa, apesar das frescurinhas que vêm ganhando nos últimos anos.
Mas sabe o que eu acho mais vital na longevidade desses projetos???
São carros que originalmente atendem a expectativa dos 95% dos proprietários que nunca chegarão perto da alavanca seletora da caixa de transferência, mas que com um pequeno investimento, atendem as expectativas dos 5% que compram o carro para utilizá-lo de forma mais extrema. Isso pode ser comprovado pelo enorme mercado de acessórios para os comentados veículos. Já não se encontra com tanta facilidade acessórios e kits de up grades para outros veículos que também figuram o cenário 4x4 tal como Suzukis entre outros tantos.
Vejo e sinto isso na pelo, pois fruto da minha paixão e teimosia, resolvi preparar um carro que nunca existiu 4x4 no Brasil. Meu drama é ser solitário nesse mundo, como diz o Giovani da Power Off Road. Para ter um pára-choque adequado, com suporte para guincho, tive que projetar e fabricar eu mesmo. Nem nos EUA encontrei um projeto para me basear. Snorkel, esquece, não existe. Rock Sliders e demais acessórios, seguirão o mesmo exemplo do pára-choques. Mas isso acaba sendo mais um motivo de prazer ao concluir cada detalhe adicional no meu carro.
Passado alguns anos, precisei comprar mais um carro, para a minha esposa, e não tive dúvidas em optar por uma Cherokee XJ. Simplesmente porque se eu desejar deixá-la apta para trilhas, expedições, etc etc etc, minha vida vai ser bem fácil.
Voltando ao contexto da discussão, suspensões independentes são mais versáteis e oferecem um desempenho melhor ao veículo, nas mais diversas condições, excetuando as condições de trilhas em baixa velocidade.
O peso do próprio eixo rígido favorece o contato dos pneus ao solo, garantindo um contato mais íntimo com o solo, otimizando a tração, como já foi concluído em postagens anteriores.
Entretanto, pelo peso oscilante ser grande, a suspensão tem a árdua tarefa de segurar a carroceria e o próprio eixo no lugar, dificultando o contato dos pneus ao solo quando as oscilações acontecem em alta frequência.
Numa prova de velocidade em Off road, dificilmente veremos um carro com eixos rígidos se sobressaindo aos com suspensões independentes. Diante disso, no on road, o mesmo se vale.
Sendo assim, veículos como o citados e tão amados por nós, não terão vida muito longa devido às tendências do mercado.
Mercado mercado mercado, como o Clemente falou.
Abraços a todos
Renato Fraga
08/09/2012, 01:31
Fazendo um adendo ao meu post anterior, não podia deixar de dar minha opinião sobre o que eu acho melhor num veículo para o meu uso, principalmente na questão do tipo de SUSPENSÃO, porque isso está diretamente relacionado ao que mantém o carro em pé e rodando.
Veículos com eixos rígidos, certamente são mais confiável do que um veículo dotado de suspensão independente.
Simplesmente pela robustez e simplicidade do dispositivo. Não me dá toda aquela sensação de segurança que uma Pajero Full ou mesmo uma Discovery passa ao seu motorista, mas me dá a certeza de que eu vou e volto com meu carro onde desejar.
Uma suspensão independente, possui buchas, pivôs, homocinéticas entre tantos outros componentes que trabalham muito e sua integridade está diretamente relacionada a segurança e funcionamento do carro. Pegar um buraco em alta velocidade, ou qualquer outro obstáculo pode resultar em danos que, sem a peça e mão de obra correta, seu carro não sai mais do lugar a não ser sobre um guincho plataforma. E não precisa de muito para isso ocorrer.
Já num carro equipado com eixos rígidos, tudo é mais simples. Pivôs existem sim em alguns modelos, bem como buchas ou rolamentos nos munhões, mas são bem menos sacrificados.
Homocinéticas também existem, mas sua quebra não corresponde absolutamente à imobilização do carro.
Na suspensão propriamente dita, geralmente tudo também segue a robustez e simplicidade, principalmente se essa suspensão for feita por feixes de molas. Não é qualquer pancada que quebra ou entorta, e mesmo se isso ocorrer, o reparo é bem mais simples, seja ele emergencial ou definitivo. Torto, arrastando roda, seja lá o que for, você volta pra casa.
Sair em viagem a locais com pouca civilização, poucos recursos, ambiente hostil para os veículos, e principalmente quando o motorista pouco entende da mecânica do seu veículo, exige estar montado em uma máquina com menor risco de problemas, ou ainda com maiores possibilidades de solução para os possíveis problemas que ocorrem.
Tem lugar que o seguro não vai buscar seu carro. Tem lugar que ninguém saberá mexer no seu carro, ou ainda, podem tirar proveito da oportunidade, esfolando a alma do pobre proprietário, sem garantias que o seu dinheiro vai trazer o retorno merecido.
É fato que para quem nunca vai se atrever a sair do itinerário comum, pouco importa qual a engenharia aplicada ao seu veículo, basta cumprir a tarefa básica de funcionar e andar.
Mas o simples fato de montar num carro, que você tem a certeza que ele está pronto para dar uma volta no quarteirão, ou dar a volta ao mundo, não tem argumento que convença que fiz a escolha certa.
Abraços a todos
FALOTICVS
11/09/2012, 15:58
O veículo 4x4 que eu sempre quis ter aqui no Brasil era justamente o que eu tive quando morei no exterior: Range Rover. O primeiro, aqui conhecido como "Classic". Ano 1979, 3 portas.
Mas ...
Como o primeiro Range Rover nunca chegou a ser vendido no Brasil e temos pouquíssimos exemplares desse modelo por aqui, evidentemente tudo seria mais difícil (aquisição, conservação, manutenção, etc), na primeira oportunidade que eu tive, adquiri o que no meu julgamento é o que mais se aproxima: Land Rover Discovery I, ano 95, 300Tdi, 5 portas. Extremamente semelhante e com desempenho offroad substancialmente melhor. Estou satisfeitíssimo, Não pretendo trocá-lo por nenhum outro modelo de Discovery.
My 0,02 cents.
Powered by vBulletin™ Version 4.2.5 Copyright © 2025 vBulletin Solutions, Inc. All rights reserved.