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CGAUER
30/05/2012, 18:53
Segue o relato de nossa recém viagem de Nove Iorque até São Francisco, por terra.

Não, não fizemos esta travessia de 5mil km com o nosso 4x4, mas sim com um sedan 4x2, um interessante Nissan Altima Híbrido alugado na Herz, por 15 dias num total de U$ 1100 com devolução em Las Vegas.

Os EUA são um país extremamente organizado e o comportamento da maioria das pessoas é equivalente, educados para o trânsito como nunca vi, deixando para trás até França, Alemanha e Dinamarca. Que eram minhas referências.

As estradas são de dar inveja a qualquer uma de nosso país. Quanta guerra e petróleo para manter uma infra-estrutura daquelas. Por lá é comum este tipo de viagem e toda estrutura assim demonstra. A cada centena de quilometro, as placas apontam: "Food Exit" e ou "Hotel Exit", seguidas com as logomarcas dos tradicionais fast-food e cadeias de hotel. O transporte dos EUA é individualista, mas isso está mudando por conta do preço dos combustíveis.

Saindo de NY, nos 3 primeiros dias a monotonia foi de dar tédio! Estradas cujas curvas sequer pediam redução na velocidade, vazias e sem qualquer interferência na condução, o que obviamente confiou ao piloto automático 100% da toada.

Como todos andam no "cruise control" as ultrapassagens nas rodovias duplicadas podem levar minutos, pois a diferença da velocidade programada entre os carros muitas vezes é de uma fração de km/h, logo muitas vezes percebi que era seguido por outro carro em meu canto cego.. E os acidentes que acontecem são reflexo desta conduta, pequenos esbarrões, por isso muitos carros já saem por lá com sensor de carro localizado em ponto cego.

A velocidade máxima varia de acordo com o estado, sendo o Colorado o mais razoável deles, 75Mp/h algo como 120km/h. Pegamos muitos estados cujo limite era de 55MP/h, chatos 90km/h. A fiscalização de velocidade é feita por policiais em carros disfarçados, geralmente Doge Charger, na cor branca ou preta. Eles se escondem atrás de placas, pilares de pontes, ou se misturam entre o trânsito. O consenso mostra que andar at 5 milhas por hora a mais é permitido, e assim todos o fazem. Na iminência de um infrator a polícia de posta em sua traseira e de maneira impressionante, o então disfarçado Charger, acende como uma árvore de natal.

Não preciso dizer que sequer tive a oportunidade de aproveitar o potencial elétrico/mecânico de nosso carro, algo na casa dos 200HP. A única informação que pude confirmar ser verdade, é o fato de fazer de 0-100 em exatos 7 segundos, o que explica um pouco da filosofia dos "muscle cars"; o barato por lá é acelerar. Fazer curva, alta velocidade e depois parar, pouco importa, é proibido e a lei está logo na esquina. Como podem imaginar, entramos no esquema e como duas ovelhas comportadas chegamos do outro lado do país. A sensação de estar constantemente sob a mira da autoridade é um tanto desagradável. Claro, não iria andar a 180km/h, mas em alguns trechos, com 130km/h ainda estaríamos muito seguros e muito menos entediados e propensos a cair no sono.

A grande luta ao volante no principio era manter-se acordado. Num Sedan de U$ 30mil, é de se imaginar que o silêncio seja total. E assim foi, apenas o ruído do asfalto. Por alguns momentos me arrependi de ter aceitado o upgrade gratuito para algo tão silencioso, o Focus, que plano original, estaria de bom tamanho e ruído.

Diferente dos tradicionais "gas guzslers" o Altima fez excelentes 18km/l de média total durante toda a viagem. Provido do mesmo sistema híbrido do Toyota Camry, uma joint venture entre Nissan e Toyota, encontrei inúmeros logos Toyota debaixo do capô do motor.

Outro aspecto também separa este Nissan dos muscle cars, em 7 segundos ele atinge os 100KM/h sem que o motor mude de regime. A rotação do motor estaciona na faixa de maior eficiência e alí fica até os 100km/h serem atingidos e o acelerados relaxado. Com o torque do motor de 80hp elétrico somado ao motor de combustão, um estranho 2.5 quatro cilindros, até os 40km/h o controle de tração alerta através de uma luz no painel que a força, entregue somente, no eixo dianteiro está sendo limitada...

Passada a monotonia inicial, esperamos a chegada dos desertos de Utah, Colorado e Nevada, para então começar a optar por estradas de menor porte, onde poderíamos voltar a confiar a velocidade ao nosso taco e não à monotonia do piloto automático. Ainda assim as estradas secundárias se mostravam um tanto "comportadas" e chatas. Decidi então subir o Pikes Peak, famoso morro de 4mil metros de altitude no meio do Colorado, cenário das mais famosas corridas de subida de morro do planeta. (procurem no Youtube).

Precisávamos urgentemente de alguma aventura. A subida eu sabia que o Altima tiraria de letra, agora o que me interessava era saber seu comportamento na descida! Eu havia ouvido relatos que se tratava da pior descida contínua dos EUA e também o fato dos carros híbridos terem extrema dificuldade em tais situações, em razão da maneira que a função "B" de brake do câmbio usa o motor de combustão para reduzir a velocidade, ineficaz... Queria também ver o ponteiro de carga da bateria chegar em plena carga, coisa que não acontece no uso comum, de modo a preservar a bateria por maior tempo.

A subida do Pikes Peak é tão acentuada que ao descer a temperatura dos freios é controlada carro a carro por um policial munido de um termómetro infra vermelho.

Ao chegar na entrada passei por uma peque aula de como proceder na decida, "seu carro é um Híbrido, use a função B ao descer e vá devagar" alertou o simpático guarda dono de um fantástico bigode estilo morsa do mar.

Chegamos ao topo sem maiores problemas, assistimos uma leve nevasca, fizemos algumas fotos e com muito frio começamos a descer o "peak". Diferente do que esperava foi sem qualquer emoção, o Nissan tirou de letra, chegamos ao primeiro posto de controle com os freios em saudáveis 180˚F, 82˚C.. O mesmo não foi verdade para o Kia a nossa frente e o Ford Explorer atrás de nós, este último que fez questão de acelerar após cada curva para então queimar toda energia nos freios na próxima. Ambos terminaram por ficar obrigatoriamente na área de espera por 30 minutos até que seus freios voltassem a temperatura normal, uma vez que com 300˚ F (± 150˚C) poderiam chegar no fim do percurso sem segurança.

Por sorte as estradas secundárias do Colorado nos presentearam com sinuosas curvas, alertas de desabamentos de pedras, cidades semi-abandonadas e congratulações sobre a nossa economia, esta aferida em função do mais popular revolver da região, ser um super barato Taurus Made in Brasil. Quem diria! Ouvir isso em plena terra do Smith & Wesson, Magnum, Colt, etc...

Passamos pelos magníficos desertos de Utah e a parte norte do belo parque Moab.

Bom, agora estávamos finalmente embrenhados em meio ao interior de Utah e um tanto fora do alinhamento final, considerando nosso destino São Francisco CA...

Decidimos abrir mão das vias expressas e encarar a diretíssima, a "Route 50", a mais solitária de todos os EUA, atravessando os mais impressionantes desertos dos EUA, 1600km de estrada simples com pouca ou nenhuma vida ou trânsito, talvez abastecida por raros postos de gasolina.

Nada seria problema para o tanque de 76 litros de nosso carro, que entregava sem problemas 1200-1300km de autonomia. Nada seria também um problema para nós, escaldados ex proprietários de um Defender 90 onde sempre explorávamos até a última gota de seus poucos 60 litros de Diesel e 600km de autonomia. Hoje com o 110 e tanque extra, com total de 127 litros é tudo suáve.

Assim entramos na Route 50, com o tanque pela metade para garantir um fator extra de diversão. Como suspeitava, não demorou para chegar o primeiro posto e lá estávamos com gasolina suficiente para chegar até Reno, o fim da aventura pela rota mais deserta dos EUA, mas sem antes passar pelos vilarejos de Eureka a minúscula Austin. Os carros que cruzávamos eram em sua maioria "aventureiros" como nós. Muitos VW Syncro (que 4x4 legal), e inúmeras Harleys e raras BWM GS...

Em Reno visitamos o conhecido museu de carros antigos, sem muita graça pois contempla em sua maioria carros americanos, que antigamente eram todos iguais. Colocamos a vida em dia e prosseguimos para o parque Yosemite, que diferente do que se imagina, pronuncia-se Iosemiti; outrora, assim como todo o país, terra de índio.

O Yosemite é fantástico, imortalizado nas fotografias do Ansel Adams.. Infelizmente a estrutura é tão abundante que todos seus cartões postais são cortados por ruas e estradas asfaltadas, ônibus vai-vem, estacionamentos e lojas com tudo que um "aventureiro" pode vir a necessitar, até mesmo impressões analógicas de grande formato do Ansel Adams, na galeria que leva seu nome, dentro do parque. O desafio fotográfico foi entregar belas fotos sem que tudo isso estragasse a imagem.

Yosemite conquistado, finalmente chegamos em SF. Partindo de NY, foram 5mil Km sem qualquer e absoluto imprevisto. Nem sequer um hotel lotado ou estrada fechada pegamos. Pneu furado? Claro que não! Falta de combustível? Tsc!

Em SF estacionamos o carro e resolvemos zanzar a cidade de bike. Foram uns 60km, com direito a cruzar a Golden Gate no pedal e pedalar por toda sua avenida principal, com transito pior que a Av Paulista. Fomos respeitados de tal modo, que parecia estarmos vestindo uma bolha de 10 metros de diâmetro. Na conversão, os motoristas param, apenas para garantir que você não quer ir em frente.

Porém a viagem ainda não tinha acabado, tínhamos ainda que comparecer ao evento Overland Expo, o grande encontro nacional de "expedicionários", evento que aconteceria em Flagstaff Arizona.

Como previsto, em 12 horas e 1300km, estávamos lá, sem sequer ter sentido os km passarem, equivalente cansaço de ir de SP a Campinas. Os lerdos se postam a direita e nosso carro autonomamente, no piloto automático conquistava os quilômetros. Alguns leves ajustes no volante, ainda que pouco foram necessários, as estradas são retas mas nem tanto.

Passamos o dia seguinte na Overland Expo e então o jovem casal de "aventureiros" se separou, a Milena ficou acampada para curtir o resto do evento e eu fuji para Las Vegas, onde começava um congresso do escritório (é sério, eu juro!).

Outros 400km e eu estava estava em Vegas. Breve passada no Hoover Dam, uma mini Itaipú, que hoje sofre da falta de água e consegue fornecer apenas 3% da energia de Vegas. O resto da energia, que alimenta todos aqueles hotéis onde os quartos cheios ou vazios ficam com as luzes incandescentes acesas o tempo todo, é suprida por usinas a carvão e óleo. Nem falar do AC, em uma cidade onde no verão a temperatura bate os 50˚C... Põe guerra para manter este padrão de consumo de petróleo.

Resultado:

Uma viagem legal, mas sem muita emoção.

Em momento algum nos arrependemos, mas a América Latina é infinitamente mais divertida, nem falar da África, que ainda não conhecemos, mas sempre nos falam muito bem.

Ir para Bolívia vía San Pedro de Atacama, pelo caminho 4x4-only atravessando as Lagunas Coloradas, ou a Carretera Austral e Ruta 40 ainda sem asfalto é algo inesquecível.

O desafio é o tempero da aventura. A verdadeira solidão, sem qualquer estrutura, é o alimento do aventureiro; máquina e homem colocados à prova. Encontrar uma dificuldade, é o que fixa a experiência na memória e nascem as histórias.

Ir para um país onde o povo se comporta como ovelhas e onde algumas cidades tem o excesso, de um policial para 6 habitantes e consequentemente a maior população carcerária do planeta, não existe muito espaço para se sentir livre. Claro, SF e NY são grandes exceções, talvez em razão de sua população, em sua grande maioria estrangeira.

Teve momentos que tinhamos surtos de risada ao ver os preparativos de alguns grupos para ir a América Latina. O exagero é onipresente, desde os veículos de "expedição" que sequer passariam na maioria dos túneis do interior do Brasil e quanto mais nos pequenos túneis dos Andes, até mesmo as pick-ups do fazendeiro comum, onde a Dodge RAM 4x4 é pequena perto das Ford F350, isso quando não resolvem elevar a suspensão e fazer um body lift no que já era monstruoso. Nem falar dos motores para empurrar o solitário motorista; Diesel V8 7.4 ou Gasolina V8 e V10 6.7 litros. Espero que com o aumento dos combustíveis, eles pensem melhor sobre o consumo de seus veículos. Isso se os EUA não invadirem a tempo a grade reserva de petróleo do mundo, o Irã, basta ver como a imprensa, em sua maioria agencias americanas, malha sua política com apoio do Israel e com ajuda de todo resto da mídia internacional.

Moral da história:

Os EUA são um país de extravagante natureza, mas o excesso de organização e onipresença da lei faz com que não tenhamos aquela genuína graça e liberdade de viajar explorando. Os caminhos "perigosos" só podem ser feitos com uma autorização, onde você deve assinar que é responsável pelos seus atos.

Existe a quantidade perfeita de organização e lei. Nos EUA isso nos aborreceu. Talvez toda esta percepção seja pelo fato de ser tudo novidade, nunca havia pisado no interior... Dos países que conheci até hoje o que mais me agradou neste sentido foi a Itália... Bom mix de loucura e lei.

tenho que dizer, nada substitui a aventura de viajar pelas terras de cá... Qualquer um que foi a Bahia de carro, é um verdadeiro aventureiro!

Seguem as fotos desta viagem:

Road trip NY -> SF 2012 (http://www.flickr.com/photos/cgauer/sets/72157629837592176)


Abraços

Clemente Gauer

Maurício Fernandes
30/05/2012, 19:07
belo relato

Robert Costa
30/05/2012, 19:28
Clemente, muito bom seu relato. Ótimas fotos! Também tenho a intenção de fazer uma viagem dessas aos EUA de ponta a ponta, porém havia pensado em alugar um MotorHome. O que acha da ideia?

Forte abraço,

Robram
31/05/2012, 13:53
Clemente,

Gostei da forma divertida e com bons detalhes, que escreveu seu relato de viagem.

Realmente so indo la nos EUA para sentir oque realmente significada a palavra educacao e respeito pela vida.

Abraços e boa viagem sempre !

Robson

Zani
31/05/2012, 14:16
Clemente, ótimo relato e lindas fotos.
Abraço.

CGAUER
31/05/2012, 14:57
Caros,

legal que curtiram o relato, mesmo com tantos erros de pontuação e tropeços no teclado (publiquei sem revisar!).

Robert,

a empresa mais conhecida para aluguel de motorhomes, conhecidos por lá como "RVs" (Recreational Vehicle), é a Cruise America Class C Motor Homes, RV Rentals and Sales - Cruise America (http://www.cruiseamerica.com/) . Cheguei a pensar nesta alternativa, mas a diária é bem cara e todos os modelos são Gasolina, com motores V8 ou V10. Não caberia no nosso orçamento e tempo.

Com família e bastante tempo deve ser uma delícia, pois a estrutura para este tipo de veículo é imensa.

Dizem que o RV faz parte de todo aposentado endinheirado, e é verdade. Não bastassem os enormes RVs, ainda rebocam um SUV para o uso diário.

Abraços

Clemente



Clemente, muito bom seu relato. Ótimas fotos! Também tenho a intenção de fazer uma viagem dessas aos EUA de ponta a ponta, porém havia pensado em alugar um MotorHome. O que acha da ideia?

Forte abraço,

Fernando da Terra
01/06/2012, 14:47
Clemente, me senti com sono só de ler os relatos......

O que você foi fazer lá rapaz?....está totalmente fora do seu habitat natural (que é estar atrás da direção de um Land Rover, numa quebrada na América Latina)...... seu pai ao menos foi alertado do que você fez?...
- Nunca mais faça isso, menino (é o que ele deve ter lhe dito!!).......kkkkkkkk......

Cara, vou te falar a verdade: nunca tive vontade de conhecer as rodovias americanas (mas tenho grande vontade de conhecer os parques nacionais de lá......)

Agora, morro de inveja e curto pra caramba tuas viagens aqui pela América do Sul...

Volte logo a fazer viagem pelo nosso continente e nunca mais faça isso!!!!....kkkkkkkkkk...

Fernando

CGAUER
02/06/2012, 18:00
Pois é Fernando,

eu tampouco pensei que faria esta viagem! Mas tive um compromisso em NY e depois teria que estar em Vegas. Cansado dos aviões e amante das estradas, resolvi embarcar nesta viagem e conhecer um pouco mais do interior dos caras enquanto queimava o tempo entre os eventos e descansava um pouco atrás do volante, longe da rede do escritório.

Não me arrependo, massssss; a razão entre diversão vs quilômetro, se compararmos a nossa maravilhosa América, é bem ruim!

Sim, faça os parques, são legais. Existe um passe que compra-se nos parques, que dá direito a todos os demais por um valor bem interessante.

Abs

Clemente







Clemente, me senti com sono só de ler os relatos......

O que você foi fazer lá rapaz?....está totalmente fora do seu habitat natural (que é estar atrás da direção de um Land Rover, numa quebrada na América Latina)...... seu pai ao menos foi alertado do que você fez?...
- Nunca mais faça isso, menino (é o que ele deve ter lhe dito!!).......kkkkkkkk......

Cara, vou te falar a verdade: nunca tive vontade de conhecer as rodovias americanas (mas tenho grande vontade de conhecer os parques nacionais de lá......)

Agora, morro de inveja e curto pra caramba tuas viagens aqui pela América do Sul...

Volte logo a fazer viagem pelo nosso continente e nunca mais faça isso!!!!....kkkkkkkkkk...

Fernando

ramalho-vitoria
06/06/2012, 10:47
Parabéns pela viagem. Bom relato.

Em setembro próximo estarei fazendo um raid pela Costa Oeste ( o roteiro já esta todo armado - 2800 km), mas infelizmente também não terei oportunidade de realizá-lo em um veículo 4x4.

Serão 22 dias e estarei contemplando não só os grandes centros ( Los Angeles, San Francisco e Las Vegas ), como também os Parques Nacionais, a emblemática Rota 66, a lindíssima Big Sur sentido norte -sul - lado do mar e o Gran Canyon. A travessia da Golden Gate será a pé.

Considerando entretanto que nível de informações que estarão disponíveis, após a viagem, seria interessante para futuras viagens de outros membros do grupo, solicito aos moderadores do forum, em caratér excepcional, mesmo "arranhando" as normas de postagem somente de veículos 4x4, que eu possa repassar mais essa aventura.

Fico então no aguardo de uma autorização.

VOVÔ DO TROLLER
06/06/2012, 21:37
Segue o relato de nossa recém viagem de Nove Iorque até São Francisco, por terra.

Não, não fizemos esta travessia de 5mil km com o nosso 4x4, mas sim com um sedan 4x2, um interessante Nissan Altima Híbrido alugado na Herz, por 15 dias num total de U$ 1100 com devolução em Las Vegas.

Os EUA são um país extremamente organizado e o comportamento da maioria das pessoas é equivalente, educados para o trânsito como nunca vi, deixando para trás até França, Alemanha e Dinamarca. Que eram minhas referências.

As estradas são de dar inveja a qualquer uma de nosso país. Quanta guerra e petróleo para manter uma infra-estrutura daquelas. Por lá é comum este tipo de viagem e toda estrutura assim demonstra. A cada centena de quilometro, as placas apontam: "Food Exit" e ou "Hotel Exit", seguidas com as logomarcas dos tradicionais fast-food e cadeias de hotel. O transporte dos EUA é individualista, mas isso está mudando por conta do preço dos combustíveis.

Saindo de NY, nos 3 primeiros dias a monotonia foi de dar tédio! Estradas cujas curvas sequer pediam redução na velocidade, vazias e sem qualquer interferência na condução, o que obviamente confiou ao piloto automático 100% da toada.

Como todos andam no "cruise control" as ultrapassagens nas rodovias duplicadas podem levar minutos, pois a diferença da velocidade programada entre os carros muitas vezes é de uma fração de km/h, logo muitas vezes percebi que era seguido por outro carro em meu canto cego.. E os acidentes que acontecem são reflexo desta conduta, pequenos esbarrões, por isso muitos carros já saem por lá com sensor de carro localizado em ponto cego.

A velocidade máxima varia de acordo com o estado, sendo o Colorado o mais razoável deles, 75Mp/h algo como 120km/h. Pegamos muitos estados cujo limite era de 55MP/h, chatos 90km/h. A fiscalização de velocidade é feita por policiais em carros disfarçados, geralmente Doge Charger, na cor branca ou preta. Eles se escondem atrás de placas, pilares de pontes, ou se misturam entre o trânsito. O consenso mostra que andar at 5 milhas por hora a mais é permitido, e assim todos o fazem. Na iminência de um infrator a polícia de posta em sua traseira e de maneira impressionante, o então disfarçado Charger, acende como uma árvore de natal.

Não preciso dizer que sequer tive a oportunidade de aproveitar o potencial elétrico/mecânico de nosso carro, algo na casa dos 200HP. A única informação que pude confirmar ser verdade, é o fato de fazer de 0-100 em exatos 7 segundos, o que explica um pouco da filosofia dos "muscle cars"; o barato por lá é acelerar. Fazer curva, alta velocidade e depois parar, pouco importa, é proibido e a lei está logo na esquina. Como podem imaginar, entramos no esquema e como duas ovelhas comportadas chegamos do outro lado do país. A sensação de estar constantemente sob a mira da autoridade é um tanto desagradável. Claro, não iria andar a 180km/h, mas em alguns trechos, com 130km/h ainda estaríamos muito seguros e muito menos entediados e propensos a cair no sono.

A grande luta ao volante no principio era manter-se acordado. Num Sedan de U$ 30mil, é de se imaginar que o silêncio seja total. E assim foi, apenas o ruído do asfalto. Por alguns momentos me arrependi de ter aceitado o upgrade gratuito para algo tão silencioso, o Focus, que plano original, estaria de bom tamanho e ruído.

Diferente dos tradicionais "gas guzslers" o Altima fez excelentes 18km/l de média total durante toda a viagem. Provido do mesmo sistema híbrido do Toyota Camry, uma joint venture entre Nissan e Toyota, encontrei inúmeros logos Toyota debaixo do capô do motor.

Outro aspecto também separa este Nissan dos muscle cars, em 7 segundos ele atinge os 100KM/h sem que o motor mude de regime. A rotação do motor estaciona na faixa de maior eficiência e alí fica até os 100km/h serem atingidos e o acelerados relaxado. Com o torque do motor de 80hp elétrico somado ao motor de combustão, um estranho 2.5 quatro cilindros, até os 40km/h o controle de tração alerta através de uma luz no painel que a força, entregue somente, no eixo dianteiro está sendo limitada...

Passada a monotonia inicial, esperamos a chegada dos desertos de Utah, Colorado e Nevada, para então começar a optar por estradas de menor porte, onde poderíamos voltar a confiar a velocidade ao nosso taco e não à monotonia do piloto automático. Ainda assim as estradas secundárias se mostravam um tanto "comportadas" e chatas. Decidi então subir o Pikes Peak, famoso morro de 4mil metros de altitude no meio do Colorado, cenário das mais famosas corridas de subida de morro do planeta. (procurem no Youtube).

Precisávamos urgentemente de alguma aventura. A subida eu sabia que o Altima tiraria de letra, agora o que me interessava era saber seu comportamento na descida! Eu havia ouvido relatos que se tratava da pior descida contínua dos EUA e também o fato dos carros híbridos terem extrema dificuldade em tais situações, em razão da maneira que a função "B" de brake do câmbio usa o motor de combustão para reduzir a velocidade, ineficaz... Queria também ver o ponteiro de carga da bateria chegar em plena carga, coisa que não acontece no uso comum, de modo a preservar a bateria por maior tempo.

A subida do Pikes Peak é tão acentuada que ao descer a temperatura dos freios é controlada carro a carro por um policial munido de um termómetro infra vermelho.

Ao chegar na entrada passei por uma peque aula de como proceder na decida, "seu carro é um Híbrido, use a função B ao descer e vá devagar" alertou o simpático guarda dono de um fantástico bigode estilo morsa do mar.

Chegamos ao topo sem maiores problemas, assistimos uma leve nevasca, fizemos algumas fotos e com muito frio começamos a descer o "peak". Diferente do que esperava foi sem qualquer emoção, o Nissan tirou de letra, chegamos ao primeiro posto de controle com os freios em saudáveis 180˚F, 82˚C.. O mesmo não foi verdade para o Kia a nossa frente e o Ford Explorer atrás de nós, este último que fez questão de acelerar após cada curva para então queimar toda energia nos freios na próxima. Ambos terminaram por ficar obrigatoriamente na área de espera por 30 minutos até que seus freios voltassem a temperatura normal, uma vez que com 300˚ F (± 150˚C) poderiam chegar no fim do percurso sem segurança.

Por sorte as estradas secundárias do Colorado nos presentearam com sinuosas curvas, alertas de desabamentos de pedras, cidades semi-abandonadas e congratulações sobre a nossa economia, esta aferida em função do mais popular revolver da região, ser um super barato Taurus Made in Brasil. Quem diria! Ouvir isso em plena terra do Smith & Wesson, Magnum, Colt, etc...

Passamos pelos magníficos desertos de Utah e a parte norte do belo parque Moab.

Bom, agora estávamos finalmente embrenhados em meio ao interior de Utah e um tanto fora do alinhamento final, considerando nosso destino São Francisco CA...

Decidimos abrir mão das vias expressas e encarar a diretíssima, a "Route 50", a mais solitária de todos os EUA, atravessando os mais impressionantes desertos dos EUA, 1600km de estrada simples com pouca ou nenhuma vida ou trânsito, talvez abastecida por raros postos de gasolina.

Nada seria problema para o tanque de 76 litros de nosso carro, que entregava sem problemas 1200-1300km de autonomia. Nada seria também um problema para nós, escaldados ex proprietários de um Defender 90 onde sempre explorávamos até a última gota de seus poucos 60 litros de Diesel e 600km de autonomia. Hoje com o 110 e tanque extra, com total de 127 litros é tudo suáve.

Assim entramos na Route 50, com o tanque pela metade para garantir um fator extra de diversão. Como suspeitava, não demorou para chegar o primeiro posto e lá estávamos com gasolina suficiente para chegar até Reno, o fim da aventura pela rota mais deserta dos EUA, mas sem antes passar pelos vilarejos de Eureka a minúscula Austin. Os carros que cruzávamos eram em sua maioria "aventureiros" como nós. Muitos VW Syncro (que 4x4 legal), e inúmeras Harleys e raras BWM GS...

Em Reno visitamos o conhecido museu de carros antigos, sem muita graça pois contempla em sua maioria carros americanos, que antigamente eram todos iguais. Colocamos a vida em dia e prosseguimos para o parque Yosemite, que diferente do que se imagina, pronuncia-se Iosemiti; outrora, assim como todo o país, terra de índio.

O Yosemite é fantástico, imortalizado nas fotografias do Ansel Adams.. Infelizmente a estrutura é tão abundante que todos seus cartões postais são cortados por ruas e estradas asfaltadas, ônibus vai-vem, estacionamentos e lojas com tudo que um "aventureiro" pode vir a necessitar, até mesmo impressões analógicas de grande formato do Ansel Adams, na galeria que leva seu nome, dentro do parque. O desafio fotográfico foi entregar belas fotos sem que tudo isso estragasse a imagem.

Yosemite conquistado, finalmente chegamos em SF. Partindo de NY, foram 5mil Km sem qualquer e absoluto imprevisto. Nem sequer um hotel lotado ou estrada fechada pegamos. Pneu furado? Claro que não! Falta de combustível? Tsc!

Em SF estacionamos o carro e resolvemos zanzar a cidade de bike. Foram uns 60km, com direito a cruzar a Golden Gate no pedal e pedalar por toda sua avenida principal, com transito pior que a Av Paulista. Fomos respeitados de tal modo, que parecia estarmos vestindo uma bolha de 10 metros de diâmetro. Na conversão, os motoristas param, apenas para garantir que você não quer ir em frente.

Porém a viagem ainda não tinha acabado, tínhamos ainda que comparecer ao evento Overland Expo, o grande encontro nacional de "expedicionários", evento que aconteceria em Flagstaff Arizona.

Como previsto, em 12 horas e 1300km, estávamos lá, sem sequer ter sentido os km passarem, equivalente cansaço de ir de SP a Campinas. Os lerdos se postam a direita e nosso carro autonomamente, no piloto automático conquistava os quilômetros. Alguns leves ajustes no volante, ainda que pouco foram necessários, as estradas são retas mas nem tanto.

Passamos o dia seguinte na Overland Expo e então o jovem casal de "aventureiros" se separou, a Milena ficou acampada para curtir o resto do evento e eu fuji para Las Vegas, onde começava um congresso do escritório (é sério, eu juro!).

Outros 400km e eu estava estava em Vegas. Breve passada no Hoover Dam, uma mini Itaipú, que hoje sofre da falta de água e consegue fornecer apenas 3% da energia de Vegas. O resto da energia, que alimenta todos aqueles hotéis onde os quartos cheios ou vazios ficam com as luzes incandescentes acesas o tempo todo, é suprida por usinas a carvão e óleo. Nem falar do AC, em uma cidade onde no verão a temperatura bate os 50˚C... Põe guerra para manter este padrão de consumo de petróleo.

Resultado:

Uma viagem legal, mas sem muita emoção.

Em momento algum nos arrependemos, mas a América Latina é infinitamente mais divertida, nem falar da África, que ainda não conhecemos, mas sempre nos falam muito bem.

Ir para Bolívia vía San Pedro de Atacama, pelo caminho 4x4-only atravessando as Lagunas Coloradas, ou a Carretera Austral e Ruta 40 ainda sem asfalto é algo inesquecível.

O desafio é o tempero da aventura. A verdadeira solidão, sem qualquer estrutura, é o alimento do aventureiro; máquina e homem colocados à prova. Encontrar uma dificuldade, é o que fixa a experiência na memória e nascem as histórias.

Ir para um país onde o povo se comporta como ovelhas e onde algumas cidades tem o excesso, de um policial para 6 habitantes e consequentemente a maior população carcerária do planeta, não existe muito espaço para se sentir livre. Claro, SF e NY são grandes exceções, talvez em razão de sua população, em sua grande maioria estrangeira.

Teve momentos que tinhamos surtos de risada ao ver os preparativos de alguns grupos para ir a América Latina. O exagero é onipresente, desde os veículos de "expedição" que sequer passariam na maioria dos túneis do interior do Brasil e quanto mais nos pequenos túneis dos Andes, até mesmo as pick-ups do fazendeiro comum, onde a Dodge RAM 4x4 é pequena perto das Ford F350, isso quando não resolvem elevar a suspensão e fazer um body lift no que já era monstruoso. Nem falar dos motores para empurrar o solitário motorista; Diesel V8 7.4 ou Gasolina V8 e V10 6.7 litros. Espero que com o aumento dos combustíveis, eles pensem melhor sobre o consumo de seus veículos. Isso se os EUA não invadirem a tempo a grade reserva de petróleo do mundo, o Irã, basta ver como a imprensa, em sua maioria agencias americanas, malha sua política com apoio do Israel e com ajuda de todo resto da mídia internacional.

Moral da história:

Os EUA são um país de extravagante natureza, mas o excesso de organização e onipresença da lei faz com que não tenhamos aquela genuína graça e liberdade de viajar explorando. Os caminhos "perigosos" só podem ser feitos com uma autorização, onde você deve assinar que é responsável pelos seus atos.

Existe a quantidade perfeita de organização e lei. Nos EUA isso nos aborreceu. Talvez toda esta percepção seja pelo fato de ser tudo novidade, nunca havia pisado no interior... Dos países que conheci até hoje o que mais me agradou neste sentido foi a Itália... Bom mix de loucura e lei.

tenho que dizer, nada substitui a aventura de viajar pelas terras de cá... Qualquer um que foi a Bahia de carro, é um verdadeiro aventureiro!

Seguem as fotos desta viagem:

Road trip NY -> SF 2012 (http://www.flickr.com/photos/cgauer/sets/72157629837592176)


Abraços

Clemente Gauer

Boa noite Clemente.Parabéns pela viagem e pelo excelente relatório. E os pedágios por lá ? São mais abusivos do que cá? Abs.

CGAUER
07/06/2012, 16:53
Ramalho,

tenho certeza que vai ser uma delícia a sua viagem. Não perca o Moab e o Yosemite. LINDOS parques!

Quanto ao desvio de atenção ao foco 4x4, acho que contamos com esta licença; afinal nosso relato pode ser de utilidade para alguém que queira fazer o mesmo à bordo de um "todo terreno".


Forte abraço.

Clemente


Parabéns pela viagem. Bom relato.

Em setembro próximo estarei fazendo um raid pela Costa Oeste ( o roteiro já esta todo armado - 2800 km), mas infelizmente também não terei oportunidade de realizá-lo em um veículo 4x4.

Serão 22 dias e estarei contemplando não só os grandes centros ( Los Angeles, San Francisco e Las Vegas ), como também os Parques Nacionais, a emblemática Rota 66, a lindíssima Big Sur sentido norte -sul - lado do mar e o Gran Canyon. A travessia da Golden Gate será a pé.

Considerando entretanto que nível de informações que estarão disponíveis, após a viagem, seria interessante para futuras viagens de outros membros do grupo, solicito aos moderadores do forum, em caratér excepcional, mesmo "arranhando" as normas de postagem somente de veículos 4x4, que eu possa repassar mais essa aventura.

Fico então no aguardo de uma autorização.

CGAUER
07/06/2012, 16:57
Olá,

pagamos um total de ± U$ 50 de pedágio, sempre próximo aos centros urbanos (NY), para as pontes em SF e no perímetro externo de NY. Ainda assim, gastando um pouco mais de tempo, é possível baixar este valor pela metade, optando no caso pelas estradas sem pedágio as assim chamadas "tol free roads". No início, por conta da monotonia , escolhemos a Rota 80, que é taxada.

Abraços

Clemente



Boa noite Clemente.Parabéns pela viagem e pelo excelente relatório. E os pedágios por lá ? São mais abusivos do que cá? Abs.

feitosac
08/06/2012, 00:15
Clemente,
Parabéns pelo relato e pelas fotos.
Abs.

Newton Guerra
08/06/2012, 11:18
Belo relato e excelentes fotos, Clemente.

Não é 4x4 mas tem o espírito de muitos viajantes daqui do fórum.
Fiz uma bela viagem por lá em 1999, com minha filha de 3 anos. Foram 11 parques nacionais em 30 dias, uma viagem inesquecível. Não tem a aventura das viagens sul-americanas, mas tem muita tranquilidade e beleza natural também.

Abraços

e.lauer
20/06/2013, 00:04
Oi Newton e Clemente,

Vou a São Francisco em novembro acompanhando a esposa a trabalho.
Que dicas de passeio vc passa para Califórnia e arredores com minha filha de 4 anos?
Por 1 semana estaremos nos arredores da cidade, mas nas 2 seguintes pretendo cair na estrada para os parques nacionais e rochosas. Aonde vale a pena ir?

Se puder dar uns pitacos aqui ou no email, agradeço.

Erich
São Paulo
Tr4 2011
erich@muitomato.com.br

Newton Guerra
20/06/2013, 08:05
Oi Newton e Clemente,

Vou a São Francisco em novembro acompanhando a esposa a trabalho.
Que dicas de passeio vc passa para Califórnia e arredores com minha filha de 4 anos?
Por 1 semana estaremos nos arredores da cidade, mas nas 2 seguintes pretendo cair na estrada para os parques nacionais e rochosas. Aonde vale a pena ir?

Se puder dar uns pitacos aqui ou no email, agradeço.

Erich
São Paulo
Tr4 2011
erich@muitomato.com.br

Erich, vale muito à pena dar uma volta pela Califórnia. São Francisco por po si só já é uma cidade legal. Acho que em 2 semanas você pode pode planejar uma volta, partindo sentido sul pelo litoral e voltando por dentro, ou ao contrário.

A US1, que vai pelo litoral é muito bonita. Você pode passar em Monterrey e visitar o aquário, é muito bonito. Sua filha vai adorar. Depois passa em Carmel e pode seguir até Los Angeles ou San Diego. Em algumas praias perto de Carmel pode ver leões marinhos.

Não sei se você tem a intenção de conhecer essas cidades grandes. LA é bem sem graça, San Diego mais ou menos. Se tiver a intenção de mostrar a Disney e Zoo de San Diego para a filhota ela vai gostar, rsrsrs. É sério, o legal de ir à Disney com crianças nessa idade é que elas fantasiam muito, acreditam que os personagens são reais. A estrada perto de LA e para o sul não tem muitos atrativos.

Se você preferir ficar mais "pelo mato", Pode sair da US1 e seguir para o leste na direção de Bakersfiled e visitar o parque das Sequóias (1/2 dia tá ótimo). Depois segue para Yosemite, dá para ficar lá quantos dias quiser! De Yosemite eu iria para Lake Tahoe, um lugar bem legal. Tudo isso é relativamente perto de San Francisco, as estradas nem preciso falar, são excelentes.

Mais ao norte tem o Napa Valley, para quem gosta de vinho é um prato cheio. Eu não conheci.

O Ramalho esteve lá há pouco tem e deve ter ótimas dicas para dar.

Abraços

e.lauer
24/06/2013, 00:28
Obrigado Newton! Compramos passagens hj. A idéia nesta semana é ir para o mato mesmo, aparentemente Yosemite e Sequoia National Park. Na semana de SF vou esticar até Carmel e arredores, parece bem bonito. Os grandes centros realmente pretendo pular, ao final do passeio vamos à Orlando, então passamos Disneyland. Você esteve por lá no inverno? Ao que me parece a coisa encrespa com a neve nesta época em que vamos - recomendam levar correntes para os pneus nos parques. Erich

Newton Guerra
24/06/2013, 10:46
Eu foi na primavera e ainda tinha neve em Yosemite. Provavelmente vai pegar alguma estrada fechada, mas a principal que entra no vale deve estar aberta. No inverno deve ser muito bonito também, a neve sempre é uma atração para nós que não temos ela por aqui.

Vai ser show de bola sua viagem. Quando for para Carmel não se esqueça do aquário de Monterrey. Mesmo que não goste muito vai se surpreender.

Abraços