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  • Ford Edge Limited 4X2: uma “banheira” eletrônica

    Edge ainda segue o estilo "bold", também aplicado ao sedã Fusion; crossover é produzido em Ontario (Canadá)Quando se está disposto a gastar R$ 141 mil em um veículo, o mínimo que o comprador espera é que o modelo seja incrível – o que, convenhamos, é algo subjetivo. Mas o Ford Edge, apesar de não carregar um escudo mais requintado à frente, é um belo exemplo de sofisticação. Veja só algo aparentemente inútil: o motorista pode escolher até sete diferentes cores da iluminação ambiente: verde, vermelho, laranja, dois tons de azul, lilás e roxo. E até o assoalho é cintilado.

    Mas isso é um mero detalhe. A experiência no Edge começa antes de acessar o interior: com a chave inteligente no bolso, basta agarrar uma das quatro maçanetas com a mão e (pronto!) as portas imediatamente destravam. Já acomodado no assento do motorista, nota-se um painel chique. Não sou fã de apliques que imitam madeira nobre, mas o tom de marrom mais escuro e a textura são atraentes. Ao centro, o sistema MyFord Touch é o auge, com o console inteiro sensível ao toque.

    Interior tem materiais de bom gosto, mas a tecnologia que impressiona; console é quase todo sensível ao toqueEsse avançado sistema de informação e entretenimento (infotainment) é exclusivo da versão Limited, a top de linha do Edge – avaliada por Autoesporte. E sua “magia” tecnológica não se resume à (quase) ausência de teclas no painel – até o comando do pisca-alerta é touchscreen. Além da telona de LCD de oito polegadas sensível ao toque no console, há outras duas telas coloridas de cristal líquido no quadro de instrumentos, uma de cada lado do velocímetro. Ali são reproduzidos outros mostradores e as informações de bordo.

    Para arrematar, o MyFord Touch também inclui o sistema multimídia Sync, criado em parceria com a Microsoft e que integra ar-condicionado de duas zonas, navegador GPS, câmera de ré e o poderoso som fornecido pela Sony, com 12 alto-falantes, conexão Bluetooth, duas entradas USB, outra para cartão de memória e mais uma RCA (áudio e vídeo) – é possível plugar desde players de música a videogames. Detalhe: todo o sistema passou a vir em português brasileiro desde o início do ano.

    Até o fim de 2011, o Sync vinha configurado em inglês, o que não chegava a ser um problema – mas é claro que a oferta do português veio em boa hora! O navegador GPS também passa a vir com os mapas do Brasil atualizados. Aliás, junto com a reconfiguração chegou a opção de tração apenas dianteira (FWD), o que baixou os preços do Edge – só que o aumento de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre produtos industrializados) para veículos importados acabou anulando essa redução. O crossover grandão – e cheio de cromados – parte de R$ 127.150 na versão SEL, salta a R$ 141.050 na Limited 4X2 e atinge R$ 150.590 na Limited 4X4 (AWD).

    Alguns talvez se perguntem: “mas por que essa diferença tão grande entre os valores das versões SEL e Limited?”. Bom, existe um buraco igualmente grande entre os equipamentos. No Edge mais simples não há o sistema MyFord Touch, que é um dos destaques do utilitário. Além deste, a versão Limited tem enormes rodas cromadas de 20 polegadas, partida com acionamento por botão, câmera de ré, monitor de pontos cegos, sensor de chuva e de obstáculos traseiro e ajustes elétricos nos bancos dianteiros.

    O Edge é daqueles veículos que dificilmente passa sem ser notado. Uma das razões é o design, ainda remanescente do estilo “bold” – o mesmo aplicado ao Fusion, que compartilha plataforma com o crossover. A grade frontal é o ponto alto, com três grandes barras cromadas. As rodas de aro 20 (também cromadas) brilham quando o modelo para em semáforos. Mas são as dimensões superlativas que mais chamam a atenção: 4,70 metros de comprimento, por 1,92 m de largura e 1,70 m de altura.

    O utilitário é tão encorpado que, no dia-a-dia, são necessários paciência e cuidado ao estacioná-lo – a câmera de ré é um elemento quase vital. Nas ruas, é difícil achar vaga. Mas em compensação o interior... Ah, ali sobra espaço. O Edge é extremamente generoso na frente, atrás e acima das cabeças. E o motorista tem ingresso “VIP”: ao destravar as portas e após desligar o motor no botão de partida, o banco corre suavemente para trás, facilitando sua entrada e saída do veículo.

    Ford diz que porta-malas do grandão Edge leva impressionantes 911 litros; modelo tem espaço interno fartoE a mecânica? Bem, para um carro de quase duas toneladas, o motor tinha de ser forte. O crossover grande é equipado com o bloco 3.5 V6 a gasolina da família Duratec, com duplo comando variável de válvulas. São 289 cv de potência aos 6.500 giros e um torque robusto de 35 kgfm às 4.000 rotações. Uma caixa automática sequencial de seis marchas gerencia a energia. Vale ressaltar: o Edge não é carro de corrida. Longe disso. O modelo esbanja vigor, mas é grande, muito pesado e consumista – a tração dianteira não mudou muito a média, que passou de 5,6 km/l (versão Limited AWD avaliada por AE) para 6,3 km/l na cidade.

    Em movimento, a sensação é de se estar em uma enorme e confortável banheira – a suspensão é suave e privilegia um rodar macio. A aceleração é gradual e o bloco 3.5 V6 chega a empurrar levemente o corpo contra o banco, emitindo um agradável ruído grave. Mas com 1.972 kg, o crossover leva tempo para ganhar velocidade. De qualquer maneira, sua proposta é oferecer conforto e alta tecnologia. Nesse ponto, o Edge é primoroso. Pena que o recente aumento no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) tenha elevado tanto seus preços.

    Fonte: Auto Esporte

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