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  • Gaúchos avaliam título no Rally dos Sertões 2013 e projetam o futuro

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    O sonho que começou como um adesivo de caminhonete parece ter desenvolvido o hábito de se tornar realidade pelas façanhas. Sete anos depois de um título inédito e jamais superado de Rally dos Sertões com um veículo de categoria Production, uma equipe idealizada por dois gaúchos descendentes de imigrantes italianos volta a estabelecer um paradigma no segundo maior rali do mundo – atrás apenas do Rally Dakar – e o maior disputado em um só país.

    A Dague Paia Rally Team, que do nome já evoca uma interjeição típica dos colonizadores do interior do Rio Grande do Sul, tornou-se no sábado a primeira equipe da história do Sertões a fazer uma dobradinha de campeão e vice entre irmãos. Campeões em 2006, o piloto João Franciosi, natural de Casca (RS) e radicado em Luís Eduardo Magalhães (BA) desde 1986, e o navegador Rafael Capoani, de Caxias do Sul (RS) conquistaram o título da categoria Protótipos T1 (PT1) no Rally dos Sertões 2013.

    Na classificação geral, venceram entre os competidores que não utilizaram veículo homologado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), ficando com o terceiro melhor tempo – atrás apenas dos campeões Stéphane Peterhansel e Jean-Paul Cottret, e dos vices Guilherme Spinelli e Youssef Haddad.

    — Pelas condições físicas em que eu estava, me recuperando de três cirurgias e uma infecção, tomando antibióticos pesados, eu não deveria nem estar aqui. A medicação era tão forte que fazia minha mão tremer quando tentava firmar no volante. Tive que exercitar os braços e o joelho esquerdo, pois não tinha mais músculo. Isso há um mês de chegar o dia do rali. Então, uma conquista como essa é de superação, de luta. E ter a companhia de um irmão no pódio, é algo que emociona demais a gente — comemora Franciosi.

    — Quando fomos campeões em 2006, o Sertões passava em Luís Eduardo Magalhães, cidade do Franciosi, lá no interior da Bahia. Naquela vez, apareci lá com um adesivo na minha caminhonete escrito ‘Dague Paia’. O pessoal me perguntava e eu explicava que era algo como ‘senta o ferro’. Acabou virando nossa equipe e agora estamos aqui, nos metendo no meio dos caras que disputam vitória no Dakar. Foi uma corrida de recuperação e agora terminamos com uma dobradinha inédita entre irmãos. É muito gratificante. É uma alegria e um orgulho muito grande fazer parte dessa equipe, com essas pessoas. Desde 2006 não comemorávamos um título. É muito bom estar de volta — festeja Capoani.

    A nova façanha da Dague Paia tem o mérito de outra dupla. Romeu Franciosi, irmão de João, e Rogério Almeida, o mais legítimo sertanejo do grupo, natural de Russas, interior do Ceará, garantiram a inédita dobradinha de uma equipe na história do Sertões ao conquistar o vice-campeonato na PT1. Além do sexto melhor tempo na classificação geral.

    — Claro que a gente sempre quer mais, a gente sempre acha que pode ser melhor. Tivemos muitas ocorrências que acabaram nos atrapalhando para buscar algo melhor. Mas nos esforçamos para conseguir um resultado positivo. E agora temos uma conquista entre dois irmãos, que também é algo importante, que nos deixa felizes”, declara Romeu. “O conjunto todo foi muito bom. De máquinas e de pessoas. As ocorrências é que acabaram prejudicando um pouco até o ânimo. Mas acredito que o grande aspecto positivo disso tudo é a dobradinha. Essa equipe se revelou para mim uma grande família e pessoalmente achei muito bacana fazer parte dela. Esta é a grande lição que fica. Poderia ser melhor? Poderia. Mas, rali é rali. Temos algo a comemorar em família — celebra Rogério.

    Para o restante do ano, a equipe já tem o calendário fechado. Ambas as duplas participam do Rally dos Amigos, em dezembro, no interior de São Paulo. João Franciosi e Rafael Capoani ainda disputam o Rally das Serras, em setembro, em Santa Catarina.

    Fonte: Zero hora

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