Muitos amantes dos carros torcem o nariz para o barulho característico dos motores a diesel. Mesmo eles, no entanto, não podem negar que o combustível "menos nobre" vira uma mão na roda na hora de abastecer. Foi justamente para aqueles que pensam no bolso que a Land Rover trouxe ao Brasil a versão diesel do Freelander 2, atualmente o segundo veículo mais vendido da marca por aqui.

Com preços que partem de R$ 129,9 mil (versão S) e chegam a R$ 172,9 mil (HSE), o SUV da Land Rover permanece fiel à proposta de uso mais urbano, sem desprezar, no entanto, o motorista que gosta de meter seu carro em terrenos off-road. O R7 avaliou a versão intermediária do modelo (SE), que custa R$ R$ 147,9 mil, e comprovou que, no asfalto ou nas trilhas, o Freelander 2 diesel mostra muita competência.

O novo motor do caçula da Land Rover é um 2.2 16V que rende 190 cv a 3.600 rpm e 42,8 kgfm de torque a baixíssimas 1.750 rpm. Esses número garantem boas acelerações ao carro, mas o motorista não deve esperar desempenho esportivo. Na estrada, usar o câmbio automático de seis velocidades em modo S - que eleva o regime de rotações e atrasa as trocas de marcha - é a melhor pedida. O zero a 100 km/h é feito em 9,5 segundos, contra 8,9 do modelo a gasolina. A compensação vem no consumo: de acordo com a montadora, o Freelander 2 diesel faz até 17,5 km/l.

O 4x4 traz de série o sistema Terrain Response, que permite ao motorista selecionar a melhor configuração de transmissão, câmbio e aceleração de acordo com o tipo de piso e obstáculo a ser enfrentado. Grama, neve, lama, cascalho, areia e até asfalto podem entrar na mira dos computadores que fazem os ajustes no carro. A escolha é feita por meio de um botão giratório no console central.

O R7 testou o Freelander 2 a diesel na estrada, na lama, em travessia de água e na areia. Nos dois percursos mais complicados - água e areia - o 4x4 foi muito bem. Com o nível de uma pequena lagoa acima da linha inferior das portas, o SUV mostrou valentia e completou o percurso com méritos, levando-se em conta que chuvas tinham feito a água subir acima do previsto pela Land Rover. Em dunas de areia, que dificultam muito a condução, o sistema Terrain Response ajustou o carro para máximo torque, o que evitou - ao menos no nosso caso - as quase inevitáveis atoladas.

Toda essa aventura off-road não disfarça o fato de que o uso do Freelander 2 é majoritariamente urbano e rodoviário. A boa notícia para as mães e pais de família é que o carro também cumpre essa função com competência. O rodar do SUV é macio e silencioso, mesmo em altas velocidades. O padrão de acabamento segue a já reconhecida elegância da Land Rover. Achar a posição ideal de dirigir é simples: o banco tem ajustes elétricos e o volante pode ser movido tanto em altura quanto em profundidade. Há espaço suficiente para cinco pessoas viajarem com conforto. O ponto negativo no interior do carro fica para o painel, que parece simplório, com sua iluminação verde sem graça, diante do conjunto.

Como é de se esperar em um carro dessa categoria, o Freelander 2 diesel vem com uma longa lista de equipamentos de série, como ar-condicionado, freios ABS com distribuição eletrônica de força (EBD), nove air bags, controle de tração, piloto automático e rádio (que, inexplicavelmente, não tem entrada USB). Outro recurso interessante que ajuda a diminuir o consumo de combustível é o IPMS, que recarrega a bateria usando a energia cinética das freadas. Ao contrário dos alternadores comuns, portanto, o sistema não usa a força do motor.

As diferentes versões ganham itens de conforto, acabamento e conveniência. No modelo de topo (HSE), é possível optar por um belo teto translúcido que aumenta a sensação de espaço e traz aquele sentido de liberdade tão apreciado por quem curte a natureza. Para esses, o Freelander 2 diesel também ajuda a diminuir o peso na consciência: um 4x4 econômico no bolso e menos agressivo para o meio ambiente.

Fonte: R7