Depois de a BMW ter adquirido os direitos da Mini, no rescaldo da falhada aventura com a Rover, adivinhava-se que o conceito original do icónico carro britânico perduraria como imagem de marca. Bem mais difícil seria prever como… cresceria!

O Countryman lança a Mini no campo dos Sport Utility Vehicles (SUV) compactos, mantendo intactos os mesmos recursos estilísticos de toda a família Mini e certa aura de carro de culto, mas assumindo carácter bem mais generalista. Esta inédita carroçaria de 4 portas cresceu 40 cm em comprimento (13 cm entre-eixos) para oferecer cinco espaçosos lugares, além de uma bagageira digna desse nome, com capacidade que varia entre 350 e 1170 litros e bancos traseiros reguláveis longitudinalmente sobre calhas.

No demais, um verdadeiro Mini, com a direcção eléctrica surpreendentemente comunicativa e a suspensão independente às quatro rodas a dar provas de eficácia, com agilidade e estabilidade acima da média. Deve-o à superior competência de chassis que, se está preparado para aguentar com os 184 cv da versão Cooper S, mais à vontade estará com para lidar com os 90 cv deste One D. O motor é a variante menos potente do bloco de 1.6 litros que rende 112 cv no Cooper D, que tem o mérito de permitir preço 3000 € inferior – consumos e emissões ficam exactamente na mesma!

As prestações são, obviamente, mais modestas (o One D perde entre 1,5 a 2 segundos em quase todas as nossas medições para o modelo com motor de 112 cv), mas o turbodiesel é vivo q.b. a recuperar fôlego e rápido nas subidas de rotação. Trata-se de mecânica com margem de utilização ampla, já que 215 Nm estão activos desde muito baixo regime, o que garante espontaneidade aos movimentos no acelerador e desempenho aceitável nas recuperações em 4.ª e 5.ª velocidades. Transmissão de 6 relações curtas (aguenta bem passagens rápidas!) possibilita o melhor aproveitamento deste motor. Porém, à variante light do 1.6D falta nervo nas últimas 1000 rpm… Não lhe exija, pois, enorme desembaraço com cinco ocupantes a bordo e bagageira carregada.

Em suma, o Countryman é automóvel muito robusto, de impressionante solidez e… pesado! Ao turbodiesel com 90 cv pede-se que não acuse de forma gritante esses quilinhos a mais. E consegue-o! Versão One D do mais familiar dos Mini garante desempenho interessante que impede constrangimentos em qualquer situação de condução do dia-a-dia.

Fonte: AutoFoco Portugal